Muito tempo havia se passado desde a conclusão da guerra e o mundo já tinha voltado ao normal. Todos seguiram a vida e o jovem Senju havia paralisado sua vida ninja e ficado num hiato por mais de uma década. Sintomas da depressão? Provavelmente, mas já era hora de continuar.

Enquanto levava sua vida normal, o ainda Gennin acreditava que estava na hora de elevar o nível de controle sobre seu elemento principal. Ele dominava uma quantidade considerável de jutsus do estilo terra, mas sempre havia espaço para mais conhecimento na mente humana, e dadas as poucas missões que o jovem havia realizado nos últimos meses, decidiu que iria dedicar-se à perícia do Doton.

Saiu então com algumas coisas em direção a um campo com vegetação massiva num lugar não tão longe de casa. Como canalizar seu chakra para usar o solo ao seu favor ele já sabia, como amassar a terra dentro de si também já estava na mente do garoto, mas dessa vez ele queria saber mais. Manipular com grande precisão grandes volumes do ambiente para mudar uma batalha amplamente desfavorável para o seu lado era o objetivo do garoto dessa vez, mas ele não tinha muita noção de por onde começar. Era naquele momento que entraria na sua vida um homem que mudaria para sempre seus conceitos de habilidade shinobi.
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Aparentando algo na casa dos trinta e cinco anos de idade, um homem alto e de porte considerável, sendo na realidade mais gordinho do que musculoso, um homem que possuía estampando as costas de seu manto um símbolo idêntico ao do clã de Shiso, o clã Senju. Sim, ele havia encontrado ali nos arredores de Kumo um outro Senju. Ou será que ele só tinha roubado isso de alguém? Essa dúvida não duraria muito tempo, o menino não hesitou em ir até o homem para questioná-lo.

Ei. - Diz o rapaz de cabelos brancos.
O que foi, pivete? - Retruca o velho, com uma voz macetada pelo cigarro.
Você é do Clã Senju?

Até ali a conversa tinha um andar meio cômico, mas a expressão do homem mais maduro vai de desprezo a seriedade num piscar de olhos. Ele ainda não havia reparado, mas agora prestando mais atenção na criança que falava com ele, reparou que ela também carregava o emblema daquela família muito antiga, conhecida por sua força física e espiritual. Respondeu então positivamente de maneira ainda brusca, mas já não tão grossa quanto antes.

E você também domina a terra? - Perguntava Shiso, animado. Para o garoto fazia todo o sentido do mundo duas pessoas do mesmo clã terem a mesma afinidade elemental.

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O mais velho abre imediatamente um sorriso de canto de boca, como se o de cabelos brancos estivesse prestes a saber o tamanho de seu domínio sobre o elemento. Poucos segundos após o sorriso, Shiso sente o chão abaixo de si mesmo tremer um pouco. Mas como? Sinais de mãos nem haviam sido realizados pelo seu novo amigo Senju. Seria isso possível? Antes de concluir seu raciocínio ele vê que o chão começa a subir em volta dele, quase como se o estivesse trancando numa cúpula. Tenta então com um salto escapar daquele aprisionamento, mas era inútil, o jutsu se movia rápido, e a única coisa que ele consegue com o movimento é um galo na cabeça após batê-la no teto de terra. Cai de bunda no chão e ouve, lá de fora.

Me chamo Ryo Senju, e não existem muitos de nós por aí, devemos ser fortes para nos restabelecermos. Você será forte quando conseguir sair daí de dentro, até lá, fortaleça a si mesmo. Pela sua curiosidade sobre o Doton, chuto que também domine-o, pois então eleve seu domínio e saia daí.

Após as palavras tudo o que o Gennin ouvia era o som de passos se afastando. Ele não conseguia acreditar direito que acabara de ser preso num casulo de terra por um velho aleatório que ele literalmente conhecia há cinco minutos. Quais as chances? Ele deu então alguns socos naquelas paredes, mas tudo o que conseguiu foi ferir seus punhos. Isso não fazia muito sentido, ele sabia que era fraco mas dava pra relevar, ainda estava em estado de choque. Sentia-se impotente e com um grande vazio dentro de si, o mesmo que o deixou inativo por tanto tempo. De onde viriam as forças para sair? Lembra então da luz que o levanta todos os dias, nos pensamentos positivos que o consolam. Senta-se e se põe em meditação.

Após alguns minutos digerindo o que havia acontecido, agora estava concentrado em como sair dali.


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Após pensar um pouco, talvez seu jutsu de água em vez de terra funcionasse. Após os selos, usa o Suiton: Suidanha, tentando rasgar as paredes com a pressão da água. A parede se mostrou extremamente resistente e somente um arranhão foi feito na estrutura. Esse era até então o jutsu com maior poder cortante do rapaz, como poderia uma parede de terra ser tão forte? Seria essa a real extensão da resistência do elemento? Conseguiria Shiso essa magnitude um dia?

Após a tentativa frustrada com a água ele reparava que ela não havia escoado mas sim acumulado aos seus pés. A quantidade expelida de água não era alta e o casulo era razoavelmente grande, então não havia muita preocupação com a falta de ar para respirar, mas estar enclausurado ali dentro ainda era de extremo incômodo para o jovem. Resolveu então para um pouco de partir para a força bruta e focar mais na canalização de sua força para domínio com maestria do elemento e utilizar um jutsu para sair dali. A água não ter escoado poderia significar que a barreira era rígida e, portanto, forçá-la para algum dos lados poderia fazer com que rompesse. Com as mãos no chão fez surgir o seu golem de tamanho padrão, pouco menos de dois metros. Ordenou então que a criatura golpeasse a estrutura até que ela falhasse. O golem seguiu então o comando de seu mestre e parecia que daria certo, exceto pelo fato da construção se regenerar após o primeiro golpe. Teria que ser de uma vez.

Já haviam se passado algumas horas. Ele não era inexperiente, usava o elemento desde sempre. O que estava faltando, se não era prática? Talvez viesse sendo já há muito tempo um bloqueio mental, o seu próprio cérebro dizia a ele que não era capaz. Ele tinha os conhecimentos e a prática necessária, e acabara de ver alguém do próprio clã fazendo uma formação formidável, ele certamente podia também. Após pôr suas mãos no solo, cria dessa vez um golem mais de duas vezes maior que o anterior. O constructo golpeava o domo com toda sua força num golpe destruidor, que derrubava a construção e desfazia a si mesmo. Ele havia finalmente superado o bloqueio de si mesmo após ver um igual a si dominando o elemento, e estava pronto para mais.



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