A cama do Uzumaki de cabelos espetados parecia flertar com seu corpo durante aquela cansativa madrugada. O shinobi havia sido chamado as pressas para uma pequena tarefa a mando de seus superiores na hierarquia militar da aldeia de Uzushiogakure, atividades estas que lhe custaram o dia todo. Foram feitos trabalhos braçais repetitivos, uma tarefa digna de alguém com seu vigor físico, entretanto, mesmo mostrando-se páreo para sua missão, as consequências foram sua fadiga muscular e algumas dores incômodas na lombar. Ao menos o ninja recebeu uma recompensa, um saco de ryos. Ao deitar-se, uma certa inquietação lhe roubava seu descanso. Durante a madrugada, quando acreditava finalmente ter achado a posição perfeita, algo parece despencar dentro do quarto de Baldur, possivelmente pequenos objetos metálicos pelo estrondo. Assim que o shinobi fita a direção de onde ouviu o barulho, percebe uma presença peculiar. Uma criatura anfíbia parecia ter invadido sua casa. O sapo olha para o ruivo e parte por uma das janelas, levando em sua boca algo que poderia ser facilmente sua bolsa de ryos. Antes de fugir, o Uzumaki levanta-se e parte em sua direção, pare que todo o suor daquele dia não fosse em vão. O sapo apresenta-se como um verdadeiro corredor, sendo capaz de realizar saltos formidáveis e alcançar uma velocidade surpreendente. Por fim, ambos saem da aldeia através de seus portões e começam a rodear os entornos da fronteira de Uzushiogakure. O nevoeiro típico da aldeia camufla o sapo, mas não impedindo o shinobi de persegui-lo. Quando a perseguição estava prestes a terminar, o sapo parece descer um fosso numa região desconhecida para o ninja, bem próximo ao grande oceano que cerca Uzushio. O fosse possui um formato circular, podendo ser descido por uma escadaria nas paredes de pedregulho. É possível se ver várias esculturas feitas sobre a parede, sendo elas sapos de diferentes tamanhos e posições. Ao descer por aquele grande fosse, tão longo quanto uma depressão, apenas se vê uma fonte de água sendo cevada por uma cascata de pedra e musgo. As águas dessa fonte não são translúcidas, tendo uma cor de verde água. O shinobi poderia colocar seu braço dentro da fonte e não tocar seu fundo. Havia um rastro de moedas que levava diretamente para essa fonte, mas não se sabe o quão profundo ela é. O Uzumaki sente-se tentado a entrar, mas cabe a ele decidir se isso é prudente de ser feito.

Considerações:

Apenas ao tentar tocar o fundo daquela fonte percebia-se sua profundidade, e então, quando Baldur saltou para seu núcleo, sentiu-se sendo puxado fortemente por uma correnteza que lhe toma a estabilidade e o faz rodopiar em meio àquelas águas. Em um momento, a correnteza parou de puxá-lo para baixo, e ao nadar para a superfície na busca por recuperar seu fôlego, levantou sua cabeça para contemplar uma paisagem jamais vista pelo shinobi de Uzushiogakure. Haviam diversas cascatas de bambu ou em formato de grandes sapos, folhas com um tamanho tão descomunal que formavam sombrinhas onde podería-se descansar, construções em formato de templos e cadeias montanhosas que cercavam toda aquele monte. O shinobi percebe vários sapos circundando as trilhas principais daquilo que poderia ser uma grande cidade, mas não sapos como convencionalmente via, mas sim, sapos vestidos, alguns levando até mesmo espadas em coldres na cintura. Baldur poderia olhar para cima e perceber além de um céu mais esverdeado, que havia descido de uma grande cachoeira, desproporcional aquela fonte que havia encontrado no fosse ainda na fronteira da aldeia do redemoinho. Ao olhar para a estrada, percebia um rastro de moedas que levavam a um sapo logo ao fundo, de pele avermelhada e com um óculos protetor pendurado em seu pescoço. Ele parece ter diminuído o ritmo de sua corrida e não percebido o ninja em suas costas, além de segurar uma bolsa furada em suas mãos, de onde desciam ainda mais moedas.

Considerações:

O shinobi decide aproximar lentamente daquele sapo. Os outros sapos ao redor do mesmo, que poderiam ser considerados como habitantes daquele monte, olham para Baldur com curiosidade ou simplesmente de forma cômica. Seguindo até uma distância mínima, a proxêmica reduz-se, com o shinobi perto o suficiente para apanhar aquele saco de ryōs. Sua tentativa tem êxito, com o garoto de cabelos ruivos conseguindo pegar seu pertence roubado. O sapo em questão apresenta-se intimidado, virando-se rapidamente após ter o saco retirado de suas mãos, olhando para o alto e curvando-se, encostando sua testa no solo arenoso: ー P-PORFAVOR! PEGUE O QUE QUISER E ME DEIXE EM PAZ! N-NÃO ME MACHUQUE! EU NÃO FIZ NADA! ー Brada em prantos o que deixa a situação um tanto desconfortável para o shinobi do redemoinho. O sapo clamava por sua liberdade em súplicas de misericórdia, tão abaixado que parecia estar sendo condenado ao corredor da morte. Alguns sapos nos arredores começam a olhar para Baldur com desconfiança em seus olhares, evitando cruzar olhares com o mesmo. De fato, aquilo parecia estar encaminhando-se para algo perigoso, mas que poderia ser resolvido tal qual um mal entendido.

Considerações:

O sapo levanta sua cabeça sorrateiramente e faz menção de fugir, mas ao perceber que Baldur não só identificava-se como explicava a situação, ele vira-se novamente para o shinobi: ー Como assim SEU saco de ryōs? Isso não era pra ser... NÃO, NÃO NÃO! ー Exclama o anfíbio avermelhado, tateando seu próprio corpo em busca de algo que aparenta ter perdido: ー CARAMBA! EU NÃO ACREDITO! Então eu devo ter pego sem querer! Mil desculpas moço... É, Baldur. Eu estava com tanta pressa que devo ter deixado cair meu pagamento e peguei o seu sem nem pensar. ー Prossegue o sapo: ー Eu sou Kōsuke, e esse aqui é o Monte Myōboku. Achei que você estivesse tentanto me roubar, então me perdoa pelo drama todo. Sinceramente não é estranho ter um humano por aqui, vira e mexe tem um novo, mas eu nunca ouvi falar de um que chegou aqui por acidente. ー Diz Kōsuke ajeitando o óculos pendurado em seu pescoço e rodeando Baldur, julgando-o: ー Escute, eu estava voltando agora de uma de minhas últimas missões. Eu sou o sapo mensageiro do monte, então sempre estou cruzando algumas das mais variadas rotas por todo o mundo ninja. Me acompanha, eu te mostro o lugar. ー Finaliza o sapo, prosseguindo com um caminhar saltitante após desculpar-se com Baldur. O shinobi e o anfíbio caminham pelos arredores: ー Sabe, existem várias formas de se chegar ao monte, seja através de uma invocação reversa ou um dos túneis de acesso, como o de Uzushiogakure, o mesmo que eu usei para chegar até aqui e você também aproveitou para pegar carona. ー Diz Kōsuke: ー Olha, eu tinha algumas mensagens para enviar diretamente para para o Gamamaru, então se você quiser me acompanhar eu te levo de volta para sua vila assim que eu terminar tudo bem? Assim você evita que o Gamatama faça confusão por não te conhecer. Vem comigo! ー Termina. O sapo então toma partida e parece guiar o shinobi para uma gigantesca escadaria que aparenta levar a uma grande construção, com uma arquitetura semelhante a de um templo fechado, com diversos pergaminhos voando em círculos pelo local.

Considerações:

ー Bom, é normal que não conheça mesmo. Aqui é onde o Grande Sapo Eremita, Gamamaru, vive, o ancião do Monte Myōboku. Ele é um sapo respeitado e de grande sabedoria, sendo até mesmo capaz de dizer profecias, muitas já até mesmo concretizadas! Eu estava em uma missão para entregar alguns papéis para Gamahiro, a pedido do Grande Sapo, então estou apenas indo falar diretamente com ele. ー Diz Kōsuke entre vários saltos nos degraus da escadaria: ー Esses pergaminhos em volta são parte da grande coleção de Gamamaru. Seus ensinamentos estão contidos neles. Esses conhecimentos foram dados aos primeiros homens e mulheres a habitarem o planeta! Sinceramente, é incrível o quanto aquele sapo já viveu. ーFinaliza o sapo ao chegar no último degrau: ー Bom, eu pretendo ir e voltar rapidinho, então não vai demorar muito. Se você quiser conhecer o Gamamaru, eu tenho certeza que ele te aceitará com toda a simpatia do mundo. Então, quer conhecer aquele que já deve ter conhecido seus antepassados mais distantes? ー Questiona, finalizando a conversa e adentrando o templo, aguardando pela resposta do shinobi.

Considerações:

ー Bom, todos os sapos possuem técnicas ninjas. Nós somos invocações, criaturas inteligentes que vivem diferente da terra dos humanos, e ajudamos aqueles que nos contratam com nossa força! Eu não sou muito habilidoso, mas sou um mensageiro veloz. ー Diz ele, adentrando o templo, abrindo seus grandes portões. Baldur, o shinobi de cabelos escarlate o acompanha, pensativo. O templo possui uma grande estrutura interna, com diversos pilares e estantes, onde pergaminhos lacrados estão dispostos. Dentro do templo, um grande sapo, com uma aparência que remete sua idade avançada, esta sentado, observando ambos encaminharem-se em sua direção. Kōsuke se aproxima, curvando-se, dirige a palavra ao grande sapo: ー Grande Sábio, vim aqui lhe dizer que consegui enviar a carta que havia me pedido, mas mais importante, uma criança humana novamente vem a nosso monte. ー Diz Kōsuke: ー Ó, sim... O humano de minha profecia. Vejo que uma criança de cabelos vermelhos chegaria. Meus sonhos diziam sobre sua chegada. ー Diz Gamamaru, o Grande Sábio, usando de um colar em seu pescoço e um capelo em sua cabeça: ー Bom... Eu... Nossa, quem é mesmo você? Porque está aqui mesmo? ー Continua: ー Eu sou o Kōsuke, Grande Sábio! Eu entreguei a carta que me pediu! Responde: ー Carta... Á, sim, eu vejo... E você trouxe consigo a criança... Ela... Minha nossa, quem é ela? ー Questiona: ー Grande Sábio! Ela é a criança que estava dizendo até agora sobre! A criança de cabelos vermelhos! ー Á sim, vejo que é ela mesmo. É bom vê-lo pessoalmente. Gostaria de saber mais sobre você, Baldur. ー Finaliza Gamamaru, o Sábio dos Sapos, com seus grande solhos e pálpebras cerradas.

Considerações:

ー Sim, sim! Uzumaki Baldur, o menino dos meus sonhos, eu lembrei de você!... Á, sim... Vejamos, o menino de cabelos vermelhos, vejo que você está destinado a grandes feitos ou fardado ao esquecimento, sim. Você terá o poder dos sapos ao seu lado, e assim, uma jornada o aguardará! Essa é minha profecia, que eu mesmo sonhei. ー Diz Gamamaru: ー Pode achar estranho, mais muitos jovens meninos já vieram a estas terras, mas nunca por acidente. Todos aguardávamos pela chegada desses meninos. O mundo não é formado por sorte, e sim por destino. ー Continua: ー Lhe direi seu destino quando a hora chegar. Por hora, você deve fortalecer seu corpo e mente, e com a ajuda do poder dos sapos, esse destino tornara-se próximo... Sim! É isso que meu sonho dizia. ー Finaliza o Grande Sábio. Um grande pergaminho cai dos céus, sendo pego por Kōsuke antes de tocar o chão. Ao abrir o grande pergaminho, haviam diversas colunas com nomes escritos com sangue na superfície da folha. Uma coluna em branco é selecionado, e o pergaminho é posto a frente do Uzumaki: ー É aqui que você assina. Se não estiver familiarizado com o contrato de invocação, apenas assine com seu sangue nessa área em branco, e pressione todos os seus dedos logo abaixo. ー Finaliza o anfíbio.

Considerações:

ー Que excelente! Você tem uma caligrafia... peculiar, mas acho que já serve! Que emoção! É minha primeira vez vendo alguém assinar um contrato com a gente! ー Diz Kōsuke, entre altos saltos, nitidamente excitado. O pergaminho é entregue diretamente a Gamamaru. O anfíbio vermelho guia o Uzumaki e volta para a entrada do Monte Myōboku: ー Devo dizer, é quase impressionante você ter conhecido logo de cada o Grande Sábio. Aquele velho está cada vez mais gagá, mas é um sapo de grande sabedoria. Espero que você consiga grandes feitos e concretize aquela profecia. Fique atento, ele nunca errou uma única profecia nessa loooonga vida dele. ー Finaliza Kōsuke enquanto acompanha o Uzumaki em direção ao portal para Uzushiogakure.

Considerações:

ー Para dizer a verdade, eu nunca vi pessoalmente outras invocações, pelo que me lembro, mas que existem outros contratos, sim, existem. Muitos animais lendários vagam pelo mundo ninja, mas apenas nós, os sapos do Monte Myōboku, temos um profeta! ー Graceja o anfíbio, num tom cômico habitual. Ao ouvir o questionamento do shinobi quanto a possibilidade de outro Uzumaki ter assinado um contrato de invocação, Kōsuke esboça um sentimento pouco expressivo, uma queda emocional, como se tivesse sido surpreendido, ao mesmo tempo ferido por uma memória: ー Bom, houveram muitas pessoas que fizeram o contrato com os sapos, talvez milhares. Desculpa, mas se tivesse algum Uzumaki aqui eu provavelmente já me esqueci deles... ー Continua, com uma tonalidade mórbida, quase como lembrando-se de uma tragédia: ー Bom, é aqui que acaba sua expedição! Você pode voltar mais vezes quando sentir vontade, ou quando quiser ouvir mais um pouco do dia a dia dos sapos! Te vejo por aí, Uzumaki Baldur! ー Finaliza o anfíbio, encerrando a conversa a alguns metros de distância da fonte onde haviam se encontrado: ー Para voltar basta nadar para cima! Eu sei, a correnteza é pesada, mas não é impossível! Se você s esforçar um tiquinho vai voltar para Uzushiogakure! Boa sorte!.

Considerações:

O shinobi de Uzushiogakure contempla uma última vez a paisagem surrealista do Monte Myōboku, atirando-se contra as águas da cascata e nadando para cima. A correnteza puxava-o para baixo, mas com um pouco de força fora possível usufruir da passagem para retornar para o país da água. Ao subir para a superfície, entre uma grande arfada para recuperar o fôlego, o ninja do redemoinho se viu novamente na paisagem daquele grande fosso, com uma escadaria para que o mesmo pudesse retornar para sua morada. Bastava terminar o dia com um merecido descanso. Instantes seguintes, uma bolsa de ryōs é lançada contra seu tornozelo, com algumas das moedas que não ficaram perdidas no caminho.

Considerações: