Caminhei em passos lentos em direção ao templo, que ficava a 30km de Konoha. O lugar parecia abandonado pelo mundo, me levando a questionar o que um inventor estaria fazendo naquele território tão sombrio. Pelo que havia entendido, um time de Konoha havia sido enviado para aquele templo para investigar os sumiços que estavam acontecendo em volta dele, principalmente em dias chuvosos, onde aparentemente as pessoas buscavam se abrigar lá. O lugar estava infestado de corvos, alguns sobrevoando e outros pousados em lugares aleatórios.


   O templo pertencia a um dos pioneiros na arte da criação tecnológica, o inventor Tadahiro Takuma, um homem que também tinha habilidades científicas invejáveis, compensando o fato de não ser um ninja de um grande clã ou possuir uma Kekkei Genkai poderosa. Dizem que ele foi um ninja de alto escalão, mas que usou o dinheiro que recebeu de Konoha para comprar um templo, aposentando-se e dedicando as suas experiências. Nunca casou ou teve filhos, se tornando um homem recluso, cercando-se das tecnologias que criou, o que era, em todo caso, uma história triste de um homem solitário. Teria ele enlouquecido? Todas as perguntas me levavam até o templo dele.

   Quantas pessoas haviam sumido naquele lugar? Não poderia responder, somente investigar os fatos. Rapidamente e olhei para o chão, que era coberto de grama, percebendo que haviam algumas que haviam sido pisadas recentemente, indicando que alguém passou por ali. Pelo tamanho das pisadas, indicava que eram seres humanos. Mas não era a minha tarefa adivinhar o que estava do lado de fora, mas quem ou o que estava do lado de dentro, por isso me dirigi para o templo, subindo as escadas lentamente e chegando perto da porta, empurrando-a com o cotovelo destro, olhando para dentro.

   - O que é isso, afinal de contas? – a primeira vista que eu tinha era do lado externo do templo, adentrando e caminhando em passos lentos. Não pude deixar de notar, desde a minha chegada, que haviam corvos pousados nos telhados e nas telhas. Quando comecei a caminhar, um susto: os corvos começaram a voar, como se estivessem fugindo daquele ambiente. - Cruzes... – passei a mão pelo cabelo, olhando para a entrada do interior do templo e vendo que as duas portas se abriam lentamente. - Como numa história de terror... – sussurrei, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca, respirando fundo e começando a caminhar para dentro do templo.

   Depois de uns trinta segundos, as luzes do ambiente se acenderam. - Sensor de movimento? – perguntei-me, olhando para os cantos e dei uns três passos para frente. Do nada, as portas atrás de mim se fecharam, me fazendo virar para trás rapidamente, puxando a kunai dentro da manga da minha roupa. - Droga… – fui até a porta e apertei a maçaneta, tentando abrir a porta, mas não obtive êxito. - Estou trancado? – tentei puxar a porta com mais força, para fazer com que ela fosse arrombada, mas acabei levando um choque de leve, tirando a minha mão rapidamente. - Agora entendi tudo. – fiquei olhando para a minha mão, olhando para o primeiro cenário ao meu redor, percebendo que não havia nenhuma janela ali.

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   - Agora sou eu por mim mesmo, não é? – percebi que haviam duas portas no primeiro andar, uma na parede à minha esquerda e outra no lado oposto, e uma escada que me levaria para o segundo andar, que também tinha dois caminhos para seguir no meio dela, me levando para as pontas opostas. Percebi que estava dentro de um grande labirinto, e que qualquer porta que eu entrasse poderia me levar direto para uma armadilha. - Minhas escolhas agora devem ser mais cuidadosas e, com sorte, eu não cairei em uma armadilha que irá ceifar a minha vida. – disse para mim mesmo, dando primeiro passo e indo em direção à minha porta esquerda, tentando abrir a porta e tendo o mesmo resultado que tive quando tentei escapar: choque.

   - Que merda... – talvez aquilo fosse não só um empecilho de alguém escapar, mas também de um ninja com uma força elevada arrombar a porta. Até pensei em arrombar a porta, mas acreditei que não era uma boa ideia, considerando que Takuma era um inventor. - Ele está preparado, afinal de contas. – pensei bem e resolvi mudar meu percurso, indo até a porta da direita, ficando com um pouco de receio de por a mão na maçaneta, mas respirando fundo e puxando-a, abrindo a porta rapidamente, entrando em um corredor. Caminhei em passos lentos para dentro daquele ambiente hostil, sempre mantendo os meus olhos abertos. Havia uma virada para a esquerda, onde acabei virando. Chegando lá, uma cena assustadora: um homem estava no chão, devorando um corvo que parecia ter entrado no templo por algum buraco ou alguma fresta. O homem usava um jaleco branco, indicando que poderia ser um médico, um cientista ou só um idiota que gostava que usar jaleco branco. Ele virou o rosto para mim e a sua face estava deformada, como se estivesse sem alma.


   - O que é isso? – me perguntei rapidamente, vendo aquele homem se levantar lentamente e caminhar em minha direção, esticando as duas mãos para frente, como se quisesse agarrar o meu pescoço. Antes que o mesmo pudesse me atingir, chutei o seu peito com força, o fazendo bater com as costas na porta. Era um chute na direção do seu coração, na intenção de fazê-lo parar. Aquele homem, mesmo se movendo como um, não parecia ser humano, me assustando completamente. De repente, aquele ser acabou se levantando, me fazendo arregalar os olhos. Ele babava como um cão raivoso, e gemia como um ser possuído. - Como ele conseguiu se recuperar tão rápido? – me perguntei, puxando uma kunai e lançando na direção da sua cabeça, atingindo a sua testa. - Isso só pode ser um pesadelo... – comentei, vendo a criatura deitada no chão, o sangue saindo pelo buraco feito por mim. Cheguei perto dele e puxei a minha kunai, tateando o seu bolso a procura de informações, quando vi que havia um pedaço de papel em um deles. O abri lentamente, buscando saber o que havia na carta, sendo pego de surpresa.

   “Não existe um dia que eu não me arrependa de ter ajudado esse homem. O projeto que deveria salvar milhares de vidas e levar energia para todos os países do mundo se transformou em uma obsessão maldita de Takuma por poder. Se ele for bem sucedido em seu plano, ele criará algo que destruirá todo o mundo shinobi.”

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   Surpreso, fiquei me indagando o que Takuma havia feito que despertava tanto medo naquele pobre homem, que havia se transformado em uma criatura horrenda. Virei o mesmo de bruços, tateando os bolsos de trás para ver se encontrava o que queria, e logo descobri uma chave. Puxei-a e a guardei no meu estojo de equipamentos, esperando que ela pudesse ser usada em algum momento. Caminhei então até a porta que estava à minha frente, vendo que ela estava com uma fresta, indicando que não estava trancada. Puxei a porta devagar, e rapidamente um morto-vivo caiu em cima de mim. O susto me fez ir ao chão, batendo de costas, mas o instinto me fez colocar o braço direito no pescoço daquele ser cadavérico. O ser batia os dentes e gemia, como se quisesse me devorar, enquanto eu me debatia.

   - Que merda. – estiquei o meu braço com dificuldade na direção da cabeça do monstro, emitindo uma pequena rajada de choque na sua cabeça que, estava tão fragilizada, que teve um buraco aberto ali, explodindo os seus miolos para o lado. Empurrei o corpo dele para longe, o fazendo bater na porta, que era arrombada e caia no chão. - Aparentemente eles só morrem quando são atingidos na cabeça. – me levantei rapidamente, percebendo que havia mais três mortos vivos na outra sala, que tinha uma grande mesa de metal, com algumas cadeiras em volta, como uma grande sala de reunião. - Desculpe, mas não tenho tempo para perder com vocês. - disse para os zumbis, então puxei a minha kunai e, utilizando um Shunshin no Jutsu, aumentei a minha velocidade, de forma a dar uma volta completa na sala, cravei as armas na cabeça dos três zumbis, os assistindo cair no chão.

   Fui até o deles, que parecia ser um ninja da vila, por causa do Flack Jacket. Tateei o seu bolso, e apesar do cadáver ser de um homem moreno, o cartão que tinha em sua bolsa era de uma mulher branca. Provavelmente ele deve ter sido convocado para aquela missão e, de alguma forma, ele achou o cartão. Olhei para o local e percebi que havia uma porta que me levaria a um pequeno escritório, do tamanho de uma dispensa, cuja janela me permitia ver que havia um computador lá dentro. Cheguei perto na porta e vi uma maquininha onde eu deveria passar algum tipo de cartão. Na hora testei o que tinha em minha mão, conseguindo abrir a porta. Assim que entrei, percebi que o computador ligava também. O aparelho era branco, um pouco antigo, e também tinha um leitor de cartão. Passei o cartão e vi que uma aba nova abria no computador.


   Olhei para o cartão e não vi muita coisa, mas ao virá-lo de costas, percebi que havia sete números ali, o que poderia indicar a senha. Rapidamente, fui no teclado e apertei os números 8391501. A tela desapareceu, e logo deu lugar a outra. Sentei-me na cadeira e fiquei observando a tela, cuja palavra “Carregando...”, junto de um número, aparecia. Começava em 1%, depois em 2, até chegar a 100%. A tela ficou toda preta, e começou a aparecer uns códigos sendo executados. De repente, uma única pasta de nome “Oblivion” apareceu, me fazendo estreitar os olhos, diante da minha curiosidade. Procurei pelo mouse e cliquei na pasta, vendo que outras apareciam.

   > OBLIVION
      > FERMI PARADOX
      > CROATOAN
      > MULTIVERSE
      > LAZARUS PROJECT
      > ENERGY EXPLOSION
      > SUPER SOLDIERS
      > MAD HATTER
      > BIG BROTHER

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   Haviam tantas opções por ali que não sabia por onde eu deveria começar. Será que eu clicava no primeiro, no último, no segundo? Todos eles me chamavam a atenção de alguma forma, mas um em particular me fez usar o mouse para mover o ponteiro em direção a pasta. ENERGY EXPLOSION… O que será que aquilo significava? Não tinha a menor ideia do que aquele homem era capaz, por isso cliquei. Abri uma pasta com muitas imagens. Uma delas era de uma grande bomba, que parecia ter 1,20m de altura e 1m² de comprimento e largura. Havia também um documento, que abri rapidamente, mostrando então algumas fórmulas que eram bem avançadas. Com meus conhecimentos científicos, consegui interpretá-lo depois de um minuto, arregalando um pouco os olhos.

   - Se esse projeto funcionar… Poderá criar um explosivo de chakra que poderia destruir uma vila inteira. Mas como ele pretende lançá-la? Talvez com algum propulsor... – saí da aba do documento e cliquei nas imagens, apertando o botão com a seta para a direita, observando o projeto do homem. - O que esse filho da puta está pretendendo? – me questionei, percebendo, através dos documentos, que o dispositivo funcionava com o chakra de um ser vivo, que era armazenado ali e então a bomba era lançada para o alto, como se fosse uma espécie de foguete, e então voava o suficiente para ganhar altura e cair do céu e criar uma explosão que virá a destruir o que estiver ao seu redor, como se fosse um meteoro vindo do espaço. Não dava para estimar exatamente qual seria a altura, mas era o suficiente para dizimar uma grande parcela de Konoha.

   - O que está achando desse projeto até agora, Kobayashi Indra? – perguntou uma voz vinda de algum buraco sinistro, me alarmando. Olhei para os cantos em busca da identidade da criatura, mas pelo jeito, parecia ser o dono daquele templo. Quem mais conheceria aquele lugar o suficiente para ter controle sobre as coisas. Tentei não parecer intimidado, pois estava no território inimigo. - Acho que você é um lunático, que tem diversos projetos insanos que podem vir a destruir vilas. E que porra de criaturas são essas que você criou? – perguntei, olhando para os possíveis locais onde uma saída de voz poderia ser encontrada. De repente um apetrecho saiu do monitor acendeu uma luzinha azul. A tela mudou e logo apareceu o rosto de um homem de óculos escuros e cabelo loiro. - Tadahiro Takuma...

   - Sem formalidades, por favor… Somos inventores, uma classe exclusiva, inteligente. Somos o futuro do mundo shinobi, mesmo que esses patifes que só sabem usar os seus corpos não admitam. Vamos lá… Quer saber? Não precisa clicar mais nesses documentos. Eles são apenas imagens e algumas fórmulas. Se você quer saber o que estou fazendo aqui, é só me perguntar. – fiquei sem saber o que fazer, quando de repente, uma criatura caiu do teto, quebrando a mesa. Era um homem de pele cinza, careca e de sobretudo longo. Ele tinha uns 2,10m de altura, e o jeito amedrontador. - Quem foi esse que acabou de chegar aqui? – questionei, me levantando rapidamente, olhando a criatura pela janela. - Uma das minhas melhores criações… Vá lá conversar com ele. – estreitei os olhos ao olhar para tela, dando um soco tão forte nela que quebrei o computador.

   - Eu vou perguntar o que quero pessoalmente, Takuma… Mas primeiro eu vou destruir esse monstro, e depois, vou destruir você! – garanti, caminhando até a porta e dando um puxão nela, ficando a uns cinco metros daquele ser gigante.

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   Bati com força meu reator e fiz com que a Black Ranger fosse invocada, ligando os propulsores rapidamente e voando em direção a criatura gigantesca, agarrando-o pela cintura e o fazendo se chocar contra a parede, criando um rombo nela. Comecei a socar o rosto do inimigo, usando toda a força que tinha para isso, achando que poderia matá-lo com isso. Mas depois do quinto soco, não consegui acertar o sexto, pois ele segurava o meu punho fechado com a destra e me batia no rosto com a canhota, me lançando para o outro lado da sala, me fazendo entrar no escritório de onde eu tinha saído, derrubando tudo o que tinha lá. - Ouch. – disse, estalando o ombro e vendo que a criatura se levantava, e logo esticou o braço direito, transformando a sua mão em uma espada afiada. - Que negócio é esse? – me questionei, saindo pela janela novamente, mas ao invés de atacá-lo diretamente, ganhei vôo, ficando a vinte metros acima daquela criatura.

   Mas a altura em que estava não intimidou a criatura, que deu um salto tão alto que foi capaz de me alcançar, rapidamente me segurando pelo pescoço, me levando até o chão. Caí de costas na mesa, e só não fui morto porque a armadura me protegia. Meus braços estavam presos pelas pernas da criatura, que fazia questão de me ver ali impotente. Ele arrancou o capacete que eu usava, jogando-a longe, me dando um cruzado de direita no rosto, abrindo um corte. Depois, levei outro soco, e para não continuar apanhando, realizei selos manuais com a mão esquerda, criando uma corrente elétrica em minha mão, que eletrocutava a criatura, obrigando-o a se afastar, mas quando ele deu um salto para trás, rapidamente apareci em alta velocidade na sua frente, usando o Shinden para golpear o local onde deveria estar o seu coração.

   Na minha cabeça, ele tombaria naquele momento, mas ao invés disso, ele segurou em minha mão com a canhota, e preparou a espada em que o seu braço havia se transformando para me golpear. Tentei me soltar enquanto ele segurava a minha mão, mas foi em vão. - É o seu fim, Indra. – disse a voz sussurrante na sala. Um ninja qualquer poderia aceitar a derrota, e era o que poderia ter acontecido com aqueles que foram para lá. Mas eu não tinha intenção de morrer naquele lugar obscuro! - ATIVAR MORTE SÚBITA! – imediatamente, seis pernas de aranha surgiram, e uma delas avançou contra o braço da criatura, impedindo-a de perfurar o meu corpo. Usando o propulsor da minha armadura, começamos a rodar no ar, até que consegui soltar o meu braço, dando um chute no peito do inimigo, o jogando para longe.

   - Impressionante até onde conseguiu chegar com as suas habilidades e a sua inteligência, Indra-san. Mas esse lugar é a minha fortaleza, onde passei anos criando as minhas invenções e as minhas criaturas. Não existe a menor chance de você conseguir escpar daqui. E se tem alguma dúvida sobre isso... – o braço direito do homem de pele cinza se transformou em um canhão de energia, concentrando uma esfera do tamanho de um Rasengan.

Informações Gerais:

   A força do ataque daquele tiro fez com que um buraco se abrisse no teto, o que poderia me levar mais facilmente para o segundo andar, mas não era a minha intenção no momento, já que o que deveria fazer mesmo era desviar daquelas esferas de chakra que vinham na minha direção. Por isso gingava o corpo para os cantos, tentando ficar longe daquela criatura. Sobrevoei até o teto e usei as pernas de aranha para andar pela parede, descendo e dando um salto e caindo atrás do gigante, cravando as Spider’s Legs em várias partes do seu corpo, o imobilizando e o levantando no ar. - Isso é o que vou fazer com a sua criação, Takuma… ISSO É O QUE VOU FAZER COM TODAS AS SUAS CRIAÇÕES! – bradei, gingando o corpo e retirando as pernas de aranha de seu corpo, o deixando cair no chão. Antes que o grandalhão pudesse fazer mais alguma coisa, comecei a pisar diversas vezes contra a sua cabeça, usando toda a minha força, até quebrar o seu crânio. - Impressionante… Exatamente como você fez com o seu pai, não é, Indra? Sim, eu sei dos detalhes… Somos filhos de pais ausentes, eu entendo como você se sente. – disse Takuma, me fazendo ficar irritado com os seus comentários.

   - Você não entende nada como eu me sinto. Você é um fora da lei, um idiota que pensa que pode se tornar um deus, controlando a tudo e a todos. É por isso que vive recluso nesse lugar, só não entendo porque não divulga os seus projetos para Konoha. Poderia ser um grande cientista e inventor, ao invés de viver trancado em um templo. – bradei, com os punhos fechados, olhando só mais uma vez para aquele inimigo gigantesco, me certificando de que ele realmente estava morto. - O que está construindo aqui? O que é a Energy Explosion? – quis saber, mas não esperava muitas respostas daquele homem. - O poder que irá destruir o poder. A mãe de todas as bombas, o princípio do fim. Com esse dispositivo, poderei remodelar o mundo de forma que somente aqueles com conhecimento e capacidades mentais possam governar o mundo. – ele mencionou, e então fez uma pausa. - Eu deveria fazer esta bomba usando chakra, mas com você aqui, Indra-kun… Você possui uma forma de energia MUITO mais ilimitada do que o chakra. Com o seu Reator, eu poderia construir uma bomba capaz de destruir países, até mesmo continentes. – falou, dando uma risada curta. - É, parece que tem males que vem para bem, não é? – falei com ironia, respirando fundo e descansando.

Informações Gerais:

   Não podia mais perder muito tempo naquele buraco imundo, por isso mantive a minha armadura ativada, desativando as Spider’s Legs, pois elas não me ajudariam muito no momento. Subi pelo buraco que aquela criatura bizarra tinha feito no teto, chegando no segundo andar. - Suas habilidades de combate são bem interessantes, Indra. Onde aprendeu-as? – quis saber o cientista, buscando continuar um dialogo com ele. - Por que quer saber? – respondi ríspido. - Quer saber? Eu te conto se você me responder as coisas que quero saber. – fiz uma proposta, vendo dois mortos vivos vindo do corredor à esquerda de onde eu estava, caminhando lentamente em minha direção. Puxei duas kunais do bolso e lancei ambas contra a testa deles, os eliminando. - Tudo bem… Você primeiro. – respondeu a voz, enquanto eu me ajoelhava na frente dos monstros. - Aprendi quase todas elas sozinho. Não tive nenhum mestre durante a minha caminhada, a não ser o Volker, que nunca foi verdadeiramente um mestre, apenas alguém que me ensinou tecnologia. – tirei as kunais das testas dos mortos vivos, limpando o sangue em suas mangas e guardando as armas. - Mas você é o mentor de três shinobis, não é? – Takuma parecia intrigado com aquilo.

   - Sou? Não sei tão bem. Quando o conheci, eles já eram Chuunins, e eles evoluíram sozinhos. Não sei se tive muita participação na evolução deles. – não sabia porque, mas acabei desabafando com o inimigo, como se ele merecesse ouvir os meus lamentos. - Eles são fortes, e sabem o que querem. Bem, agora eu disse o que queria saber, até mais do que você merecia. Agora me dê as respostas que eu quero. O que tinha naqueles arquivos? – virei no corredor a esquerda, vendo que havia uma escada gigante que me levaria para o terceiro andar. - Tudo o que eu pude aprender nesses anos de reclusão. Na verdade, estive viajando o mundo em busca de perguntas que não possuem respostas. Será que existem outras civilizações em outros planetas? Será que podemos viver para sempre? Podemos criar supersoldados? Estamos sendo vigiados, de alguma forma? O que será que os grandes governos escondem de nós? Será que existem outros universos além desse? Existem muitos mistérios que estão sem respostas, Indra… E tudo o que eu quero é desvendá-las, ou acabar com os mistérios. – dizia o homem. - Criando uma bomba que vai dizimar milhares de pessoas? Essa é a sua forma? – cheguei em um ponto que haviam três portas, uma à minha esquerda, outra do lado oposto, e um portão a minha frente. Abri as duas portas, mas não encontrei nada de uma cozinha sem nada e um quarto sem cama. Só restava a porta da frente, puxando-a e vendo que uma sala de reuniões estava na minha frente, mas com diversos televisores na parede. - Então é aqui que você fica controlando esse lugar, Takuma? – perguntei, encarando o homem responsável por aquele local.

Informações Gerais:

   Assim que entrei na sala, o homem estava sentado ali, talvez imaginando o que eu iria fazer com ele. Mesmo assim, Takuma permaneceu sentado, como se não tivesse mais nada para perder, e de certa forma, talvez não tivesse mais. Mantive os punhos fechados, pronto para atacá-lo. - Onde estão os civis e os shinobis que vieram parar nesse templo? – perguntei, e dependendo da resposta, as coisas não ficariam muito boas. - Estão mortos, como pode presumir. Você matou alguns deles no caminho para cá, então carregamos metade da culpa. – disse com um sorriso irônico no rosto. - Eles já estavam mortos quando eu os finalizei. – retruquei, vendo que o homem, que era baixinho e usava óculos, logo se levantou, com aquele jaleco branco arrastando no chão. - Matei mesmo, hm? Eles caminhavam, se moviam e até mesmo comiam. Não pode se dizer que eles estavam mortos, certo? – ele virou-se de costas, observando todas as telas que estavam presas na parede.

   Olhando para os monitores, percebi que quase todo o templo estava cercado de mortos vivos. Eles caminhavam pelas salas e corredores, parecendo caminhar em uma única direção. Pareciam estar sendo controlados por algum tipo de comando que não consegui explicar. Havia um grande salão vazio também, me fazendo estreitar os olhos. - Como você os transformou nisso? E como eles não mataram você? – me perguntei, estreitando os olhos. Ele fazia movimentos suspeitos, teclando alguns botões. - PARE ONDE ESTÁ! – dei um berro, já pensando em lançar kunais em seus órgãos vitais e matá-lo ali mesmo, mas aí não obteria as respostas que eu queria. - Que paranoico… Acredito que você queira mais respostas, mas veja bem, eu tenho algo para você… Está aqui no meu bolso. Se permitir que eu mostre. – ele fez menção de por a mão no bolso. Acenei com a cabeça, pronto para matá-lo caso ele fizesse qualquer movimento brusco. Takuma puxou um pedaço de papel dobrado, jogando na minha direção. Peguei no ar e o abri, vendo uma fórmula.

   - Uma bomba de energia, a partir do meu próprio reator. Como sabe se essa é a fórmula que eu usei pra criar o Reator ARC? – perguntei, segurando o papel. Para a minha sorte, ninguém além de mim tinha acesso a esse cálculo, e era imprescindível que continuasse assim, afinal por mais que o Reator pudesse ser usada para diversos fins benéficos, ele poderia ser bastante destrutivo nas mãos erradas. - Muitos anos sozinho, Indra… Confesso que demorei meses para formular uma teoria que fosse convincente, mas agora que você está aqui, posso fiscalizá-la pessoalmente. – disse com um sorriso no rosto. - E quem disse que vou deixá-lo mexer no meu reator? – ao ouvir minha pergunta, Takuma começou a rir. - E quem disse que estou te dando alguma escolha? – de repente, ele apertou um botão na própria mesa, abrindo um buraco no chão abaixo de mim, me fazendo cair em um túnel. O ato foi tão rápido que não percebi quando cheguei em um salão, só não caindo no chão porque usei o traje para permanecer no ar. Foi quando as portas do salão se abriram, e a imagem do horror se sucedeu.

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   Zumbis começaram a invadir aquele salão, e o meu instinto foi fugir por onde eu tinha saído, mas o buraco no teto se fechou de repente, e fugir pelas portas estreitas não pareciam ser uma boa opção, pois um daqueles mortos vivos poderia puxar o meu pé e me levar para baixo, e aí minha carne seria devorada por aquelas criaturas horrendas. Mas o que faria diante daquilo tudo? Como escapar de todas aquelas criaturas que se aproximavam, ainda que lentamente? Apelaria para a tecnologia mais uma vez para escapar. - ATIVAR MORTE SÚBITA! – gritei para que as pernas de aranha voltassem a aparecer. Me mantive em posição de combate, controlando as Spider Legs com a minha mente. Todo zumbi que se aproximava era atingido na cabeça, tendo o seu crânio perfurado e indo ao segundo óbito de imediato. Movia o meu corpo em múltiplas direções, não deixando que aquelas criaturas chegassem muito perto, por vezes até aumentando o alcance das minhas pernas de aranha, penetrando duas e as vezes até três crânios ao mesmo tempo, aumentando a minha produtividade em matar aquelas criaturas sombrias.

   Aquilo durou minutos, já que haviam dezenas, talvez centenas de mortos vivos, o que me faria indagar, em breve, quantas pessoas haviam desaparecido ali dentro. Quando finalmente havia terminado o meu ataque, não havia sobrado mais nenhum zumbi, mas acabei ficando um pouco cansado, respirando fundo. Sem perder tempo, liguei os propulsores do meu traje e sobrevoei todo o local, deixando uma pilha de corpos naquele salão. Depois de um minuto e meio, finalmente achei o caminho que me levou de volta para o laboratório, só para constatar que Takuma não estava lá. Nas telas, uma contagem regressiva que alcançava os 0:30 segundos. - FILHO DA PUTA! – voltei a planar no ar, fazendo o caminho reverso, saindo pelo buraco que aquele monstro cinza havia feito no teto e indo para o térreo. Imaginei que o portão de entrada e saída estivesse muito bem trancado e não perdi tempo: rapidamente dei um murro na parede ao lado, criando um buraco grande o bastante por onde eu pudesse passar. Graças a minha velocidade, precisei de pouco de menos de 30 segundos para escapar daquele território hostil, que explodiu atrás de mim antes que eu pudesse ser explodido junto. No meio do caminho, acabei avistando Takuma correndo pela mata, com intenções de escapar. Apareci na frente dele com um Shunshin, vendo o corpo dele bater no meu. Ele caiu de bunda no chão. - Onde pensa que vai? – perfurei o jaleco dele com a perna de aranha, o levantando no ar. Ele começou a gritar de medo e de raiva. - Eu deveria matá-lo aqui mesmo… Mas ao invés disso, vou levá-lo para Konoha, para que sofra as devidas punições. – garanti, não querendo sujar ainda mais as minhas mãos de sangue. Já tinha feito aquilo com os mortos, e por mais que a vontade de fazer aquilo com os vivos fosse grande, a vontade de que eu tinha de me livrar da violência desnecessária era maior.

Informações Gerais:

   Carreguei Takuma com certa dificuldade de volta para Konoha, onde o levei diretamente para a Polícia de Konoha, sobrevoando até o local para prendê-lo por diversos crimes. Voava por Konoha até chegar na delegacia, jogando-o no chão e ficando a três metros de altura. Percebendo-me no alto e ainda carregando outra pessoa, dois sargentos apareceram rapidamente e ficaram querendo saber o que tinha acontecido. - Capturei ele durante a minha missão. Prendam ele e avisem no Quartel General de Konoha que eu o capturei. Aposto que eles vão querer fazer algumas perguntas para ele. Enquanto isso, eu vou para casa pois tenho que fazer algo. – disse, permitindo que eles levassem o inventor, voando de volta para casa, desativando o traje assim que colocava os meus pés no chão. Entrei em minha casa e fui diretamente à minha oficina, chegando até um quadro transparente e pegando uma caneta, começando a anotar o cálculo que tinha visto de Takuma. Primeiro apaguei alguns números e letras, mudando-o para a fórmula que tinha criado para o Reator ARC, depois diminui alguns números, para torná-lo mais prático e menos destrutivo. Depois disso, fiquei observando o cálculo, colocando a mão no queixo e pensando por alguns segundos.

   - Até que não é uma má idéia, não é? – pensei durante aquilo enquanto me despia em meu quarto, tomando um banho logo depois, enquanto imaginava como escreveria o seu relatório. Depois de trocar a minha roupa para uma casual, peguei um pergaminho e escrevi um resumo rápido sobre o que tinha acontecido na minha investigação, deixando para enviar para a Polícia de Konoha no dia seguinte. Enquanto isso, me preparei para passar toda a minha noite trabalhando naquele protótipo da minha invenção. Já tinha a armadura e já tinha o Reator ARC, criar a Energy Explosion, o projeto de Takuma e transformá-la em algo menos destrutivo não seria tão difícil.

   No dia seguinte, depois de passar a madrugada inteira trabalhando, finalmente consegui adaptar a Black Ranger para liberar uma descarga de energia forte o bastante para derrubar inimigos próximos. Como já tinha calculado, aquilo até que foi fácil, uma vez que já conhecia a mecânica e os cálculos por trás da Energy Explosion, consegui dar mais uma utilidade ao meu traje, além da Spider’s Legs. Depois disso, me arrumei e fui em direção a Polícia de Konoha, entregando o pergaminho para o Capitão. - Tirando eu e Takuma, não houveram mais sobreviventes naquele templo. Eles já estavam mortos antes, por mais que aquele doente mental diga o contrário. Depois da explosão que ele causou, não tem mais nada lá. Por favor, diga aos que esperavam por seus entes queridos que eles não retornarão para casa. – sussurrei, não querendo saber mais daquela missão. Por mais que Takuma fosse uma mente inquieta e cheia de informações, não queria me envolver com aquele homem, pois não sabia que tipo de mal ele poderia causar à minha cabeça e aos meus pensamentos.

   Voltei para a minha casa, onde descansaria após passar a madrugada toda trabalhando.

Informações Gerais: