O Sol naquele início de manhã estava tímido, mas não fazia frio. Yamanaka Mio acordou animada para sua primeira missão como kunoichi, tanto que nem esperou seus pais levantarem. Tão logo trocou de roupa e já estava na rua com um grande pedaço de pão caseiro em mãos, afinal não queria chegar atrasada logo no primeiro dia. Quanto a missão, ela não era complicada e, possívelmente, não exigiria grande esforço físico por parte da jovem; porém, estava focada em executá-la com maestria.

Chegando ao local, deparou-se com uma mulher que caminhava de um lado para o outro na entrada do estabelecimento. Ela era alta com longos cabelos loiros e belos olhos verdes, mas vestia-se estranhamente. Mio aproximou-se.

— Yo! Você é… — Não conseguiu completar a frase.

— Já era hora, você chegou. Aqui, pegue! — A loira estendeu um molho de chaves para a Yamanaka. — Estou atrasada, então não vou gastar muito tempo com apresentações. Cuide bem da minha loja, por favor! — Indagou, deixando a jovem sozinha sem ao menos se apresentar.

“E eu achando que eu é que era estranha” — Pensou, adentrando ao local.  A floricultura estava linda. O outono não foi capaz de tirar a beleza das flores e plantas que ali moravam. Era um cuidado tão magnífico que deixou Mio encantada. Direcionou-se ao balcão, colocando suas coisas sobre ele. “Mãos à obra, Mio!” — Motivou-se. Rapidamente caminhou até os fundos da loja, onde encontrou uma variedade de instrumentos de jardinagem. Pegou o regador, encheu-o e regou todas as plantas e flores do local, uma a uma. Concluída a primeira etapa, tirou alguns minutos para descansar e esticar as costas. Recuperada, o último trabalho do dia era mudar algumas plantas de vazo. Felizmente, aprendeu esse processo com sua mãe, então não teve muitas dificuldades com a tarefa.  

O restante do dia foi tranquilo, nenhum cliente apareceu. Ao final da tarde, a loira estranha retornou e deu fim à primeira missão de Mio.

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considerações:

Dia seguinte à missão na floricultura, Mio acordou um pouco mais tarde que o de costume. Lentamente, levantou-se e foi até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Vestiu-se com trajes um pouco mais velhos e surrados, mas nada que a fizesse perder o charme. Era uma calça com a barra dobrada até metade da canela e uma camisa preta que deixava brevemente sua barriga exposta.

Ajeitou seus pertences e algumas frutas em sua bolsa e partiu para mais uma missão. Dessa vez, um pouco mais trabalhosa que a primeira. “Tsc! Não pude lutar e agora fiquei com a pior parte do trabalho.” — Reclamou. Poucos minutos de caminhada e a jovem já se encontrava em seu destino, próximo à entrada da vila. Dois homens, com vestimentas parecidas e sujos com tinta, prontamente a atenderam. Não foram de muitas palavras e não estavam com uma feição de muitos amigos, apenas entregaram-na um grande balde com tintas e um conjunto com 2 pincéis de diferentes tamanhos mais um rolo de pintura. Assim que pegou-os das mãos dos rapazes, virou-se para ir em direção aos muros que teria que pintar, sem pressa.

— Eles poderiam mandar alguém mais preparado, essa menina não vai aguentar 1 hora de trabalho. — Comentou um deles.

— Nojentos! — Ao ouvir o comentário, visivelmente irritada, Mio parou. Mexeu dentro do balde de tinta e arremessou um dos pincéis para trás acertando perfeitamente a cabeça de um dos homens, sujando-o de tinta. Virou-se. — Oh! Desculpa, eu não sei usar isso. — Indagou em perceptível tom de ironia.

A partir dai foram horas e horas de movimentos repetitivos. Agacha, faz o rodapé das paredes com o pincel. Levanta, pinta com o rolo. Sobe escada, pinta as partes que não alcança. Desce da escada e assim sucessivamente. Chegava a ser estressante a quantidade de movimentos iguais, mas a jovem seguiu resiliente a manhã toda. Próximo a hora do almoço, toda a parte de muros sob sua responsabilidade já estavam prontos.

“Faltam as cercas!” — Pensou, olhando para o céu e sentado no chão mesmo. Porém, precisava de uma pausa antes, pois estava faminta e com o braço dolorido. Exatos 45 minutos foram necessários para que estivesse disposta a voltar ao trabalho. Depois dos densos muros, as cercas eram, de certa forma, relaxantes. Calmamente e caprichosamente, dedicou-se à elas e em poucas horas havia terminado o serviço.

Foi um dia puxado e tudo o que a jovem mais desejava agora era um bom banho e sua cama. Após entregar os equipamentos, voltou para a casa. Exausta.

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considerações: