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   ㅤKiyomi havia enfim saído do seu treino. Estava cansado, mas a sensação de impotência pairava sobre ele. O garoto era forte e inteligente se comparado com uma grande parcela dos genins, entretanto, ainda deixou a desejar contra a Hokage; e o seu senso de competitividade não permitia que ele perdesse um desafio e deixasse por isso mesmo. O placar estava 1-0, mas ele trataria de empatar isso no próximo treino, estava certo.
   ㅤPortanto, após sair do treino amigável com seu time, na expectativa de ir para sua residência, se encontrava novamente no caminho ao campo de treino costumeiro. Dessa vez, por um atalho.
   ㅤAo transitar pelas periferias da vila, onde apenas há relva e algumas árvores, o garoto se encontraria próximo de uma cena um tanto quanto perturbadora que ele não esperava que fosse ocorrer, mas ocorria. A sua predição começava quando uma estrutura colossal de cor roxa aparecia no horizonte próximo. Ele não entendia o que seria aquilo, mas, uma energia assassina capaz de paralisa-lo por uns instantes atingia aquelas redondezas e era possível ouvir gritos de desespero.
   ㅤQuando menos esperava, um ninja de idade avançada era visto em sentindo nordeste da vila. Ele estaria um tanto distante, mas, calmo e vazio como seria aquele lugar, não era difícil distinguir alguém que recuava tão desesperadamente, sem a menor preocupação de ocultasse - vide desejo que teria de continuar vivo.
   ㅤEm outra situação Kiyomi pouco se importaria. Estava buscando evitar problemas para si e tentar gastar suas energias tornando-se mais forte, porém, aquela visão do homem completamente ensanguentado que não sabia se quer se seria da sua vila era perturbadora. Estaria alguém ali precisando de auxílio? Como shinobi que prometia proteger a vila, tal responsabilidade não poderia lhe faltar. E assim fazia, avançando atentamente em direção desconhecido.
   ㅤComo seu intuito era de buscar informação, talvez da pior maneira, não demoraria a ser alvejado também, recebendo uma kunai de aviso lançada por aquele que era perseguido e agora parecia mais um culpado do que uma vítima.
   ㅤA kunai que por pouco era desviada fincava em uma árvore. O Uzumaki seguia na mesma direção, esperando alguma reação do outro que não levava muito tempo para alterar seu ritmo compassado, pegando impulso em um dos galhos e retornando em direção ao genin que havia ganhado terreno e já se encontraria bem próximo dele.
   ㅤ– O que faz por Konohagakure? – perguntaria de testa franzida após ver a bandana do invasor, estando ciente que teria enfiado a cabeça em uma situação um tanto desagradável. Um ninja (renegado?) de Kumogakure em outra vila. E não saberia ainda, mas teria outro o espreitando.

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Tatsuo Uchiha

    ㅤDor. Tristeza. Lástima. Angústia. Raiva. Ódio. Este misto de sentimentos adentro do coração de Tatsuo, faziam com que ele, ainda que ajoelhado e de tronco fraco ao corpo falecido do menor, próximo ao rombo, banhado totalmente pelo sangue deste, começasse a ter flashbacks de toda sua vida. Tudo aquilo, todas as sensações próximas de sua mãe, eram mentiras? E, por quê? Afinal, por que ele fora criado? Pela dor? Para dor? Para senti-la ou causá-la? Ele não sabia ao certo, mas os céus pareciam ter sido desmoronados em sua cabeça naquele dia. Não havia nada naquele coração, apenas escuridão, pelo menos naquele instante. Todavia, entristecido, pôde se levantar e, em um movimento de soslaio, pudera observar que havia uma movimentação intensa em uma parte da floresta. Não sabia de fato quem eram, mas imaginava que seriam os ninjas que haviam fugido. Não demorara, e para que ninguém soubesse sobre a existência de Tatsuo naquele momento, tampouco de seu poder ocular despertado, o Uchiha tratou de utilizar de sua velocidade grandiosa para correr ao encontro das sombras que via em meio a floresta, no entanto, pudera, em meio a corrida às árvores e galhos, um dos ninjas abaixado e escondido.

    ㅤNo mesmo instante, o Uchiha parou, o fitou, analisou-o e lentamente deitou o rosto para a esquerda, liberando um breve e pequeno sorriso, expondo sua sanidade mental totalmente alterada naquele instante. Junto ao sorriso, seus dentes, totalmente manchados pelas gotículas de sangue e intrínseco às entradas dos dentes, pedaços da carne daquele que mordera e perfurara a bochecha. O ninja, é claro, visaria sair dali. Mas não adiantara, os movimentos de Tatsuo eram em suma superiores, saltando em prol dele e, é claro, desferindo uma cotovelada na região da cabeça, que o faria cair ao chão. Ali, fora uma presa fácil para o Uchiha. Em meio a pedidos de que fosse poupado, o Uchiha não conseguia sequer considerar, vide todos os acontecimentos a Shao, seu falecido “filho”. O golpe veio. Forte, firme, penetrando os dedos aos olhos deste e os arrancando, os atirando para longe, e fora neste momento em que percebera novamente uma movimentação ali próxima – lá, seu próximo destino se encontrara.

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   ㅤ Enquanto, sem que soubesse, Tatsuo se aproximava dele acabando por encontrar o outro ninja fugitivo, no tempo em que Kiyomi seguia com seus questionamentos sobre o ocorrido. Não sabia o porquê do shinobi de outra vila estar ali e nem porque fora atacado enquanto buscava informações. Sua inexperiência com situações daquele nível era marcante e evidente, tranquilizando o oponente que não pouparia esforços em acabar com aquilo o quão antes, buscando matar o genin, para que seus esforços sejam direcionados novamente em manter-se vivo e sair do país.
   ㅤ O Uzumaki estava levemente trêmulo. Seu código não permitiria que matasse alguém; por outro lado, a roupa do invasor estava banhada de sangue. Com uma breve leitura já concluía que ele não estaria ali por um motivo pacífico e entendia que deixar que ele escapasse poderia configurar em problemas para sua vila. “Um genin nunca seria enviado para uma missão assim... em que eu me meti?” Pensava, considerando-se sem sorte, entretanto, vendo uma oportunidade de provar-se digno de tornar-se um herói.
   ㅤ Analisando a situação tal como analisava suas partidas de shogi, Kiyomi copiava os movimentos do outro ninja movendo-se em círculo, como se fosse o espelho dele, em uma espécie de “trégua” que acabaria no momento em que o primeiro dos dois avançasse. Estava claro que a situação não iria acabar sossegadamente, então, por ter mais tempo em situações como aquela e maior preparo físico, o ninja de Kumo saltava primeiro, desembainhando uma espada que estava nas suas costas em diagonal e mirando no Uzumaki que se defendia com sua kunai por alguns segundos, mas não tardava em perder com sua força física e a kunai voava para longe.
   ㅤ Por sorte, o golpe da espada acertou o chão. Era um alívio não duradouro. O genin entendia que, naquela situação seria um reles pião no tabuleiro, prestes a ser engolido pelo cavalheiro. Assim, tomava uma medida drástica. Rolava pelo chão, contra o sentido do ninja, parando próximo da kunai que seria novamente resgatada e posta em mãos para que fosse arremessada, forçando o assassino a defender-se com a espada que portava em mãos.
   ㅤ Com aquele movimento simples, mas que conseguiria dar um pouco de tempo ao Uzumaki, era encontrada a brecha para fazer os selos de mãos necessários para que um enorme turbilhão de água rondasse o genin - além de ser grande o suficiente para chamar a atenção dos que estivessem próximos - que mexeria a palma de suas mãos para frente, fazendo com que a correnteza avançasse contra o outro, conferindo dano e afastando-o. Todo o esforço levava Kiyomi a comemorar, crente que havia derrotado o invasor que se erguia com os cabelos molhados tampando parte de sua face e encarrando com suas intenções assassinas o ninja inferior.

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Tatsuo Uchiha

    ㅤAs buscas ocorriam intensamente em prol de onde viera as movimentações, no entanto, por um instante, acabara por chegar ao tal local e não parecia haver nada lá. Ele trataria de observar completamente, caminhando, desta vez, tendo passos lentos e tranquilos, ainda que completamente atento para possíveis armadilhas. Em meio a isso, ele acabara por raciocinar: só havia mais um ninja, extremamente assustado e, é claro, era o último resquício daquela noite, cujo ele jamais esqueceria, mas tinha como objetivo que ninguém soubesse – e jamais saberiam. Uma forte corrente de água, de tamanho incomensurável, pelo menos à princípio, fizera com que o Uchiha se atentasse àquela área de onde viera o fluxo de chakra. Só podia ser ali. Ele só poderia estar lá. Quem mais seria louco o bastante para andar por aquelas bandas, se não um ninja fugitivo? Não demorou, e assim, seus olhos, que antes estavam completamente escuros, moldassem-se em três tomoes, sendo o terceiro estágio de seu Sharingan – não tão poderoso quanto o olhar de minutos atrás, mas ainda assim possuíam uma potência única. Tendo tais olhos em vigor, o Uchiha saltou, tão rápido quanto uma flecha armada por um especialista. Pássaros, sobretudo, próximos da região, berravam com a presença intimidadora do Uchiha ultrapassando os galhos das árvores, até que pôde se pôr frente a um shinobi de Konoha e atrás de um de seus inimigos – o último, diga-se de passagem. Não demorara, e em meio ao salto que ocorrera para se pôr atrás daquele, utilizando-se de uma investida com o ombro em prol das costas do rapaz, e em meio ao impacto, mesmo que o Uchiha não obtivesse tanta força, ainda assim, pela velocidade, o impacto seria o suficiente para levantar as pernas do rapaz do chão, sendo atirado por um metro.

    ㅤNeste meio período, o Uchiha tratou de retirar um pouco do fio de aço de sua bolsa de armas ninja e ia ao encontro daquele ninja que, neste momento, percebendo a presença do Uchiha, completamente ensanguentado pelo sangue de seus companheiros, já mudara totalmente a postura para com o shinobi de Konoha, onde arrastava-se para mais perto do mesmo e assim implorava por ajuda. Que ironia, afinal? O predador tornara-se presa. Com seus fios de aço, o Uchiha violentamente segurou os braços dele para trás e amarrou-os, intrínseco ao corpo, e segurou com força. ──── O que acha que fará com o meu povo? ──── Houve a indagação, lembrando o fato do outro shinobi na cena também pertencer a Konoha.

    ㅤ──── Não!!! ──── O ninja mascarado, enfim, vociferou. Não? Mas o que, não? Quem ele pensa que é para tentar decidir alguma coisa nesta situação? O único que decidia as coisas ali, fora o Uchiha. Ele quem ditara as regras, e aqueles que não se portam em prol delas, só encontram um pífio destino: o abismo. ──── Não somos ninjas de Kumogakure! ──── Nas palavras do rapaz, Tatsuo articulara a sobrancelha, não entendendo a citação. ──── Já pertencemos à aldeia, mas seu pai e sua mãe tentaram criar falsas políticas dentro da aldeia, e nós o seguimos, mas não sabíamos que ele nos levaria a encontrar... ──── O rapaz virou o rosto de lado, observando de soslaio, em direção aos olhos do Uchiha, que não demonstravam sem mangekyou, mas apenas o sharingan em seu terceiro estágio. ──── A isso. ──── Referia-se aos olhos de Tatsuo.

    ㅤOuvindo as palavras proferidas por tal, o Uchiha começara a não entender muito bem a relação que a aldeia tinha com sua vida, no entanto, por que estavam trajados com vestes semelhantes a tais? Era a pergunta mais vidente na cabeça de Tatsuo, mas logo fora respondido, mesmo sem haver uma indagação de fato. – Nem mesmo nossas roupas são originais! Sua mãe moldou essa história, para que se tudo desse errado para eles, você acabasse culpando a aldeia, e não eles. – E enquanto ele proferia, o Uchiha tratava de arrastar o corpo dele ao encontro do menor, o fitando diretamente aos olhos e, suavemente, tinha uma lembrança da aparência do mais novo. Todavia, não importava agora. Frio, e duro. ──── O mate. ──── Ordenou.

    ㅤA ordem havia sido dada, e quando isso ocorrera, o ninja também fitara o olhar do shinobi de Konoha, em lágrimas, implorando e afirmando que nunca quisera praticar tais atos. Restaria a Kiyomi, assassiná-lo, sem piedade, ou aprender uma lição extremamente valiosa. 

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   ㅤ Kiyomi havia conseguido sobreviver contra seu oponente durante algum tempo, mesmo que a batalha não tivesse se dado por encerrado - e parecia longe disso, se continuasse como estava - mas, sem que esperasse que fosse surtir esse efeito, conseguira chamar a atenção fazendo que o socorro chegasse. Eram assim que raciocinava a situação quando outra pessoa surgira, acertando um movimento contra o invasor e lançando-o no ar. Era realmente mitigante. E o fato de não esperar por aquilo, devido distância que estava da aldeia, só aumentaria a felicidade do Uzumaki.
   ㅤ O mais impressionante naquilo toda era que o homem que viera lhe salvar era ninguém menos que Tatsuo Uchiha, seu amigo mais velho da infância. Quer dizer, ao menos Kiyomi achava que aquele era Tatsuo. O tempo não parecia ter feito muito bem ao jovem e suas vestes se encontravam muito mais ensanguentadas do que a do homem que havia lhe alvejado. Além, claro, de seus olhos rubros hipnotizantes. Algo cheirava mal.
   ㅤ – Tatsuo, é você? Quanto tempo, cara... – dizia, levando a destra ao pescoço de modo tímido. Suas sobrancelhas estavam levantadas e bem curvadas, seus olhos penetravam os olhos do seu amigo e sua boca simplesmente não conseguia se manter fechada, demonstrando espanto. O despreparado do genin para aquilo tudo era nada indiscreto.
   ㅤ Caído, sobre a água do jutsu anterior, após ter sido empurrador, o oponente era amarrado e tentava se proteger. O Uchiha mantinha sua expressão séria, ouvindo tudo aquilo que o outro shinobi falava que, em curtas palavras, não significavam nada para Kiyomi. Ok, ele não era de Kumogakure como suspeitava, mas o que tentava dizer sobre os pais de Tatsuo? E por que também olhava para os olhos misteriosos do até então Tokubetsu Jounin? Além de tudo, como aquele cara, de outra vila, sabia sobre seu amigo de Konoha? O momento não era propício para perguntas e mesmo nem era dado o espaço ao genin de fazê-las.
   ㅤ Enquanto se aproximava aos dois, crente de que iriam leva-lo para a vila em prol de interroga-lo ou apenas prendê-lo, quando era falado aquilo. De modo sereno e direto, com uma naturalidade ímpar. “Matá-lo...?” Pensava. Nem mesmo se quisesse poderia fazer aquilo. Seu corpo estava mais trêmulo do que antes e ele simplesmente não reconhecia o Uchiha naquele momento. Aquele era mesmo o seu amigo de antigamente? O que o atormentou tornando-o nesse monstro? Era difícil de engolir que o homem que assustava o invasor era um conhecido seu.
   ㅤ O homem que parecia implorar pela vida estava a sua frente e não havia muito do que fazer, mas, talvez, se conseguisse deixa-lo desacordado, pudesse levar seu corpo até a vila, onde receberia todos os cuidados e poderia passar pelos procedimentos padrões que seus superiores achassem mais viáveis, já que era um ninja inimigo invadindo território inimigo. Tudo aquilo já seria uma saia justa para Kiyomi que não queria ferir outro ser vivo, porém, se fazia necessário.
   ㅤ Rato. Pássaro. Cobra. Eram os selos necessários para que, posteriormente juntasse suas mãos e acumulando chakra em seu interior o expelisse como uma rajada de água que poderia facilmente partir o corpo do invasor, mas, era direcionado de modo que apenas lançasse-o por alguns metros e causasse dano o suficiente para que permanecesse vivo, mas em um estado deplorável.
   ㅤ O Uzumaki não controlava seu corpo naquele instante, ficando com as pernas levemente bambas e tentando comunicar-se com o Uchiha, para finalizar aquele dia horrível.
   ㅤ – Ei, Tatsuo, vamos levar esse cara para a vila agora, certo? Pode me confirmar se ele ainda está vivo? Acho que exagerei um pouco... Podemos prendê-lo agora, não é mesmo? – dizia, com a voz falha e a incerteza se teria matado ou não o homem. Ainda não estava completamente pronto para a vida ninja.
   ㅤ Quando ouvisse uma resposta de Tatsuo que o homem estaria vivo, se dava por aliviado, mas ainda assim continuaria a questionar-se sobre o que foi feito naquela situação e muitas dúvidas continuavam em sua cabeça sobre seu amigo que, pelo espírito acolhedor que tinha, não levaria muito tempo para buscar o Uchiha e questioná-lo sobre aquilo tudo.

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Tatsuo Uchiha

    ㅤAguardava pela reação do antigo amigo, cujo sequer o reconhecia totalmente. Estava ficando cada vez mais maluco, e isso poderia ser prejudicial, tanto a ele, quanto para todos em sua volta. Ao fitar a movimentação feita pelo genin de Konoha, o Uchiha levou o olhar ao seu conterrâneo e, posteriormente, ao ninja que tentara assassinar aquele menor. Ele estava tendo piedade? Que tipo de ataque fora aquele, afinal? Ele sentia compaixão por quem destruiria sua vida, sem o menor problema? Em que conto de fadas ele vivia? Ainda que ouvindo as palavras proferidas por Kiyomi, o Uchiha se virou ao encontro do corpo do rapaz, que havia sido atingido e sequer desacordado estava. O jutsu parecia haver uma potência, mas era inferior à utilizada anteriormente. Não sabia o motivo daquilo. Todavia, ensinaria uma lição preciosíssima para o antigo amigo, que não via há um longo tempo. Em um movimento rápido, segurou a espada que estava caída ao chão e avançou ao encontro do ninja, em um breve movimento, onde pôde cravar a espada na cabeça deste, assim o finalizando de uma maneira rápida, fria e cruel. Provavelmente, o menor receberia um choque ao ser interrompido por aquela ação, e antes mesmo de qualquer reação vinda do menor, o Uchiha avançara ao encontro de seu amigo, levando sua canhota ao encontro da pálpebra de um dos olhos, cessando o movimento rápido e que poderia ser letal, estando a pouquíssimos centímetros dos olhos daquele. Ao encerrar, os olhos rubro-negros continuaram ativos e fitando totalmente a expressão que viera a partir da ação provida pelo Uchiha. Em uma visão turva, seus olhos sharingans sumiam, e seus olhos enegrecidos demonstravam um ódio incalculável, mas também um vazio, era como se ele fosse uma parte do Inferno.

    ㅤ──── Está vendo? ──── Indagara, levando olhar ao encontro do corpo do rapaz morto, enquanto o sangue escorrera. ──── Eu lhe vejo ali, se eu não houvesse chegado a tempo aqui. ──── Ao proferir, o Uchiha levantou o tronco e se pôs a frente do menor, e antes de afastar-se completamente dele, desferira um toque na região da testa do amigo, toque, este, que pudera referenciar o próprio Shao e, por que não, o local onde a katana inimiga seria cravada, se não fosse pela chegada do Uchiha. Ao afastar-se e virar-se de costas para o menor, pôde fitá-lo de soslaio e finalizar sua interação com ele. ──── A propósito: jamais, em hipótese alguma, encare alguém que possua os mesmos olhos que os meus. Será a última coisa que verá, se o fizer. ──── Era ríspido, duro, não poupava palavras, e deixaria com que Kiyomi ficasse por ali e retornasse mais tarde, pelo menos esperava que o tal o fizesse. Andara até o corpo morto e recolhia-o ao colo. Ele retornaria todo o percurso, inclusive retirando os corpos dos dois ninjas que haviam fugido, e recolhendo-os para o mesmo local em que guardara os demais corpos do acontecido. Lá, em um amontoado de corpos mortos, o Uchiha não perdoou: não pudera deixar rastros, não queria que vissem o que fizera em seu momento de maior explosão. Katon: Göenka. O jutsu de maior poder, excluso os de seu doujutsu ocular, que o Uchiha tivera. Tal habilidade fizera com que este carbonizasse todos os corpos, os transformando em puramente pó, para que não houvesse resquício algum.

    ㅤGuardando as cinzas em sua bolsa ninja, o rapaz se direcionou à leste de uma das pedras principais, onde houvera um esconderijo Uchiha secreto. Ele apenas havia visto o irmão, no passado, adentrar lá, mas nunca soubera o que havia lá dentro. Iria enterrar as cinzas de todas as suas vítimas lá. A “caverna” estava aberta, por circunstâncias de ser em um local bem escondido e dificilmente visitantes passariam por lá. Adentrando, o Uchiha pôde levar consigo as cinzas até certo ponto, onde, com as próprias mãos, cavara um buraco. Neste buraco, não tão fundo, ele pudera perceber um material resistente, semelhante à madeira, mas ilustrado. Enterrando as cinzas, recolhendo tal artifício, cujo tratava-se de uma máscara acinzentada, desenhada com dois buracos em formato de tomoe, semelhantes às de seu Sharingan, e um outro mais acima, onde não fora útil para nada, pelo menos de conhecimento do Uchiha. Era como se formassem o seu Sharingan. Tratou de limpá-la com as próprias roupas, e a empunhava com a destra, observando cada detalhe dela.

    ㅤCerca de dez minutos depois, o Uchiha saíra da tal caverna. Agora, a máscara escondia a revolta de um shinobi: Tatsuo Uchiha, o ninja que trará paz para o mundo – baseado em seus ideais. O primeiro passo, é claro, fora o enterro do único corpo cujo não o queimara: o de Shao.