Fazendas da Vila
Descrição: Alguns animais estão atacando as plantações da Vila. Sua missão é aniquilar estes animais.


Lá estava Ojin, com a sua bandada da folha, cobrindo-lhe o fronte. Caminhava ansiosamente, pois estes eram os seus primeiros dias como um ninja de verdade. Seu destino? Realizar uma missão em uma fazenda. Aparentemente, a região sofria com ataques de animais selvagens, nos quais prejudicavam as áreas plantadas. Soava emocionante o bastante para o jovem genin.

A caminhada lhe rendeu algum tempo para refletir sobre os acontecimentos contemporâneos. Pouco mais de uma hora à pé a passos tranquilos. Quando avizinhou-se aos limites da propriedade avistou um portão. E recostado nas sombras do mesmo achava-se um homem de chapéu, possivelmente o proprietário da fazenda. O moço aparentava estar lá pelos seus cinquenta anos, mas possuía um corpo robusto, típico dos camponeses.

- Olá, como vai?! - O fazendeiro saudava-o com uma ligeira mesura - Deves ser o ninja da folha que veio resolver os nossos problemas, estou certo?

- Sim, senhor. Sou eu mesmo. Me chamo Ojin. - Respondeu, sendo mais cortês do que o habitual.

- ...Ótimo, ótimo. Me acompanhe por favor. - Dizia o homem, logo adentrando-se pelo portão.

Ojin acompanhou-o enquanto escutava o senhor que contava todos os causos de ataques da região. Eram bastante recorrentes, por sinal. No entanto, ele parecia não saber qual espécie de animal selvagem se tratava. Algo estranho, imaginou o jovem. A mente do ninja passou a especular qual fera teria que enfrentar. Deveria ser algum bicho especialista em camuflagem, ou então, uma criatura tão veloz capaz de passar despercebido. De todo jeito, sua alimentação seria vegetariana, já que ele atacava as plantações, deixando apenas destruição no lugar.

- Muito bem, o senhor pode aguardar em sua casa, se quiser. Quando eu finalizar o serviço eu venho lhe chamar. - concluía, após receber todas as instruções necessárias.

- Está ótimo, meu filho. Boa sorte! - disse o homem, se encaminhando para a sua casa, local em que estaria seguro.

Ao final da propriedade residia uma pequena floresta, onde não havia nenhum cultivo. A fera deveria vagar por aqueles cantos.

Ao alcançar à área Ojin pôde logo sentir o frescor da mata. O sol estava no ponto mais alto do céu, mas por aquelas bandas a vegetação fechada abrandava os seus efeitos. Assim foi o genin, com a fisionomia atenta, tentando ser o mais furtivo que pudesse por entre as árvores. Seu maxilar estava rijo como um bloco de gelo. Nada poderia ser pior do que enfrentar um inimigo desconhecido, oculto.

Quando chegou na parte central do bosque, Ojin avistou um monte de verduras empilhadas. Ao redor a terra estava revirada, esburacada.

- "Só pode ser a fera!" - pensava, arregalando os olhos e se acobertando por detrás de uma frondosa árvore.

Aprumando um pouco mais os seus ouvidos, Ojin foi capaz de ouvir um ruído de algo remexendo a terra, como se estivesse escavando-a. O genin agarrou firme uma de suas kunai. Iria tentar capturar o bichano. O jovem esgueirou-se sorrateiramente para tentar ver finalmente o animal. E para a sua surpresa, era uma simples toupeira! Observando mais atentamente o tamanho da presa, o genin moveu-se furtivamente de improviso para tentar enlaçar com o seu braço o pescoço do roedor. Este seria o seu “plano”.

Para a sorte do garoto a toupeira estava ocupada o bastante, organizando o seu estoque de alimentos, e por isso não teve chances. Ojin jogou a kunai um pouco à frente do bicho. Não para acerta-la em cheio, mas como uma distração, que poderia abrir uma brecha para a realização da manobra de imobilização, tal como planejado. Ato contínuo, ao perceber o barulho do impacto da kunai ao solo, a toupeira urrou em desespero. Em vão, pois um dos braços do rapaz tinha agarrado o seu corpo com sucesso. Contudo, não era por isso que ela iria se dar por vencida. Sua força era desproporcional ao seu diminuto tamanho. Pois, o bichano deu um salto e aboletou-se parcialmente num buraco na terra. Ojin agora, agarrado em suas costas, fazia um jogo de força com a toupeira. Nos primeiros instantes ele fora arrastado sem piedade, mas aos trancos e barrancos ele conseguiu firmar seus pés nas raízes das árvores, dando-lhe o apoio necessário para manter-se em pé. Depois disso o trabalho foi apenas pescar à toupeira de sua toca.

Seu traje estava coberto de terra, de cima a baixo, ao final da empreitada, mas a toupeira estava já capturada, sendo carregada por ele pelas ancas. Quando ele, enfim, retornou à casa do fazendeiro o sol já ia no horizonte.

- Ha ha! Mas que maravilha! E não é que é uma simples toupeira intrometida! - entusiasmava-se o senhor, ao ver o responsável pelos seus prejuízos em suas colheitas preso, atado nos braços de Ojin.

O Genin entregou a toupeira ao homem e despediu-se. Fora uma tarefa simples que ele tinha realizado, todavia ele estava satisfeito.

- "Missão cumprida!" - pensava, com um tímido sorriso espremido no rosto mascarado, no qual só poderia ser suposto por alguém que conseguisse avistar aquelas pequenas ruguinhas que se formam no canto dos olhos.
Ao trilhar o caminho de volta, Ojin mostrava-se mas confiante, sem aquele nervosismo constrangedor e sem aquele passinho estranho, típico dos que estreiam em algum serviço novo.

E no tempo esperado, Ojin reportou sua missão no local correspondente a estes tipos de tarefas básicas. Tinha contribuído para a vila e arrecadado uma graninha extra, um ótimo negócio.

Bolsa de Armas (20/20):