Viver como um morador de rua é bem mais difícil do que vocês provavelmente pensam, pois não é preciso apenas se virar para comer e dormir, também é necessário aprender a lidar com alguns problemas cotidianos que às vezes fazem de tudo para nos tirar do sério, um grande exemplo disso é o quê está acontecendo nesse momento e irei explicar melhor para vocês nessa história.

Caminhando pelas vielas do vilarejo, eu procurava em alguma lixeira com restos de alimentos dos restaurantes que ainda não haviam estragado, afinal era assim que eu me virava desde que minha família cruelmente me abandonou por minha inutilidade. Não demorei muito para finalmente encontrar, estava nos fundos de um restaurante bastante conhecido do vilarejo, ele normalmente era frequentado por civis de alta renda e sempre tinham ótimos restos de comida.

— Isso aqui está delicioso! — Exclamaria a começa degustar aquele alimento, eu havia me dado muito bem, pois aparentemente não fazia muitas horas que aquilo estava na lixeira e ainda era possível sentir o delicioso sabor daquela refeição.

Ei mamãe, aquele garoto está comendo algo que veio da lixeira, parece um cachorro esfomeado Uma criança que passava de mãos dadas com isso mãe – provavelmente estavam indo comer naquele restaurante – ambos me olhavam com total nojo no olhar, provavelmente por não entenderem minha situação Filho, não olhe para ele, provavelmente é um mendigo drogado A irritação em meus olhos era notável para qualquer um, eu olhava para aqueles dois de uma forma insana, estava prestes a avançar na direção deles, mas algo conversou comigo em minha cabeça Você não precisa fazer isso, Chome... O Deus da Morte não preza pela morte daqueles que são ainda tão jovens, controle-se A voz me ajudava a criar muito mais calma naquela situação.

Mamãe, pessoas como ele deveriam ser mortas, afinal não tem utilidade alguma nesse vilarejo

Infelizmente essas palavras fizeram com que eu perdesse meu controle por alguns segundos e sem nem mesmo perceber avançasse em direção daquela criança a pegando pelo pescoço e levando-a para o alto Chome... Pare agora, mantenha sua calma, você precisa disso para sobreviver nesse mundo nojento A voz novamente me ajudava a recobrar a consciência, assim com bastante calma voltei a colocar a criança no chão.
— Me perdoem por isso, tenham um bom almoço! — Fazia uma reverencia para me desculpar pela situação e diante disso desaparecia da frente daqueles dois.

Jashin estava me ajudando mais uma vez, isso fazia com que eu ficasse cada vez mais grato por essa divindade em minha vida, afinal ela havia me ajudado a virar uma pessoa mais calma, assim podendo me virar em situações tão frustrantes quanto essa.

Considerações:

Usados: