[TREINO VEL + STA] O primeiro

ㅤEra uma noite quente na casa de Kiyomi Uzumaki. Seu incômodo para dormir era claro. Embora o clima estivesse elevado, o vento batia nas portas da janela do quarto do garoto, sinalizando o início das temporadas de chuva em Konohagakure no Sato enquanto empurrava a madeira da janela contra a parede. A goteira da torneira na cozinha encontrada com os restos de água nos pratos sujos que há dias não eram limpos fazendo um barulho frequente. Os gatos vagavam sobre os detalhados da casa, balançando as telas onde passam, movendo-as em relação às outras e fazendo um barulho proveniente do atrito. Tudo aquilo atrapalhava o Uzumaki que em outrora costumava dormir cedo para acordar mais cedo ainda; mas aquela solidão toda, em sua casa, em seu peito, era incômoda.

ㅤO garoto, ainda de pijama, de olhos abertos pela noite dura que levava se levantava da cama e vestia rapidamente uma camisa de manga curta branca confortável, uma calça longa verde que era bem folgada ao corpo, uns sapatos pretos que iam além de seu tornozelo (dos que se costumam usar para treinar) e carregando no seu braço direito, próximo a altura do ombro, sua bandana, orgulho da sua ambição e prova da sua capacidade shinobi. Assim, o garoto saia de casa.

ㅤAo caminho de um espaço aberto em que pudesse esvair suas energias para enfim poder dormir, sua cabeça “pedia socorro” trazendo memórias de um passado um tanto recente que ainda assombra seus sonhos mais fúnebres. Em sua mente passavam-se flashs de momentos com sua avó, das histórias que ouvia, do seu jeito cuidadoso de entender o comportamento inadequado do garoto e assim, levado pela pressão em suas memórias e relatividade do tempo, em pouco chegava ao local.

ㅤO Uzumaki avistava um terreno plano imenso por uma grana baixa e vegetação rasteira que dançavam conforme a regra do vento do parecia ser intensamente mais forte naquele espaço. Ao fundo, algumas árvores chamavam Kiyomi que correspondia à convocação rapidamente aumentando o ritmo de seus passos contra a relva, fazendo com que os respingos das gotas de chuva flutuassem a calça de Kiyomi umedecendo-a. Sem se importa, o Uzumaki saltava até o galho de árvore fronteiriço ao campo. Já estava arquitetado seu plano de treinamento, contando com a excentricidade dos galhos de árvores, Kiyomi começava a saltar entre eles, tendo que hora saltar buscando um galho mais alto que estivesse a sua frente e hora pular para o galho baixo mais próximo, assim, exigindo dos reflexos e do tempo de resposta do corpo do jovem para que, mantendo o ritmo e sem deixar de observar seus movimentos, conseguisse atravessar aquelas árvores.

ㅤEm minutos o corpo de Kiyomi começava a atingir movimentos programados respondendo a ordenação que a própria Mãe Natureza tratava de dar àquela floresta. Com isso estava pronto para o próximo passo: ir mais fundo no limite de velocidade que podia alcançar. Assim, Kiyomi, aos poucos ia aumentando a cadência do seu treino; no início apresentava grande dificuldade, dando saltos atrasados e adiantados, tendo que se responder ao estímulo de segurar ao tronco das árvores na tentativa de não cair. Mas, conforme o tempo passa e já adentro aos preparativos para o início da madrugada, o genin surpreendentemente começava a apresentar maior maestria naquela prática, estando consideravelmente mais rápido com aquilo, porém, também ofegante, afinal, já estava horas ali.

ㅤInesperadamente, durante a sessão de treinos, um livro cai do bolso de Kiyomi. O jovem genin pula para baixo tentando agarrar o livro que escapa de suas mãos e cai aberto, na terra agora molhada do início da chuva naquela região. O tolo suspira, controlando-se daquela situação desagradável que havia acontecido, afinal, tinha muito apresso por todos seus livros, ainda mais aquele. Pondo suas mãos nas folhas que ascendiam com a brisa que encontrava caminho por baixo daquela imensidão verde e envolvendo a contracapa do livro, Kiyomi levanta-o, sendo possível ler o nome Jardim dos Amassos e sacudia o livro, tirando o excesso de lama que estava na capa. Já que surgia aquela oportunidade divina de pausar e ler um pouco, por que não fazer, não é mesmo?

ㅤApoiando-se em um tronco de árvore, não se importando com a sujeira que tomava sua calça, afinal, seria só mais uma roupa suja para a pilha, o genin lia o livro levantado na altura dos seus olhos, quando, ao folhear a primeira página avistava uma haste de madeira com um balde fundo em casa ponta. Seria obra do destino? O garoto se levantado, aproximando-se da estrutura já quase que cheia devido à chuva e apoiava-a em sua nuca, ficando com cada um dos baldes próximos de seu ombro. Estaria agora entrando na segunda etapa do seu treino.

Rapidamente, pulando entre os troncos de árvore alcançava a altura dos galhos e voltaria. A sensação de cumprir o dever que criara para aquela noite tomava seu corpo e ia contra o seu fôlego e cansaço, que habitavam ali e se materializavam na forma do desejo de ler um livro. Sua persistência, embora que raro, gritava mais alto e mesmo estando perto do limite da sua aptidão física (afinal já treinava há horas) continuava com o treino. Agora a exaustão, sua inimiga, afrontava mesmo o corpo já treinado de Kiyomi. Os baldes com água, devido à fluidez da mesma, em cada salto se moviam descompassadamente empurrando o corpo do genin na mesma direção. Era realmente um teste para alcançar seu limite e o Uzumaki lutava bravamente.

ㅤA gravidade, vilã do treino, por hora, havia sido vencida. O tempo denunciava o fim daquele treino, e, já ofegante, em horas avançadas da madrugada, o jovem deitava na grama, após ter retornado todo o caminho na floresta que havia feito. Ninguém o esperava, portanto, tanto fazia o local em que dormisse. Ao seu lado, a estrutura de madeira que havia roubado de alguém e o seu livro, com páginas molhadas que esperava o sol para ser seco. O garoto fechava os olhos e dormia com o sorriso de ter superado barreiras do seu físico.