"GLÓRIA A JASHIN!"

O maldito Sol mais uma vez se fazia presente aos céus de Kumogakure no Sato. E ali, naquela miserável situação, eu me encontrava. Era uma droga, andar de um lado para o outro sem ter porra nenhuma para fazer. Mesmo assim, eu pensei em algo para conseguir me divertir um pouco. Já fazia muito tempo desde que nada fazia como uma kunoichi, então decidindo que iria tomar duas missões a fim de passar um pouco deste tédio enfadonho. Bocejei no caminho, não estava muito acostumada e realizar caminhadas tão longas. Era uma das poucas vezes que deixava as favelas nefastas e fedidas do vilarejo. O rosto daqueles vagabundos que viviam jogados em qualquer lugar me fazia rir, era incrível como o ser humano se conforma com tão pouco. Aquelas pobres almas estavam com seus dias contados, e talvez, eu pudesse usar seus corpos para oferecer a Nyarlathotep. Meus esforços me fariam ascender, eu aguardaria ansiosa pelo dia em que a benção dos horrores cósmicos me consumisse. Mas enquanto não viesse, teria que cumprir os deveres de baixo nível do reino dos homens. Aproximando-me do gabinete do Raikage, rapidamente escolhi as missões que seriam cumpridas e avisei a atendente local, dando as costas para enfim dar início ao cumprimento das missões A Primeira era relativamente simples - Apreender um grupo de arruaceiros que vêm causando problemas nas vielas da grande vila central do País dos  Relâmpagos. Já a segunda consistia em basicamente escoltar uma carga até uma vila vizinha, que apesar de aparentemente não possuir nenhum perigo, ainda deveria me manter atenta. Decidi por cumprir a missão de carga primeiro, visando o cumprimento rápido e eficaz de ambos os deveres. Estava, no entanto, triste por saber que não seria tão divertido quanto eu pensei - Muito possivelmente, nada poderia fazer além de andar e com sorte matar algum animal aleatório. Minha vontade de consumir o sangue - De apreciar o doce sabor da morte estava a flor da pele, eu precisaria fazer alguma coisa a respeito. Mesmo assim, teria que esperar pelo momento certo para tal. Disparando em altíssima velocidade contra a trilha sinalizada como a que me levaria até a vila menor a qual eu deveria deixar a carga que me fora entregue. Era um caminho bastante tortuoso, apesar de relativamente aberto e bastante pacífico. O canto alegre dos pássaros fazia-me ficar irritada, aquele lugar parecia florzinha demais para meu gosto. Não fazia sentido, ao menos para mim, que eles pudessem conviver de maneira harmônica. As condutas sociais dos humanos era nojenta e injusta - Além de sempre ter sido acompanhada pelo espírito da morte e desgraça. Mas para os animais, tudo parecia perfeito. Era inaceitável, patético. Eram seres baixos, incapazes de enxergar a beleza por trás da chacina sangrenta. Porém - Algo relativamente inesperado acontecera. Quando estava pouco antes da metade do caminho, um grupo de cinco jovens utilizando trapos e carregando facas consigo impediu meu caminho, com sorrisos maléficos em seus rostos.

— "Qual foi, gatinha? Vamo, passa essa porra de caixa ai pra nois, se não o bonde vai fazer uma coisa muito paia pro cê! Vamo, passa sa porra logo!" — O de maior estatura ditou.

Era um analfabeto funcional. Aquele vagabundo nem mesmo parecia ser capaz de manter-se de pé, era completamente patético. Digno de ser parte de um manicômio, ali passei a enxergá-lo como nada mais do que um animal ligeiramente evoluído - Um sub-humano, no melhor dos casos. Não pude conter o riso, diante aquela situação. Era esse o grupo que me mandaram prender? - Patético. Saquei uma única e passei a concentrar o chakra, com intuito também de aprimorar minhas habilidades sobre o ninjutsu da natureza dos raios. Mesmo não sendo a melhor no controle do chakra, eu ainda nutria de alguma habilidade para fazer tudo do meu próprio jeito. Pequenas faíscas saíram de meu braço direito, estava pronta para iniciar combate, com um brando sorriso no rosto - Ainda que sem dizer nada.

— "CÊ TA É TIRANDO COM NOIS, É SUA PUTA? AÍ OS CARA, BORA FURAR ELA! VAI!" — Ele gritou, enraivecido.

Então, todos seguraram na empunhadura de suas facas, avançando contra mim. Apesar de tudo, eram extremamente lentos e desengonçados. Nem mesmo precisaria me esforçar para deixá-los sob meus pés, mas ainda sim, tentaria fazer com que aquela batalha fosse um pouco mais interessante. Concentrei os raios em meus punhos, utilizando uma manipulação enquanto avançava para desferir dois golpes rápidos contra dois subordinados do maior, efetivamente paralisando-os por conta da natureza, combinado com a força do golpe que o fez cair de joelhos. Sem reação a minha investida, tiveram pouco tempo para reagir a segunda. Enquanto gargalhava, disparei um feixe elétrico contra o centro dos malditos, o que causou um espalhar da eletricidade, efetivamente eletrocutando todos de uma só vez. Após tal, com a kunai, executei-os. Seus corpos sem vida caíram ainda de olhos abertos, e uma poça de sangue se fazia. Bebi um pouco do sangue derramado e levantei-me após o ato, limpando a boca para finalizar a missão. Colocando a kunai em seu devido lugar, mais uma vez dei passos longos e rápidos para finalizar o caminho. Chegando sem muitos problemas até o local. Após deixar a entrega no local indicado pela assistente ainda quando em Kumogakure, dei as costas e voltei por um caminho mais curto, efetivamente finalizando meus deveres sem muitos problemas. Sentia que estava mais forte de alguma maneira, mesmo sem dizer especificamente como. Retornando ao gabinete, relatei os acontecidos e ambas as missões foram dadas como cumpridas. Havia sido fácil demais, mas até que valeu a pena.

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