Na manhã de um dia gélido, o que era comum em Uzushio, caminhava pela casa com a certeza do que faria a seguir, meu objetivo era claro, tinha que me tornar mais forte. Não buscava um treino rotineiro queria algo diferente, algo  que realmente me tornaria bem mais forte. Se era poder que eu buscava, tinha uma certa pessoa na família que notoriamente se destacaria nessa definição minha.

Misui Takumi era quem iria procurar nas horas seguintes, ele era considerado o mais forte entre todos da minha família, se ele quissese poderia facilmente se tornar um ninja de elite,mas decidiu virar um andarilho. Particularmente estava um pouco ansioso para encontra-lo já que a ultima vez que o vi foi a três anos atrás. Em condições normais, eu teria de viajar para o país do trovão, onde se encontrar a casa principal da família e lá perguntaria o paradeiro do primo, covenientemente, fiquei sabendo de rumores na vila sobre um ruivo com um cajado que acabou com uma base  renegados nas proximidades de Uzushio. Para mim era claro que tal feito foi obra de Misui, a descrição o definia completamente. Só bastava agora o procurar.

Tudo estava pronto devidamente para partir, meu tio me esperava no portão afim de me acompanhar até achar o primo, já que para sair da vila sendo um gennin era preciso um responsável.

O clima álgido depois dos portões me era agradável, o contraste entre o conforto e calor da minha blusa com este clima, me fazia comparar com o abraço de uma mãe para com seu filho aos prantos, tal comparação não se baseava em minha experiencia com tal afeto, era puro achismo, já que nunca tive o famoso amor de mãe em minha vida devido a morte da minha quando tinha apenas um ano de idade. Esse fato não me incomodava, pelo menos não mais, tão pouco culparia meu irmão que foi a razão da morte da mulher que me deu a vida durante seu parto.

Aquela situação em busca do meu primo fez pensar sobre meu passado, meu tio que estava ao meu lado permaneceu boa parte do caminho calado, aparentemente ele não me via como uma criança que precisaria de conselhos, ser visto dessa maneira por alguém que me criou e quem eu respeitava, era realmente importante para mim. Com o entardecer do segundo dia em minha jornada atrás de Misui, meu tio resolveu que deveríamos parar em uma pousada para descansarmos devidamente, e assim foi feito.

Na manhã do dia seguinte, enquanto estava tomando o café na pousada, me perdi escutando um conversa que novamente me era conveniente, as pessoas estavam falando sobre a tal
pessoa ruiva com um cajado que novamente derrotou alguns bandidos recentemente a oeste da pousada, curiosamente, dessa vez um dos bandidos não apresentava nenhum ferimento alem de um corte superficial no rosto, nesse momento me perguntava como ele teria derrotado uma pessoa sem causar danos graves. — Se corremos agora ainda podemos achar ele. — Disse meu tio, ele também ouviu os múrmuros. Sem perder tempo partíamos a oeste.

Agora estava mais próximo do meu objetivo atual, apenas algumas horas separava eu de tal. Durante o trajeto pude notar que uma estrada de terra levava-nos a oeste, isso fazia-me pensar que poderia me deparar com algum vilarejo no final do destino, tentava assimilar todas as informações

Poucas horas depois, ao longe avistei uma espécie de vilarejo pequeno, neste lugar havia uma fumaça que alcançava as nuvens, isto me soava como um presságio de algo terrível, aumentei o ritmo para chegar logo no local.    

Atravessando o que seria os restos do portão, vou correndo até o centro vilarejo, me deparava com uma destruição massiva, era como se uma bola fogo gigante tivesse varrido o local. Poucos segundos depois, o tio chegava no centro, ele também estava espantado. — Vamos buscar por algum sinal de vida — Dizia ele, acenava com a cabeça concordando.

Com apenas alguns minutos de busca, me era certo que não havia ninguém morto no local, aquilo era estranho, afinal como era possivel. Quando decidi voltar de encontra com o velhote, no alto de um poste escutava uma voz familiar — Quem é você? — Me virava na direção do som da voz, o brilho do sol escurecia a aparência daquele que lançou a pergunta, minha visão se forçava devido aos raios solares desconfortantes. Com a vista ajustada, não restava duvidas.

Aquele rosto sereno e imponente, era realmente ele. — Vou repetir mais uma vez, quem é você? — Misui repetia novamente, e a pergunta dele me incomodava, o fato de não lembrar de mim era a resulta de um sentimento estranho sentido. Me mantive sério enquanto o fitava, em um piscar de olhos ele aparecia diante de mim projetando a ponta redonda de seu cajado contra minha barriga, era de se esperar tamanha velocidade vinda do primo, uma embate contra ele poderia ser mortal caso este pensa-se que eu fosse algum dos bandido.

Porém, eu não era mais aquele garoto de oito anos que ele conhecia, preparava minha defensiva com meu antebraço, aquele segundo foi crucial para bloquear o cajado. — Então não lembra não é? Certo, irei te esmurrar até se lembrar! — Meu tom de voz mostrava que eu estava irritado com aquela situação, com o outro braço livre, um soco iria de encontro a face de Misui, e como esperado ele se esquiva para trás.

— Lembrar do que? Sobre o que você está falando? — Dizia Misui depois de se esquivar, e ele ainda completava voltando com sua postura imponente. — De qualquer modo parece que você não é tão ruim como imaginei.—

O duelo entre nos de vertentes inicialmente duvidosa tinha iniciado, ambos pareciam estar tomados pela arte da masculinidade chamada “te arrebentar de tanta pancada” e por vez novamente, comecei uma nova investida, movendo-se como um raio e acertando o primo com sons contidos de golpes, golpes que acertavam as costas dos braços do opositor, que estava diante de seu corpo para defesa. Misui lançava-se um pouco para trás apos a minha investida, tomando com seu pé um impulso e investia em minha direção com o punho pronto para um soco, mas a mão deste foi parada pela palma da minha, tinha força o bastante para segurar aquele golpe. O petulante primo levantou sua perna para atingir um chute na lateral da minha coxa, e por reflexo movi a mão que tinha livre para bloquear o ataque, mas não consegui bloquear a tempo. Fui atingido na coxa, o que fez com que Misui se “libertasse” e girasse uma vez dando uma rasteira em mim, pelo movimento me desequilibrei para o lado e um chute me era desferido nas costelas direitas antes de finalmente cair de lado no chão.

Misui apertava seu punho com toda sua força, e deixava a energia fluir por ele, parecia que ele estava mirando o soco no meio de meu peito, nesse instante tinha a certeza que ele estava realmente querendo me derrotar. O golpe que vinha em minha direção curiosamente foi parado, a voz do nosso tio ecoava em nossa direção — Misui, você realmente estava avançando para matar seu primo? — O garoto ruivo estava confuso e surpreso ao mesmo tempo, aparentemente ele estava tentando entender o que o velhote estava fazendo ali e assimilando toda a situação, eu também estava perplexo, mas não pela situação em geral e sim pela a forma que o tio parou o soco envolto de energia do primo; O velhote estava segurando uma pedra pequena entre os dedos, deduzia que ele tinha parado Misui usando uma.

— Hahaha, eu realmente não sabia que era o Usui, ele mudou bastante desde a ultima vez que o vi. — Dizia o primo com um sorriso desconcertado na face depois que a ele foi explicado toda a situação. Na entrada do pequeno vilarejo, o tio se despedia da gente e me deixava aos cuido do primo que concordou em me treinar.

Junto de Misui, agora estava o seguindo para dar seguimento ao meu treino. Dado os primeiros passos, ainda me questionava sobre o por que dele está atacando os bandidos. Na primeira oportunidade de o perguntar, estávamos de baixo de uma árvore em um entardecer, mas antes de pergunta-lo diretamente ele puxava o assunto — Acredito que você esteja curioso sobre o que estava fazendo na vila? Pois bem... Como era de se esperar estou ganhando dinheiro fazendo trabalho mercenário, por acaso estava andando por essas terras e um pequeno vilarejo me contratou para dar cabo a uma organização de bandidos. Mas tem sido um tédio, vencer vários bandido fracos é entediante. —

Escutando aquilo me perguntava se esses bandidos eram realmente fracos ou ele que era muito forte. Depois de uma pequena pausa em sua fala, Misui completava — Tenho uma ultima base para destruir, estava pensando que isso seria uma ótima experiencia para você, o que acha da minha proposta? — Claramente não recusaria um desafio desses, talvez nem devesse considerar um desafio tendo a força do primo ao meu lado. — E eu sou de rejeitar uma proposta dessas? — Respondia a pergunta dele, que por sua vez sorria discretamente em reação a minha resposta.

— Agora descanse, começaremos essa operação logo amanhã cedo. — Ouvia a sugestão do Misui e não a acatava de imediato, mas o cansaço tomava conto do meu corpo e meus olhos lentamente se fechavam, acabava por dormir encostado na árvore. A luta breve com o primo teria me desgastado tanto?

Com a vindo dos primeiros raios solares na manhã do outro dia, naturalmente acordei, sentia uma leve dor no pescoço devido a posição na qual dormir, levava minha mão levemente no local da dor enquanto alongava o pescoço, enquanto fazia, o primo já estava acordoda e vinha em minha direção. — Vamos. — Dizia ele. Dentro de poucos minutos iniciavamos a caminhada com o objetivo já selado.

Passada algumas horas do percurso, Misui começava a notar algumas coisas um pouco fora de comum uma delas eram pegadas em lama recente em locais onde poucas ou nenhuma pessoas deviam estar, galhos e pedaços de árvores partidas era óbvio que ambos estava a ser seguidos visto que já tinham entre a fronteira de dois países e estavam agora em território inimigo, aldeias e vilas no país da água que apesar do acordo com Uzushio não se submentiam as ordens dadas pela aldeia principal.

Após várias ordens de percurso e exaustão, Eu e o primo chegava ao ponto de encontro um pouco antes da base inigima e um grupo de mercenário estava lá para nos receber, era estranho pois o vestuário deles era semelhante ao de Misui. Após uma despedida rápida seguíamos em frente para a entrada do esconderijo

Quase já no hideout questionava o plano do Misui — Vamos de ataque furtivo? — Ele me olhava estranhando. — É uma estratégia conveniente, mas não é de meu feitio. — Já era esperado que ele falaria algo assim afinal, ele sempre foi o típico homem honroso, onde a gloria mora em uma luta frente a frente.

Seguindo mais ao noroeste logo percebíamos a fuligem pelo ar, o ar ficando um pouco mais denso. O cheiro da queimada seria o primeiro sinal de que estariamos chegando, e mais uns cinquenta metros à frente começamos ver árvores com estando metade queimada e negra e conforme forem avançando o chão e o ar cheio de cinzas, árvores totalmente queimadas e negras outras estariam fazendo barulho devido ao vento. O ar estaria tenso. E o silêncio naquele local era total, sem pássaros e nem sinal dos demais animais. Só interrompido pelo barulho de uma enorme árvore caindo e levantando ainda mais cinzas para cima de vocês.

Após alguns minutos de avaliação. Podemos ouvir sons vindos das frondosas árvores e num salto de um galho eles poderiam ver o surgimento de um dos bandido - um jovem de cabelos castanhos e olhos amarelos e suas pupilas pareciam estar dilatadas – que ainda no ar fez selos de mão para em seguida levar sua mão direita à boca e dela surgia dez bolas de fogo, os disparos de fogo de tamanho de um punho fechado voariam rapidamente na nossa direção, cinco para cada.  – Morram seus invasores!!! Vocês merecem morrer seus espiões!!! – Falava tocando o chão e começando a correr formando uma meia lua ao redor dos dois para em seguida repetir os selos e criando mais dez bolas de fogo que repetiriam o mesmo padrão do primeiro ataque.

- Quem mandou invadir as minhas terras, seus infelizes!!! – Gritava histericamente o jovem que aparentava ter um olhar vago. E sua voz era expandida pelo silêncio do local. Misui expelia uma barreira de água pela boca suficiente para parar todo aquele fogo que vinha em nossa direção, outros dois bandidos que estavam a espreita apareciam diante da gente em meio o vapor quente da fumaça que subiu devido ao choque dos jutsus, estes empunhavam katanas e estavam mirando o primo que por sua vez facilmente esquivou para trás. Um grito de desespero me era lançado. – ONDE ELA ESTÁ!!!!!!!! FALEM OU VOU QUEIMAR TUDO ATÉ QUE ME ENTREGUE ELA! – O garoto de cabelos castanho avançava em minha direção e realmente parecia fora de si. Os dois bandidos espadachins me separava de Misui. – Aquele pirralho já era, ele está enfrentar um suicida que é ainda mais forte que nos dois. – Se gabava um dos bandidos da força de seu amigo falando-o para meu primo.

— Mais forte que vocês, esta insinuando que vocês são fracos? Não me faça rir. — Enquanto terminava sua fala, os espadachins tentavam avançar contra Misui, visando perfura-lo. — Não subestime os Takumi, afinal, ele se parece mais promissor que eu quando tinha a mesma idade. — Falava desviando facilmente dos ataques.

Enquanto isso na minha luta um a um, percebia que meu oponente não estava em sua melhor forma emocional ou mental, parecia estar fora de si. Calcularia a melhor forma para um bote enquanto analisava o inimigo disparando mais e mais bolas de fogo. Um movimento súbito impulsionou-me para frente. Minha velocidade e um golpe decisivo fora aplicado, o inimigo estava disperso com a suas alucinações e quando olhou de lado e me percebeu não havia mais tempo para reagir, ele até tentou desviar sendo o primeiro golpe de faca de mão bateu com predominância no ombro. O oponente sentiu a dor que o retardou e o fez ajoelhar com a perna direita. Enquanto o enlouquecido tentava fazer selos de mão, lancei um segundo golpe certeiro. Desta vez, o ninja incendiário acabou por cair ao chão, desacordado.

Voltava minha atenção para a luta que acontecia a alguns metros dali me aproximando, os dois espadachins estavam com os seus corpos estirados e meu primo estava dentro de um circulo de sangue com as respectivas espadas dos espadachins cravadas em seu corpo, a pele de Misui se tornara escura com marcas brancas por todo o corpo, similar a um esqueleto. O primo tirava as espadas fincada em seu estomago, ele percebia que eu estava próximo observando-o. — Tem algo que preciso te contar— Dizia ele sorrindo para mim. Suspirava.

Misui amarrava pês e mãos, posteriormente encapuzava o garoto que antes eu havia abatido, saímos do local sem nenhuma palavra a mais. Por tudo que vi e presenciei, segredos seriam revelados nas horas seguintes. Os passos daquele que nunca sucumbira me guiavam por terrenos incertos onde o negro véu da noite se aproximava de minha face. Olhos antes guiados por vida, fitavam impuras existências em uma caverna cujo as tochas eram o lar de luz, contaminado pela mais genérica escuridão. O questionar de um vivente assassino em Misui era a certeza de um peculiar acidente.

Na mais profundidade escuridão da caverna, sob pouca luz emanada das tochas, três pessoas com veste semelhante ao primo se configuravam em volta de um altar, tinha certeza que haveria feita sobre questionares, que seria comparável a arquitetura de uma casa sob a areia, queda eminente. O corpo do incendiário era posto sobre o altar, a incerteza sobre o que ocorria era esclarecido por Misui logo em seguida. — Jashin, o deus que espera que todos os seus seguidores tragam nada a menos que a destruição e morte para aqueles que se contra ao seu protegido. Em toda minha vida sempre rezei para um deus antes de uma luta, proteção para mim, morte e perdão para meus opositores era o que sempre pedia. Antes não tinha conhecimento sobre esse deus que se fazia presente, mas recentemente ele me fora revelado, e jurei propagar sua palavra. Pessoas se juntaram a causa e agora eis-me aqui. — Tudo escutado até o momento não me era algo nada além de uma visão religiosa, mas ainda continuava atento e escutando o primo enquanto os outros que pareciam cultista estavam "preparando" o garoto que foi trazido para algum tipo de ritual.

— Sacrifício de uma vida humana pelo ganho da mortalidade, essa é a benção de Jashin. — Não poderia negar que aquilo me soava satisfatório, o instinto de sobrevivência, era a arma da morte de certo isso me tornaria mais forte e assim todos os meus objetivos estariam cada vez mais ao alcance. Estaria disposto a pedir tal benção — Também quero seguir o caminho de Jashin, estou disposto a receber suas bençãos! — O velho primo parecia pego de surpreso e dizia sorrindo levemente.   — Ora, eu devia esperar isso de você, de qualquer forma já iria oferecer esse tratado com Jashin...Mas você realmente está pronto agora ? — Olhava para ele seriamente. — Sim! — Uma unica palavra era proferida afim de ganhar tal poder logo. Todas as instruções me eram passadas pelo primo antes do ritual.

O reflexo do futuro sanguinário fora ativado por uma faca de ouro cortante que perfurou meu corpo, o triângulo equilátero circunscrito era feito como haviam me dito, o seguro acordo firmado era garantia contra um impensado final futuro. Minha aproximação do altar para ceifar o imputado cadáver vivente, se daria depois de um corte no alvo que deixaria a tal faca cheia de sangue, a lambida na faca ensaguentada já dentro do circulo, me deformava por uma transformação, ou talvez apenas demonstração de realidade, a pele escura com marcas brancas por todo o corpo no presente momento, era uma sombra definida revelava com presteza um ritual sangrento se encerrando, o incendiário dava seu último grito. Já nas sombras de um dia quase consumido, me ergo em poder pela primeira vez, o pecado de maior eficiência já visto por minha alma perdida em escuridão, acabaria por ser preso e firmado em meu corpo.

Minha jornada com Misui temporariamente tinha se encerrado ali, uma despedida difícil entre nos dois vinha com uma promessa na qual, era a realização de uma nova jornada futura. Com um novo poder em mãos poderia voltar a vila para continuar trilhar meu caminho agora com a benção de Jashin comigo.