Por mais uma vez, o trabalho duro parecia me chamar. Com passos pesados em direção a uma enorme ravina que se fazia em meio a uma floresta solitária, foram me dadas as informações por um Nukenin de classe mais alta de que um grande tesouro ali jazia e que meu objetivo seria nada mais do que recuperá-lo e eliminar as ameaças que encontrar pelo caminho. O pagamento seria excelente, e eu não poderia perder a oportunidade de me enriquecer para assim talvez conseguir ainda mais espaço e oportunidades para a libertação total do potencial oculto que reside dentro de mim, além da linhagem sanguínea dos Lee que me permite ser muito mais do que um simples usuário de artes marciais. Desci pelas aberturas e fissuras exóticas nas paredes, e pouco a pouco me aproximava do solo. Era uma espécie de mina escavatória com diversos equipamentos e trabalhadores que constantemente tiravam o entulho e outros materiais preciosos ou não do caminho. Quando estava a cerca de vinte metros do chão, pulei para cima de um destes trabalhadores e esmaguei seu crânio com uma joelhada, fazendo com que os olhos saltassem para fora da órbita e que pedaços de cérebro se espalhassem por todo o chão, matando-o instantaneamente. Os outros não se alertaram por ter sido um assassinato nas sombras, e com seu talento natural para o Taijutsu, também consegui realizar algo silencioso e rápido, como uma mera passagem de uma mosca pelos céus. Observei os arredores e percebi que um túnel em específico estava sendo vigiado por diversos ninjas com espadas duplas em suas mãos, além de também estar selado por um grande e resistente portão de aço reforçado, preso por correntes. Os outros túneis da escavação eram bastante simples e sem muitas estruturas nobres, servindo apenas como buscas experimentais, sem gasto elevado de material importante  e escasso no momento. Deduzi facilmente que por trás daquele portão de aço algo grandioso me esperava, mas não tinha certeza se era o tesouro ou um outro portão, dependendo do que poderá acontecer agora. Retirei a Kusarigama de minhas costas e comecei a girá-la ao redor de meu corpo, com perícia e maestria, lançando-a rapidamente contra um pilar de madeira a 10 metros de distância e partindo-o ao meio com um único golpe, tão rápido que ninguém pôde ver o que o atingiu. Após a queda da enorme estrutura de madeira e a morte de mais dois trabalhadores locais, deixei as sombras e pulei para o centro do conflito, onde me vi de frente para sete ninjas fortemente armados. Pularam para trás e tomaram pose de combate, enquanto também segurava a Kusarigama apenas com o braço direito, com as correntes enroladas e a lâmina balançando em meio ao ar. O olhar que fiz naquele momento era afiado, e tanta pressão que coloquei na empunhadura da foice que eles sabiam que poderiam morrer naquele mesmo momento. Os trabalhadores tentavam se esconder e gritavam, como se o próprio demônio estivesse fazendo presença ali. Os cabelos longos em minhas costas começavam a subir e tomar uma forma espetada, e uma leve aura de chakra verde também se fazia, além de um grande sorriso macabro no rosto. Sim, por mais uma vez, o sangue dos inocentes seria derramado. Não me importava, contanto que ainda fosse divertido aos meus olhos. Me fortificar de qualquer maneira era o objetivo, matando todos no caminho sem distinção ou piedade...Tudo para a vingança ser completada, não importando os custos ou consequências.

O Peso de todas as vidas que ceifei até o momento pareciam encarnar sobre os corpos daqueles sete homens. Com suas espadas modificadas e empunhadoras de aço, se separaram em formação e começaram a se mover em alta velocidade. Imediatamente, abri os dois primeiros portões, ocasionando na mudança drástica da coloração do cabelo e olhos, se tornando, respectivamente: Dourados e azuis. Com o sorriso no rosto, avancei contra o grupo de homens sem hesitar com a foice em mãos, primeiramente partindo para um combate entre as armas, porém os alvos eram muito velozes. Eles desviaram-se com certa facilidade se puseram a contra-atacar, o que gerou um embate de múltiplos ataques em um curtíssimo espaço de tempo, cortando-me algumas vezes em meio às defesas contínuas com a foice e mãos. Em um dado momento, não havia mais opção do que se fazer e fui obrigado a abrir o sexto portão interno, mudando a cor do cabelo para um verde extremamente forte com uma aura de chakra explosiva que arremessou os oponentes para longe. Avançando por mais uma vez, a velocidade que se fazia em meu corpo ultrapassava todos os limites, com um único soco direto contra a defesa de braços de um oponente sendo capaz de decepar ambos os membros e ainda destroçar seu pescoço, o que fez com que o corpo mutilado do espadachim fosse arremessado para longe sem esforço algum. Os demais olhavam perplexos, mas também utilizavam de suas próprias artimanhas para conseguir acompanhar o poder imensurável que expandia constantemente de minha existência. Dois deles não conseguiam acompanhar e por conta disso não foi muito difícil defender-me e desviar da maioria de seus golpes, enquanto os outros estavam no mesmo nível ou muito próximo. A batalhava era ardente, estruturas inteiras eram destruídas no confronto e o chão rachava com tamanha pressão criada pela chuva interminável de golpes. Os trabalhadores se jogavam no chão com medo, e um oitavo homem apareceu, parado à frente do portão de aço. Virei-me de costas e dei um chute giratório contra a lateral  do rosto de um dos mais lentos, fazendo sua cabeça virar em 180º graus e arrancando grande parte da carne e ossos do mesmo. O sangue jorrava e  mais um dos companheiros tentava atacar novamente, uma tentativa fútil quando minha foice influenciada pelo estado dos oito portões despedaçou sua Tõken e partiu-lhe verticalmente ao meio com um único golpe. Três haviam caído, agora restavam....Cinco deles. Mesmo assim, eu não poderia dizer que estava confiante...Existem dois ali que me preocupam, e muito. A aura deles é muito forte, e sinto também que eles tem tanto potencial ofensivo quanto eu. Mesmo assim, o combate deveria continuar! Não havia tempo para descanso em meio à guerra.

Três restavam, e eu sabia que com a força que tinha atualmente não seria capaz de deter todos sem me ferir gravemente. Por conta disso, rapidamente cruzei os braços e concentrei ainda mais chakra por todo o meu corpo enquanto se aproximavam, criando uma aura de energia azulada ao meu redor extremamente brilhante, que lentamente se desfazia ao ar como cacos de vidro e dava origem a abertura do 7º Portão, que deixava meus cabelos extremamente espetados, maiores e para cima, além de ganharem também uma cor azul-clara. Os músculos cresciam ainda mais e meus olhos perdiam a cor, além da sanidade lentamente se esvair por conta do enorme poder latente que ali se fazia. Concentrado e sem aura de chakra visível, em questão de um único segundo consegui me desfazer do primeiro agressor com uma saraivada de golpes que destruiu por completo sua caixa torácica, antes que todos pudessem reagir ou mesmo entender o que estava acontecendo. Nem mesmo eu consegui enxergar para onde fui, meus instintos me guiaram e os braços moveram-se quase que de maneira involuntária, trazendo-me mais uma morte ao nome. O desespero dos outros dois era visível, mas mesmo assim tentavam reagir. Não foi fácil desviar da enxurrada de golpes de espadas que eles se propuseram a fazer, sendo tão rápidos e potentes quanto meus próprios socos. Porém, em uma única abertura, tive a oportunidade de chutar a mão que empunhava a espada da mão direito do segundo homem, afastando o terceiro pela onda de impacto leve e dando brecha para um contra-ataque diretamente em seu rosto, arremessando o corpo para cerca de sete metros de distância com tamanha pressão e força do golpe. O Último homem se manteve completamente parado em posição defensiva, como se estivesse com medo. Aproximei-me lentamente do mesmo, fechando os punhos e sorrindo.

— "Imagino quais devam ser suas últimas palavras, mas é uma pena que não tenha a oportunidade de falar, não é mesmo?" —

Proferi, como se aquele homem não tivesse tempo de dizer os últimos pensamentos antes do crânio se transformar em poeira. Quando ergui a mão para finalizar o homem de maneira brutal, dois cortes no lado direito do peito se fizeram e o sujeito agora se encontrava atrás de mim. Olhando mais a fundo, percebi que se tratava de algo parecido com um clone - Mas era uma espécie de imagem/reflexão do original. Ele se aproveitou da brecha para contra-atacar, causando danos ligeiramente severos. Mesmo assim, tudo o que eu poderia sentir no momento era raiva e desprezo. Virei-me lentamente com o mesmo sorriso - Ainda maior - E com punhos cerrados criando tanta pressão que todos ao redor poderiam sentir a morte se aproximando. Gritei extremamente alto e fiz com que uma aura de chakra azulada se fizesse ao meu redor, destruindo o solo abaixo de meus pés e criando faíscas elétricas de mesma cor ao meu redor de tanta energia exalada pelo 7º Portão. Aproximei-me rapidamente e deferi o golpe finalizador contra a barriga do homem: Uma joelhada tão rápida que nem os reflexos apurados do espadachim conseguiram reagir a, fazendo-o cair no chão aos vômitos de sangue enquanto a consciência lhe deixava. Os últimos dois oponentes que se encontravam de pé aplaudiam-me como se eu fosse um palhaço de circo. Eles riam, e sacavam cada um, uma enorme lança. As lanças eram conectadas por uma única correntes dourada e pelas vestimentas, aqueles eram os líderes daquele grupo de soldados. Mas não me importei, tudo o que eu queria...Era destruir! Respirando fundo e exalando fumaça através dos dentes, por mais uma vez, avancei contra o impossível.

O que era aquilo, se não minha própria sentença de morte? Os ataques que ali deferi foram nada mais que simples passatempos para os oponentes que facilmente previam cada movimento, contra-atacando com maestria e perfeição que me fez repensar os conceitos das artes marciais. Nenhum golpe encaixou, nenhuma defesa foi forte o bastante e poucas foram as vezes em que pude ver os movimentos a tempo de conseguir esquivar-me de um golpe ou outro. Meu corpo estava marcado de ferimentos, e o sangue escorria desde o rosto até as pernas, com diversos arranhões, furos, rasgos e cuspes sanguinolentos. Estava ofegando, e tudo parecia perdido. Pouco a pouco, aceitava que meu destino era morrer ali e finalmente dar fim a jornada violenta de Kressel Exylarius, sendo vencido e humilhado por ninjas desconhecidos. Será que este era mesmo o fim de tudo? Ao fim, a consciência começava a me falhar, e pouco a pouco os olhos se fechavam, mesmo que eu me mantivesse de pé. Então, a pele começou a se empalidecer, e os sentidos se diminuíam...Um presságio da morte.


Os pensamentos de Kressel Exylarius naquele momento eram de desespero e humilhação, porém o corpo do rapaz parecia gritar mais forte que sua própria alma.. Quando parcialmente perdeu a consciência, a mente foi completamente limpa e sua fúria completamente livrada do corpo. Os olhos se fecharam e lentamente  a aura azulada se desfez, dando origem a uma enorme aura esbranquiçada de tamanha potência que o sangue de seus ferimentos foi completamente varrido. Um olhar de calmaria e serenidade surgiu no lugar dos olhares odiosos e enraivecidos de antes. Era isso. Ainda que estivesse no sétimo portão, seu corpo estava pronto para receber o poder máximo do Oitavo  Portão, o auge absoluto de poder dos Lee. Era uma forma de presságio, que aos poucos tomava a forma do oitavo sem necessariamente tê-lo ativo. A mente limpa e movimentos rápidos eram a marca característica deste estágio, chamado por muitos de "Instinto Supremo". Os inimigos olhavam com estranheza para aquela forma, mas sem perceberem o grande aumento nos atributos de Kressel perante tais vermes, atacaram da mesma maneira. O Nukenin então lentamente virou-se para trás, sem quaisquer sinais de raiva ou mesmo guarda levantava. Nada pensava, nada fazia. Ele deixou tudo nas mãos de sua própria vontade, como um verdadeiro guerreiro faria. O presságio do fim estava próximo, mas será que ele seria empurrado ao limite para usar o Portão da Morte? Felizmente ou Infelizmente, não é o caso.

Kressel andava em passos lentos e leves na direção de seus inimigos, que avançaram sem pensar duas vezes. Quando as lanças extremamente afiadas aproximaram-se para um ataque combinado devastador, o corpo do Nukenin nada mais fez do que se propulsionar ao ar com a força de suas pernas, sem piscar uma única vez e expressão facial imutável, esquivando-se do golpe facilmente e usando de seu peso para cair sobre as lanças cruzadas, destruindo-as com um único pisão. Após isso, ambos largaram os cabos semi-destruídos e partiram para um combate físico, trocando golpes contra o ex-shinobi de Kumogakure no Sato. Com percepção elevada e instinto, Kressel notava que todos aqueles ninjas possuíam a bandana de Kumogakure, notando os mínimos detalhes mesmo enquanto focando-se em desviar dos golpes, fechando seus punhos lentamente. Quando ambos os adversários deram uma leve brecha entre seus ataques para um descanso imediato após a saraivada contínua de golpes, Exylarius virou-se rapidamente e afastou o que estava em suas costas com um chute em meio à guarda enquanto agarrou o ombro do primeiro, pulando sobre o mesmo com um mortal e em seguida desferindo uma saraivada intemrinável de golpes em uma velocidade que os olhos daqueles homens eram incapazes de acompanhar.


Uma grande porção do solo foi completamente destruída e o corpo completamente destruído do ninja foi oculto pelas rochas que soterraram sua existência falha. Levantou o rosto lentamente enquanto sua perna esquerda movia-se rapidamente para a frente, impedindo o avanço repentino do segundo e perfurando o meio de sua barriga com a ponta do pé - Auxiliado pelas longas unhas de Kressel. O sangue começara a escorrer pela boca do homem, e os olhos lentamente se reviravam, até que finalmente caiu. Olhou para o corpo sem vida no chão por alguns segundos, antes de finalmente dar as costas e chegar á frente da porta de aço, encostando a mão direita e sentindo a textura e resistência. Com os pés, propulsionou-se ao ar por mais uma vez e usando apenas sua força e velocidade neste estado, impulsionou-se em meio ao ar na direção da porta, carregando um poderosíssimo golpe concentrado em seu punho direito.


Uma enorme explosão se fez, e uma gigantesca onda de impacto aniquilou tudo ao redor, fazendo das rochas que formavam a caverna em pequenos detritos comparado ao gigantesco turbilhão de vento criado pelo Hirudora. Os trabalhadores foram arremessados para dezenas de metros de altura, todos sentiriam a fúria daquele que alcançou o poder máximo do Clã Lee - Um verdadeiro demônio deste mundo. Andando calmamente, percebeu que um monte de ouro encontrava-se jogado ao chão. Sem hesitar, levantou o pé direito à altura da cabeça e esmagou todas as peças de ouro repetidas vezes, destruindo por completo aquilo que foi designado para recuperar. Kressel sabia muito bem o que estava fazendo, e logo em seguida destruiu toda a estrutura da caverna com inúmeros socos, soterrando toda a mina de uma vez por todas, pulando pelas paredes para escapar da ravina e em seguida andar calmamente em direção à mata enquanto tudo colapsava. Um exército de um homem só - Agora liberto.


Proferiu, enquanto desaparecia entre a escuridão da noite, deixando seu nome marcado por mais uma vez. Nada mais era do que a própria vontade de Kressel agindo. O 8º Portão latente em seu corpo, ainda que dormente...Tudo estava claro agora: Não existia oponente à altura de Kressel, ao menos era o que ele pensava. Todos eles se lembrariam do nome daquele jovem, cedo ou tarde...Ele havia sido destinado a isso: Espalhar o caos, e não salvar o mundo da destruição. Apesar disso, qual seria o destino de toda essa fúria?