Uma aberração... bastarda... ou apenas “ela” frases recorrentes na vida da menina de olhos vermelhos, tão comuns que ela se quer conseguia prestar a atenção, seu coração havia se fechado para aqueles sentimentos, e agora estavam tão endurecidos tanto quanto as rochas que desafiavam as ondas do mar, ela já não sentia nada,  até mesmo quando cortou seus pulsos e sentiu a verdadeira paz quando quase morreu, mas ali estava ela, com o destino rindo de suas tentativas de viver em paz ou de pelo menos morrer em paz, tudo o que havia sobrado para ela era a escuridão e a solidão duas vertentes de algo que estava mais do que habituada, o que não era de seu feitio aceitar ir a festas dos Hyuugas, mas foi um pedido de seu pai e por fim, como ela era apenas um parasita vivendo de favor decidiu por aceitar.

Semi serrilhou os olhos vermelhos para os grupos de cabelos pretos e olhos brancos, tentando ocultar sua face no livro que carregava, jurava que se lesse todos os livros de romance poderia compreender o que as pessoas chamavam de amor, tudo em vão, como sempre ela se sentia uma marionete de carne em meio a verdadeiros humanos.

--O que estou fazendo aqui?---

As palavras saíram sem querer de seus lábios, ela olhou em volta para ver se alguém havia escutado e por sorte, como sempre, todos ignoraram a sua presença, para eles era mais fácil e para ela mais confortável, até que uma das crianças mais velhas puxou o livro que estava em suas mãos, fazendo com que ela tentasse o segurar.
Tentou falar algo, mas suas palavras apenas saíram com um murmúrio inteligível, não tinha voz para falar com alguém do clã Hyuuga, pois na mente dela e da forma que foi ensinada a existir,, ela era apenas um parasita sobrevivendo das custas de uma família que se quer era dela de verdade.

Tentou olhar para os lados, mas todos os Hyuugas que viram a cena do bullyng preferiram ignorar “eram só crianças”

Sentia seu corpo tremer, a garganta seca e seus olhos arderem, sim queria degolar aquelas crianças, e depois coloca-los nus sobre a mesa de festa com uma maçã na boca com os pés e mãos amarrados, como porcos que eram.

---Por... favor... me devolve...---

Seu coração batia a cada palavra que eclodia na forma de murmúrios, quando todas as crianças começaram a rir da menina de cabelos rosados.

--Não olhe para mim... minha mãe disse que quem olha para bastarda acaba virando putas... --- Disse uma das meninas.

“Isso não é verdade sua filha de uma putinha... eu quero compartilhar o meu amor, mas não o meu corpo”

As crianças riram sem perceber os quão enlouquecidos e bizarros eram os olhos e a intenção assassina daquela menina, quando jogaram o livro que ela tanto gostava no chão, ela por sua vez imediatamente se abaixou para pegar, quando um deles pegou um dos copos de suco que estavam em suas mãos e derramou na menina, que não reagiu, só abraçou o livro e se levantou.

---A droga vamos embora... essa menina e chata de mais... nunca reage.--- Disse o que parecia o líder da trupe.

--Talvez ela tenha problema de cabeça. --- Disse o segundo enquanto virava as costas e saia junto da equipe de crianças infernais.

---Droga... eles molharam as pontas.... –Disse em uma voz metálica. Quase robótica. --- Na próxima cuidarei melhor de você.---

Considerações: