"GLÓRIA A JASHIN!"

Com a vida eterna as amarras de Saori foram destroçadas - Ela já não mais se conectava com a humanidade. Indo contra as próprias leis da natureza, a garota ainda não estava satisfeita - Queria mais, muito mais poder além da tão sonhada imortalidade. Por conta disso, antes de deixar o templo dos adoradores de Jashin, questionou Gyutaro sobre algo que ele conhecia e que poderia ser útil a ela. Com poucas palavras, ele apenas havia indicado a existência de um pergaminho sagrado nas montanhas de Kumogakure no Sato - A Mais alta entre todas as montanhas, assim dizendo. Ainda era manhã, mas a caminhada da imortal já havia começado. Não temia os animais selvagens, as condições climáticas ou o que quer que fosse - Ela sabia que nada poderia pará-la, de qualquer maneira. Sorrindo de maneira escancarada enquanto cruzava os terrenos íngremes e tortuosos do país do relâmpago, parecia determinada a alcançar o monte mais alto que sua visão poderia alcançar, a fim de obter os conhecimento do misterioso pergaminho. Não fazia ideia do que poderia encontrar naquele local, mas mesmo assim, só descobriria caso arriscasse tudo - E se fosse em nome do poder, o faria sem hesitação. Com a imortalidade, os sonhos de Saori se foram. Ela não precisava mais almejar, já que ela poderia simplesmente fazer o que bem entendesse, ninguém poderia impedí-la, afinal de contas. Não importasse quantas vezes a derrubassem, a benção sombria de Jashin sempre a traria de volta, de novo e de novo. Existem pessoas que apenas querem ver o mundo pegar fogo - Mas no caso dela, é diferente: Ela faz parte daqueles que FAZEM o mundo pegar fogo, apenas por diversão. Talvez fosse loucura - Ou simplesmente uma demonstração de seu próprio ser.

— "Aquele magrelo me disse pra ir até aquele lugar lá, tá longe pra caralho...Eu devo conseguir chegar lá em umas duas ou três horas, tomara que não demore tanto assim. Quero só ver o que vou achar lá dentro, tomara que todo esse esforço valha a pena, se não eu volto la e como esse maluco na porrada! Porra, se eu soubesse que era tão longe assim...Ah, mas que se foda! Se eu ficar reclamando aqui não vai mudar nada...Só não quero que algum bicho apareça aí, to afim de gastar minhas energias matando coisa qualquer não..." — Exclamou.

Falava sozinha apenas para passar o tempo. Sabia que Jashin sempre estaria ao seu lado no plano espiritual, então não temia a solidão. Ainda assim, era uma pessoa extremamente apressada que buscava resolver as coisas do jeito mais breve e fácil. Não importasse quais fossem as consequências ou métodos - Sempre optaria por aquilo que lhe pudesse garantir uma vitória fácil, seja por bem ou por mal. A caminhada continuara...Mas ainda tão distante do sonho...

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Pensara nas mais diversas coisas enquanto caminhava em direção ao grande e tortuoso monte nevado, inclusive em seu desempenho contra os cultistas que foram sacrificados para despertar Jashin por mais uma vez. Havia gastado uma quantidade razoavelmente elevada de chakra de maneira desnecessária e bastante descontrolada, o que a fez pensar que treinar seu controle sobre o próprio fluxo de energia fosse uma melhor ideia do que simplesmente ficar bocejando durante todo o trajeto. Inspirou profundamente e fechou os olhos, focando-se em manter o fluxo de chakra que corria por todo o seu corpo uniforme. Estava calma naquele instante e os impulsos destrutivos e da morte não acometiam sua mente - Uma rara ocasião onde poderia vê-la em um estado de 'paz'. Durante alguns minutos foram capaz de manter o fluxo daquela exata maneira, mas ainda não parecia ser o suficiente - Por estar de olhos fechados, não percebera a grande parede rochosa que encontrava-se em sua frente. Após a colisão, seu corpo perdeu a concentração e Saori berrara com o susto, percebendo que havia alcançado a base da montanha. Estava suada e bastante irritada pelo que havia acabado de ocorrer, mas não faria corpo mole. Concentrou o chakra em seus pés e reacendeu a chama do princípio da concentração do chakra uniforme, utilizando-se do Ki Nobori no Shugyo para fixar-se na montanha e assim começar a escalada para alcançar o topo. Não aumentaria a velocidade - Se manteria na velocidade da caminhada, gradualmente e lentamente aumentando-a conforme o progresso no controle do chakra fosse feito. Seria um processo lento e b astante cansativo, mas necessário caso ela quisesse tornar-se ainda mais poderosa do que já. O céu não era o limite - Ao menos, não para a Jashinista.

— "Preciso me concentrar e me lembrar das coisas que aprendi na academia ninja. Nunca fui o maior exemplo de controle de chakra, sempre me pegava utilizando chakra demais quando realizava ninjutsus. Apesar da maior quantidade de chakra e força imbuídas, ainda sim era um gasto desnecessário que eu sempre preferi não perceber. Mas isso desagradaria a Jashin. Eu sou sua escolhida - Apontada pelo próprio, não posso simplesmente me aceitar em um nível plebe como este. E se eu controlar meu chakra de maneira perfeita, poderei então criar minhas próprias técnicas...Estas que farei questão de que jamais serão superadas. É isso!" — Pensou, abrindo um outro sorriso.

O caminho continuava e  Saori permanecia concentrando o chakra. Em determinado abriu os olhos, mas não perdera a concentração. Felizmente, para ela...Seu alto nível intelectual e capacidade de reter e processar informações a faziam se adaptar aos mais diversos tipos de situação com bastante facilidade. Não era a toa que a chamavam de prodígio - Suas habilidades gerais, de fato, iam muito além até mesmo que as de alguns senseis. Mas, agora consumida pelo mal em sua alma e coração...Seria esta prodígio uma força a favor...Ou contra Kumogakure?

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A persistência do treinamento de concentração em meio a escalada rumo ao topo da montanha continuou, e Saori parecia estar disposta a manter o ritmo até o fim daquela breve jornada. Seu corpo estava pouco sujeito ao cansaço e ferimentos  gerais, então manter o ritmo da caminhada equilibrada pelo chakra seria mais fácil. Gradualmente aumentava sua velocidade conforme se sentia mais segura sobre seu próprio controle do chakra, demonstrando habilidade e técnica. Não demorara muito mais para que alcançasse o topo, que era bastante espaçoso. Neve caía sobre o mesmo constantemente, cobrindo as roupas da jashinista com a neve - Tão branca, que a visão se perdia. Era como andar nas nuvens, mas não havia tempo para ficar apreciando a paisagem. Um templo em ruínas encontrava-se logo a frente, e rapidamente a garota deduziu que dentro do mesmo deveria se encontrar o tal pergaminho sagrado. Com pressa, pulou sobre  a neve e permaneceu utilizando o Ki Nobori no Shugyo, impedindo que suas pernas afundassem na neve, o que dificultaria e atrapalharia sua caminhada. Ao cruzar todo o caminho necessário, desativara a técnica e jogara olhares a sua frente, verificando a estrutura do local e o que havia nos arredores. O templo ainda possuía teto e algumas salas/pilares intactos, então a área central não deveria estar comprometida. Antes de entrar no local, no entanto, sacou e acendeu um único cigarro, fumando tanto para aquecer seus lábios, como também para saciar seu vício. Fechou a expressão facial e expirava a fumaça enquanto o cigarro ali permanecia, manejando os passos em direção ao interior do templo, em busca do tal pergaminho.

— "Só espero que eu não tenha feito tudo isso pra nada. Vamos ver...A área central costuma ser  a mais importante, mas talvez esse pedaço de papel esteja em outro lugar. Que lugar mais estranho, foi abandonado aqui, no meio da neve em uma montanha aleatório. Me pergunto o que isso foi no passado..." — A imortal questionou, iniciando a  busca pelo objeto misterioso.

Os destroços e visível situação decadente do local atrapalhavam grandemente as buscas, mas não era motivo para diminuir o ritmo ou mesmo desistir. Enquanto procurava - Saori também buscou manter-se concentrada no próprio chakra, refinando o controle mesmo enquanto realizava outras atividades. Seria uma tarefa relativamente difícil e cansativa, porém necessária. Os segredos do templo esquecido não demorariam muito para serem tragos à tona por mais uma vez, mas ainda há outra questão: O que será que aqui se esconde, afinal de contas? Um tesouro....Ou maldição? Não era possível dizer ao certo, afinal de contas, apenas com a tentativa que se pode observar resultados. Mas pela sua personalidade irresponsável, Koyamanara pouco parecia se importar com o que ali encontraria. Desde que isso lhe beneficiasse, os meios e consequências de suas atitudes ali se tornariam irrelevantes a seus olhos...Algo que pode ser visto como um grande erro.

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Após o cigarro se apagar, jogou-o distante entre os detritos que sobraram daquela antes gloriosa construção. Ela era bastante espaçosa e a grande quantidade de destroços exigia esforço e paciência da imortal, que deveria manter-se em um estado de tranquilidade caso quisesse obter o refino desejado do chakra. Apesar disto - Uma surpresa: O pergaminho, parcialmente soterrado pelas incontáveis pedras que se faziam acima do mesmo. Vendo que seria incapaz de erguê-las apenas com a força de seus braços, concentrou o chakra na mão direita e disparou um feixe elétrico que ao colidir com a pedra, espalhou a corrente pelas rochas próximas, destruindo-as em diversos pedaços. Uma manipulação elemental simples - Apesar de extremamente útil. Quando o caminho finalmente se fez livre, andejou lentamente até a posição do pergaminho e o agarrou, imediatamente realizando um único selo manual na intenção de separar o fuin do papiro. Após estendê-lo, diversas linhas negras emanaram do pergaminho, causando sua extensão espontânea, revelando seu verdadeiro conteúdo. Diversos nomes riscados em uma enorme lista ao longo dos anos, com um único espaço livre. Saori parecia entender o que aquilo significava - Na academia ninja, aprenderam o básico sobre as invocações e tipos de animais existentes no mundo que se permitem aliar-se a humanos. Das mais diversas eras, vilarejos - Eles não julgavam seu mestre pelo arquétipo ou intenções, apenas pela sua habilidade em combate. Apesar disso, nunca fora citado que as cobras também se faziam presentes na lista de animais possíveis de serem invocados. Foram dadas como perigosas demais e então banidas para diversos pontos do mundo shinobi, com o objetivo de nunca mais serem encontradas. Apesar disso, os avisos não pareciam valer nada na mente perturbada da jashinista, que mordera seu próprio dedo, inscrevendo teu nome ao fim do espaço livre. Após o sangue fundido com chakra penetrar no papiro, uma imagem simplista de sua pessoa fora gerada no quadrado, e o pergaminho se fechou, encolhendo até finalmente desaparecer. Mas conforme encolhia, mais e mais linhas negras eram liberadas, até cobrir quase que toda a extensão do templo. Sabendo que alguma coisa aconteceria se ela permanecesse parada naquele mesmo lugar, Koyamanara decidiu deixar a sala principal o mais rapidamente possível.

— "Merda! Se essa porra explodir, eu vou tar muito fudida! Não pode ser, será que eu caí mesmo em uma armadilha? Ah - Não importa, Jashin está do meu lado. Venha o que vier, é impossível me derrotar! Esses malditos selos parecem cobrir toda a extensão do templo, mas tenho a esperança de que será uma maneira de agradecimento pela minha presença. Não é possível que tribais de décadas atrás fossem preparar uma armadilha para isso..."  — Pensou.

Então, finalmente deixou o grande templo pela sua parte frontal, enquanto os pilares do templo tremiam. Dentro de mais alguns segundos, tudo começaria a colapsar, e uma gigantesca nuvem de fumaça se ergueria dos destroços do templo, que voavam para todos os lados. Pilares eram arremessados para até centenas de metros de distâncias - Algo impossível para qualquer humano convencional. Após a chuva de destruição cessar, uma enorme silhueta negra poderia ser vista na nuvem de fumaça. Possuía mais de quinze metros de altura...Era surreal. Desacreditada, Saori parecia chocada - Talvez fosse pior do que ela mesmo imaginava.

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A enorme silhueta relembrava uma cobra - E Saori rapidamente deduziu que se tratara de uma invocação que se libertara por intermédio do pergaminho. Não fazia ideia do que fazer diante tal criatura, e a quantidade de pensamentos que cruzavam sua mente a fizeram ficar completamente estática, por não conseguir se decidir. Além disso, a colossal serpente começara a se mover, aproximando-se cada vez mais da Jashinista. Ao deixar a nuvem de fumaça, seria possível observar suas belíssimas escamas azul-escuro e olhos completamente alaranjados. Uma beldade da natureza - Ainda que mortal. Baixando seu corpo para ficar frente a frente com a imortal, a serpente levantava sua grossa e intimidadora voz pela primeira vez.

— "Não a reconheço, quem é você? Oh, não...Que deseducado de minha parte - Meu nome é Aoda. Quem és tu? Pelo que vejo, o pacto de sangue das serpentes também pertence a você, mas nunca a vi antes em nosso reino fantástico. Presumo que tenha acabado de fazê-lo, ainda mais julgando pela sua cara. Me diga: O que você deseja? Já que agora tem o poder das serpentes ao seu lado, seria interessante que soubéssemos de seus objetivos." — Aoda disse.

— "Ele fala." — Saori pensou por um instante. — "O que eu desejo? Oras, eu vim aqui justamente achar o pergaminho parar firmar o pacto de sangue com vocês. Confesso que isso estava muito além das minhas expectativas, não imaginava que as serpentes lendárias fossem seres dessa magnitude, mas não faz mal, muito pelo contrário. Meus objetivos no momento não importam - E vocês também não se interessariam por ele, é coisa pessoal que eu não costumo espalhar. Mas e agora, o que você vai fazer?" —

— "Entendo, não vou julgá-la por isso. Bem, nesse caso, eu irei retornar até a Caverna Ryuchi, o lar de todas as serpentes de nossa raça. Estaremos no aguardo de sermos convocados. Se há luta, nós certamente apreciaremos. Não hesite em nos chamar, iremos ajudar...Exceto Manda, nosso rei. Ele...É um caso complicado." — Ele disse, gargalhando e se preparando para desaparecer.

— "Ei, espere." — Saori chamou-lhe a atenção. — "Eu ainda tenho mais algumas coisas para falar com você."

A enorme serpente que agora encontrava-se de costas cessou seu retorno aos destroços do templo ao ser novamente chamado pela imortal, dando meia volta em torno de si mesmo e jogando olhares para a garota. Koyamanara ainda tinha muitas dúvidas em relação a tudo, mas haviam mais algumas coisas que talvez ela nunca mais fosse capaz de perguntar a ele. Era uma oportunidade única, que não poderia se deixar passar de tal maneira. Engoliu seco ao ver a serpente lendária aproximando-se mais uma vez...Apesar de estar ao seu lado, ainda sim, era uma visão aterrorizante.

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Antes de questionar a criatura, Koyamanara fez questão de acender um cigarro para tragar um pouco, temporariamente saciando seu maldito vício. A questão que havia de tratar com Aoda era bem simples - Era queria informações mais detalhadas sobre o reino das serpentes e também como ela poderia convocar essas criaturas em campo de batalha, afinal de contas, ela não invocou Aoda - O pergaminho o fez, como um sinal de boas-vindas. A serpente ficou pensante durante algum tempo, mas respondera que ela não precisaria se preocupar com o método de invocação, isso já estaria gravado em sua mente, só bastava descobrir onde. Além disso, Aoda recusou-se a dar informações adicionais sobre a Caverna Ryuchi, desaparecendo pouco tempo depois de responder as dúvidas primárias da garota. Decepcionada com o comportamento da serpente mas ainda tendo o entendimento de que havia acabado de firmar o pacto, a jashinista imortal deu as cosas e concentrou o chakra por mais uma vez, inspirando profundamente enquanto visava alcançar a borda do precipício, preparada para descer a montanha com os pés, desafiando a si mesma a não tropeçar ou perder a concentrar por um único segundo. Então, concentrando sua própria energia nos pés e utilizando o Ki Noboru nO Shugyo como método de auxílio para cumprir seus objetivos, firmou a sola dos sapatos no solo ígreme e curvo da enorme montanha de topo nevado e passou a descer de maneira descuidada e bastante veloz. Tinha a certeza de que nada aconteceria a ela, pois Jashin supostamente estaria guardando-a com seu zelo maléfico. Abriu um grande sorriso ao perceber que de fato, o controle do chakra havia sido refinado de maneira drástica, nem mesmo podendo ser comparado as suas utilizações anteriores. Mesmo assim, algumas coisas ainda aconteceriam mesmo após sua descida até o solo. Poucos segundos depois de finalizar a descida, um grupo de homens mal vestidos apareceu, expressando surpresa e ódio.

— "Não é possível...Ela destruiu o templo sagrado! Aquele que nós guardamos por tanto tempo, o tesouro centenário das cobras...Ela roubou! Impossível! Homem, matem ela! Precisamos daquele pacto de volta antes que o firmamento de chakra entre os reinos termine! Vamos, façam dela um cadáver desfigurado!" — O primeiro exclamou, realizando selos manuais.

— "Guardiões das ruínas, heh? Jurava que não haveriam problemas por aqui, mas a aparição de Aoda foi explosiva e extremamente destrutiva. Enfim, será um bom momento para testar o meu poder com meu controle aprimorado de chakra e também com as cobras. Hora de  ver como estes treinos e aquisições melhoraram meu desempenho...Só espero que aqueles ali levem a luta a sério...Mesmo que saibam da inevitável morte." — Pensou, preparada para iniciar o combate e por um fim definitivo a isso tudo.

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Os vagabundos estavam verdadeiramente irritados, era possível perceber que até mesmo lágrimas caiam no rosto de um deles. Qual era o sentido de guardar um poder de tal magnitude, se você pode simplesmente usá-lo a seu favor da maneira que bem entender quando o pacto é firmado? Haviam muitos questionamentos e dúvidas em relação as verdadeiras intenções daquele pequeno grupo de homens - Mas não era hora de ficar pensando nestas coisas. Utilizando selos manuais, dois deles lançaram técnicas de naturezas opostas: Fogo e Água, enquanto os outros preferiram continuar com a investida direta e corpo-a-corpo, carregando consigo armas como espadas, machados e até mesmo uma foice personalizada para a batalha. Concentrando o chakra e sorrindo, Saori utilizara de toda a sua velocidade para afastar-se na intenção de se esquivar das técnicas adversárias, ao mesmo tempo em que realizaria uma sequência dupla de selos de mão, preparada para contra-atacar seus adversários com a toda a força que ali continha. — "Raiton: Gian!" — Concentrando o chakra em seu abdomen e o amassando no estômago, o refluxo de energia fora disparado como um mortal feixe elétrico que devastou uma grande linha a sua frente, causando não só a morte daquele que estava diretamente em seu caminho, como também na destruição da técnica de água, que explodiu de maneira a anular sua companheira do elemento fogo. Os homens pareciam não se abater e continuavam avançando, já estando muito próximos da garota, enquanto os outros dois permaneciam ao fundo, se preparando para mais uma rajada de técnicas. Porém, antes que isso acontecesse, a imortal preferiu se livrar deles primeiro. — "Raiton: Chidori Senbon!" — E então, uma grande descarga de energia moldou-se ao redor do corpo da garota, que logo se desfez em inúmeros fragmentos menores, que foram atirados por cima daqueles que permaneciam ao longe. Apesar da velocidade absurda da técnica, um deles ainda foi capaz de fugir antes que as fagulhas elétricas o atingissem, mas o outro não teve a mesma sorte. Seu corpo, perfurado por dezenas de espetos elétricos, sofrendo uma morte dolorosa que quase culminou em uma combustão pela potência da descarga elétrica. A garota havia conseguido o que queria, mas não tinha muito tempo para pensar, pois já estavam próximos. E estando tão perto assim, ele não poderia fazer muita coisa a não ser desviar até encontrar uma brecha. Apesar disso, pensou em uma ideia ainda melhor do que simplesmente ficar usando técnicas aleatórios até exterminar seus inimigos: Utilizaria a técnica de invocação pela primeira vez após o pacto, mas deveria ter certeza do refinamento do controle sobre seu próprio chakra, ou a invocação poderia falhar. Sentia que as técnicas do relâmpago estavam mais consistentes e precisas após o breve e contínuo treinamento, mas ainda sim, mantinha a dúvida. Além disso, não se contentaria ao invocar uma serpente de nível mais baixo, afinal de contas.

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Mesmo sem a utilização de nenhuma técnica, Saori era veloz e habilidosa o suficiente para esquivar-se da maioria dos golpes que vinham em sua direção - Mas a quantidade de oponentes era grande demais para a garota manter o foco e concentração na batalha todo o tempo. Mas gostava daquilo - Alguns cortes de espada eram feitos em seu corpo, a maioria se curava quase que de maneira instantânea graças a sua maldição, e isso a fazia bastante eufórica. A sensação da dor - E também de saber que poderia prolongar a luta pelo tempo que quisesse por ser uma criatura imortal. Mesmo assim, não queria gastar suas energias neste combate por ainda ter que retornar ao vilarejo. Se ela fosse requisitada para cumprir uma missão e não estivesse presente, com certeza seria punida de alguma forma. Por conta disso, deu um grande salto para trás enquanto realizava selos manuais que vinham a sua mente, concentrando o chakra na mão e levando o palmo direito ao chão. Um pequeno círculo formou-se ao redor do palmo e diversas linhas negras se estendiam a partir do mesmo, indicando uma técnica de invocação. Os homens não hesitaram em avançar imediatamente, e antes que a técnica se completasse, um deles saltou e esmagou a mão direita de Saori ao cair sobre ela com toda a sua força, assim impedindo que uma serpente lendária fosse invocada. A Jashinista imortal abriu um sorriso maior ainda ao perceber que o inimigo revidaria da mesma forma que ela, e por conta disso, concentrou chakra da natureza dos relâmpagos no braço esquerdo, liberando uma descarga elétrica de alto nível que após percorrer todo o seu corpo, eletrocutou o homem, causando-lhe uma parada cardíaca por conta da voltagem que lhe foi implicada. Levantou-se rapidamente e percebeu que a mão estava quebrada junto de três dedos, mas não demoraria muito para se curar. Um dos dedos já estava retornando ao seu estado original, enquanto a mão já não mais doía. Os outros vagabundos não pareciam acreditar no fator de cura malígno de Koyamanara, enxergando-a como um verdadeiro demônio. Mesmo assim, eles não tinham opção se não continuar avançando até que estivessem mortos. Parecia uma vitória impossível - E de fato, era.

— "Isso é tão divertido, é uma sensação mágica! Essa dor, esses ataques....Isso sim é diversão de verdade! Vamos, continuem me atacando! Essa comédia maravilhosa está longe do fim, quero sentir ainda mais coisas! Me rasguem inteira, me perfurem, queimem...Eu quero sentir tudo! É a primeira vez que alguém me fere desta forma, mas não importa, eu sou imortal! Sou invencível, sou a escolhida de Jashin!!!" — Exclamava, notoriamente eufórica e gargalhando.

— "Tem poucos de nós...Mas que droga. Vamos atacar de uma só vez, a mão dela já deve ter se curado a essa altura e os selos de invocação estão no chão. Será nosso fim, mas não tem o que fazer. Fugir seria inútil, então vamos concentrar todas as nossas forças nesse ataque, entenderam? Concentrem o chakra, vamos usar aquela técnica!" — O líder ditou.

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Palavras: 512

"GLÓRIA A JASHIN!"

— Kyodaijya | HP: 600 / 600 | CH: 500 / 500 —

Provavelmente ela seria capaz de acabar com o combate naquele mesmo instante, mas decidiu prolongá-lo ao utilizar-se da técnica de invocação. Levando o dedo ao chão mais uma vez e com o controle de chakra refinado, espalhou-o para todas as inscrições que ali se encontravam, concluindo a técnica e convocando uma gigantesca serpente de coloração amarronzada - Kyodaijya. Apesar de não falar a língua humana, era capaz de compreendê-la. A colossal cobra surgira logo abaixo de Saori, e por conta disso a garota imortal agora encontrava-se acima de sua cabeça, a mais de quinze metros do chão. Sua mão já havia se curado por completo, como se nada houvesse ocorrido, e com um único comando, ordenou que a enorme serpente finalizasse o trabalho sujo que a própria imortal havia começado. Abrindo sua boca e revelando as duas enormes presas venenosas que continha, Kyodaijya se moveu em uma velocidade bizarramente para uma criatura com tal tamanho, alcançando a localização do grupo de homens em um único instante. Dois deles foram devorados naquela mesma investida, enquanto os demais foram esmagados pela força bruta do animal lendário. Koyamanara gargalhava de maneira sádica, enquanto acendia um cigarro em comemoração ao massacre e também para saciar seu vício. Tragando-o, a fumaça expirada continha faíscas, indicando que ela havia alcançando um extâse em sua vontade sanguinária. A perturbação mental, no então, devia ser mantida sob controle antes que ela acabasse fazendo muito mais do que matar alguns simples camponeses de merda. Verificando a cena do alto, virou o rosto em sinal de desprezo e ordenou que a serpente avançasse em direção ao vilarejo, com um abrangente sorriso em seu rosto. O domínio do chakra e das serpentes estavam em suas mãos - Mas não estava nem perto de ser o suficiente para agradá-la de verdade.

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"GLÓRIA A JASHIN!"

A passagem com auxílio da serpente colossal se tornava muito mais rápida e rápida, pois pelo tamanho e força do animal lendário, a grande maioria dos obstáculos eram completamente destroçados. Mesmo com tais vantagens, não poderia simplesmente permitir que plebeus ou outros cidadãos de Kumogakure avistassem sua invocação. Por conta disso, ordenou que a criatura parasse a cerca de 950 metros de Kumogakure, entre as árvore. Baixando seu pescoço, Kyodaijya retornara ao reino lendário das serpentes poucos instantes após Saori descer de sua cabeça, para então iniciar a caminhada de retorno até os portões do vilarejo. Fechou os punhos por diversas vezes e verificava os locais antes feridos pelas armas dos vagabundos - Percebendo que nem mesmo cicatrizes ou gotas de sangue marcavam sua pele. A benção ia além das capacidades da carne humana, uma extensão verdadeira da vida. Alcançando a entrada do vilarejo oculto sem muitas dificuldades e sem ser barrada pelos shinobis que guardavam o local por terem avistado sua bandana, bocejou de cansaço. Havia obtido resultados extremamente positivos com o que fora indicado por Gyutaro, e por agora, poderia descansar com tranquilidade. Já não tomava banho fazia pelo menos uns dois dias e estava morrendo de fome - Apesar de ser uma descontrolada e obcecada pelo ocultismo da mais fina camada cósmica, ainda sim, por dentro era uma mulher vaidosa que tinha lá suas vontades e obrigações. Enfim - Mais um dia, mais uma surpresa. O mundo shinobi é uma verdadeira caixinha de surpresas, mas infelizmente, nem todas elas são boas como a maioria das pessoas pensa.

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