[Quest/Solo] Pacto de Sangue: Salamandra

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[Quest/Solo] Pacto de Sangue: Salamandra
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Bending

Chūnin

[Quest/Solo] Pacto de Sangue: Salamandra VMNipg0

12/5/2020, 00:48

Os passos do garoto eram ferozes e agitados, um produto da raiva que estava adormecida dentro de si. Sem dizer nada, havia abandonado a reunião com seus colegas de equipe, decidindo não agir por respeito ao seu sensei. Se não, teria partido para cima de Renji, o maldito mentiroso. Era demasiadamente frustrante ter pedido desculpas e, ao invés de receber o mesmo, sofrer com ofensas e falsas afirmações. O ego do ex-amigo era forte demais, pelo visto, pois tinha transformado um momento solene e reconciliador em uma potencial briga. Contudo, não daria esse gosto ao desgraçado. Para não lhe dar razão, adiaria sua cobrança.

Assim que chegou em casa, imediatamente dirigiu-se até o quarto e dedicou-se a descansar. O sono foi pesado, quase sem sonhos, mas conseguiu enxergar algumas coisas em meio a escuridão. Um laboratório grande e limpo, mas aparentemente abandonado. Palavras reconfortantes, uma seringa roxa e, por fim, uma estranha sensação percorrendo e paralisando todo o seu corpo. Quando não sentiu mais nada, acordou ligeiramente assustado. Era seu pai lhe acordando, com um estranho, mas determinado semblante em seu rosto. Como se pudesse ler seus pensamentos, suspirou e questionou em alto e bom som:

— Bebendo de novo, vagabundo? — ele elevou a mão até a altura do rosto, mas logo abandonou a postura e ergueu a mão em direção ao rapaz. — O que acha de treinarmos? Está na hora de eu mudar essa sua cabeça.

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Bending

Chūnin

12/5/2020, 22:14

Era um pouco estranho estar caminhando ao lado de seu pai naquela situação. O seu olhar estava mais determinado do que o de costume, e suas vestes certamente não deixavam a desejar. Para piorar, tinha exigido que o garoto colocasse uma de suas antigas roupas verdes, que agora mal encaixam direito em seu corpo. Sentia-se desconfortável com aquele traje justo, mas não faria nenhuma desfeita. Estava, afinal, sendo tutorado pelo homem que tinha lhe dado abrigo e educação. Não conseguia, contudo, esconder sua chateação em relação aos problemas que tinha enfrentado recentemente. O semblante cabisbaixo e a ausência de diálogo eram tão explícitos que não demoraram a chamar atenção.

— Diga-me, garoto. O que aconteceu? Notei que está estranho. — ele questionou, parando em meio a caminhada.

— O senhor sempre sabe dessas coisas, né... — ergueu a cabeça e sorriu, mas logo voltou a ficar cabisbaixo. — Bem, é uma longa história, sabe...

— Não quero ajudá-lo somente com as suas habilidades, mas também com a sua cabecinha oca. Sou seu pai, não precisa ter vergonha.

— Certo, certo... O senhor tem razão. Por que não andamos enquanto conto? — assim que teve a pergunta assentida, pôs-se a caminhar e a falar. — Sabe, desde o Exame Chūnin, tenho me sentido impotente, fraco. Como se não tivesse capacidade de enfrentar os meus inimigos. E as coisas que me faziam continuar em frente... Simplesmente desapareceram. — cerrou o punho e fitou o campo de treinamento à distância. — Estou cansado de ser subestimado, de me enxergarem como inferior, assim como o desgraçado do Shaka fez...

— Se é assim, garoto, eu já sei como posso te ajudar!

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Chūnin

13/5/2020, 01:26

Em um movimento lento, mas ritmado, seu pai buscou ensiná-lo os selos de mão necessários para a realização daquela técnica. Sendo a memorização sua característica mais frágil, dedicou alguns minutos a aprender a ordem correta. Javali, Cão, Pássaro, Macaco e Carneiro. Essa combinação, com uma pequena quantidade de sangue nas mãos, possibilitava ao usuário convocar algo do qual possuía um contrato. Conseguia até se lembrar da fatídica batalha contra Hinka, onde ela invocou um enorme e feroz monstro que por pouco não o matou. Embora seu pai não fosse um ninja, sabia que ele era um homem capaz, fato que o levava a se perguntar qual seria a sua invocação. Os orbes brilharam quando enfim a técnica foi executada.

Para sua surpresa e decepção, a fumaça dissipada revelou um pequeno e fedorento calango. O choque imediato foi forte o suficiente para que caísse para trás, levando o seu pai a gargalhar quase que imediatamente. — Não foi aquilo que você esperava, né? — ele questionou retoricamente e, em seguida, sentou-se no chão, exibindo uma solene e paciente calma. — Quero que você lute com ele. Suponho que não vá ser muito difícil, mas há uma lição por trás disso. — ele declarou, enquanto estendia sua mão em direção ao animal, como se estivesse dando permissão ao jovem para agir.

Sem dizer nada, Taiyou ergueu-se e agarrou a salamandra com a mão esquerda. Esmagou-a sem demora, acreditando que ela era muito pequena para fazer qualquer mal a ele. No entanto, após alguns segundos, caiu de joelhos no chão, após sentir uma intensa dor vinda de seus dedos. Só conseguia pensar em uma única explicação: veneno.

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Chūnin

13/5/2020, 03:26

De joelhos, o garoto não pôde deixar de questionar sobre a origem de sua dor. O pai, erguendo-se de pé, confirmou a hipótese inicial. Era veneno, um bastante potente, por sinal, mesmo que obviamente não fosse o suficiente para matá-lo. De qualquer forma, era absurdamente doloroso, o que lhe fazia não conseguir compreender a necessidade daquilo, embora não pretendesse levantar qualquer questionamento. Se quisesse passar nesse teste, teria que dedicar seus esforços a remover o sangue de sua corrente sanguínea, então não havia tempo para bater papo. Seguindo os seus conhecimentos anatômicos e medicinais, pôde presumir a trajetória que a substância enfrentaria. Infelizmente, apesar disso, não tinha muita noção sobre questões toxicológicas, fazendo com que suas alternativas fossem mínimas.

Fechou os olhos, respirou fundo e, em seguida, concentrou chakra em sua mão esquerda. Com a direita, agarrou uma kunai de sua bolsa ninja e passou a esfaquear a palma, até que o veneno vazasse em conjunto de seu próprio sangue. Para sua sorte, possuía o In'yu Shōmetsu, que curaria qualquer ferimento que pudesse ser profundo. Era irritante depender tanto daquela técnica, mas preferia não reclamar daquilo por enquanto. Um passo de cada vez. — O-okay, okay! Consegui, livrei-me do veneno. E agora? — perguntou, enquanto observava a cura sendo realizada.

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Chūnin

13/5/2020, 20:43

Claramente sem muito ânimo, mas ainda assim exibindo um sorriso no rosto, seu pai cruzou os braços e passou a analisá-lo dos pés à cabeça. Supunha que ele também havia notado sua extrema dependência nas técnicas medicinais, mas a hipótese não estava correta dessa vez. — Filho, você se lembra do que me disse há alguns minutos? Que odiava ser subestimado, que se sentia inferior. Como acha que a salamandra que você acabou de esmagar se sente? — A pergunta até parecia uma piada, mas o tom de voz de seu progenitor era totalmente sério e objetivo. Ele realmente estava tentando falar sobre os sentimentos daquele animal.

— Ela até podia ser pequena, mas era bem forte. São poucos os que teriam conseguido escapar disso aqui. E daí? — reclamou, sentindo-se frustrado por não entender o ponto do pai.

— Sua inteligência é ofuscada pela tolice, meu filho. — ele disse, quase como se estivesse desapontado. — Essa salamandra era pequena, aparentemente inofensiva. E isso fez com que você a subestimasse. Sem pensar nas consequências, agarrou-a com as mãos e a esmagou como se não fosse nada.

— Hmpf. — bufou, cruzando os braços também. — Sou um hipócrita, então? É isso o que você quer dizer?

— Não. O que quero dizer é que você deve usar essa fraqueza, esse problema, ao seu favor. A salamandra, por ser subestimada, pôde feri-lo através do veneno. Se você não a subestimasse e atacasse de longe, nada teria sofrido. — ele se aproximou, depositando a mão sobre o ombro do garoto. — Não importa o que os outros pensam. O que é importa é se você vai conseguir responder à altura e surpreendê-los.

— Certo, mas como eu posso fazer isso? — questionou, com os olhos fixados nos do pai.

— Treinando, é claro! E é para isso que viemos aqui hoje.

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Chūnin

13/5/2020, 23:42

O dia seguiu intenso, sendo marcado por vários treinamentos físicos e psicológicos. O rapaz, após tanto esforço, sentou-se no chão para descansar e respirar, e logo reclamou dos exercícios requisitados por seu pai. Em resposta, o velho foi firme em dizer que aquilo era algo derivado do sedentarismo do garoto, que teria que continuar dando tudo de si caso desejasse voltar ao normal. Ser um ninja não era fácil, mas certamente tinha seus pontos positivos. Embora o cansaço fosse extremo, fazia tempo que não sentia tanta adrenalina, então não era sábio dar continuidade ao seu argumento.

Por outro lado, ainda se sentia ligeiramente vazio, e não conseguia deixar de reviver os momentos de tristeza que mais haviam marcado seus últimos dois anos. Era difícil ser uma pessoa “dotada” de amnésia, especialmente se as poucas memórias que tinha não eram positivas. De qualquer forma, não poderia permitir que aquilo lhe abalasse. Desejava ficar cada vez mais forte, então não daria para trás. Em pulo rápido, ergueu-se e fitou seu progenitor com um sorriso no rosto e uma forte determinação no olhar.

— Por que você não me ensina sua invocação, hein? Eu gostei da salamandra! — disse, animando-se com a possibilidade.

— Bem, como você realmente se esforçou hoje, acho que posso te recompensar com ela. — ele respondeu, mas ainda mantendo um tom desafiador na voz. — Porém, antes disso, quero que você me prove que merece ela. E já tenho a ideia perfeita de como podemos fazer isso.

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Chūnin

14/5/2020, 01:58

Sob a fumaça dissipada, revelou-se o surgimento de uma gigantesca, mas amigável salamandra de tonalidade marrom. O seu nome era Ibuse, e apesar de não ser monstruosa como a invocação de Hinka, ela ainda tinha seus méritos. Só de vê-la, conseguiu imaginar a inigualável ajuda que ela poderia proporcionar em batalha, além de perceber que ela era perfeita para a execução do jutsu que havia criado alguns dias atrás. Sentia-se animado, ansioso, mas ainda seria forçado a cumprir um desafio, para seu desgosto. Esperava que não fosse algo tão difícil, mas dado aos pedidos de seu pai ao longo do dia, supunha que demoraria até conseguir aquela invocação.

— O desafio é o seguinte: se você conseguir sobreviver ao veneno da salamandra, ensinar-te-ei a técnica! — ele disse, estando de braços cruzados acima da invocação.

— O que? Qual é a necessidade disso?! — reclamou, já se sentindo frustrado de novo.

— Ibuse é uma faca de dois gumes. Se você não tiver resistência ao seu veneno, pode machucar a si mesmo em batalha.

— Faz sentido, eu acho... — virou-se de costas, cabisbaixo. — Estou pronto, vá com tudo! — esbravejou, enquanto concentrava chakra em suas costas. Usaria o In'yu Shōmetsu mais uma vez, somente para garantir.

— Que assim seja. — ele proferiu, dando um comando para que a salamandra soltasse veneno nas costas do garoto, obviamente em uma versão não-letal. — Confie em você mesmo, garoto. Seja a sua própria inspiração!

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Chūnin

14/5/2020, 15:32

“Ser a minha própria inspiração?”, ele pensou, divagando sobre as palavras anteriormente pronunciadas por seu pai. O veneno percorria suas costas e provocava uma sensação anestesiante, embora não abandonasse a intensa e aguda dor. Em resposta, suas pernas começaram a bambear, por pouco não caindo de vez no chão. Esforçou-se, decidindo que nunca mais iria desistir. A morte de Shion, o discurso de Shaka, a aposentadoria de Renji. Essas coisas ficariam no passado, abandonadas pela amnésia do rapaz. Se quisesse continuar em frente, tornar-se forte, mostrar que conseguia ser um ninja, não poderia continuar se prendendo a correntes tão pesadas. Ele seria a própria inspiração, e não mais permitiria que as ações de outros influenciassem tanto em seus sonhos e motivações.

— Shion... Renji... Eu não preciso de vocês. Ou melhor dizendo, eu nunca precisei! — bradou, usando a própria frase como um grito de guerra. Ofegante, notou que a regeneração o havia ajudado a resistir ao veneno, que agora já não lhe provocava tantos danos. Pela primeira vez em sua vida, tinha conseguido atingir algo sem entregar os méritos a outrem. Sorriu ao perceber sua mudança, e voltou-se ao seu pai, que também estava com o canto dos lábios erguido. — E-eu consegui! — tentou dar um passo para frente, mas percebeu que não aguentaria ficar muito tempo em pé. — Obrigado, pai. Creio que agora estou pronto para aprender a sua técnica. — disse, jogando-se para trás e finalmente se sentando no chão.

Superando os próprios obstáculos, Taiyou dava, depois de tantos anos, um reinício a sua jornada.

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Chūnin

14/5/2020, 17:39

Sem mais delongas, observou o pergaminho aberto à sua frente. Ele era grande e cheio de marcações antigas. Os nomes inscritos nele eram familiares, mas não sabia o porquê daquela sensação. Não que isso importasse muito, pois apenas desejava pegar logo a sua invocação e ir para casa. Portanto, deu uma leve mordida em seu polegar, até que o sangue vazasse. Em seguida, escreveu seu curto nome em letras garrafais, imitando a assinatura do pai, que sorriu ao ver aquilo.

— Muito bem. — ele disse, esfregando a mão no cabelo do garoto. — Por que não tenta usar a técnica, hein? Seria bom para ver se você memorizou os selos. — sugeriu, sabendo que o jovem talvez não tivesse chakra para usá-la.

— Só me dá um segundo. — respondeu, erguendo-se com dificuldade. Por alguns minutos, buscou relembrar os passos necessários para usar a técnica. Quando finalmente se recordou, fez os selos de mão necessários e bateu com a palma no chão. Desejava invocar o Ibuse, mas acabou invocando uma pequena samalandra, a mesma que ele havia esmagado horas atrás. — Poxa!

— Não se preocupe, você acabou de aprender a técnica. Somente a prática irá te ajudar quanto a isso. — ele declarou, logo enrolando o pergaminho e o colocando nas costas. — Uma dica: sempre use como se sua vida dependesse disso. Irá te ajudar bastante. — sorriu, dando um braço no filho. — Bom trabalho... Deus Shinobi.

De repente, desmaiou.

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Bending

Chūnin

14/5/2020, 20:46

Os sonhos foram nebulosos, sem muitas informações ou acontecimentos verossímeis. O rapaz enxergou-se novamente em um laboratório de imenso tamanho, mas vazio. Os objetos se repetiram: palavras reconfortantes, uma seringa roxa e uma sensação paralisante. Havia, contudo, uma nova peça naquele tabuleiro. Um homem de elevada estatura, trajado com óculos garrafais e um jaleco branco, claro estereótipo da comunidade científica. Os seus olhos demonstravam amor, fraternidade, mas suas palavras e ações eram o contrário. Surras, lições, correntes. Situações que por pouco não transformaram aquela fantasiosa divagação em um pesadelo. No entanto, antes que isso pudesse acontecer, tudo acabou como num piscar de olhos.

Encontrou-se deitado em sua cama. O sol raiava pela janela e os pássaros cantavam como de praxe. Sentindo uma tremenda dor de cabeça, ergueu-se e foi em direção à cozinha. Lá, deparou-se com a figura de seu pai. Por alguma razão, tomou um susto ao vê-lo, o que aparentemente alarmou o velho. — Que porra foi essa, moleque? — ele questionou, surpreso por aquela reação. O garoto nada disse, apenas depositou a mão sobre o queixo, buscando ligar os pontos daquele quebra-cabeça. Recordou-se do treinamento, mas suas últimas memórias datavam de quando havia assinado o pergaminho com seu sangue.

— E-eu não sei. Não me lembro do que aconteceu.

— Que novidade. — ele respondeu, claramente aliviado pela resposta. — Só para esclarecer as coisas, você desmaiou de exaustão ontem após o treino. Fui obrigado a te arrastar até aqui.

— Caramba! Desculpa, pai. Não foi minha intenção. — disse, levemente envergonhado.

— Relaxa, não foi culpa sua. — ele murmurou, logo aproximando-se para abraçar o filho. — Vá descansar, precisa ter fôlego para continuar treinando. — piscou com um sorriso estampado no rosto.

— Claro, preciso dominar essa invocação! — gritou entusiasmado, sem fazer ideia alguma dos segredos escondidos por seu pai que, no final das contas, era mais próximo dele do que imaginava.

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Takane

Jōnin

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14/5/2020, 21:38

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Que se inicie o caos pois a rocha continuara firme!
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