O garoto ainda vivia com seus pensamentos aflitos e emoções conturbadas desde a recente descoberta, não era fácil mudar de realidade de uma hora para outra, seu coração era nutrido por um amargor que jamais tinha sentido.

O recém descoberto Uchiha de Kumogakure no Sato agora morava sozinho, em uma casa extremamente simples na região periférica da vila.

É o que o meu salário de Genin consegue sustentar... e esse nem é o maior dos meu problemas.- Giyū cochichava para si mesmo enquanto abria a janela rústica que ficava localizada em cima de sua cama, afim de fazer algum ar entrar dentro da residência que há muito tempo não tinha moradores. A familiarização com sua casa nova era interrompida por batidas  em sua porta, e enquanto ouvia as instruções do superior, ficava realmente impressionado que a vila já sabia onde tinha se instalado após sair da casa que morou a vida toda.  

Após o mensageiro terminar de convocá-lo, o garoto lentamente organizava suas coisas na bolsa de itens , amarrava sua bandana no braço direito e com muita dor no coração pressionava a pedra azul do seu Colar.

Independente de qualquer coisa, o dever não para... Uchiha... Uchiha Giyū - O garoto dizia enquanto se dirigia ao centro da vila para tentar entender melhor o que estava acontecendo, quem sabe até conseguir algum tipo de informação.

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O garoto saía de sua casa em direção ao centro da vila, o som ambiente era um claro coaxar de sapos. Realmente Kumogakure no Sato sofria de uma infestação destes anfíbios, algo que o jovem Uchiha nunca tinha presenciado até aquele momento.

O que está acontecendo nesta vila? Essa quantidade de sapos não pode ser normal... ainda mais aqui na nuvem, muito provavelmente tem o dedo de algum ser humano. Mas o que deve ser? Não consigo imaginar crianças capturando esse número de sapos apenas para pregar peças nos adultos da vila... tudo isso é extremamente bizarro!- Giyū se indagava ao mesmo tempo que saltava pelas casas da vila.

O caminho do garoto seria interrompido pelo desaparecimento repentino dos anfíbios e a descoberta de um corpo já sem vida encontrado em um beco acompanhado por Fukasaku e Shima. Ao ver o corpo do homem o Genin se aproximava e com muita surpresa percebia que dois sapos conversavam em dialeto humano, porém não tinha tempo nem de se dar ao luxo de duvidar do que acontecia ali, Fukasaku percebia a aproximação do garoto e pedia ajuda ao Uchiha.

Tudo bem eu ajudo... mas podem pelo menos me explicar quem são vocês? e o que ta acontecendo aqui?- O Uchiha perguntava para os sapos, enquanto carregava os dois para a montanha.

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Os sapos não tinham tempo, ou pelo menos clama para explicar a situação para o garoto, a afobação dos dois só deixava o garoto mais preocupado e mais e mais duvidas surgiam.

Isso aqui está mais sério que o esperado... as reações deles estão fora da curva do aceitável, tem alguma coisa perigosa rolando!

O garoto pensava enquanto se dirigia para a montanha com os dois sapos em seus ombros, a cada passo dado mais intrigado o Uchiha ficava, afinal de contas, agora ele estava sendo cumplice de dois anfíbios que tinha acabado de conhecer, ou seja, além da confiança que o mesmo depositava nos sapos, mais nada era prova que estava se juntando ao lado certo da história.

Ao chegar no local, o alivio ao encontrar o pergaminho era experimentado por Fukasaku e Shima que trocavam meia dúzia de palavras.

Contrato? Isso está ficando mais confuso a cada momento que passa...- Giyū ainda não conseguia compreender a situação.

Quando as coisas pareciam estar se encaminhando, o garoto era surpreendido com um ataque inimigo. A bola de fogo que se formava na frente do genin era perigosa, mas rapidamente ele respondia o golpe com seu Tajū Doryūheki, criando algumas paredes de terra a sua frente, tentando evitar que as chamas os alcançassem. O garoto ainda não sabia se poderia ir com tudo para cima do inimigo, então com a destra sacava uma Kunai e ficava com a guarda levantada esperando o que fazer.

Ei vocês, sapos! Conhecem esse cara? Posso contra-atacar?

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A defesa de Giyū era bem sucedida, o garoto conseguia impedir que a esfera flamejante alcançasse ele e Fukasaku. O sapo sem demora partia para cima de Matsuda, levado pelos impulsos de tentar proteger sua companheira , porém era inútil. A força do inimigo conseguia superar a investida do sapo, o chute giratório acertava em cheio o idoso anfíbio.

SENHOR SAPO!- O Uchiha gritava extremamente impactado com a cena de Fukasaku sendo golpeado com tamanha força, a índole do homem ficava clara após esta ação, já não restavam mais dúvidas para Giyū a partir daquele momento.

O homem então largava a esposa de Fukasaku, e nisso a atenção do Genin era totalmente direcionada ao corpo de Shima que caia ao chão, sem nem perceber que Matsuda se deslocava para trás de seu corpo.

O que? quando ele... O Genin não tinha reação alguma ao golpe do inimigo, a rasteira era encaixada de forma perfeita em cima do Uchiha que ao mesmo tempo caía no chão sem nem entender o que acontecia naquele momento.

Ainda no chão, Giyū experimentava a fúria dos golpes sequenciais de Matsuda, o garoto não conseguia se defender dos socos que eram aplicados. Aos poucos sua respiração era afetada, pois antes que conseguisse recuperar o ar outros golpes já alvejavam o garoto.

Se... se continuar desse jeito eu acabarei morto! Que droga eu preciso reagir- Giyū pensava enquanto perdia sua noção de espaço e tempo, o sangue quente escorria pelo seu rosto, sua mão se fechava em resposta a raiva que o garoto sentia, mas sem ter tempo de revidar, o Uchiha era chutado para longe.

As palavras de Matsuda eram repletas de arrogância e maldade, Shima tentava realizar um golpe também, mas assim como Fukasaku... falhava.

O discurso que o inimigo fazia enquanto agredia Shima deixava as coisas mais claras para Giyū, porém naquele momento o garoto não estava mais interassado em saber que pergaminho era aquele, ou o que "contrato" queria dizer. O Garoto apenas se levantava aos poucos, repleto por um sentimento de raiva que nunca tinha sentido antes.

Você que é cheio de si...acha engraçado ferir estas criaturas? Acha que sua força é suficiente para obrigá-las a fazer alguma coisa? Corta essa...- O garoto dizia com um tom baixo e a voz cansada enquanto se esforçava para ficar de pé novamente.

Com a manga da sua camiseta limpava o sangue que escorria em sua boca, aos poucos levantava sua cabeça para encarar Matsuda, e quando seus olhares se encontrassem algo seria notado. Os olhos de Giyū que antes apresentavam uma coloração mais amarelada, agora ardiam em vermelho vivo. Em cada olho, um tomoe surgia um pouco afastado da pupila. A herança sanguínea do Clã Uchiha finalmente aparecia em Giyū, que tinha descoberto suas origens há pouco tempo.

Não irei permitir que você escape- O garoto sem ao menos perceber a mudança em seus olhos intimava Matsuda.

Então logo em seguida utilizava o Hibashiri para fazer um circulo de fogo em volta do inimigo e tentar evitar que o mesmo se aproximasse de Shima, logo em seguida utilizaria o Kami Oroshi para criar uma reação com o fogo, na tentativa de carbonizar o inimigo.

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O garoto se sentia melhor após derrotar seu inimigo, matar nunca foi e nunca será uma tarefa fácil para o jovem Shinobi da Nuvem, mas naquele momento a única coisa que passava em sua cabeça era a raiva de ver Matsuda tratando os sapos como lixo. e cego pelo ímpeto acabou combinando duas técnicas que juntas eram extremamente fortes.

Fukasaku se direcionava ao garoto, e falava algumas palavras, porém, depois de ter escutado "Sharingan" a atenção de Giyū se voltava apenas para este nome.

O doujutsu dos Uchiha? Então... isso foi o meu Sharingan?- Se indagava enquanto apoiava o dedo indicador e médio da mão direita embaixo do olho do mesmo lado.

Depois de perceber o que tinha acontecido naquele momento, o olhar vidrado do Uchiha era quebrado e o mesmo voltava a prestar atenção no que o anfíbio tinha a dizer  

Ah... é claro, sim. Me chamo Uchiha Giyū sou um Genin de Kumogakure no Sato-  Giyū respondia o sapo um pouco sem graça- Um contrato? Bom... eu gostei de vocês, por que não?

Então o jovem Uchiha com a ponta de uma kunai furava levemente o polegar da mão direita, e com o sangue que começava a sair, assinava seu nome no contrato

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