HP: 1700 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 1 | 5

Como já era de costume, Senko passava seu tempo mais no “campo de treinamento” (nome que ele deu ao quintal gigantesco nos fundos da casa) do que efetivamente dentro de casa. O contato com a natureza era importante para o garoto e agora, mais do que nunca, era um meio de esvaziar a cabeça e parar de pensar no traste do irmão e no nojento do avô.

Contudo, nunca será tão simples assim.

Naquela tarde, Senko decidiu que treinaria o quão longe seu Sharingan poderia ir. Foi até um dos galpões que continham armas e uns maquinários. Tirou de lá uma meia dúzia de arremessadores e os colocou em forma de hexágono. A ideia era preencher os arremessadores com shurikens, colocar-se no centro do hexágono e ativar o modo de arremesso aleatório. Assim, poderia treinar a sua percepção e reflexos utilizando somente o Sharingan como aliado.

O jovem Matsuda deixou a sua invenção preparada e ficou em posição para começar o treinamento. Lentamente, fechou os olhos e respirou fundo, enchendo o peito e pensando nas pessoas que amava e, sem querer, nas pessoas que começou a odiar também. Abriu os olhos e exibiu seu par de olhos carmesim com as duas tomoes.

— Kai! — disse, e as shuriken começaram a ser disparadas. Usando sua velocidade máxima, o chūnin desviava das shuriken com grande maestria. No começo, Senko estava usando apenas os reflexos e os movimentos acrobáticos para evitar os múltiplos ataques, mas, conforme o tempo passava, ele percebia que havia um padrão que se repetia de 2 em 2 minutos. Então começou a seguir esse padrão mecanicamente e, em um determinado momento, percebeu que já tinha os olhos fechados.

— Assim não vai funcionar… tenho de depender puramente do poder dos meus olhos e eles têm de evoluir conforme a minha necessidade. Preciso alterar o funcionamento desses arremessadores.

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HP: 1700 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 2 | 5

O garoto foi até os arremessadores e começou a averiguar como poderia mudar o tempo entre os disparos para deixá-los realmente aleatórios. Aparentemente, a máquina só podia manter sua aleatoriedade por um certo número de arremessos, o que fazia com que fosse pseudoaleatória apenas. E aquilo não era suficiente. E, não era apenas a falta de imprevisibilidade que incomodava o garoto, era algo tão importante quanto: a velocidade das shurikens. Precisava mudar tudo aquilo.

Porém, como sabemos, nada pode ser tão pacato na vida do jovem Matsuda. Enquanto mexia na máquina, ouviu gritos que vinham de dentro da casa. — Socorro! POR FAVOR, NÃO! — não foi necessário nem sequer correr para investigar o que estava acontecendo porque de dentro da casa saíram duas pessoas. — Eu te achei, maninho! — Ichiro estava trazendo Yumi como refém, pousando sua kunai no pescoço da kunoichi.

— Solte-a imediatamente, Ichiro.

— Olha, no meu tempo eram os irmãos mais novos que obedeciam aos irmãos mais velhos. — o primogênito veio caminhando até Senko com a garota nos braços. Ela suava frio e tentava manter o pescoço numa distância que não fizesse tanta pressão, uma vez que a lâmina beijava a sua pele pálida.

Senko franziu a testa, arqueou as sobrancelhas, cerrou os punhos e foi caminhando com cautela na direção deles, encurtando ainda mais a distância. Logo atrás, via-se os avós que estavam numa outra parte da casa e vieram reagir aos gritos.

Ichiro com apenas uma das mãos fez um selo e conjurou um clone das sombras. O clone sacou uma kunai e puxou Yumi violentamente pelos cabelos, ainda a mantendo como refém. — Hoje acabamos com essa história, Senko. Eu vou te matar e levar a garota comigo, ok? — ele arremessou uma shuriken na direção do chūnin e, no mesmo instante, fez cinco selos numa velocidade impressionante. Se não fosse pelo Sharingan, o caçula não teria visto mais do que um breve vulto. — Shuriken Kage Bunshin no Jutsu! — e as shuriken multiplicou-se em dezenas de outras mais.

Atento e se beneficiando do seu doujutsu, o chūnin começou a esquivar das shuriken com grande determinação. Meia dúzia delas vieram em série, obrigando-o a recuar aos pulos. Assim que a última tocou o solo, ele mudou a direção e começou a correr na direção dos dois, ziguezagueando entre elas. Era impressionante a maneira com que podia ver as shurikens quase que em câmera lenta. Contudo, julgando pelo seu encontro com o irmão na semana passada, sabia que ele ainda estava só brincando. Não era aquela a velocidade que ele era capaz de jogar as shurikens e certamente precisaria parar de brincar se quisesse acertar o irmão mais novo.

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HP: 1700 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 3 | 5

O clone se afastou junto de Yumi e os dois ficaram no meio do campo de batalha para combater até a morte. De longe, Hidenori e Makie observavam a luta dos dois irmãos. — Você tem de interferir, nenhum deles deve morrer! — sugeriu Makie com uma voz extremamente preocupada. — Cale a boca e observe o poder do nosso sangue. Mulher, quando isso tudo acabar, eu serei o ser mais forte dessa vila. — o avô tentava enxergar alguma coisa da luta, mas seus olhos estavam completamente opacos pelo uso exagerado do Mangekyou Sharingan — está tudo sob controle, mulher. Eu aposto minhas fichas no caçula. Quando ele matar o irmão que ama tanto, despertará o real poder daqueles lindos e jovens olhos e… então eu terei a oportunidade de enxergar com clareza novamente.

Enquanto a conversa fluía de um lado, o pau quebrava do outro. Senko estava tentando deixar claro que não iria cometer os mesmos erros como da última vez. Investiu rapidamente contra Ichiro numa voadora. O irmão mais velho defendeu-se cruzando os braços e absorvendo o impacto do golpe e, ao mesmo tempo, empurrou o irmão para trás. Os dois se embolaram numa luta corpo a corpo que determinaria quem era o mais apto em taijutsu. Infelizmente, para o caçula, o irmão era bem mais alto, mais forte e mais rápido também. O que mantinha o garoto em igualdade era o Sharingan. Senko bloqueava os socos do irmão como podia, vendo-os chegar em velocidade reduzida, prevendo os ataques que vinham dos dois lados. Ambos davam tudo de si e as forças se anulavam.

Em uma de suas esquivas, Senko abriu uma vantagem. Enxergando o punho esquerdo do irmão vindo pela esquerda e o punho direito recuado, foi capaz de bloqueá-lo e contra-atacar com um firme soco no estômago, seguido de um veloz gancho no queixo. Ichiro se afastou e balançou a cabeça, tentando desfazer a tontura. O caçula não parou. Deu mais dois golpes com os braços que foram bloqueados, mas os rápidos chutes que vieram na sequência foram capazes de desestabilizar o irmão.

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Senko já apresentava alguns sinais de fadiga, mas não ia parar até enfiar o que achava de Ichiro na base da porrada. — Como você pode mudar tanto dentro de um ano, Ichiro?! — os inúmeros socos que o garoto dava estavam recheados de ódio e confusão. Ichiro mal tinha tempo de se defender, uma vez que Senko conseguiu entrar numa sequência, o mais velho tinha que se defender até ganhar no cansaço. — Como foi capaz de esquecer tudo o que passamos juntos nos abandonar assim? — tomava impulsos e pulava para potencializar seus golpes. Parte deles eram bloqueados, mas ainda assim via que conseguia atingir certas partes do corpo do irmão.

Ichiro não respondeu. Só era possível notar que ele contraia o maxilar e semicerrava os olhos tentando conter alguma coisa. Seu foco era a luta, defender até onde podia e ignorar as palavras do irmão.

— Não vai responder?! Desgraçado! — Gritou, abrindo a guarda e preparando um formoso gancho de direita para acertar o ouvido esquerdo do irmão. Pela diferença de altura, deu um pulo e se jogou em cima do irmão, desferindo o golpe. Ichiro, mais uma vez, bloqueou o ataque como podia. O impacto dos dois corpos entrando em atrito fazia um barulho impressionantemente alto e uma onda de choque se espalhava pelo ambiente, afastando as folhas mortas que estavam próximas do epicentro da luta. O primogênito tentou revidar naquele momento, mas Senko esquivou com muita facilidade e contra-atacou.

Porém, em meio aos socos e pontapés, Ichiro percebeu que Senko estava perdendo a força.

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HP: 1625 | 1700 • CH: 2675 | 2700 • ST: 5 | 5

O chūnin já estava esgotado. Já havia alguns segundos que a velocidade e a força dos golpes estavam reduzidas e, agora, as investidas iam ficando cada vez mais lentas e mais fáceis de se defender. E de contra-atacar, também. Ichiro, em condições normais, sorriria com um grande cinismo, mas manteve-se focado. Num movimento bruto, agarrou o braço do irmão caçula e o puxou violentamente para perto de si enquanto levantava o joelho na altura do queixo do pequeno chūnin. Como o impacto, Senko voou para trás e caiu de costas na grama pisoteada. O ninja tentou se levantar e voltar ao combate, mas suas pernas mal respondiam aos comandos de raiva que o cérebro domado pelo ódio transmitia. Assim que se pôs de pé, foi paralisado por uma sequência brutal de socos que Ichiro começou a desferir na região do estômago. Senko cuspiu sangue e caiu de joelhos na frente do irmão.

— Pensei que você não entenderia, mas acho que nesse meio tempo amadureceu muito mais do que a sua idade e estatura indicam. — Ele começou a discursar enquanto o jovem Matsuda tentava se arrastar, ainda impetuoso e com vontade de dar uma boa porrada no irmão. — Eu vim aqui porque ontem mataram uma das últimas pessoas em quem eu realmente confiava, Senko. Mataram o Hayato.

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HP: 1060 | 1700 • CH: 2675 | 2700 • ST: 5 | 5

Senko lembrou-se de quando ainda moravam em Suna. Hayato era um dos únicos amigos de Ichiro. Diferentemente da família Matsuda, Hayato tinha país ricos e vivia numa bela área da cidade. No dia em que Senko decidiu procurar o irmão, foi até a casa desse amigo. Estranhamente, não tinha ninguém habitando aquela residência.

— A verdade é que desde que chegamos em Suna, comecei a lutar nesses clubes clandestinos. Entretanto, sempre foi para ganhar mais dinheiro para ajudar em casa e fazia aquilo por livre e espontânea vontade. — Ele foi chegando mais perto do irmão e agachou-se logo ao lado do seu corpo caído. — No dia em que eu “desapareci”, duas semanas antes de nos encontrarmos, o Hayato foi raptado. Fui obrigado a lutar na Gaiola Dourada durante esse período para livrá-lo.

Ele sorriu forçosamente. — Enfim, mas até então, eu poderia voltar pra casa, não é mesmo? — Senko continuava tentando fazer com que o corpo respondesse. — Logo na primeira noite em que lutei por obrigação, fui abordado por um “fã”. Você sabe quem é? — Ichiro tirou uma foto do bolso, desdobrou-a e mostrou a Senko. Na foto, um homem forte de cabelos grisalhos — Esse é meu pai, Senko. Aquele com quem a nossa mãe traiu seu pai. Por anos eu acreditei que éramos irmãos, que eu era querido pelo seu pai e que tinha um sangue puro e uma família linda. — Uma lágrima escorria o rosto do primogênito. — Mas não… ninguém nunca me disse nada, soube da pior maneira.

Senko levantou-se aos poucos enquanto Ichiro falava e, mesmo cambaleando, tentou dar um soco desajeitado no irmão. — Chidori Nagashi! — No momento em que Senko ia tentar tocá-lo, um amontoado de raios se expandiu e o caçula foi jogado longe, eletrocutado.

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HP: 1195 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 4 | 5

Estirado no chão, o chūnin sofria severos espasmos musculares devido à grande corrente que percorreu o seu corpo. Era isso, não conseguia mexer nenhuma parte do seu corpo. Felizmente, ainda conseguia falar mesmo se tivesse de fazer um grande esforço. — E por quê? Porque veio atrás de mim, por que tudo isso? Isso é entre mim e você, não meta a Yumi nisso! — disse quase urrando de dor, mas a indignação era maior do que o incomodo que sentia.

— Simples… mesmo sabendo que não sou realmente seu irmão, ainda somos meios-irmãos. Eu deixei de comer para te nutrir enquanto você ainda era um bebê. Você vestia minhas roupas quando elas não serviam mais. Caçávamos juntos no deserto durante o êxodo. Eu te ensinei tudo o que eu sabia sobre ser um ninja e fiquei extremamente orgulhoso quando você foi o primeiro estudante da academia a se formar na nova Suna. — Ele olhava para o irmão com sentimentos misturados, amor e ódio, e Senko retribuía exatamente da mesma forma. — Por isso… tive piedade de ti naquela noite em que matei aquele agiota. Por isso, tive piedade mais uma vez quando tentei assaltar a carga do banco. E, mais uma vez, só não levei você e aquele ANBU mal treinado para o túmulo porque eu te amo, Senko. Você é meu irmãozinho.

O jovem Matsuda ficou sem reação, boquiaberto.

— Meus superiores souberam da "traição" e mataram Hayato. Jogaram a sua cabeça na minha frente e pediram um ato de lealdade. Caso eu não obedeça, certamente irão matar a Akemi. — Essa era a namorada de Ichiro. Senko nunca a viu, mas sabia quem era. — Agora, você é quem escolhe. Eu posso te deixar vivo – e eu te juro, eu quero que você viva – e levar a garotinha para morrer… ou eu te mato agora mesmo e poupo a vida dela. Eu não posso deixar a Akemi morrer, já perdi muita coisa pensando em você, Senko.

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HP: 1330 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 2 | 5

— E por que você nunca me disse nada? Por que guardou tudo isso pra si mesmo? — Senko não conseguia compreender os motivos do irmão. — Você poderia ter pedido ajuda, nós íamos acabar com quem estivesse ameaçando seus amigos! — bravejou contra o irmão.

— E te por em risco? Senko, naquela época eles sequestraram a família INTEIRA do Hayato. Depois, sequestraram também a Akemi. O que eu podia fazer? — respondeu

— E agora você quer me matar! Grande proteção a sua! — ironizou

— EU ESTOU TE DANDO UMA OPÇÃO, SENKO! Por TODA a minha vida você foi a prioridade. Agora é vida por vida. Tiraram a vida do Hayato, agora vão tirar a vida da Akemi se eu não voltar para lá com as mãos vazias. PENSA!

Senko olhou para Yumi. A garota estava completamente apavorada e temia pela sua vida. Ela sabia que, independente do que Senko escolhesse, a vida dela nunca seria a mesma. Por um lado, perderia o seu único amigo de verdade e aquele que salvou sua vida. Por outro, a própria vida. É claro que preferia continuar viva, mas…

— Yumi… não vou deixá-la morrer. E muito menos vou deixar que me mate. Nós podemos fazer isso juntos, podemos mudar isso e salvar a Akemi.

— Você não conseguiria nem tocar neles…

— Cala a boca, claro que sim!

Ichiro apoiou o braço no cabo da katana e o fitou com um olhar determinado.

— Então me prove.

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HP: 1095 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 3 | 5

A regeneração do pequeno chūnin da folha era um tanto quanto surpreendente. Apesar do cansaço e do choque elétrico que recebeu há instantes, o jovem Matsuda ainda tirava forças de não sei onde para continuar lutando. Senko investiu contra o irmão, que saltou para trás prontamente. No braço de Ichiro tinha uma espécie de escritura, como se fosse um pergaminho de invocação. Ao tocar nos selos, invocou uma gigante fuuma shuriken e lançou contra o garoto. Seguindo a fuuma shuriken, estufou o peito de chakra e atirou diversas bolas d’água de cerca de 30 cm de diâmetro contra Senko. E, por fim, uma saraivada de shurikens normais que sucederam as esferas de Suiton. Dezenas e dezenas delas, quase uma centena.

O jovem Matsuda observou todos os movimentos com seus olhos carmesim, mas ainda não era suficiente para desviar de todos aqueles ataques. A Fuuma Shuriken movia-se com uma velocidade impressionante, a velocidade que Ichiro realmente podia alcançar. Ele tinha um exímio shurikenjutsu. O garoto observou a inclinação da arma que vinha em sua direção e decidiu esquivar jogando o corpo para trás no mais genuíno Matrix dodge. Entretanto, o que lhe esperava era quase que indefensável. Senko desviou de algumas esferas, mas o que sobrou das inúmeras bolas de água atingiram o corpo do rapaz que foi arremessado para trás com o impacto.

“Merda...” pensou o garoto ao olhar para a nuvem de shurikens que voavam em sua direção. Só a velocidade não bastava e nem teria tempo de fazer selos para invocar alguma proteção de terra. Se não fosse inteligente o suficiente para desviar, esse seria certamente o seu fim ou algo muito próximo dele. A adrenalina subiu, viu-se diante da morte naquele instante.

Num bendito flashback, lembrou-se dos treinamentos no deserto de Kaze no Kuni. Ele e o irmão, sobrevivendo no País do Vento sonhando com a ascensão de Sunagakure no Sato.
— O papai disse que um dia vamos honrar o nome da nossa família, Senko. A hora vai chegar e seremos os grandes heróis desse povo. Olhe para lá — ele apontava para o grande vazio que a destruição de Okina causou — Vê? Isso um dia será uma vila de respeito. Todas as histórias que nos contavam, todas as glórias, tudo... um dia vamos estar em Suna novamente e vamos ajudar a reerguê-la. Sem guerra.

Era verdade. Eles voltaram pra Suna. Ela foi reerguida, mas sucumbiu do mesmo jeito. E não era dessa maneira que Senko queria morrer, não antes de provar ao mundo o valor de Suna. Hoje, serve à Folha, mas nunca se esquecerá das suas raízes. Ele fechou os olhos e disse do fundo do peito. — Se for preciso guerra.... que haja guerra! — disse sem pensar, deixando a maldição do ódio ter mais espaço dentro de si. Abriu os olhos novamente e, em vez de duas tomoes, exibia três.

Os olhos carmesins de Senko observaram com muito cuidado as shurikens. O Sharingan movia-se freneticamente calculando todos os movimentos que deveria tomar, vendo as armas que voavam em sua direção em câmera lenta. Sendo assim, o chūnin não se movia apenas com grande velocidade, mas com jeito, calculando os movimentos de forma inteligente para não depender exclusivamente dos seus movimentos, levou em consideração a direção do deslocamento das shurikens também.

Ele moveu-se como um vulto, dançou entre as armas graciosamente e saiu sem ser tocado pelo fio das estrelas de ferro. Corria na direção do irmão com o punho cerrado e com um semblante carregado pelo ódio e pela determinação. — Escuta aqui, seu merda!

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HP: 1230 | 1700 • CH: 2700 | 2700 • ST: 4 | 5

Ichiro estava preparado e conhecia muito bem o soco do irmão. Sem muitas dificuldades bloqueou o golpe e contra-atacou puxando a sua katana para fazer um corte vertical de cima para baixo. Ichiro sabia que era mais veloz que o irmão caçula, mas, para a sua surpresa, Senko previu o ataque do irmão e desviou no mesmo instante, esquivando-se para a esquerda e emendando um chute giratório numa rapidez incrível que acertaria a nuca do irmão, jogando-o no chão.

Senko se pôs em cima do irmão mais velho e começou a socar a sua cara. — Lembre-se de onde você veio! — a cada palavra, um golpe. — Pra onde foi a honra?! FALA PRA MIM! — Ichiro nesse momento já nem tentava se defender, apesar de ter toda a capacidade para tal — Se eles querem confusão, vamos arrumar confusão! MAS NÃO SEJA UM COVARDE! NÃO SE AJOELHE E NÃO ACEITE TUDO O QUE LHE DISSEREM! — os socos do chūnin da folha iam enfraquecendo aos poucos, estava cansado outra vez, o que lhe mantinha era o ódio e a adrenalina. Ele puxou o irmão pela gola da camisa e deu-lhe uma cabeçada. A bandana de Senko ficou manchada pelo sangue do irmão. Senko puxou uma kunai da sua bolsa de armas e olhou com seu par de olhos cor-de-sangue no fundo dos olhos castanhos de Ichiro. Sua mão tremia como nunca e, num movimento rápido, fincou a kunai na grama à centímetros da face do irmão. O clone que segurava Yumi se dissipou, libertando a garota.

O garoto respirou fundo e saiu de cima dele, deixando-o no chão quase desacordado. Sabendo que ele ainda estava ouvindo, continuou. — Nós vamos até lá... vamos salvar a sua namorada e ninguém vai morrer. — disse, mas logo corrigiu. — Nenhum de nós vai morrer, no caso. Pois vamos matar todos eles. Eu irei matá-los.

Ichiro nunca imaginou que iria ouvir isso saindo da boca do irmão. Ainda mais tão novo.

No fundo da cena, Hidenori quebrou um copo de bambu que segurava na mão direita. Estava domado pela raiva de ver que Senko decidiu não matar o meio-irmão. — Tolo... moleque inútil. — Deixou o local e foi para o quarto. Assim que o marido saiu, Makie foi correndo amparar a pequena Yumi.

Os irmãos teriam de fazer as pazes.

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