Mais uma noite ruim de sono. O trauma daquele dia anos atrás ainda me perseguia. Nunca conseguia ter um sono pesado. As imagens e sons ficavam se repetindo em minha cabeça. Virava de um lado para outro na cama, tentando afastar os pensamentos. Esquecer de tudo e só conseguir dormir. Quando percebia já era de manhã. Ouvi sons vindos da janela, acabando de vez com minhas tentativas de descansar em paz. Me levantei, cuidadosamente me aproximando da janela. Ninguém estava mais lá. A única coisa que ainda estava era a carta, manchada com sangue. Via as informações, sobre dura batalha que o ninja que, com muito esforço, escapou para relatar, do tal ninja e da situação atual. Provavelmente fui o primeiro que ele encontrou disponível para o trabalho. "Não tem jeito. Tenho que ir logo". Me vestiria logo, colocando a blusa, as calças negras, o sapato ninja e sairia de casa. Olharia para o céu, avaliando se estava ou não chovendo. Dependendo, colocaria ou não o capuz para proteger-me das gotas de água que vinham do céu. No fundo, torcia para não estar chovendo. Olhando nas proximidades de minha casa, via manchas de sangue no chão, indo em direção a mata. "Okay, se for na direção oposta a da mata, creio que encontrarei o local da batalha e, consequentemente, me aproximarei da tal vila que ele mencionou" pensei, logo continuando minha ação. Procuraria qualquer tipo de rastro que indicasse de onde aquele ninja que me trouxe as informações teria vindo. Pegadas, marcas, sangue, qualquer coisa. Se fosse o sangue, melhor ainda. Teria uma origem, indicaria onde aconteceu o combate. Poderia ainda ter rastros do inimigo ou algo que indicasse suas habilidades de batalha.

Encontrando tais rastros, tentaria seguí-los, sempre indo na direção oposta a de onde eu acreditava que o ninja tinha se escondido. Procurava a vila descrita ou o inimigo. Tentava, enquanto fazia o trabalho de rastreamento, manter-me atento aos arredores, identificando sons estranhos ou odores mais fortes que pudessem indicar as ações do possível inimigo (Os incêndios).

Spoiler:

observações:

"Demorei demais..." Pensei, vendo as chamas cobrindo quase todas as casas. Toda aquela cena, o local destruído, os corpos no chão, toda aquela destruição, me faziam tremer. "De novo, não consegui fazer nada..." pensava, amaldiçoando a mim mesmo por não conseguir ajudar. Via de longe aquela criança ser morta junto com seus pais. Aquele homem não iria parar por nada. Conseguia sentir sua sede por sangue de longe. "O que eu faço...?" minha mente se inundava com imagens do passado. Naquela época não pude fazer nada para salvar as pessoas que me eram queridas. Agora não seria diferente? Ficaria ali parado esperando pela morte que não tive em outro momento? Não. Dessa vez não.

Minha mente ficou em branco. Meu corpo se mexia sozinho. Avancei em minha velocidade máxima contra aquele homem. Não ligava para morrer. Não ligava para nada. Só queria impedir aquele ser desprezível. Não me preocupava com som ou com disfarce. Ele me perceber nem era um grande problema. Talvez aquilo até ajudasse os sobreviventes a fugirem daquele assassino. "Eu vou..." pensava, sacando uma kunai com a mão direita "Vingar todos..." concluía, mesmo que seu pensamento não estivesse ali e sim no evento traumático de anos atrás. O inimigo era forte tal qual aquele invasor. Eu via aquele homem nesse oponente.

Praticamente sem preparo algum, tentaria enfiar a kunai no pescoço daquele homem. Ficaria atento aos seus movimentos. Caso percebesse algum movimento incitando um contra-ataque, tentaria saltar por cima de Yugao, conectando esse movimento a uma tentativa de enfiar a kunai que estava em minha mão no crânio dele. Se ele se desviasse do primeiro movimento, continuaria fazendo movimentos horizontais, verticais e diagonais com a arma empunhada, visando atingí-lo em algum movimento desesperado. No caso de um simples bloqueio, tentaria dar um chute no joelho daquele oponente para desestabilizá-lo, seguido de um movimento da mão esquerda, com o dedo indicador e mindinho levantados, mirando nos olhos dele, tentando cegá-lo por um instante, tempo que julgava ser o suficiente para com a arma em minha mão direita, tentar enfiar na lateral de seu crânio. Faria o máximo possível para permanecer próximo ao inimigo, desesperadamente tentando atingí-lo e, talvez com sorte, derrotá-lo.

Spoiler:

Observações:

-Tsc... Eu estraguei tudo. Me deixei ficar cego pelo ódio, pela minha própria incompetência. Tentei compensar agora e avancei contra aquele inimigo, fracassando totalmente em minha investida. Aquele corte em meu peito doía demais. Levava a mão direita sobre o ferimento, pressionando-o (Mesmo que aquilo não fosse adiantar de nada). Caí de joelhos, paralizado. As palavras daquele homem não chegavam aos meus ouvidos. As memórias voltavam e inundavam minha mente. De novo não poderia fazer nada. Seria meu fim? Não pude fazer nada na minha vila, não posso fazer nada agora. Não posso?

Com o restante de minhas energias, me ergui. Olhava para aquele ser assustador, ainda trêmulo. O corte em meu peito incomodava demais. Parecia que não tinha chances de vitória. "Então é isso...? Não consegui encontrar nenhum propósito? Minha vida vai acabar antes de eu conseguir fazer qualquer coisa...?". Mordi os lábios com raiva, amaldiçoando minha própria fraqueza. Sacava outra kunai, colocando seu punhal em minha boca, prendendo-a lá. "Eu posso morrer, mas vou proteger essa vila. Não vou falhar".

Avançava novamente, agora em velocidade extremamente menor do que a minha máxima, visando conservar energias. Fazia alguns selos de mão, preparando uma técnica de substituição para eventuais contra-ataques. Issosso fazia parte de minha estratégia. "Espero que eu não precise usar isso no fim". Sutilmente abria a blusa cortada e ensopada de sangue. Todos os movimentos calculados. Assim que chegasse a 1m do oponente, seguraria a kunai com a mão esquerda, fazendo outro movimento frontal mirando no crânio. De novo ficaria o mais atento o possível aos movimentos de Yugao. Torcia para ele não contra-atacar ainda, visto que a substituição não estava pronta. No caso de ele tentar algum movimento horizontal, vertical ou diagonal (Com a arma, alguma faca ou até com seus membros) saltaria para trás, tentando sair do alcance da arma dele, cancelando também meu movimento. Jogaria aquela kunai em minha mão com força máxima na direção da faca enfiada no braço do oponente, tentando causar-lhe alguma dor. Se desse certo, tentaria avançar antes que ele se recuperasse, sacando com a mão direita uma terceira kunai, a qual tentaria enfiar no olho direito do oponente. Caso o movimento fosse uma estocada para a frente, tentaria mover meu corpo na direção oposta a mirada pelo movimento, buscando evitar um golpe ou pelo menos esquivar de um dano fatal. A seguir, com a arma na mão esquerda, tentaria acertar o crânio do oponente, matando-o no processo. Por fim, se ele simplesmente desviasse e não fizesse nada, provocaria, dizendo -O que foi, fugindo de um moribundo...?, tentando fazê-lo se aproximar para a próxima estratégia envolvendo a substituição.

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Jutsus:

Observações: