Angell Hyuuga Hattori
[ HP: 2850/2850 | CH: 5500/6500 | CN: 000/400 | ST: 01/22 ]
[ Byakugou no In: 500/500 | Souzou Saisei: 00/08 ]
[ Hachibi: 5000/5000 ]
A reação da mulher foi completamente inesperada aos olhos de Angell; ao invés de mais ameaças, ela lhe desferiu um beijo caloroso e familiar. Mas, ainda assim, as palavras que lhe dizia continuavam duras, tanto que lhe fizeram tornar a esconder sua marca Hattori, agora ao tampá-la com sua mão oposta por alguns instantes.
Com o desvanecer completo da mulher e o silêncio que voltou a pairar dentro da sala da hokage, Light voltou a se levantar lá fora e, ainda com muito receio, abriu as portas e foi entrando de novo, aproximando-se de Angell, sem deixar de olhá-la fixamente. Notando esse retorno de seu assistente, a azulada ergueu seus olhos até o rosto dele, mesmo que mantendo sua cabeça completamente abaixada.
– ...ela te feriu? – e perguntou aos murmúrios.
Então Light percebeu quão fragilizada ela estava com a situação; a mulher tinha acabado de pedir desculpas pelo nariz dele, e, no início, tinha estraçalhado as portas da sala com o corpo dele. Normalmente, Angell já o estaria recuperando. Mas, agora, ela quase nem se movia na cadeira em que havia se sentado, e ainda perguntava se ele tinha sido ferido pela outra, por mais clara que a resposta estivesse.
O assistente se abaixou diante dela, repousando apenas seu joelho esquerdo no chão, e se projetou mais para frente, para poder abraçá-la com força e escorar a cabeça dela em seu ombro direito, em uma tentativa gentil de reconfortá-la... como talvez só Shion fosse realmente capaz de conseguir fazer.
Ainda assim, a azulada enfim despertou do que parecia ser algum tipo de transe em que havia sido colocada, e retribuiu o abraço de Light, sentindo mais uma vez seu corpo todo estremecer. Escondeu o rosto na clavícula dele, respirou fundo, mas não conseguiu mais se conter: começou a chorar outra vez. Sentia-se tão perdida quanto mais de dois anos e meio antes, quando foi salva dessa escuridão por seu pai.
– Alteza, não devia tê-la escutado. – Light disse.
Porém, Angell não podia simplesmente fugir de suas obrigações para com sua família ou com a Folha, muito menos dos problemas de ambos os mundos. Como há muito tempo, não sabia o que pensar... mas, agora, de Shaka e de sua correspondente. De acordo com suas concepções, não estava enganada sobre a redenção ou a ajuda de Shaka. Porém, de acordo com suas experiências, poderia, sim, estar.
...e era bem isso que a outra parecia tanto querer lhe mostrar, por mais que, na verdade, só tivesse conseguido lhe fazer acreditar que era nela mesma que não poderia confiar – ao menos não naquele momento, daquela forma. Mas e se tudo estivesse mesmo sendo em vão e ela só estivesse levando inocentes à morte?
Por mais que, agora, sentisse todo pavor de talvez estar sendo ludibriada por uma falsa esperança de resgatar Shion, advinda de novas mentiras de Shaka, algo bem no fundo de seu coração lhe dizia para ao menos tentar. Shion era a salvação dos dois mundos – e, de quebra, de Shaka também –, e ela própria faria por onde não matar ou deixar morrerem inocentes durante o cerco à Areia.
– ...alteza? – Light a chamou.
E então a azulada externalizou e expandiu uma boa quantia de seu chakra medicinal em uma barreira pequena, suficiente apenas para rodear a si mesma e a seu assistente, mas poderosa o bastante para recuperar todo e qualquer ferimento dele como em um passe de mágica. ...coisa que já devia ter feito desde antes mesmo de ele voltar a adentrar seu gabinete, logo que sua correspondente se foi.
– Desculpe por todo esse transtorno... – ela enfim murmurou a Light.
Mas ele respondeu só apertando mais o abraço que dava na azulada, agradecendo-a por cuidar dele, mesmo quando ele não conseguiu mantê-la completamente segura, e ainda querendo impedi-la de se culpar por quaisquer problemas que sequer tinha causado em meio a toda aquela situação tão horrorizante para ambos. Mas nem ele nem ela tinham mais condições para dizer o que quer que fosse um ao outro.
Quando enfim a técnica curativa de Angell cumpriu seu papel e, consequentemente, foi desfeita, Light tornou a se colocar de pé, pedindo licença para erguer a azulada junto de si, mantendo-a suspensa em seus braços. E então foi saindo do gabinete mais uma vez, a fim de levá-la de volta para casa em conforto e segurança.
“But it’s the only thing that I have.”