[Cena - Solo] Caça aos bandidos

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[Cena - Solo] Caça aos bandidos
[Cena - Solo] Caça aos bandidos

Raiden

Chūnin

Sáb 2 maio 2020 - 4:23

O corpo humano é como que a terra, quando fica muito tempo parado acaba por se tornar infrutífero, imprestável. Tanto um quanto outro têm a necessidade de movimento constante e disciplinado para que eles se abram às suas potencialidades. O leitor pode estar a estranhar o rumo da prosa ou pensar que escolheu o texto errado. Desculpe-me por soar assim tão disperso, podendo inclusive fatigar vossa beleza. Na realidade, estou apenas a cumprir com um dever: o dever exaustíssimo de tentar descrever, por um pouquinho que seja, o que se passa na cachola do rapaz Ojin. Este que acabou por dilapidar em si uma grandiosa capacidade nos jutsus elementais de terra, podendo ser, inclusive, chamado de perito na área. Desde então ele começou a pensar o mundo segundo o prisma da simbologia dos elementos, mais especificamente a terra e o que ela representa. Em cada ação, sentimento ou intuição, ele passa a matutar, com fisionomia altiva e séria, sobre a melhor aplicação daquela simbologia à situação. E quando consegue fica satisfeito, pois, uma das coisas que ele mais gosta é a de entender as coisas. Este expediente dele funciona como uma espécie de desafio intelectual. Ojin sempre acreditou que o aprimoramento da mente fosse uma meta importante.

Não só a mente; Ojin valoriza a realização e o aperfeiçoamento pessoal por completo. E foi exatamente este desejo que o levou a sair da introspecção e entrar naquela repartição Shinobi para solicitar uma missão. Além do mais, o recente embate do Ojin com o Yoshikaze, um bandido dos arredores da aldeia, lhe fez viver umas dessas experiências de quase morte, a percepção clara do quão fraco ele ainda é e, a necessidade imperiosa em ser forte.

– Ojin, estás disposto a derrotar um baderneiro?

O Ojin não poderia estar mais satisfeito com àquela proposta e quando concordou foi como se ele o fizesse com o corpo todo, demonstrando toda a sua vontade em aceitar aquela missão. O oficial responsável pela entrega daquelas tarefas sentiu-se respondido satisfatoriamente e, a partir dali, não disse mais nada, apenas remexeu os papéis com o automatismo de sempre, selecionou um pergaminho e entregou ao rapaz.

Já ciente de todas as informações que precisaria dispor para o serviço, Ojin rumou para a região indicada, no centro da vila, na qual deveria estar o baderneiro. O presente dia permanecia com uma luz fosca e irritante. Assim que chegou no local deparou-se com um evidente tumulto. Cada pessoa que ele perguntava lhe contava a mesma história: um rapaz impertinente tá causando isso. Logo à frente viu um acidente. Algumas barracas tinha sido completamente reviradas, alimentos ao chão e rostos incrédulos e irritados dos aldeãos e dos mercadores. Enquanto Ojin ajudava aquelas pessoas, como um bom samaritano, a encrenca veio até ele. Assim que ele se levantou, após ter recolhido umas laranjas que tinham se esparramado ao chão, pode sentir um vulto em sua retaguarda, e no instante em que ele se virou para ver quem era, tomou um sopapo bem no pé da orelha, o fazendo cambalear por uns dois metros para trás.

– Desgraçado! Você vai pagar por isso! — disse com mais fúria do que surpresa, passando o dorso da mão no local atingido.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 04/04

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Raiden

Chūnin

Sáb 2 maio 2020 - 20:26

Sim, o tabefe viera do dito cujo, mais precisamente do genin desordeiro e meliante referido no pergaminho da missão. Mas porquê ele fazia aquilo? O que se passava na cabeça daquele sujeito, de espírito desequilibrado, que o levava a cometer tamanho desatino? Há a resposta curta e a resposta longa. A explicação mais extensa remonta-se desde os tecidos genéticos ancestrais herdados ou mesmo alguma situação espiritual mal resolvida que lhe foi igualmente herdada. E o que poderia elucidar sucintamente tal causa provavelmente viria de algum diagnóstico psiquiátrico no qual alegasse alguma patologia mental como a psicose, a esquizofrenia, a bipolaridade, etc.

De todo o caso, para o Ojin aquilo não fazia a menor diferença, e não passava de uma inaceitável provocação. Ele então, no instante seguinte tornou-se impetuoso e partiu para cima. A paz já tinha sido quebrada com um ultraje, portanto, não era como se estivesse a precipitar-se. Os olhos do Ojin miraram o hostil com olhos penetrantes. De sua figura emanava uma aura de crescente brutalidade e de suas veias a adrenalina percorria em enxurrada, fazendo-o incapaz de sentir a bofetada anterior. E aquele vagabundo safado agora fugia com destreza e desenvoltura enquanto gargalhava alto. Deu uns saltos bem altos, usando um poste como suporte e aterrissou em um telhado de tábua corrida de uma casa que beirava a rua. Como se não bastasse ele seguiu correndo, mas agora por cima daquelas casas da vizinhança. Ojin seguia-o alguns passos atrás, porém, com movimentos mais desengonçados e hesitantes. Lá embaixo, os transeuntes, acompanhavam a cena com uma surpreendente naturalidade.

A fuga e a perseguição prosseguiam e sem a menor suspeita de um final aparente. Eles não se recorriam tanto de uma impressionante velocidade, pois nesta altura, o fujão — que notará uma certa incapacidade do Ojin com as manobras corporais —, preferia locomover-se em superfícies estreitas e difíceis de se equilibrar para conseguir continuar a trilha. Aquilo estava se tornando um desafio um tanto quanto frustrante para o Ojin, porque ele conseguia ver a sua presa, mas não consegui avançar com rapidez suficiente para capturá-lo. Ao invés de se focar no alvo, ele tinha que, por necessidade, se concentrar quase que exclusivamente no trajeto sinuoso e desafiante para as suas diminutas capacidades corporais.

Eles já tinham pulado muros, casas, vidraças e se equilibrado em canaletas, postes, telhas quebradiças, etc. Mas agora aquele quarteirão de casas chegava a um fim abrupto, sendo interrompido por uma rua transversal. O badernista olhou mais uma vez para o Ojin, que vinha em seu encalço, e lançou uma provocação em tom de deboche:

– Vamos seu molenga! Hahaha... Tá esperando o quê? — dito isso ele lançou-se num salto com giros no ar que cobriu a distância da rua toda até pousar na casa da outra esquina.

HP: 350/350
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Raiden

Chūnin

Dom 3 maio 2020 - 0:36

Seu inimigo conseguira escapar para o telhado de uma casa no quarteirão em frente e o Ojin teria de realizar um grande salto com a distância da largura de uma rua inteira para não deixa-lo sair impune. Aquele era o momento derradeiro da perseguição. Ojin foi capaz de reconhecer que a situação tinha mudado e, em consequência deveria reagir rapidamente. Precisava agora sobretudo, ser corajoso, agarrando-se às oportunidades sem hesitação para alcançar a vitória. No mesmo instante, os dois joelhos do Ojin arqueavam sincronizadamente, com uma leveza e graciosidade poucas vezes vistas. Ato contínuo, partiu numa carreira até à beira do precipício, produzindo um salto grande e potente o bastante para transpassar toda a rua e alcançar o beiral das telhas da casa à frente. Não fosse por alguns centímetros faltantes, ele poderia pousar triunfante, sendo capaz de fazer inclusive alguma pose intimidadora. Mas o que se sucedeu foi um pouquinho diferente: a sua perna que vinha na dianteira, durante o pulo, não conseguiu alcançar a quina do teto daquela moradia, fazendo com que ele precisasse flexionar levemente o tronco, aterrissando primeiramente com ele, e terminando o movimento com os braços, ficando dependurado no telhado daquela casa pelas mãos. Ele teve que então, realizar um segundo esforço para elevar o seu corpo ao patamar superior.

– Você não desiste mesmo, hein! — disse o fugitivo, traindo uma ponta de cansaço em sua forma de respirar, arfando profundamente.

– Quê que foi, arregou?!

– Não seja ridículo! Você não tem a menor chance contra mim.

– Quem é você, pra começo de conversa?! Um trombadinha!?

– hahaha! Eu sou o Hikari! Aquele que vai te derrotar!

– hm... Muito promissor... — disse Ojin com olhos irônicos e tom sarcástico. Depois de uma breve pausa ele prosseguiu: – Patético. Você não consegue dar nem mais um passo. Está exausto! A sua carreira na bandidagem termina aqui!

Naquele dia de luz fosca e irritante, Ojin assumia uma nova postura. Geralmente, ele colocar-se-ia em um combate seguindo uma estratégia diferente, na qual ele pudesse atacar a longa distância, utilizando o seu forte, que era a arte do ninjutsu. Porém, em alguma parte nascia dentro dele a vontade de se aprimorar também na arte do taijutsu. Foi por isso que ele o perseguiu daquela maneira, como se fosse uma provação oportuna aos seus planos de aprimoramento pessoal. E foi por isso também que o Ojin partiu para briga corporal contra o seu oponente, usando socos, chutes e, movimentos de esquiva e finta.

HP: 350/350
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ST: 03/04

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Raiden

Chūnin

Dom 3 maio 2020 - 22:29

Eles haviam entrado em peleja por já alguns minutos. Caso o duelo fosse observado por olhos de um praticante experiente na luta marcial dir-se-ia que a combatividade seguia morna. Contudo, para os pelejadores, digamos assim, ou melhor dizendo, para os dois engajados naquele arranca-rabo, aquilo era uma guerra, uma cruzada. Ojin muito atento, buscava estar sempre na brecha — estudava o adversário. E o Hikari, por consequência da fadiga e da postura do Ojin, se conservava na defensiva para evitar dar abertura ao punho do adversário. Mas a verdade é que o Hikari estava encurralado por um paredão em sua retaguarda, que subia bem acima da altura do topo daquela residência, que servia de ringue, e se emoldurava em um grande prédio. Ele poderia escolher por continuar a fuga subindo pela parede, mas suas baixas energias lhe impuseram um dilema: ou corria até perder o fôlego, ou usava o fôlego para lutar. E ele escolheu a segunda opção.

Ojin ganhava terreno, ia passo a passo — grave — palmo a palmo, intervaladamente. Subitamente, Ojin enfiou o braço, que mais parecia um coice, com a intenção de atingir o rosto do inimigo. O cálculo da distância foi correto e a conexão do punho com a lateral da face do adversário provocou um estalo. Aquela brecha na guarda de Hikari se abriu de vez, o que estimulou ainda mais a agressividade do Ojin, que impelido pela situação, jogou-se ao inimigo com uma pernada vertiginosa seguida por demais golpes. A erupção de ferocidade do Ojin fez o Hikari estrebuchar-se, enquanto Ojin crescia em sua frente e o moía na porrada.

A impetuosa explosão de pancadas foi o suficiente para transformar o clone dele em abundante fumo, dispersado pelos ares. Estava feito.

– E agora, valentão?

Lançou um breve olhar para a fumaça esvoaçante e voltou-se solenemente, retornando sobre os próprios passos. Parecia considerar trivial o feito. Fosse superior o adversário, sabia, seria ele, Ojin, a tomar uma coça.

A ação poderia ser talvez considerada como uma vingança bem sucedida. Entretanto, no íntimo da alma dele continuava existindo uma fome. Ojin não se satisfez com o desfecho da contenda. Talvez porque era apenas um clone e ele não pôde ver a fisionomia derrotada do seu inimigo. Ou simplesmente porque aquilo tinha se acabado, tornando a fome visível novamente, em primeiro plano. Aquele dia, que começou com uma luz fosca irritante, terminava dando início a tarde, e se começava a ouvir trovejadas distante como uma promessa de chuva.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 02/04

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Raiden

Chūnin

Seg 4 maio 2020 - 20:48

Ojin desceu do telhado daquela residência desconhecida, — sobre o qual acabara de lutar — com uma sequência de saltos em zig-zag até encostar seus pés em solo firme. O seu corpo não chegava ao ponto de estar totalmente fatigado, longe disto, mas agora que a adrenalina diminuía o seu efeito ele experienciava um ou dois pequenos espasmos musculares pelos membros mais utilizados e, ademais, a sensação de calmaria lhe era prazerosa. Vinha caminhando a passos mansos por uma dessas ruas do vilarejo. Tentava pôr o caso em si com uma fisionomia introspectiva, imerso em pensamentos contemplativos e especulativos. Quando que subitamente, um transeunte se destacou dos demais para se aproximar do jovem ninja e o interpelou cerimoniosamente. Era um senhor bem idoso, beirando os oitenta, vindo em traje bem tradicional e portando uma espada. Seus movimentos eram suaves e vagarosos, e aquelas rugas que ficam do lado externo dos seus olhos faziam vincos profundos conferindo-lhe indizível expressão afetuosa.

– Boas tardes, meu rapaz!

– Boa tarde, senhor.

– Eu bem vi o bom feito que fizeste. Se ainda não lembraste, sou eu aquele que mais cedo ajudaste. Venha cá, tome isto em agradecimento.

Era uma espada tōken embainhada, que lhe foi forçosamente colocada em mãos, de forma tão rápida, mas de modo tão amável no trato, em tom familiar, que o Ojin ficou sem reação. Quando se deu por si estava parado em pé com uma espada nas mãos.

– No aperto e no perigo se conhece o amigo. Mais valem amigos na praça que dinheiro na caixa. Hahaha... Bons olhos o vejam!

Antes de ir alegremente, o afável senhor deu dois tapinhas no ombro do Ojin, que só pôde esboçar um agradecimento acanhado e incrédulo.

A essas alturas o caro leitor deve estar se perguntando, e com razão, o quão improvável é de que isso venha a acontecer algum dia com quem quer que seja. Isso eu não sei, eu só sei que se sucedeu assim.

Ojin tomou a espada nas mãos. Apreciou a envergadura, experimentou o peso e a rigidez da arma, e não se sentiu capaz de soltá-la. Ao correr os dedos pela espada, comprimindo-a fortemente nas mãos, Ojin era capaz de sentir, com fascínio e prazer indizíveis, a curvatura da arma em harmoniosa simetria com o seu comprimento.

Isso se passou na terça-feira, naquele dia de luz fosca e irritante. À tarde houve trovoada, choveu muito. O tempo só levantou na quinta-feira, dia em que o genin seria surpreendido com uma visita inesperada.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 02/04

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Raiden

Chūnin

Qua 6 maio 2020 - 0:11

Dois dias após o Ojin realizar a sua primeira missão rank C, o clima já tinha firmado. O sol era forte e rijo; o verão estava no auge e ele passara esse tempo a treinar alguns golpes de taijutsu no conforto e privacidade de sua residência, na área mais ampla do seu quitinete.

Pela noite, uma notícia espantosa chegou ao genin, que foi surpreendido com a visita de um shinobi com um uniforme verde e desgastado, portador de um papel oficial para ele, Ojin ninja da patente genin da Folha, conforme mesmo disse o tal homem fardado.

Em virtude das posturas e leis regionais, dizia o papel, o senhor Ojin, ninja da Vila Oculta da Folha era intimado, sob as penas das mesmas posturas e leis, a ir o quanto antes ao País do Arroz, no qual se encontra em dificuldades devido a ataques de bandidos, alguns deles ninjas, com a finalidade de eliminar tal ameaça.

Na manhã seguinte, Ojin acordou descansado. Estava deitado na cama de madeira antiga, com veios e anéis assimétricos que desciam até o chão; o leito era de um tipo de tatame encontrado em dojos; grosso, consistente e com cheiro característico, mas muito bom para a postura. O sol brilhava da janela através das folhas que se agitavam, ainda verdes, no topo das árvores. Pulou de pé e saiu.

Na via que dava para o exterior da Vila, ao lado oeste, chegou até o portão que se abria para uma alameda estreita e bem cuidada. Ali parou e ajustou a bolsa ninja e a sua nova espada. Por um bom trecho, seguiu a alameda em direção ao oeste, até avistar os telhados de sapê de uma grande casa e de outros barracões da fazenda, que começavam a aparecer em meio às árvores. Depois, abandonando-a, virou à esquerda e entrou silenciosamente na estrada principal. Foi a passos firmes ao longo de cercas-vivas e das orlas dos matagais.

Após alguns quilômetros a floresta terminou de modo abrupto. Uma região ampla coberta por gramíneas se estendia à frente dele. Agora percebia que, de fato, começaria a se adentrar no País do Arroz (米の国, Amerika no Kuni). Adiante, sobre as planícies, visualizava o verde e fértil solo cultivado magistralmente até no horizonte e, atravessava o espaço aberto o mais rápido possível. O sol, que afundava nas colinas atrás dele, brilhava novamente, fugindo das nuvens que se desfaziam.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 04/04

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Raiden

Chūnin

Qua 6 maio 2020 - 20:42

Ojin chegara como um visitante de primeira viagem no País do Arroz (米の国, Amerika no Kuni); com olhos longos, cuidadosos, cheios de apetite e a cabeça ia e vinha de um lado a outro. Perscrutava tudo e qualquer movimento, simulando indiferentismo e neutralidade, afinal de contas, ele não estava lá a turismo, estava em missão como um ninja forasteiro, algo potencialmente perigoso, caso a sua identidade fosse abertamente revelada. Aparentemente, aquele país não se mostrava tão populoso como o País do Fogo, talvez por conta das poucas áreas favoráveis a moradias, nas quais espalhavam-se com moderação nos pés das montanhas e, entre elas, um vasto vale rural de campos cultivados se estendia aos quatro ventos do horizonte. Entretanto, os seus solos pareciam ser mais férteis e certamente davam para todo o tipo de plantações e cultivos, dado o clima mais favorável.

O sol estava começando a abaixar do ponto mais alto do céu e a luz da tarde estava sobre a paisagem. Até agora não tinha encontrado vivalma na estrada. Esse caminho não era muito usado, sendo pouco adequado para carroças, e havia pouco trânsito. Já estava andando havia algumas horas ou mais quando Ojin parou por um momento, como se escutasse algo. Estava agora em terreno plano, e a estrada, depois de muitas curvas, estendia-se em linha reta através de um capinzal salpicado de pequenos arbustos verdosos carregados de frutinhas amarelas.

– Ouço um cavalo vindo pela estrada — pensou Ojin.

Olhou para trás, mas uma curva o impedia de enxergar muito além. Enquanto olhava, teve um pressentimento, e se sentiu sugestionado por um desejo repentino de sumir da vista do cavaleiro.

– Pode não fazer muita diferença — pensou ele, – mas prefiro não ser visto na estrada — por ninguém.

Ojin hesitou por um momento: a curiosidade ou algum outro sentimento lutava contra seu desejo de se ocultar. O som de cascos se aproximou. Bem na hora, ele se jogou numa moita alta atrás de uma árvore que cobria a estrada de sombra. Então levantou a cabeça e espiou cuidadosamente por cima de uma das moitas grandes.

Pela curva vinha um cavalo grande e negro: montado por um homem grande, que parecia abaixado na cela, envolto numa grande capa e num capuz preto, de modo que só se viam as botas nos estribos altos. O rosto, coberto por uma sombra, era invisível.

Quando chegou à moita onde estava Ojin, o cavalo parou.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 04/04

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Raiden

Chūnin

Sex 8 maio 2020 - 2:05

O grande cavalo de pelagem enegrecida deteve-se subitamente, perto do arbusto onde o Ojin se ocultou furtivamente.

A figura do cavaleiro permanecia imóvel com a cabeça abaixada, como que tentando escutar algo. Dentro do capuz veio um ruído, como se alguém tentasse farejar um cheiro indefinível; a cabeça se virava para os dois lados da estrada.

Um receio repentino e insensato de ser descoberto tomou conta de Ojin, que pensou na espada. Mal ousava respirar, e mesmo assim a vontade de retirá-la da bainha se tornou tão forte que sua mão começou lentamente a se mover. Sentia que era só desembainhá-la, e ficaria a salvo. O conselho do senhorzinho filantropo que lhe presenteara (cujo nome não vem ao caso a esta história) lhe vinha a mente. “bem a calhar, vovô”, pensava ele, no momento em que sua mão alcançou a bainha em que estava a espada. Nesse momento o cavaleiro sentou-se ereto e sacudiu as rédeas. O cavalo avançou, primeiro andando devagar, para depois romper num trote rápido.

Ojin se arrastou até a beira da estrada e ficou olhando o cavaleiro, até que desapareceu na distância. Não podia ter certeza, mas teve a impressão de que, de repente, antes que sumisse de vista, o cavalo tinha virado para o lado e entrado num corta-caminho à direita.

– Bem, acho isso estranho, e na verdade perturbador — falou Ojin consigo mesmo, enquanto andava em direção ao atalho. – não sei por que, mas tive certeza de que estava me procurando ou me farejando; e também tive certeza de que eu não queria que me descobrisse. Nunca vi ou senti algo assim no vilarejo antes.

O atalho se mostrou ser bastante feio e sinuoso, pelo qual Ojin percorreu resolutamente por entre as curvas em zigue-zague, semirretas e subidas até o pé da montanha. O pergaminho oficial daquela missão referia-se a este caminho como sendo o local mais provável a se encontrar o covil dos bandidos.

Já próximo do que seria provavelmente o esconderijo dos ladrões, o Ojin já se encontrava com outra figura, uma aparência completamente distinta. Sim, ele tinha realizado o jutsu de transformação durante a caminhada e se assemelhava agora a um ancião, beirando os 80, com cabelos brancos, cara de jenipapo maduro e barbas nevadas. Vinha com passos vacilantes, arrastando os pés quando uma grande carroça cruzou pelo seu caminho, naquela estrada de terra batida. Ojin fez um aceno de mão, como quem diz: eu sou da região, não me conhece? A carroça cadenciou a velocidade e deu sinal de que ia parar. Neste ínterim, Ojin aproveitou para realizar alguns selos de mão furtivamente, preparando uma técnica. Haviam diversos galhos e troncos no matagal que beirava a alameda, e o genin já tinha escolhido algum entre esses, para algum caso de emergência.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 04/04

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Raiden

Chūnin

Sáb 9 maio 2020 - 0:49

A carroça grande, de madeira nova e de acabamento dado por tecido espesso e rústico, arrefeceu a marcha aos poucos até deter-se e ficar estacionária a poucos metros do Ojin — transformado em ermitão e igualmente parado. A cena era suspeita.

O leitor, perspicaz como só ele, pode estar se perguntando: por que o Ojin não se escondeu agora, como no primeiro encontro? Bem, antes ele fora pego desprevenido. Mas agora, tinha um plano, ou pelo menos, uma pequena ideia do que fazer. As circunstâncias eram semelhantes por um lado e diferentes por outro.

As pessoas de dentro da carroça hesitavam um pouco, pareciam estar a confabular por alguma razão misteriosa. Ojin, que mantinha-se atento e à escuta, pensou em se aproximar amistosamente. Neste momento, da carroça, desceram três homens. O traje, o porte e aquilo que, do lugar a que chegara o Ojin, se podia distinguir do semblante, não deixavam dúvida sobre a condição deles. Os três tinham em volta da cabeça uma redezinha verde que caía sobre o ombro esquerdo, terminado num grande tufo de cabelo dependurado, e da qual saía por sobre a fronte um enorme topete: dois compridos bigodes frisados em ponta; um cinto de couro lustroso, e presa a ele uma espada, com grandes copos recortados, de folhas de latão ajustadas em forma de inicial, polidas e luzente; um pequeno chifre, caindo sobre o peito como um colar; logo à primeira vista davam-se eles a conhecer como indivíduos da espécie dos bandidos.

Eles se encaminhavam ao encontro de Ojin, se entreolhando, levantando a cabeça, com um movimento pelo qual se percebia que todos a um tempo haviam dito: é ele. Ele, lançava o olhar por cima, para espiar os movimentos daqueles homens; e, vendo-os vir-lhe justamente ao encontro; compôs a fisionomia com toda a calma e fez um sorriso quando se achou em frente dos três homens.

– Velhote!

– Que é que manda? — respondeu logo Ojin.

Com o gesto ameaçador e agressivo de quem saqueia um inferior, o outro perguntou:

– O sr. preza por sua vida?! – Pois bem — disse-lhe o bandido ao ouvido, mas em tom solene de mando – passa a grana.

– Vamos — interrompeu o terceiro homem, – acabe logo com ele.

A esta altura, Ojin aplicava os seus cinco sentidos plenamente para não perder o menor gesto de alguém. E inadvertidamente, o bandido próximo a si lhe cravou um punhal nas costas. Ato contínuo, um abundante fumo elevou-se perante as faces de surpresa atônita.

HP: 350/350
CK: 900/900
ST: 04/04

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Bolsa de Armas (25/30):

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Raiden

Chūnin

Seg 11 maio 2020 - 1:44

O nível de covardia dos bandidos era inominável. Um dos três facínoras apunhalava o pobre idoso pelas costas. Mas acontecia o impossível. No momento do ataque, de onde o Ojin estava — usando o henge no jutsu —, surgiu um tronco, com mais ou menos as mesmas dimensões do seu corpo, que prendia o punhal, cravado em sua madeira — o famoso jutsu de substituição entrava em ação. Os três criminosos olhavam atônitos, sem entender ou acreditar no que estava acontecendo.

Quando que subitamente, surgia atrás deles uma espada, movendo-se livremente pelo ar, inquieta, como se estivesse sendo portada por um espadachim invisível. Só foi notada, porém, depois que abateu o primeiro bandido, atravessando-lhe o peito. Os dois restantes sacaram suas espadas já em estado de desespero. Tentaram se defender como podiam das investidas da lâmina voadora, entretanto, como não enxergavam junto à arma um portador de carne e osso, como uma referência, não conseguiram evitar o que mais temia; foram igualmente trespassados pela espada.

Ojin estava agora com a sua imagem natural, por cima daquela carroça utilizada pelos bandidos, controlando a sua espada e demonstrando possuir um elo incomum para com a sua arma. E novamente, aquele grande cavalo negro surgia. O cavaleiro misterioso se aproximou até parar perto dos bandidos que jaziam ao chão agonizando.

– Vermes inúteis!

O cavaleiro, oculto sob um manto negro, moveu a perna canhota de forma a circular a anca do cavalo até juntá-la a sua outra perna, para por fim, descer do cavalo. A sua movimentação era calma e sinistra, e a sua presença emanava um tipo de aura maligna.

– Você de novo, pirralho?! Não pense que eu não percebi a sua presença mais cedo. O seu cheiro me irrita.

– Quem é você?! — Bradava Ojin, sentindo grande aversão ao misterioso homem.

– Eu sou o dono dessa região e o dono de todos que aqui estão... — percorreu seu semblante aos seus capangas inutilizados, que lhe devolviam olhares de temor e vergonha.

O cavaleiro retirou o capuz enegrecido que lhe ocultava a face. Ojin encarou-o com olhos penetrantes. A pele pálida, a sobrancelha rala e aquilo que se podia distinguir como uma grande marca de batalha — uma cicatriz que cruzava o rosto da orelha ao queixo —, não deixavam dúvida sobre a condição dele. Possuía inclusive a mesma redezinha verde em volta da cabeça careca, que caía sobre o ombro esquerdo.

– ...eu sou o juiz de vossos destinos; e como tal, eu os condeno... A pena? Afogamento!

O inimigo realizou selos e cuspiu uma enorme quantidade de um tipo de água altamente viscosa, cobrindo uma superfície ampla. Seus capangas foram totalmente imobilizados e sufocados pela gosma e o Ojin não foi afetado, pois estava acima da carroça. No instante seguinte, o inimigo se submergiu por completo na lâmina daquela gosma e sumiu. Quando se deu por conta, Ojin viu, estupefato, brotar ao seu redor uma enorme quantidade de água flutuante que lhe aprisionou numa bolha d’água. Lá dentro Ojin não conseguia se locomover direito, pois a densidade do líquido era alta demais. O inimigo sorria, surgindo inesperadamente a frente daquela bolha de água que lhe prendeu.

– Maldito! — pensava Ojin. – E agora?! — Se desesperava ao ver o seu inimigo o zombando.

– Hahahaha; o seu sofrimento acabará em breve... e quando acabar... o julgamento estará terminado! — sua fisionomia soberba e maligna foi repentinamente substituída por expressões de surpresa e dor lancinante. – Ah!?... Como?!...

Ojin usou a sua espada infundida em chakra, que estava fora da visão do inimigo, na qual rapidamente, flutuou no ar como se houvesse uma mão invisível guiando-a até varar o peito do seu carrasco. Essa foi a sua técnica da espada voadora (飛行剣の術, Hikōken no Jutsu), que lhe conferia um elo inquebrantável com a sua espada. A bolha d’água foi desfeita logo após, deixando os seus pulmões trabalharem novamente com o ar puro. Estava feito.
***
Algumas semanas após, Ojin recordava-se do ocorrido, visualizando a face prateada da Lua, e o céu estrelado e transcendente, enquanto caminhava pelas alamedas bem cuidadas do vilarejo da Folha. Seus olhos se apertaram sutilmente, da mesma forma que sempre faziam quando Ojin refletia: “se eu tivesse um time as coisas seriam bem mais fáceis...” — e continuou o seu passeio filosófico.

HP: 290/350
CK: 860/900
ST: 03/04

Considerações:

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Armamento (25/30):

Ficha de Personagem :

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Luishturella999

Jōnin

Seg 11 maio 2020 - 3:56

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