Ainda era noite, quase madrugada. O breu instalava-se no vilarejo e com ele uma penumbra trazida pelo véu da noite, a maioria dos cidadãos havia se recolhido para suas residências e na rua circulavam apenas alguns moradores e arruaceiros.

Giyu não conseguia dormir aquela noite, estava deitado com os olhos bem abertos e fixos olhando para seu teto. O quarto todo apagado, apenas com a luz dos postes que vinha pela janela e penetrava suas cortinas, ainda que grossas. Estava um pouco frio, para falar a verdade, e por isso o shinobi se enrolava em um cobertor na esperança de ter uma calma noite de sono.

Mas suas expectativas seriam frustradas logo em seguida, com toques violentos em sua porta. —— Giyu-san! Está aí?! —— A voz vinha da porta, e Giyu levantou-se às pressas ainda com calças e blusa de pijama cinzas foscas. —— O que é? —— Ele abriu a porta rapidamente, encontrando um garoto de recados. —— Requisitam sua presença no quartel! —— O menino entregou uma cartinha e saiu correndo.

Giyu tomou a carta na mão e fechou a porta antes de abrir e lê-la. Era uma convocação. —— Tsc, essa hora?! —— Resmungou, clicando a língua.

Bonificações escreveu:Grande Vitalidade = +250HP.
Grandes Reservas de Chakra = +250CH.
Grande Controle de Chakra = -25% de consumo de chakra.
Habilidade em Taijutsu = -20CH de consume de taijutsus puros.
Pontos em Stamina = +50CH & +50HP

”Considerações” escreveu: Missão C, solo —— 1/5

Spoiler:

Giyu apressou o passo para se trocar, pôs suas roupas de costume — um colete e calça pretos, coberto por um manto vermelho de um lado e estampado do outro — e zarpou rumo ao quartel.

As ruas escuras eram iluminadas por postes espalhados pelo vilarejo, mas que não adiantavam muito. No caminho, viu alguns bêbados largados às traças e arruaceiros aglomerados fazendo a única coisa que sabiam fazer, ser um peso. Inexpressivo, o shinobi continuou seu trajeto.

Chegou ao quartel general e galgou pelo chão de madeira até uma saleta onde costumava encontrar seus superiores, responsáveis por delegar as missões. —— Giyu se apresentando —— Avisou, com os braços para trás.

—— Ah, aí está você. —— disse um deles. —— Aproxime-se, ande. —— Giyuu deu alguns passos e ficou de frente aos três homens que delegavam as missões do vilarejo. Eram Jounins, mas muito experientes e confiáveis. —— Temos uma missão para você, um moleque birrento resolveu azucrinar nossos juízos e está por aí fazendo a maior bagunça, tocando cornetas para acordar os moradores, pixando muros e importunando os bêbados nas ruas. Quero que dê cabo nele, com o mínimo de violência possível! Seu nome é Hikari, e ele está usando uma técnica de clonagem, mas só sobrou um clone além do verdadeiro. —— Giyuu ouvia atentamente, assentindo com a cabeça. —— Agora vá, está dispensado. —— O shinobi deu as costas e saiu.

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Passos calmos eram proferidos, sem pressa por parte de Giyu. Sem coordenadas, sem últimas aparições do rapazote, apenas uma missão de captura-lo. Deveria ele ser responsável também por, além de sua captura, sua procura.

Mas Giyu não se incomodava com esse detalhe, seria um bom ‘treino’ para quando precisasse localizar inimigos futuramente. Lembrou que os melhores rastreadores do vilarejo faziam parte, quase inteiramente, do corpo de membros dos caçadores ANBU. Então, obrigou-se a pensar. —— Como um caçador ANBU faria para acha-lo? —— Murmurou baixinho, apenas para si.

Começou procurando por rastros de suas aparições, apertando um pouco o passo. Pixações, bancas destruídas, garrafas quebradas, qualquer coisa que indicasse uma confusão. Passava correndo pelas ruas principais olhando para os lados ao atravessar ruas menores, onde talvez pudesse achar o que buscava. —— Sem sinal ainda... Talvez ele tenha ido dormir? —— Pendeu a cabeça para o lado, intrigado, até que um grito ecoou não muito longe de onde ele estava.

Giyu procurou a direção do grito e girou rapidamente seu corpo, saltando de encontro à origem da voz. Iria por cima, pelos telhados das casas, para cortar caminho. Tinha força suficiente nos pés para executar um belo salto que o permitisse isso. —— Tsc, apareça, vamos... —— Murmurou novamente, clicando a língua e estreitando os olhos, na esperança de achar o rapaz.

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O grito era uma voz feminina, e entre seus saltos nas casas, Giyu pôde ver uma casa de banhos em funcionamento. “A essa hora?” pensou, mas deixando isso de lado, passou a procurar o rapaz por perto.

O grito veio de dentro do estabelecimento, então deduziu que talvez tivessem descoberto estar sendo espiadas. Pelas redondezas não viu ninguém, então Giyu aguçou os ouvidos para tentar escutar algo. Bingo. Um som alto de um tambor caindo no chão alcançou-o os ouvidos e rapidamente ele se moveu em sua direção.

Era uma lata de lixo que havia sido derrubada, e um vulto dobrava a esquina quando encontrou-a. —— Tsc —— Clicou a língua outra vez, disparando na direção do vulto. Ali, iniciou-se uma perseguição entre Giyu e o vulto. Gato e rato em fuga, mas Giyu era um pouco mais ágil apesar de não estar dando tudo de si.

Ia cada vez mais se aproximando, dobrando ruas e chegando mais perto. Conforme aproximava-se, podia ver o rosto por trás do vulto que antes era encoberto pelas sombras da noite. —— Hikari?! —— Exclamou, notando que o rapaz respondeu quando ouviu o nome. Certamente era ele, agora tudo que precisava fazer era captura-lo. Como faria isso era assunto pros próximos capítulos.

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Inexpressivo como sempre, olhos apáticos vidrados no rapazote que corria à sua frente, Giyuu o seguia de perto. Cada vez mais perto. Era questão de tempo até alcança-lo, e foi quando passaram por uma encruzilhada que sentiu algo o acertando no rosto pelo flanco.

Era um pé, que o chutou no rosto e, pela sua velocidade, o tombou no ato. Giyuu bolou no chão por alguns metros até acertar uma parede e quebra-la com o impacto. Uma nuvem de poeira se ergueu e ele se ergueu dela, tapeando as roupas e suspirando, demonstrando não ter tido grandes danos. —— Yare, yare...

Direcionou seu olhar para aquele que o havia acertado, era um segundo Hikari, talvez uma cópia ou o original de fato. Eles fizeram um gesto igual de mostrar a língua e saíram correndo para direções opostas. Seu objetivo era claramente confundir Giyuu ou fazê-lo correr atrás do clone e deixar o verdadeiro escapar.

—— Tsc, crianças... —— Clicou a língua. —— Acho que vou ficar um pouco sério. —— Ajeitou sua postura e escolheu um alvo, qualquer um dos dois estava bom, então escolheu o da direita. E então, bum sua pisada foi tão forte que criou uma pequena rachadura no chão, e ele disparou na direção de Hikari.

Em segundos surgiu ao seu lado, e seus olhos apáticos captaram bem a sua expressão de espanto antes do punho de Giyuu atingir bem entre seus dois olhos com brutalidade. O rapaz bolou alguns metros e desfez-se em fumaça, revelando ser um clone. —— Cara errado. —— Olhou de canto para trás, na direção onde o verdadeiro Hikari havia corrido, ainda podia vê-lo. Assustado, ele dobrou uma rua, e outra, e outra, sempre olhando para trás para ver se não estava sendo seguido.

Quando ele decidiu olhar para frente —— Buu. —— Giyuu apareceu diante dos seus olhos como uma aparição. Na verdade, havia se movido tão rápido que o encurralou no seu próprio jogo de esconde-esconde. Uma única investida e um chute certeiro derrubaram o verdadeiro Hikari, permitindo sua captura.

Giyuu arrastou-o pelo pé até o quartel general, onde o entregou sem dizer uma única palavra e recebeu seu pagamento, assentindo com a cabeça e indo embora. Estava ansioso por uma noite de sono.

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”Considerações” escreveu: Missão C, solo —— 5/5

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