Por mais que detestasse a ideia, o rapaz fora obrigado por Cloud à ir ver sua nova casa. Casa esta que foi construída sem o conhecimento - ou consentimento - de Squall. Sabendo que discussões seriam inúteis, cedeu à vontade do outro e do Conselho, que não queriam mais ver o rapaz dormindo no escritório após virar noites consecutivas trabalhando e caindo sob a mesa, literalmente apagando. Para sua sorte, tinha uma habilidade que ajudaria na situação; gerou uma réplica sua e a dispensou do gabinete, para ir “inaugurar” a casa. MAs, no caminho, havia o assunto trazido pelos Samurais, que não lhe saía da cabeça. .

”Uma guerra… Se isso não tem como ser evitado, vou precisar conhecer melhor aqueles que irão ao meu lado. Isso não é tão simples como defender um ataque À vila. Estamos deixando nossa terra para ir atacar outro país. E se isso não for bem planejado e calculado, pode acabar gerando muitas baixas, inclusive inocentes. - Pensou o rapaz, suspirando, enquanto abria a porta da casa, adentrando.

Antes de mais nada, mandou o guarda que o acompanhava chamar o Hatake. O garoto era o primeiro escolhido que faria parte das fileiras naquele cerco, e o Kage precisava sondá-lo melhor para saber se de fato poderia contar com ele. Antes que ele chegasse, tratou de descer ao porão para guardar o corpo que carregava consigo, em estado vegetativo - vivo, porém inconsciente - no local preparado para isso. Voltou para a sala, onde aguardou o rapaz.

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No momento em que o rapaz chegou, Squall o aguardou em sua sala, sentado sob o sofá, com o corpo inclinado para frente e seus cotovelos apoiados nos joelhos. Assim que o mais novo adentrou, Squall o fitou, ao passo que ele começou à falar.

"Gostaria que não fosse...” - Respondeu ao comentário sobre a casa mentalmente, lembrando que foi obrigado à viver em um local tão esbanjado como aquele

Exteriormente, apenas acenou com a cabeça positivamente, mantendo sua expressão séria habitual. Ao ouvir o garoto chamá-lo pelo nome ficou aliviado; aos poucos, pareciam se entender cada vez melhor.

- Que bom que veio, Fuyuki. Sente-se onde quiser, por favor. - Começou, pensando em como iria abordar aquele assunto - Espero que tenha se recuperado bem desde a defesa da vila. Obrigado pela sua ajuda.

Um momento de silêncio se seguiu, com o rapaz sabendo que era terrível nessas coisas. Optou por ser objetivo e direto, para saber se poderia ou não contar com o rapaz.

- Serei objetivo sobre o assunto. Uma das Grandes Nações, o País do Vento, se tornou um perigo para a estabilidade de todas as outras, em todas as formas. Sob a premissa de se tornarem independentes, juntaram exércitos massivos, armamentos de guerra incalculáveis, entre outras coisas. Várias pessoas que foram investigar sobre isso nas fronteiras desapareceram, e muitas outras foram encontradas mortas nas mesmas fronteiras. Algo está acontecendo dentro da vila da Areia. Em breve, iremos nos mover para o País do Vento. O que pensa sobre isso?. - Questionou, observando o garoto.

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Em silêncio, o rapaz tratou deo uvir atentamente às palavras do garoto, observando seu olhar enquanto falava. Sua velha maneira de estudar as pessoas. Permaneceu inexpressivo À cada palavra proferida, mas em dado momento, quase não se conteve. Subiu de leve suas sobrancelhas, "abrindo" um pouco o semblante fechado de sempre; demonstrando, mesmo que apenas um pouco externamente, surpresa. Mas por dentro, estava quase em choque. Em cada situação que conversava com o garoto, via mais de si nele. Tal qual Squall, ele demostrara saber as dores de perder pessoas queridas. No caso da Sombra, isso o fez alguém fechado, introvertdo, que não demonstra emoções para os outros, embora as sinta internamente.

"Amigo?” - Pensou, surpreso.

Pouquíssimas pessoas o chamaram assim, e das que chamaram, menos ainda estavam vivas. A dor de perder pessoas próximas era recorrente em sua vida. Recorrente e cansativo; principalmente dado o fato que sua fraqueza foi a causa dessas perdas. Se apenas fosse mais forte... Mas, não era hora para isso. Suspirou, baixando o rosto por um breve instante, e fitando o garoto com um mínimo sinal de sorriso no canto esquerdo dos lábios, quase imperceptível, mas para alguém inteligente, não passaria despercebido.

"Não planejo morrer tão cedo.” - Pensou, olhando para o quadro à frente deles dois. Sabia que ainda tinha uma promessa à cumprir, e isso o mantinha vivo.

- Não se preocupe com isso. -Falou, voltando de seus devaneios. - Sei bem à dor de perder companheiros. E sim, todas as nações irão se mobilizar em conjunto para resolvermos isso. Mas não somos assassinos; iremos ao núcleo do problema, encontrar a cabeça por trás disso tudo, para não tocar em vidas inocentes. Tem uma pessoa que foi sequestrada, o antigo Hokage, Hattori Shion; ele está sendo usado como fonte de energia para o crescimento bélico e econômico do País. Nosso objetivo primário será retirar ele de lá vivo. - Disse enquanto se levantava do sofá, olhando para fora, pela janela.

Com suas mãos no bolso, olhando para fora, sentiu-se estranho por uns momentos, visto que quase nunca em sua vida havia ouvido alguém tratando-o daquela forma. Como mais do que um parceiro de combate, ou superior naquele caso; como um amigo. Sentiu-se grato enquanto sorria brevemente, mas não exteriorizou nada daquilo. Não porque não queria, mas porque sabia que não conseguia.

- Isso será extremamente perigoso e complicado. Quero que pense bem à respeito. Como você disse, não confie demais. Nem em si mesmo, nesse caso, pois uma guerra sempre será... uma guerra. - Pontuou, ainda de costas para o garoto, olhando para fora.

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O nome de Shion causava um notável incômodo no rapaz. Não era de se estranhar, afinal, foram supostos Hattoris que atacaram o Redemoinho semanas antes. Ouviu atentamente ao que o rapaz dissera, mencionando dois pedidos.

"O antigo Hokage... Hattori Shion. É, já faz muito tempo” - Pensou, lembrando de seus dias na Folha e a conversa que tiveram. A última.

Após o primeiro pedido, ergueu seu rosto, olhando para o céu pela vidraça da janela, lembrando-se da luta que tiveram na costa contra aqueles supostos Hattori.

- Hattori Shion é o antigo Hokage, e pai de minha ex-sensei, Angell Hyuuga, atual Hokage. O que sei sobre os Hattori ainda é muito pouco. Eles possuem poderes exorbitantes, muito maiores do que qualquer ninja poderia alcançar individualmente. Shion vivia sua vida para combater seu outro filho, Shaka, que planeja destruir o mundo inteiro como conhecemos e reescrevê-lo usando seu poder, para fazer tudo à sua vontade. Durante o Chunin Shiken, de dois anos atrás, esse mesmo Shaka alegou tê-lo matado, e ninguém mais viu Shion desde aquele dia. Alguns mensageiros estiveram aqui hoje, mais cedo, trazendo notícias e provas que Shion está vivo, e é ele que está servindo como fonte de energia para a Areia e sua expansão. Shion foi quem me ajudou, quando eu estava perdido na escuridão... - Disse, mudando um pouco o tom de voz para algo mais triste. - Aqueles que nos atacaram devem apenas estar usando o estandarte dos Hattori; seus poderes não erma nada comparados aos verdadeiros. Se fossem Hattori mesmo, não estaríamos aqui agora.

- E qual é o outro pedido?

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Aquela situação era inusitada; poucas semanas antes, o garoto era alguém fehcado e desconfiado, que sequer falava mais do que duas ou três palavras para Squall. Agora, demonstrava uma clara e abrangente confiança. Definitivamente, estava crescendo. Não só o rapaz, mas a confiança como ninjas companheiros, e guardiões daquele vilarejo.

"Marcações em todas as vilas? Já vi guerras começarem por menos. Isso pode ser periogoso, embora a ideia seja útil.” - Ponderou, voltando o olhar para o garoto, formulando sua resposta.
- Embora eu seja Kage à pouco tempo, tenho noção de que a situação política do mundo é muito instável. Qaulquer pequeno detalhe pode estourar em uma guerra facilmente. Sua ideia é muito útil e boa, mas sem autorização das vilas, se descobrirem, podemos ficar em uma situação tensa muito rapidamente. Por questões militares, não há problemas; com exceção do Som e da Nuvem, as demais vilas nunca se voltarão contra nós, acredite. Sua ideia é muito útil para questões de transporte, e trataremos de ver mais sobre isso após resolvermos as coisas em Suna, okay? - Questionou, com um leve sorriso para o garoto, entendendo seus pontos de vista.

Levantou seus olhos para o nebuloso céu, quase invisível por conta da neblina, e decidiu-se por dar continuidade à ideia.

- Fuyuki, venha comigo. - Disse, saindo da sala e indo para o campor de treinamentos nos fundos de sua casa.

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O rapaz caminhou calmamente em silêncio, atravessando a casa até o local onde queria levar o garoto. O local de treinamentos fora aberto, e Squall ficou próximo do Hatake enquanto caminhavam pelo interior.

O gás oxigênio em maior concentração externa difunde-se no plasma sangüíneo em direção às hemácias, combinando-se com a hemoglobina (proteína associada a íons de ferro), passando a sangue arterial.

- Quero que deixe uma marcação sua neste local, e que se lembre bem dele. Da próxima vez que nos vermos aqui, farei um teste com você. Se passar, terá uma promoção especial. Se falhar... bom, deixemos isso para o momento devido. Estou fazendo isso, porque confio plenamente em você Fuyuki. Não se esqueça disso. - Falou, com um sorriso de canto para o rapaz.

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De volta ao lar, após tanto tempo. Apressadamente, o rapaz adentrou as portas de sua casa - agora sabia que tinha uma - e dirigiu-se para os fundos da mesma. Era para situações como esta que havia desenvolvido uma técnica especial. Precisa cumprir sua promessa, custe o que custar. Ao adentrar os fundos, onde havia seu campo pessoal de treinamentos, preparou-se para realizar a técnica que iria lhe servir de passagem para a recuperação. Abriu sua boca, e despejou de dentro do seu corpo o que era chamado de “forma verdadeira” pela Serpente Branca, quem lhe passou o chakra especial que carrega em seu corpo. A serpente colossal se ergueu, agora fora da carcaça, olhando para seu corpo sentado na cadeira. Concentrou seu chakra e começou o ritual de execução da técnica; através de um serpente em seu corpo, canalizou o chakra medicinal para seu corpo, e disparou através desse uma onda elétrica revestida de seu chakra especial - junto do medicinal - que percorreria cada medula, junta, músculo, enervação, ligadura, todo o perímetro de seu cérebro e sistema nervoso; correria por todo seu corpo a fim de regularizar qualquer anormalidade nos funcionamentos físicos deste. Bastava aguardar o efeito da mesma.

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O poder dos chakras misturados para a confecção daquela técnica havia cruzado cada milímetro do corpo de Squall, e certamente, à esta altura, já havia completado seu objetivo. A grande serpente então rastejou de volta para dentro da carcaça, assumindo o controle de seu corpo mais uma vez, e pode constatar de fato; estava curado da paralisia. Voltou à mexer suas pernas, embora com um pouco de dificuldades no começo, e logo tratou de as exercitar, e aproveitar suas funções novamente, correndo e saltando pelo campo de treinamentos ali presentes. Trataria, mais tarde, de devolver a cadeira de rodas ao hospital. Não mais precisaria dela. Procurando se recuperar da grande quantia de chakra usado naquela técnica, deixou o local saltando pelo telhado, indo embora.

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