|Yose caminhava em direção ao hospital de Suna, naquela manhã árida. Os seus líderes haviam convocado aqueles que gostariam de ser qualificados para se tornarem ninjas médicos a comparecerem no hospital para intensas aulas que, ao final, formariam os novos médicos de Suna. Sua casa sempre foi nas pontas da vila oculta, e por esse motivo sempre precisou andar muito para que chegasse a qualquer lugar. Ele não imaginaria o que aconteceria pela frente.

Sem nenhum aviso ou menção a algo, ele foi golpeado em sua nuca. Um poderoso golpe que adormeceu suas atividades pouco a pouco. Ele só lembrara de ter sido colocado nas costas de alguém, e depois disso... A escuridão. Tudo se tornou preto ao seu redor e gritos foram ouvidos dos mais variados locais.

O que está acontecendo? - Pensou o garoto. Ao abrir seus olhos, uma luz sem igual estava direcionada aos seus globos oculares enquanto vozes ecoavam no fundo, na escuridão que se posicionavam alguém... não, algumas pessoas. Ele percebeu que seus braços e pernas estavam amarrados em forma de cruz enquanto estava deitado em algum tipo de relento, muito frio. Dois homens se aproximaram dele e começaram a falar entre eles. Yose fingiu que ainda estava desacordado.

Ele não me parece ser quem queríamos - Diz uma das vozes.
O chefe não deu a descrição de cabelo preto e roupa preta? Eu trouxe três - Disse a outra voz.
Ao falar isso, mais duas vozes, dessa vez de crianças puderam ser ouvidas pelos dois ouvidos de Yose, indicando que haviam mais duas pessoas haviam sido levadas para aquele local.

Você acha mesmo que Jashin ficará contente com nossos erros? A matança anual está chegando e precisamos dos nossos sacríficios escolhidos a dedo! - Yose não entendeu metade do que o homem disse, pois as crianças gritavam mais forte. Ele ouviu a parte "nossos erros".
Vamos começar o que temos que fazer -Disse o outro homem.
Yose sabia que, o que quer que seja aquilo que precisavam fazer, não era pro bem dos que estavam ali deitados no que parecia ser algo no subsolo. Os dois homens começaram a sussurar e a conversar de costas para os que estavam deitados, falando algo que Yose não sabia distinguir. Nesse momento Yose olhou para suas mãos e percebeu que eram itens de couro e ferro que prendiam seu pulso ao relento, algo parecido com um cinto apesar de bem mais simples e pouco profissional.
Ele começou a pensar em um plano, e logo pôs em prática. Seus kikaichus se formaram suavemente em uma pequena mão que começou a desfazer o que aquela cinta de couro fazia em seus punhos, deixando-a frouxa o suficiente para que, no momento certo ele tirasse seu punho de lá e conseguisse fazer algo em relação aquela situação.

Logo que a ultima cinta foi solta, um enorme barulho foi ouvido do fundo do local onde estavam, uma explosão aconteceu. Os dois homens correram e foram ouvidos gritos e grunhidos.

- Equipe, bombas. - Uma nova voz disse algo nesse instante.
Nesse momento várias bombas de coloração roxa começaram a ser implodidas dentro do local, e mais vozes começaram a ser ouvidas por Yose. No meio dos clarões de luz e da própria luz que estava em direção aos seus olhos, bandanas de Suna podiam ser vistas pelo garoto. O gás começou a deixar sua visão turva, e antes de tudo virar escuridão novamente, pôde ver os dois homens outrora seus carrascos, caindo ao chão.
Seu último sentido, a audição, por último funcionamento ouviu: - Ora, ora. Esse aqui até se soltou. Facilitou pra gente em camarada? Vamos para casa. - E tudo era escuridão novamente.

Ao acordar, foi surpreendido. As placas e a maca não deixaria-o ter outra dúvida, estava no hospital de Suna. Ele pretendia ir para lá, mas não com essa expectativa. Um homem de máscara estava ao seu lado e disse:
Meu jovem, vou simplificar. Você foi resgatado de dois nukkenins. - Disse o homem de poucas palavras – Pouquissimas pessoas souberam do ocorrido, e menos ainda devem saber agora que estão bem. A integridade da Vila deve ser mantida. Sua família sabe do ocorrido e já visitaram você enquanto estava aqui.

Yose disse:

E quanto tempo fiquei por aqui? -
O homem retrucou:

Oito dias.

O garoto percebeu que sua chance de estar na equipe médica havia se esvaido como areia... Por hora. Ao sair do hospital e recuperado, ele tentaria novamente exercer aquilo que mais ama: O conhecimento.

O homem saiu e trocou de lugar com um médico que disse:

Estavamos esperando você acordar. Bem vindo de volta garoto.
Passou sua mão da cabeça aos pés do menino e então disse:

Está liberado! Cuidado com as pedras ao passear por ai, hein. - E piscou os olhos.

Yose caminhou até a porta do hospital e sentiu o ar puro de Suna. Observou os falcões cruzando o Sol e teve a certeza: Ele voltou para casa.

Considerações:

Usados: