[Missão Rank C]

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[Missão Rank C] — Espelho
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Lollipoppy

Chūnin

Qua 26 Ago 2020, 21:42

Narrador: Lollipoppy

O Topo

@BlackFeather'

Música

Ele rasgou os céus, com todo seu ímpeto e glamour buscando algo que para muitos era inalcançável, mas o que ele buscava? Seria uma resposta tão breve e tão estranha que muitos de fora nunca que iriam entender os seus motivos, e mesmo sabendo os porquês não veria nexo, mas ele queria o topo. A pressão diminuía, porém, infelizmente novos problemas começavam a aparecer, a temperatura começava a cair drasticamente e o ar era quase inexistente. E lá, no ponto mais alto que conseguia, ele parou olhando admirado para aquilo que nunca tinha conseguido alcançar e faltava tanto, só que já estava começando a congelar, não tinha como.

Ele despencou.

Era tão diferente a vista do chão, não existiam pessoas, animais, casas, árvores, não existia nada, era tudo um imenso azul com várias partes esverdeadas e amarronzadas, eram todos tão pequenos e insignificantes assim?

Mais rápido que a subida, era a descida. E não somente rápido, era feroz e descontrolada, indo rumo ao solo sem freios, logo ali, no centro de Iwagakure no Sato iria apenas cair mais um corpo morto, mas será que seria apenas mais algo atrapalhando o trânsito?

— ...?

E lá daquele colossal prédio construído na base de uma grande rocha, no mais alto andar, naquela sala luxuosa bastante ampla com vários troféus de guerras, mapas elegantes dispostos em uma mesa principal, estava ali uma figura. Uma mulher, que deveria ter seus vinte e poucos anos, de pele um pouco amarelada e penetrantes olhos lilases, e longos cabelos dourados de fios lisos e madeixas tão bem penteadas, que algum desconhecido de longe pensaria que tal figura poderia ser a grande líder da vila, de tão nobre era sua expressão.

Aquela mulher, olhava por entre a janela, avistando tal coisa despencando, e sua expressão era de surpresa, porque um pássaro faria isso de tanta altura? Ela não sabia, ela não entendia.

— Ele está morrendo.

Uma mulher sentada em um grande lençol xadrez falava, apontando para os céus. Ela estava próxima ao Centro de Iwagakure no Sato, em um pequeno parque praticamente vazio. Ao seu lado estava uma grande cesta, com pouca comida, alguns pratos de plástico e talheres do mesmo material, e claro... Uma menininha de doze ou treze anos... E pelas feições, provavelmente seria sua filha, já que possuía os mesmos cabelos longos de cor pêssego, tão lisos e bem cuidados, só que o olhar da mulher era tão sem vida, enquanto o da criança chega brilhava.

— Ele está vivendo.

A criancinha disse, duas visões totalmente diferentes, visões opostas, mas a pergunta será lançada, e então está vivendo ou está morrendo? Ele estava longe para muitos afirmarem o que estava ocorrendo, se era de felicidade, tristeza, ferimento ou quaisquer que seja.

Espera... Animal? Felicidade?

Essa temática é tão ampla, o que seria felicidade? Seria um momento em que existe a percepção de um conjunto de sentimentos prazerosos, sendo um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e mental, em que o sofrimento e inquietude são transformados em emoções, em sentimentos que vão desde algo que seja contentável, até a extrema alegria prazerosa. Seria isso? O bem-estar, algum tipo de paz espiritual, ou o que for? Isso seria felicidade? Felicidade seria prazer? Porque procuram tanto e tanto pela felicidade? Aonde estão as regras dizendo que é obrigatório viver para ser feliz, mas... Porque alguém viveria uma vida sendo infeliz?

É tão confuso e complexo, é estranho, mas podem sim existir respostas. De fato, não somente os homens, mas todos possam sentir essa bendita felicidade, e talvez todos correm atrás delas, e existem até casos que apenas não se percebe que ela é inexistente. Você é feliz? Quais os motivos que te fazem feliz? Qual foi o caminho que fez começar a busca por sua felicidade? E se você não souber essas respostas, o que fará caso descubra que a felicidade não existe?

Qual caminho trilhará?

* * *

Naquela linda manhã de primavera em Iwagakure no Sato, não estava chovendo, não estava nevando, não estava ocorrendo nada. O pequenino Nozomu Amaterasu apenas estava fazendo suas coisas normais, podendo ver habitantes normais, em um dia... Normal. Até que, ele escutou vários gritos, advindos do Centro da Vila.

Ele poderia correr para saber o que tinha ocorrido, mas rente ao solo vinha um grande falcão de plumas negras, com apenas o torso branco, de olhos penetrantes, que estava calmo. Em suas costas um grande coldre que estava cheio de pergaminhos. O falcão parou no solo, próximo ao menino.

— Missão para você, vai querer ler? — O falcão perguntou. — Ou vou ter que ir embora?

Caso o menino tentasse pegar, veria que tinha vários pergaminhos, mas um teria no papel “Nozomu Amaterasu” escrito. Caso ele fosse ler teria:

Caro Nozomu,

A Academia Ninja está precisando de seus serviços, vá urgentemente até nosso celeiro de talentos, e converse com Bahba-sensei, ela te dará mais detalhes.

Megumi ~~Onee-sama.~~

E então o falcão alçaria voo, sumindo da vista do menino, deixando só. Ele estaria a dez minutos de uma breve caminhada, e a vista que teria da Academia seria algo tranquilo, sendo que não veria alunos, somente uma pessoa perambulando por entre o corredor principal, um velho que estava sonolento.

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Blackfeather'

Genin

Qua 26 Ago 2020, 22:56

Amaterasu não estava convencido quando saiu de casa de que os dias seriam melhores. Devo frisar, entretanto, que o pequeno tinha para si uma tranquilidade que há tempos não sentia, algo que enchia seus pulmões de vigor e fazia seu coração pulsar com o canto dos pássaros. A última missão que realizou o fez se apaixonar por um jovem mulher, muito mais velha que ele e que provavelmente não veria nunca mais, mas e daí? Era sua primeira paixão, boba e tão inocente quanto o céu azul cortado por pequenas e finas nuvens de gelo.

Passou parte do dia descansando próximo a um loja de doces que adorava. Aquele clima monótono, as pessoas indo e vindo, todo o dia parecia ter sido feito para acontecer exatamente o que estava acontecendo, um emaranhado de nada e tédio. O silêncio, imperando como um pássaro rei, foi subitamente interrompido por gritos vindos muito provavelmente do centro da vila, Amaterasu, obviamente, não pode evitar sobressaltar. — Que está acontecendo... — disse.

É importante salientar que os gritos não eram sua maior preocupação. Os gritos em si ele sabia que poderia ter as mais diversas origens e motivos, mas no fundo, confiava mesmo era na competência de seus companheiros, muitos dos quais com patente mais elevada, para proteger a vila. Aquele senso de pertencimento a uma ordem superior, transgressora e que dá sentido a existência do conceito ninja, era um dos combustíveis da manutenção de Amaterasu como ninja, caso não existisse esse nobre conceito, já teria desistido de tudo.

Sua preocupação logo se dissipou quando uma ave esbelta posou próximo a ele. Amaterasu nunca viu uma criatura tão bela e amedrontadora como aquela. Abriu sua boca e sentiu que sua voz não saía, fez forço e então sentiu o ar vocalizando aquilo que queria falar. — Quero sim. — Ao verificar a bolsa contendo vários pergaminhos, notou um em particular com seu nome, tomou o para si e observou com cuidado as palavras que estavam escritas. — Essa missão parece mais tranquila que minha última, amiga ave... — no momento em que concluía seu raciocínio viu o bicho partir, voando sublime pelo céu.

Voltar para academia, talvez fosse o pesadelo de muitos, não para o pequeno Amaterasu. Não é porque ele se sentia um gênio ou qualquer outra coisa do tipo, mas para o azulado aquele era um mundo à parte, onde desde o início se pode separar aqueles com serventia para o poder militar da vila para aqueles que terão outra serventia, vocações tão importantes quanto a de ninja, fazia questão de ressaltar.

Ir a academia como ninja com dez anos de idade era um feito que agradava o pequeno que observou como o lugar estava vazio. A única pessoa viva parecia mais um espectro, na cabeça de Amaterasu, do que qualquer outra coisa. O velho parecia sonolento, mas o pequeno não se preocupou em importuná-lo — Senhor? — tocou o homem — Senhor? — tocou mais uma vez esperando que este o respondesse, afinal, onde estavam todos?
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Lollipoppy

Chūnin

Qui 27 Ago 2020, 13:41

Narrador: Lollipoppy

Bahba

@BlackFeather'

Música

O pacífico e tristonho menino adentrou naquele ambiente de seu passado. O piso era o mesmo, madeira para segurar o frio. Já as paredes eram brancas com algumas partes pintadas em um tom mais escarlate, beirando ao vermelho-vivo.

Era tudo comum, provavelmente várias lembranças poderiam vir à tona, claro tudo estava impecavelmente como era seus tempos antigos, porém, tinha apenas um detalhe que destoava, o cheiro. Aquele ambiente tinha um cheiro diferente, era difícil dizer o que era, apenas Nozomu poderia dizer uma se teria uma definição agradável ou desagradável, visto que, a Academia Ninja cheirava ao seu passado.

O menino da longa trança avistou rapidamente uma figura desconhecida. Incomum de fato, já que dedicara um pouco de tempo de sua vida, porém, em momento nenhum conhecia aquele ser. Ele não se importou, e fora logo importunar aquele que queria descansar.

— ... — O velho então bocejou. E olhou para frente, porém, nada avistou, até que teve que olhar mais para baixo. — Aluno novo?! Espera... Você não era para vir só depois?! — Lançou uma pergunta que não tinha muito nexo, afinal, a carta dizia para ir urgentemente até ali, porque ele perguntaria os motivos do menino estar ali.

Fora que uma outra figura aparecera, o menino do turbante também não conhecia quem se aproximava. Era um homem alto, okay se eu descrevesse apenas como alto seria impreciso, ele não era alto, era quase um colosso, visto que o teto tinha dois metros e meio e a cabeça desse homem quase encostava no teto.

Gigante e muito forte, com os músculos muito bem desenvolvidos, talvez um simples soco dele tudo iria pelos ares? Quem sabe? Tal homem possuía cabelos brancos curtos penteados para cima, e uma barba muito bem-feita da mesma cor. Já suas roupas mostravam que ele gostava muito de branco, visto que trajava um elegante terno totalmente branco. E o último detalhe que poderia ser dito, era que estranhamente ele estava de óculos, e não combinava nem um pouco aquele objeto de armação negra que nem chamava a atenção para seus olhos azulados.

O homem se aproximava com pesados passos lentos em direção à dupla do corredor. O velho ele ignorava, apenas tinha olhos para o pequenino menino da trança.

— Finalmente você chegou, Nozomu. — Começou a falar, se curvando. — Sou Bahba, eu dou aulas aqui na Academia nos últimos meses, e preciso de uma ajuda sua. — Ele gesticulava com as mãos, juntando-as como se estivesse pedindo perdão. — Quero melhorar o ensino acadêmico do Iwagakure no Sato, quero que as crianças tenham prazer em aprender, e para isso, seria interessante uma aula diferente. Então eu pensei... — Ele colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando. — Porque não chamar algum ex-aluno para dar uma aula para os estudantes? Acho que eles adorariam, não? — Ele começou a bater palmas, incrivelmente ele falava demais e era muito animado, será que se isso não fosse um RPG de Naruto, e ele fosse um professor que tivesse a realidade dos professores brasileiros, teríamos pena de tal homem? Não importa essa reflexão, afinal, estamos apenas num RPG. — Vamos, não temos tempo a perder!

O homem começaria a andar, adentrando mais pela Academia Ninja. Dúvidas, Nozomu teria? Poderia sim ter, porém, o homem parecia que só tiraria depois. Caso o menino do turbante seguisse Bahba ele veria que estaria sendo guiado até os fundos daquela instituição, para um espaço amplo muitas vezes usado para os recreios, para treinamentos, ou para aulas ao ar livre.

O espaço ainda estava o mesmo, trinta metros por trinta. Solo bastante irregular inicialmente, mas depois ficava plano, e era sempre sem relva. Árvores? Somente aquelas dez que ficavam lá nos fundos, com alguns bancos feitos nas próprias árvores, armados por cordas. E um pouco mais perto dos fundos daquele espaço estavam os famosos troncos de madeira, que serviam como alvos.

— Uma aula de arremesso de Shurikens, pensei que seria... — Ele então coçaria a cabeça. — “Legal”. — O homem gesticularia até as aspas. — Os meninos estão ainda em outra aula, então teria tempo para treinar. Pelo que eu sei, todos em Iwagakure são muito bons com Shurikens, não é?

Perguntaria parado olhando para o menino, esperaria por algo, mas pelo o quê?

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Blackfeather'

Genin

Qui 27 Ago 2020, 21:22

Sensações são uma das últimas coisas a parar de funcionar no corpo humano quando morremos, aliás, o processo de morrer provoca uma magnitude nunca experimentada de sensações. Quando vivos, os humanos costumam estimular seus corpos pelo olfato, pela visão, pelo paladar e pelo tato, além de inúmeras outras maneiras de se relacionar com um lugar, lugar que é o espaço dotado de sentimento, positivo ou negativo, sendo essa a ligação do azulado com a academia.

Sua visão foi estimulada e o seu cérebro logo recordou do tempo que passou na acadêmia. Apesar de ser um fato recente, menos de alguns meses desde sua formatura, não podia negar a si certa nostalgia, por mais que ela lhe fosse furtada devido o cheiro incomum que a escola ninja agora exalava. Não se sentia mal, esse conceito tambem pode não ser muito útil mas é o mais próximo que posso chegar, o menino simplesmente não sentia mal ou bem, mas não era como se estivesse indiferente, não, estava no lugar que o tornou ninja, talvez fosse só isso, ou talvez não conseguisse mais controlar aquele vazio estratosférico que consumia cada dia sua alma.

O homem que outrora Amaterasu tocou na tentativa de chamar sua atenção, despertou com um questionamento que confundiu a mente do menino, que antes que pudesse responder, ou mesmo refletir sobre a pergunta, foi interrompido por um outro indivíduo, esse de tamanho ímpar, tão alto, que na visão do menino ele só podia ser duas coisas: um demônio, daqueles das lendas urbanas, ou um gigante, daqueles livros de histórias infantis que tanto ouvimos de nossas mães.

— Estarei à sua disposição Bahba-san. — fez uma referência. Amaterasu era o tipo de pessoa que respeitava os professores acima de tudo, se tivesse em outra realidade, não se envergonharia por lutar por melhores condições de trabalho e salário pra esses profissionais, dando tempo o suficiente para que estes planejassem suas aulas e por fim aplicassem de maneira adequada, sem o sistema que só visa sobrecarregar alunos e Professores, mas óbvio, não cabe aqui espaço para essa discussão.

Amaterasu permaneceu em silêncio enquanto ouvia o homem falar. Não conhecia aquela figura —nem o velho — o que achou extremamente estranho devido ao fato de ter saído da academia recentemente e, devido a isso, ainda lembrar do rosto de alguns dos docentes do lugar. — Claro. — respondeu o menino quando o homem informou que deveriam prosseguir. Enquanto andava sentiu um pouco de dor de cabeça. Caminhar pelos corredores de sua antiga escola o lembrava das perdas de seu pai e mãe e como aquele lugar foi transformado em seu refúgio. Viu os relógios, tabelas com posições de mãos grudadas nas paredes, tudo muito silencioso, mas ainda assim alguma coisa do que aquele lugar já foi pra ele estava ali, talvez cercado de mistérios inconvenientes, mas ainda enchendo seus olhos com lembranças terríveis de destruição e de forma dialética sua própria construção enquanto ninja e membro pleno de Iwa — que para ele não se limitava apenas aos shinobi.

O menino percebeu no percurso que estava indo para o fundo da academia. Não digo que era o lugar preferido do menino, mas mesmo assim lembrou de algumas vezes que presenciou colegas brigarem ali. Ele mesmo sempre evitou brigas ou melhor, evitava as pessoas em si e as confusões, aquele lugar trouxe novamente essas memórias — Eu nunca tive um amigo — disse baixinho e de repente. Não pôde evitar a surpresa daquele pensamento alto, realmente a falta de amizade o incomodava? Mas não seria melhor assim? Seus amigos não poderiam correr riscos diante da monstruosidade que ele pode se transformar? Seus pensamentos foram interrompidos pelo homem.

— Treinamentos de shuriken? Bom, creio que posso ajudar mas só conheço o básico da academia, não sou nenhum perito em shuriken, então não sei se eu seria a pessoa adequada pra isso. — sua voz saiu monótona durante toda fala, como se seu pensamento fosse escrito por outra pessoa e tudo que ele deveria fazer era reproduzir aquelas ordens. Seu rosto também estava quase que inexpressivo, contudo, devo salientar que não era como se ele estivesse indiferente ao homem ou o tratando com desrespeito, seu olhar se dirija para toda a academia, e aquela feição neutra, quase preguiçosa, dizia mais sobre o tédio daquele vazio que sentiu ao estar num lugar que pra muitos era tão querido e nostálgico e que para ele só foi uma fuga do inferno que desde cedo tinha que enfrentar.

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Lollipoppy

Chūnin

Sex 28 Ago 2020, 12:40

Narrador: Lollipoppy

Pessoa Adequada

@BlackFeather'

Música

— Entendo. — Bahba falou em resposta a fala do menino sobre não ser a pessoa mais adequada para isso, ele colocou a mão na armação dos óculos.

A inexpressão do menino de turbante era algo que o professor não gostava, não era por falta de respeito, ou falta de interesse, e sim algo que era crucial que estava faltando. Uma excelente resposta deveria ser dada, porém, para aquele grande homem faltava tempo.

Fora então que ele retirou de sua bolsa de armas três shurikens, e começou. Arremessou duas em sequência, no sentido norte-nordeste, e em seguida jogou a última no sentido noroeste. Essa última não fazia sentido, e o ângulo era muito aberto, ela pegava altitude e era difícil saber qual era o alvo dessa, talvez estivesse fora daquele amplo espaço, ela passaria do alvo. Fora então que, as duas iniciais se chocaram, uma das shurikens ganhou uma nova rotação mais rápida e caiu sobre o solo, a leste, já a outra acelerou muito mais e começou a ir no sentido oeste-noroeste, e subia.

Nesse exato momento, os olhos do forte homem brilharam, como se ele tivesse presenciando algo que nunca cogitaria na sua vida. A shuriken começou a ir para o outro lado, e indo para o ponto futuro da terceira shuriken lançada. Até que elas se chocaram, e Bahba apenas olhou. Uma das armas acelerou mais, mudando sua direção para baixo e cravou no solo, já a última, também mudou o sentido e a rotação, indo para leste, ficando cravada em um dos troncos de madeira.

Talvez sensacional isso? Não sei dizer qual seria a emoção de Nozomu, mas seria muito difícil ele se impressionar mais do que o próprio autor, que ficou alguns segundos perplexo com o que acabara de acontecer.

— Algumas vezes você não é o adequado. — O homem então começou a falar, retirando de sua bolsa de armas trinta shurikens. — Na verdade, a maioria das vezes você não é o adequado, mas sabe de uma coisa. — Então ele parou e começou a fitar o grande colosso que servia de Gabinete para o líder local, tal construção tão grande que dava para ser avistada da Academia. — Sabe qual é a única coisa em comum em todas as pessoas que de fato são adequadas?... Elas tentaram. — Ele então se virou para o menino. — E então, o que fará?

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Blackfeather'

Genin

Sex 28 Ago 2020, 16:54

Tudo aconteceu de repente demais para que o pequeno ninja pudesse entender, mas sabia que durante toda ação do "gigante" que o que presenciava era único, uma dança de shuriken que ele julgou não ser possível ser executada sem que se rompesse as leis da natureza, aliás, muito pelo contrário, o que presenciou foi uma manipulação total dessas leis, como se o professor tivesse calculado tudo em sua cabeça. A surpresa que ele sentiu ao ver a cena não parecia ter sido maior que a do próprio sensei, Amaterasu suspeitou que talvez aquilo não estivesse no script, claro, não duvidava da habilidade do homem, mas era de se estranhar tamanha surpresa por parte do homem.

O menino absorveu a fala de Bahba-san conseguinte o lançamento das kunai. Ficou em silêncio enquanto ouvia aquele discurso que julgou vazio e sem propósito, afinal, ele não estaria tentando? Toda vez que ele se levantava de manhã? Quando treinava? Ele não estaria tentando agora mesmo? Talvez, talvez... Sua cabeça latejava diante desses pensamentos. Amaterasu detestava o conceito de "tentar" e ainda mais toda aquela bobagem que havia sido dita pelo homem, pelo menos era o que ele pensava. Permita-me explicar melhor. Não era como se Amaterasu detestasse o esforço do "tentar", o que ele não suportava era aquela visão de que tudo dependia do esforço próprio, do "tentar". — Tentarei. — Acenou com a cabeça, subitamente interrompendo aquele emaranhado de pensamentos que afetava sua mente. Talvez ele estivesse errado, afinal, o que sabe uma criança de dez anos?

O menino tomou para si aquelas trinta shuriken. Respirou, fechou os olhos e tentou limpar sua mente, seu pulmão encheu de ar, ouviu alguns pássaros a fundo e até mesmo um pouco do ritmo de seu coração. Tateava uma das shuriken em sua mão e sentiu o quanto ela era afiada aponto de marcar seus dedos mesmo que não a pressionasse muito. Abriu os olhos novamente e tentou. Lançava shuriken após shuriken na tentativa de reproduzir o movimento do professor e, quem sabe, em alguns lançamentos, ele não conseguiria?

@Lollipoppy

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Lollipoppy

Chūnin

Sex 28 Ago 2020, 21:36

Narrador: Lollipoppy

Aberto

@BlackFeather'

O menino acenou com a cabeça, ele disse que tentaria, o homem apenas olhou.

— ... — Silêncio? Bahba nada falava, e nem gesticulava, totalmente do que ele tinha apresentado anteriormente. Não fora uma simples olhada, era algo fixo e profundo no menino, como se estivesse vendo algo diferente, como se esperasse alguma coisa.

O que ele esperava? Que aquilo se concretizasse, espera... Aquilo? Sim, isso mesmo, ele esperava com total certeza que iria se concretizar, afinal, aquele menino estava abençoado por aquele sorriso...

O menino de turbante esvaziou a mente e lançou as shurikens, tentando fazer o mesmo que acabara de ver. E fora sim muito parecido, duas no sentido norte-nordeste, e em seguida jogou a última no sentido noroeste. Contudo, as duas não se chocaram, passaram longe e elas ficaram sem motivos para terem sido lançadas, já a última ficou sem alvo.

— Agora entendo. — O grande homem disse, refletindo sobre algo.

O menino continuaria a fazer suas tentativas, todas sem sucesso, mas era notório que a cada tentativa melhorava mais, só que faltava alguma coisa. Acabara de ter feito a nona tentativa, e conseguira nada, melhorou a velocidade, elas já se tocavam, mas não iam para o ângulo certo. Faltava uma última tentativa a ser feita, ele continuaria com isso?

O homem então vendo que as shurikens estavam se esvaziando, percebera que o tempo estava passando. Ele se virou e começou a ir até a academia. — Vou buscar a turma, acho que você já está aquecido, quando eu voltar, você será Nozomu-sensei hahaha. — E ia rindo, mas lá longe dava para ser escutado a última fala dele. — Mais aberto.

Ele não especificou nem explicou, deixou ao ar, para o menino descobrir.

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Blackfeather'

Genin

Sex 28 Ago 2020, 21:58

Amaterasu fracassou miseravelmente, mesmo que em um momento ou outro tenha mostrado sinais de melhora. Era muito difícil para o garoto aceitar aquele fracasso, abaixou a cabeça e segurou firme a última shuriken, pressionou-a contra mão até sentir que ela estava a ponto de lhe tirar sangue, então cessou o esforço. Respirou mais uma vez, sua cabeça não doía mais, porém, naquele momento, desejou que sim, pelo menos seria uma desculpa para seu fracasso, obviamente uma desculpa para si próprio.

O pequeno ficou surpreso com as palavras do homem. Primeiro aquele homenzarrão disse que "entendia" alguma coisa, o que provocou um assombro ao menino. O que Amaterasu não percebeu que o homem percebeu? O que ele estava fazendo de errado até então? Não soube responder, mas sentiu algo diferente do que estava sentindo até ali. Aquele treinamento fez com que se sentisse vivo, aquelas tentativas, falhas, tinha dado a confiança de que quando tentar não é o suficiente tem também o aprender, aprender não é apenas imitar o outro, também é construir conhecimento e participar do processo de construção. Como Amaterasu poderia fazer isso? Óbvio! Refletindo não só a respeito dos próprios erros, mas assumindo uma postura que não tinha tido até então.

— As armas não tem sentimento, elas não falam, não choram e não reclamam quando cortam alguém — disse para si mesmo enquanto aguardava o homem retornar acompanhado dos alunos — meu erro foi eu me limitar apenas em reproduzir o que vi — pensou — tenho que utilizar as armas de maneira que elas conversem com meu corpo e com minha técnica. O espaço é apenas o meio que essas armas utilizam para deslocar, o que importa é o fim, e não existe apenas uma maneira de alcança-lo. Sim, eu entendi. — olhou para alguns pontos no lugar que poderiam ser usados como alvos. Sentiu a excitação crescer dentro de si como uma massa fermentada. Estava pronto para saltar aquela emoção e concluir aquilo que pensava ser a resposta correta.

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Chūnin

Sáb 29 Ago 2020, 15:48

Narrador: Lollipoppy

Sensei

@BlackFeather'

Ao meio de várias reflexões, Nozomu acabou tentando por entender qual seria a relação das armas com ele, não bastava apenas atirar, mas entender, compreender e pensar qual seria a melhor forma dele se adaptar ao armamento. E no fim, ele entendeu, pelo menos fora o que pensara.

A espera pelo homem grande nem foi tão demorada, me menos de três minutos ele já voltava com seis criancinhas, quatro meninos, duas meninas, todos aparentando estar na faixa dos seis anos. Sendo que tinha dois gêmeos de cabelos negros e olhares confusos, um outro menino de cabelo ruivo e aparentemente animado, já o último menino era de cabelos loiros, mas o seu olhar era receoso. Já as duas meninas ficavam atrás de Bahba, elas combinavam as roupas, e possuíam os cabelos negros e lilases, respectivamente. E sim, ambas estavam com vergonha.

— Então turma, esse é o Nozomu-sensei, digam oi para ele! — O homem apontava para o menino do turbante. E um “Oi!” um pouco animado saiu da boca das criancinhas. — Sabem o que ele veio fazer aqui?! — Perguntou, enquanto, os gêmeos começaram a pular com o dedo para cima dizendo “Eu sei”. — Então, Ahko, o que ele veio fazer aqui?

— Ensinar para a gente uma super técnica ninja! Aquele clone que o senhor faz! — O menino falava animado, enquanto fazia selos tentando fazer um bunshin simples, mas o bunshin nem ficava em pé.

— Não, ele veio ensinar uma coisa muito importante. Se lembrem, habilidades ninjas não somente são jutsus! Ele vai mostrar para vocês a lançarem shurikens! — Ele estava emocionado, mas a turma ficou triste com o final da sua fala. — Que isso turma! Claro que isso é o básico, e é simplista, mas fazer o simples, muitas vezes é o mais difícil! — A turma ficava refletindo, mas ninguém entendeu o que ele quis dizer. — Nozomu, agora é com você!

E com um “legal” ele passou a tarefa para o menino se apresentar, falar mais sobre o que iria fazer e tentar.

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Blackfeather'

Genin

Sáb 29 Ago 2020, 16:54

As crianças retomaram numa velocidade que o menino achou rápida demais. Amaterasu observou cada uma delas com grande interesse, olhou para dentro de seus olhos tentando observar a essência de cada uma, os problemas, os receios, o combustível de onde elas tirariam sua força e a maneira que morreriam no campo de batalha — como supunha que aconteceria até mesmo com ele — mas nada viu se não crianças, crianças que deviam aprender a melhor forma de se manterem vivas e se havia alguém que deveria fazer isso era ele, ele estava ali pra isso, por que se preocupar em como elas vão morrer? A essência de uma aula está em criar uma forma de passar um conhecimento vital para que elas não morram, não devia pensar na morte, mas na vida.

O menino observou toda a cena que se seguiu com uma expressão neutra em seu rosto, depois daquela "deliciosa" demonstração de vontade das crianças, Amaterasu não pôde se não sorrir. Sim, Amaterasu apenas sorriu, respirou fundo e então disse, calmamente: — Fazer o simples muitas vezes é o mais difícil porque requer uma coisa que talvez muito de nós não temos, a capacidade de síntese. — virou de costa para as crianças e pegou duas shuriken do seu próprio bolso, somando três shuriken com a que já tinha previamente em suas mãos. — No campo de batalha a síntese é fundamental! É assim quando lançamos um jutsu, quando nos movimentarmos e também quando usamos nossas ferramentas, esses movimentos tem sempre que responder a seguinte pergunta, que movimento eu devo fazer para que minha shuriken alcance o alvo em menor tempo e que, ao mesmo tempo, possa confundi-lo ou dificultar sua fuga?

Amaterasu talvez tenha falado demais, ele era uma criança, estava nervoso e nem um pouco preocupado em cativar sua plateia. Disse o que achou que deveria dizer. Já com as três shuriken na mão apontou para três alvos destintos, um deles fazendo uma curva atrás de uma árvore, o que um lançamento reto dificilmente seria efetivo da posição que estava. Pegou as três shuriken, lançou uma, após a outra, a primeira com velocidade ligeiramente mais baixa. As duas primeiras seguiram paralelas fazendo a lançada abaixo da primeira um movimento de ascensão e a mais acima de queda, com as duas se interceptando. A primeira subiu um pouco em direção ao alvo mais acima, enquanto a segunda seguiu em queda sendo atingida pela terceira shuriken em sua lateral, mudando seu sentido de deslocamento para a esquerda dos observadores e fazendo uma curva, devido a colisão lateral que sofreu, em direção ao alvo atrás da árvore. A terceira shuriken, seguiu o sentido oposto, traçando um movimento com uma ligeira curva em direção ao terceiro alvo.

@Lollipoppy

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Lollipoppy

Chūnin

Sáb 29 Ago 2020, 19:52

Narrador: Lollipoppy

Acerto ou Erro

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Palavras foram ditas, mas em nenhum momento uma apresentação formal, faltou uma coisa em essencial e, infelizmente teve uma coisa em excesso. Talvez ele ouvindo a todos poderia cogitar que conhecia a todos? Entretanto, se ele não se fazia ser ouvido, como que poderiam cogitar que o conheciam?

Ele então falou, continuando a frase dita por Bahba, só que com outro ponto de vista. As crianças que não entendiam, ficavam ainda mais sem entender inicialmente, só que ao longo do discurso começavam a compreender a mensagem, mas a forma que fora feita... O sentimento que ele dava para seu público, facilmente se percebia que era recíproco.

Então ele apontou os alvos, e fez sua tentativa. Ritmos, rotações e velocidades diferentes, tudo implementado tentando fazer uma sincronia dessincronizada. Pode se dizer diferente, porém, existia uma lógica. Daria certo? Muito difícil, só saberia tentando, e fora o que ele tinha acabado de fazer. As shurikens se bateram. Uma subiu, outra caiu para ser atingida pela terceira, que mudaria a direção.

“Se”, uma palavra muito dita. Se caso isso, se não tivesse ocorrido isso, se, se, se. A vida não é de “se”, a vida é de fatos que ocorreram. Na verdade, sim é superdivertido ficar imaginando as diversas possibilidades, de futuros e consequências paralelas. Poderiam ter ocorrido tantas e tantas coisas, cada uma com uma consequência diferente. Se essas shurikens tivessem acertado, Nozomu seria o adequado para o trabalho? Se elas tivessem falhado, ele não seria adequado? No fundo, será que era realmente isso que estava em jogo? Palavras ditas são fáceis de serem entendidas, mas o olhar... Demoraria mais um pouco para o menino compreender o que realmente tinha sido dito.

Sucesso.

As crianças olhavam perplexas, não sabiam que era possível desviar e fazer uma curva. Estavam todas nos alvos, mesmo que passou quase no limite de falhar, mas lá estavam acertadas. Bahba olhava sério, como se quisesse dizer alguma coisa, até que então ele abriu o sorriso.

— Olha só, talvez você já esteja apto para ser meu substituto hahaha! — Ele ria falando. — Turma, entenderam o que o Tio Nozomu fez? Espero que sim, porque a demonstração acabou, agora voltem para sala, peguem as shurikens que estão lá e voltem.

As crianças saíram correndo, deixando o homem e o garoto do turbante a sós. O homem respirou fundo, e falou:

— Você foi excelente! Acho que com isso a missão foi concluída! Um ótimo trabalho sem dúvida, tenho certeza que os meninos ficaram bem animados para tentar essas curvas, mas vão demorar alguns anos para isso. — Ele ria. — Seu pagamento está na tesouraria. —Colocava as mãos nos bolsos. — Bom, nos vemos por aí!

E saiu em direção a sua turma, terminando os trabalhos do menino.

* * *

Aprovando a Missão Rank - C e a Aquisição de Qualidade Perícia em Shurikenjutsu (1). Tudo fora feito dentro dos conformes, então está tudo aprovado!

Estou finalizando o tópico, fora bem divertido, mesmo eu tendo rushado e a qualidade para mim da mestragem caindo, mas fora ótimo! Sua escrita é muito boa e de um jeito que pessoalmente me agrada. Desejo boa sorte nas suas futuras aventuras!

See Ya!

Post FIM!

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