[Graduação] Luz e Trevas

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[Graduação] Luz e Trevas
[Graduação] Luz e Trevas

Zeitgeist

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11/3/2020, 21:58

O tempo sobre a Vila de Kumogakure era um tanto quanto comum, porém, desconcertante. As trevas cobriam os corpos celestes tal como fumaça negra sobre a fogueira. Os estalos dos relâmpagos e trovões, cintilavam em luzes dignas de um show pirotécnico, um tanto quanto barulhento. As cores se contrastavam sob as piscadelas que os céus lançavam sobre os moradores daquele lugar que, apesar de noticiado, ainda não chovia.

A maioria das pessoas, dentro de suas casas, tentavam manter sua tranquilidade no conforto de suas moradas. Entretanto, isso era um luxo que apenas civis podiam ter. Enviado à sua moradia, uma carta deslizou pelo vão da porta frontal da casa de Sarutobi Enmei. Seu conteúdo, dependeria de sua interpretação.

"Convocado à Missão de Rank A: Sarutobi Enmei.

Trajes carbonizados foram encontrados nos arredores protegidos de Kumogakure. As informações levam à crer que há inimigos dizimando tropas próximas àquele local. A missão se limita à investigação e coleta de informações, o uso de força deve ser feito apenas em casos extremos, evitando contato direto.

Assinado, Alto Escalão de Kumogakure no Sato."

Considerações:

Graduação Chunnin [01/10]

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FP|MF

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Ficha de Personagem :

https://www.narutorpgakatsuki.net/t68386-fp-lawliet-hawk-scarlet#509119

Convidado

12/3/2020, 13:47

Buscava clareza com os meus pensamentos; talvez por ser jovem, a questão “quem eu sou?” ocupava um lugar dispendioso dentro de minha cabeça. Como eu deveria usar as habilidades que eu tenho? Quem eu deveria servir? As minhas ações e os meus pensamentos são corretos? Estou sendo condenado por forças superiores simplesmente por ter perguntas que pairam sobre minha mente? Durante as aulas de meditação, aprendíamos que deveríamos nos ver como montanhas: Inabaláveis, atemporais, uma importante ferramenta da natureza e da criação para manter o equilíbrio em todas as coisas. Os problemas, as dúvidas, as aflições e as emoções deveriam ser como as nuvens que dançam em volta do cume das montanhas: Leves, fracos e transeuntes. Entretanto, enquanto eu pude manter esta bela paisagem representando o meu estado mental durante vários e vários anos, as coisas pareciam muito mais desafiadoras agora. As responsabilidades, as dúvidas e o alcance de minhas ações aumentaram. As nuvens, antes um mero adorno passageiro, agora se juntavam umas com as outras. Primeiro, um relâmpago. Depois outro. Em sequência, uma pequena e gentil garoa no tempo cinzento que se formava. E, apenas alguns minutos depois, uma forte torrente que afugentava todos os animais selvagens para as suas tocas e obscurecia a beleza da cordilheira que minha determinação deveria representar. Eu sentia que estava sozinho no olho da tempestade.

E, assim que abri meus olhos, tive um forte presságio ao ver aquilo que eu imaginava em minha mente se alardear para fora das paredes de minha consciência: Uma forte chuva parecia estar se formando em Kumogakure, também. Desentrelacei meus dedos e minhas pernas, saindo da posição de meditação, para que eu pudesse me certificar de como o tempo estava parecendo do lado de fora. Com os pés descalços, caminhei a uma das janelas e, depois, para outra. À distância, eu poderia ouvir o ruminar dos céus uma vez ou outra. Parado na frente de uma das janelas estava imerso em pensamentos a respeito do significado daquilo que estava vendo. Enquanto ainda buscava me confortar com o quão abruptamente o tempo iria mudar, mas o quão bom era que eu não precisaria sair de casa, meus ouvidos que prestavam atenção nas coisas que vinham do céu ouviram algo mais próximo de onde eu estava: o resvalar de papéis. Atípico, já que eu não possuía nenhum documento ou algo do tipo à vista. Caminhei para a fonte do ruído, que parecia ser a sala de entrada. Quando o fiz, confirmei as minhas suspeitas de que havia recebido uma carta; encobertando minha ansiedade para abrir o envelope com o fato de que eu nada tinha para fazer agora, levei-a até uma mesa junto comigo para que pudesse ler as informações.

[...]

Trajes carbonizados em Kumogakure?! Parecia algo urgente. E, a julgar pelo contexto em que recebi esta missão, deveria presumir que realmente era. Junto com o mapa, o pequeno documento selado também delineava os pontos em que os ataques aconteceram e explicitava que a minha missão deveria ser a de investigar e coletar informações, evitando conflito ou ações imprudentes. Julguei que o ensino que recebi do templo sobre o afastamento de emoções poderia ser o critério utilizado para me escolher, e, por isto, deveria manter estes princípios firmemente afiados em minha mente e em meu coração ao longo desta designação. Coloquei meus trajes de combate, adicionando também o longo manto marrom-escuro do templo; imaginei que o grande capuz que o acompanhava poderia ser útil caso a chuva passasse de apenas uma ameaça. Peguei apenas o mapa para que tivesse alguma referência e saí de meus aposentos, colocando o capuz e indo para o primeiro ponto atingido, aquele de um quilômetro dos portões.

HP: 500/500 ─ CH: 900/900 ─ ST: 00/05
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Equipamentos:

Zeitgeist

12/3/2020, 21:08

Longe do fomentar dos sentimentos daquele jovem shinobi, as luzes artificiais se dissipavam, deixando o cenário sob os clarões que os céus dispunham. Num local onde os rochedos se acidentavam de maneira irregular, entre pedras e mais pedras que se seguiam em pequenos cumes e depressões desiguais. Afundo àquele cenário, entre uma rocha e outra, escondido na escuridão da terra e revelado pelas luzes dos céus, roupas típicas dos ninjas da elite do vilarejo. Sem sangue e totalmente intactas. O corpo, ali não estavam e ao seu lado as armas caídas como se tivesse morrido antes mesmo de conseguir arremessa-las. O único e primeiro indicio, o sangue que escorria pela rocha adjacente. Sangue aquele que escorria da parte superior da rocha e escorria rumo às vestes, porém, não as tocava, sendo impedida pelas rachaduras da depressão do relevo, onde o corpo se encontrava. Um cenário um tanto quanto incomum e misterioso ao extremo. Perguntas deveriam ser feitas e, talvez, algumas delas seriam difíceis de se entender. A primeira delas só Enmei poderia trazer à tona, assim como as posteriores que viriam a sua mente.

Considerações:

Graduação Chunnin [02/10]

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FP|MF

Ficha de Personagem :

Convidado

13/3/2020, 23:43

Na parte mais alta de uma pequena colina, parecida com as dezenas de outras que adornavam a paisagem, vasculhava com os meus olhos todo o perímetro alcançável. Ainda incerto, retirei de dentro de minha capa o mapa que havia há pouco recebido, abrindo-o como um pergaminho. Naquele campo aberto, o vento tinha espaço o suficiente para correr livremente, dançando com o meu manto, meu capuz e o restante de minhas vestimentas enquanto eu buscava entender onde realmente estaria situado. Fechei novamente o pedaço de papel, devolvendo-o para onde estava sendo guardado; desci da colina com um pulo, aterrissando onde eu acreditava que seria o local do primeiro ataque: olhando ao redor, presumi que aquele era um bom local para servir de posto avançado. Era suficientemente escondido, concedia visão de uma vasta área do lado contrário de Kumogakure e tinha bastante espaço para alocar alguns sentinelas. Entretanto, mesmo em um espaço reduzido, ainda tive de exercer minúcia em meus olhos para encontrar aquilo que buscava. Após alguns minutos de exame, encontrei sangue escorrendo para baixo a partir de uma das rochas. Assim que me aproximei, pude ver também vestimentas de ninjas da Nuvem. Compunham três conjuntos de equipamentos, isto é, as vestimentas, algumas ferramentas e armas. Continuei procurando ao redor em busca de algo mais conclusivo, mas, aparentemente, aquilo era tudo que eu encontraria por aqui.

O quê exatamente estas evidências significavam? Pus minha mão direita em meu queixo, sendo sustentada pela mão esquerda que apoiava o seu cotovelo. Para que um incidente como este acontecesse, eles teriam de ser atacados subitamente. Agachei-me, buscando examinar com maior cautela algumas das provas que tinha. Resvalei minha mão sob as kunais e shurikens que os ninjas carregavam, tendo agora a certeza de que elas sequer estavam gastas; não tiveram tempo de usá-las. Isto apenas corroborava a minha teoria de que eles teriam de ter sido vítimas de um ataque rápido. Mas que tipo de ataque? Para que algo os consumisse tão rapidamente, eles teriam de ser... evaporados?

Algo teria de elevar as suas temperaturas corporais a níveis completamente anormais, e isto teria de ser feito rapidamente também, já que, caso contrário, eles derreteriam ao invés de evaporar, deixando, assim algum tipo de resíduo biológico, o que aparentemente não era o caso. Ou então eles foram coagidos, de alguma forma, a se despirem de vestes e equipamentos? Parece muito improvável, considerando quantos recursos estes ninjas teriam para lutar mesmo em situações adversas. Mas algo ainda não fazia sentido. Posicionei um de meus pés sob uma rocha elevada, e apoiei a mão em outra, inclinando-me para um pouco mais perto do sangue. Era fresco. Mas, mesmo assim, não parecia estar em quantia suficiente para representar todos os três ninjas, aparentemente.

Senti que eu não poderia estabelecer nenhum tipo de conexão lógica apenas por examinar um dos locais atingidos. Ainda dentro do pequeno esconderijo natural, alvo do primeiro ataque, retornei a minha atenção para o mapa, que se mostrava muito valioso para uma missão como esta. Numa distância determinada de quatrocentos metros para o leste, eu encontraria o segundo ponto. Esperançosamente, este me daria mais pistas e me traria mais próximo da conclusão deste caso. Ouvi um forte trovão assim que guardei o mapa de volta, trazendo a minha atenção para os céus. Está próxima, murmurei. Talvez eu estivesse errado, mas o céu parecia mais escuro. Caso eu dependesse do estudo de outras evidências em minhas próximas paradas, a chuva torrencial que se aproximava poderia ser um grande empecilho. Assim, dei um pulo para fora do esconderijo, e, agora, comecei a correr em direção ao próximo ponto. Desviava de obstáculos, pulava por cima rochas e me mantinha em constante corrida para o segundo posto avançado. Muitas vidas dependem de mim, e elas merecem a justiça que eu irei servir.

HP: 500/500 ─ CH: 900/900 ─ ST: 00/05
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16/3/2020, 12:27

Ainda frescas as terras e resquícios que compunham o cenário do possível massacre, a ameaça de chuva provinha certa preocupação ao genin. Não obstante, era esperto de sua parte voltar sua atenção àquele clima natural, dada sua interferência direta na averiguação dos casos entregues à ele. Nisso, o cenário seguinte, ainda não transfigurado pela chuva em potencial, o rapaz teria acesso a um cenário um tanto quanto diferente do anterior, apesar de parecido. Próximo à um penhasco com cerca de cem metros de altura e visão privilegiada, a situação circunstancialmente parecia ter certa semelhança ao anterior. Dessa vez, partes das vestes estavam dispostas em posições distintas, onde o colete, ligeiramente rasgado por três riscos que pareciam ter passado de raspão, apresentava gotículas de sangue ainda fresco. Bem lá embaixo, o armamento parecia ter sido lançado e pequenos resquícios de batalha eram vistos nas bordas do abismo. A areia rasa demonstrava rastros de algo se arrastando pela trajetória em que as vestimentas começavam à serem dispostas no chão. Nas vestes inferiores, mais especificamente nos sapatos, o solo estava ligeiramente encharcado, assim como os objetos em si. Se averiguado mais de perto, um cheiro forte era possível de ser sentido, algo que se assemelhava ao cheiro de decomposição e saliva. Provavelmente, o causador daquilo não tinha muita preocupação em manter à discrição, apesar, do método que, em si, ele parecia usar ser naturalmente mais discreto do que uma batalha direta e sangrenta.

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Graduação Chunnin [03/10]

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FP|MF

Ficha de Personagem :

Convidado

22/3/2020, 01:21

O vento tempestuoso tinha um grande ímpeto, especialmente em campos abertos como aquele que eu tracejava. Além de jogar poeiras e pedregulhos em meus olhos e em minhas vestimentas, este vento indicava, junto com as nuvens escuras no céu, uma possível chuva. Eu encontrei sangue fresco no primeiro posto avançado que investiguei e, se este for o caso nas duas bases remanescentes, eu terei de encontrá-los antes do início da chuva, que lavará muitas das evidências que podem ser de extrema importância para a resolução deste caso. Arrumei de volta minha larga capa em meus ombros, e seu capuz em minha cabeça, e continuei andando. A julgar pela precisão do mapa, esta que não me decepcionou ainda, eu estaria próximo. “Penhasco do Lobo” era o nome deste posto avançado, e, se ele fosse fidedigno ao nome que lhe foi concedido, ficaria em algum lugar alto e, portanto, difícil de se errar. Mesmo para alguém como eu.

Posicionei-me na borda do penhasco, incidentalmente fazendo com que algumas pedrinhas que estavam em sua beirada resvalassem para baixo. Este era o único som audível ali; pequenas pedras caindo aos poucos naquele imenso declive. Mais de cem metros, talvez. Correndo meus olhos por toda a paisagem, eu pude ter uma vaga noção do porquê daquele lugar ter sido escolhido como um posto avançado: ele era capaz de dar visão de dois pontos muito importantes de acesso para os arredores de Kumogakure. Retornei alguns passos, para fazer o trabalho que me havia sido dado. Aproximei-me das indumentárias deixadas, e reconheci o mesmo padrão da outra cena. Neste, contudo, pude ainda detectar algumas diferenças que me chamaram a atenção: corri meus dedos por um dos coletes deixados ali, e meu tato indicou três riscos, ou três arranhões, que corriam paralelamente por parte da vestimenta tática. Para a minha surpresa, assim que meus dedos terminaram o percurso pelo dano causado no colete, estavam marcados com sangue. Sangue fresco, acima de tudo.

Thump. Pude ouvir um som... metálico vindo debaixo? Aquelas pedras que eu chutei pareciam ter dado de encontro com alguma coisa. Levantei-me, aproximando-me novamente do penhasco, embora desta vez vislumbrando sua paisagem com um olhar crítico em seus sopés. Equipamentos ninja? Muitas das pistas pareciam aleatórias, indubitavelmente esforços feitos para que fosse mais difícil de se discernir o que realmente havia transpassado aqui. Retornei para onde as vestimentas se encontravam, já que eu precisava estar perdendo algo que poderia me ajudar. Já estava na hora de ir para a próxima cena? Não, ainda não. O chão sob o qual as indumentárias repousavam parecia ter sido escavado. Nas próprias sandálias, a mesma areia fresca, embora eu não pudesse ainda discernir o que era. Eu parecia estar sem opções por aqui. Hora de ir para minha última cena de crime ainda não analisada.

HP: 500/500 ─ CH: 900/900 ─ ST: 00/05
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Considerações:

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Zeitgeist

22/3/2020, 01:44

A noite revivia cenas de um massacre sangrento. Levado à próxima cena por suas suspeitas e analise, Enmei se veria diante um fato curioso durante a travessia. Um rastro gigantesco, passava por entre rochas quebradas por algo que se arrastou por uma longa distância. Graças as habilidades do rapaz, poderia chegar a uma conclusão interessante, algo havia caído dos céus e se arrastado por longos metros montanha abaixo. Seguindo o rastro, o encontro com uma criatura indefinida, por suas características distintas, aconteceria após cerca de 200 metros do inicio do rastro. A criatura, ainda viva, respirava devagar e parecia estar totalmente paralisada. Não estavam muito longe do ultimo local, entretanto, algo poderia se encaixar naquele cenário. Na parte inferior do ventre, um arranhão idêntico ao encontrado anteriormente, três linhas, dessa vez, mais fortes do que antes. A questão era, porque aquele animal não havia desaparecido como os outros.

Considerações:

Graduação Chunnin [04/10]

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FP|MF

Ficha de Personagem :

Convidado

24/3/2020, 14:40

Caminhei até certo ponto, e demorei a notar. Quando se caminha por um lugar de aspecto tão desértico, é difícil manter seus olhos atentos para mudanças no terreno, desde mudanças pequenas a mudanças mais notáveis. Apenas quando um de meus pés se pôs sob uma lasca quebradiça de rochas, redobrei minha atenção. Existiam vários destes pequenos pedregulhos, algo atípico num local composto por grandes formações de rochas. Assim, vasculhei tudo que me rodeava com os meus olhos. Notei, em certo ponto do trajeto, agora enquanto eu estava muito próximo do terceiro posto avançado que havia sido atacado, que uma grande rocha quebrada compunha quase que um corredor natural, já que havia sido partida no meio e deixava um vão entre seus dois grandes pedaços. Neste momento de meu caminho, eu estava entre uma bifurcação: eu poderia seguir o caminho principal e ir para o posto avançado, ou poderia percorrer este atípico corredor natural para entender o que havia acontecido por ali. Olhei para o céu, sendo relembrado por meus olhos que eu não tinha muito tempo a perder, e que não deveria demorar tanto tempo para tomar decisões. Abaixei a minha cabeça ciente de minha decisão; como qualquer garoto curioso, eu não poderia me perdoar se ignorasse aquele estranho mistério sobre algo capaz de partir uma rocha no meio. Comecei a andar por dentro do pequeno corredor rochoso.

Agora que passava desta rocha, encontrava ainda outra, nas mesmas condições. E depois outra, e outra. Após algum tempo, comecei também a reparar no solo sob o qual eu pisava; a terra era macia, diferente do ríspido solo exposto às condições climáticas de Kumogakure. A primeira camada de terra havia sido removida durante toda esta imensa trajetória, foi o que concluí mesmo sem ainda ter certeza de onde eu estava querendo chegar com esta suposição. Mas, de fato, eu parecia estar diante de algo complexo. Seria como se algo grande tivesse se arrastado por aqui, por algum motivo. Algo muito grande, diga-se de passagem. Minha mente me levou para um dos livros que já li, que contava sobre grandes monstros que viviam sob o solo de dunas desérticas e se alimentavam de tudo que passava por ali. Mas, sobre isso, eu ainda não possuía respostas; da onde veio aquilo que causou um dano tão grande neste lugar? Não poderia ter vindo “caminhando”, já que todo o perímetro antes deste lugar parecia completamente normal. Assim como o livro que mencionei, “Dunas”, a ideia de ter vindo do subsolo também parecia improvável, já que a evidência no solo seria chamativa demais para que eu não pudesse ver. Sem outras ideias, olhei para o céu, que parecia estar lutando para segurar as águas em suas nuvens. “Do... céu?”, pensei, imerso em dúvidas.

Continuei percorrendo o trajeto irregular entre as várias rochas titânicas que haviam sido rompidas. Após poucos minutos de caminhada, cheguei ao que parecia ser o limite de onde eu poderia chegar caminhando. No final deste percurso, uma rocha, maior do que todas as outras, delimitava o fim da linha. Esta tinha uma coloração diferente, o que me fez pensar que poderia ser um meteoro ou algo do tipo. Assim que me aproximei para inspecioná-la, ela começou a se mover. Neste momento, fui congelado onde estava. Não conseguiria me mover agora mesmo que quisesse. Abriu uma de suas asas, e depois a outra, revelando todo o seu corpo. Aquilo não era uma rocha gigante. Era um tipo de... criatura gigante?! Olhava-me com olhos semicerrados, como se estivesse cansada. Sua pele possuía escamas que, mesmo apenas com meus olhos eu era capaz de determinar como extremamente resistentes. Ao abrir as suas asas, seu tamanho era tanto que o lugar aberto, rodeado de rochas, que nos cercava, era incapaz de comportar o seu tamanho completo. Possuía longas garras em suas patas, e absolutamente qualquer parte de seu corpanzil era maior do que eu. Cada vez que respirava, aparentemente ofegante, eu tinha de firmar meus pés no chão para que não fosse jogado para trás. Novamente, muitas dúvidas em minha mente. As coisas pareciam ficar mais difíceis de se entender a cada minuto que se passava nesta missão.

Ele havia caçado e estava descansando, agora? Não, não faria sentido. Este animal provavelmente teria alguma espécie de ninho em algum lugar que utilizaria para repousar, e certamente não causaria tanto estrago na natureza se não fosse obrigado a o fazer. Ele estava prestes a caçar, então? Também não. Imagino que ele teria mais iniciativa em me devorar se pudesse fazer. E porque ele não poderia fazer? A única evidência que eu tinha agora era a sua respiração ofegante, e─ nngRHHH. Um grunhido emitido pela fera interrompeu meus pensamentos, debatendo-se um pouco e fazendo a terra violentamente tremer enquanto o fazia. Observei-o sem ao menos piscar, temendo por minha vida. Entretanto, eu fui capaz de identificar algo distinto na parte inferior do que poderia ser seu estômago: ele estava ferido. E, para ser sincero, isto mudava tudo. Removi meu capuz assim que aquele animal encontrou uma posição confortável para voltar a descansar, e comecei a me aproximar dele. Seus grandes olhos não saíam de mim tanto quanto os meus não saíam dele. Aparentemente, temíamos um ao outro na mesma medida. ── Calma, amigo. Calma... ── Murmurei enquanto me aproximava, ainda incerto se estava tentando apaziguar o grande dragão ou a mim mesmo. O seu ferimento era evidente, e eu desejei que pudesse fazer algo a respeito. Finalmente toquei-o, ao lado de seu ferimento, como se estivesse acariciando-o gentilmente. Quente. Diferente de tudo que eu compreendia, esta parte de seu corpo estava muito quente.

Lamentei por não ter aprendido alguma técnica de cura, então tudo que pude fazer foi confortá-lo como pude. ── Prometo que irei buscar ajuda assim que puder, amigo. ── Comuniquei, mesmo que certo de que ele não me entendia. Desatando um nó próximo de minhas clavículas, removi a capa que repousava sob minhas costas. Utilizei-a como uma espécie de curativo, limpando o sangue que corria em volta dos três ferimentos. Apenas neste momento entendi que estes eram os mesmos três ferimentos que eu havia identificado no colete de um dos ninjas há pouco. Então, ao invés do causador daquelas mortes, ele havia sido outra vítima? Auxiliei a fera ao se deitar sob a minha capa, esta que estancaria seu sangramento por algum tempo. Esperançosamente, por tempo suficiente para que eu pudesse fazer alguma coisa para salvá-la. Não precisei me agachar para aproximar-me de seus grandes olhos. ── Eu voltarei, tudo bem? Fique vivo. Por favor. ── Novamente passei uma de minhas mãos abaixo de seus olhos, abraçando-o. E então, comecei a correr. Iria para o terceiro posto avançado para acabar com este mistério de uma vez por todas. Todo tipo de vidas estavam sendo prejudicadas pelo causador disto, e esta ameaça já pendia sob Kumogakure por tempo suficiente. Isto iria acabar hoje.

HP: 500/500 ─ CH: 900/900 ─ ST: 00/05
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Equipamentos:

Zeitgeist

24/3/2020, 17:10

Apesar da situação, a grande criatura pareceu se comportar bem diante da aproximação e contato com o Sarutobi. Ainda que ela não pudesse falar, algo indicava que ele conseguia entender as palavras do rapaz ou, talvez, suas intenções fossem nítidas, a ponto dele se abster de tentar se defender. A deixa do jovem fez os céus tocarem sua cintilante melodia que retumbava trovões. Após alguns passos, a chuva não foi contida. A principio, era fraca mas, a cada passo, parecia aumentar, até chegar ao nível de uma espécie de tempestade.

Se ainda fosse ao local, poderia encontrar alguma coisa ou a chuva poderia ter levado todo rastro. De qualquer modo, tirar conclusões precipitadas não seria uma boa ideia. A chegada ressaltou algo incomum aos seus olhos, se bem que, tudo parecia muito incomum naquela missão. A agua escorria pelas rochas, como um pequeno córrego, e a uma camada de terra acabou por ser retirada de cima de uma rocha, revelando uma espécie de ovo de grande porte. Se observasse bem, veria que outras duas rochas apresentavam a mesma particularidade, porém, duas delas não eram tão bem formadas quanto as outras. Estas duas rochas eram deformadas, como um ovo que já havia chocado e, apesar da terra te-las coberto anteriormente, ela acabou por formar uma espécie de rocha fora do comum.

O clarão dos trovões fazia um dos ovos transparecer algo em seu interior, um corpo humano. Entretanto, tal corpo apresentava algumas mutações visiveis por suas silhueta. O cranio parecia crescer e uma calda se estendia de sua lombar. Aquele lugar parecia uma espécie de ninho, talvez, da criatura de outrora. O que se sucedeu foi um tremor forte vindo de baixo e o revelar de uma criatura animalesca sair do solo, a cerca de vinte metros dos ovos. A criatura era gigantesca, fazendo a outra parecer um bebe diante dela. O monstro urrou junto aos trovões e, em seguida, regurgitou uma pessoa. Um homem desnudo, de corpo frágil e esguio, seu olhar era repleto de um vazio e suas falas foram tão inesperadas quanto sua aparição. ── Esse seu corpo, é precioso pra você? ── Sua voz exalava frieza e teor diabólico, tal como sua face.

Considerações:

Graduação Chunnin [05/10]

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FP|MF

Ficha de Personagem :

Convidado

25/3/2020, 01:19

Corria velozmente através das planícies rochosas que circundavam Kumogakure. Eu era impelido não mais apenas pelo desejo de resolver uma série de assassinatos, mas, agora, também sabia que, se fosse rápido o suficiente em minhas ações, poderia salvar a vida de uma criatura rara e que poderia ser importante para todo o país. Cogitei que, dentre estas circunstâncias, o nível da missão provavelmente houvesse aumentado o suficiente para que eu retornasse para o posto avançado mais próximo para pedir por reforços. Mas isto custaria um tempo que eu não tinha. Um tempo que aquele animal que prometi ajudar também não tinha. Então, continuei correndo. Como se eu não tivesse preocupações suficientes até agora, os primeiros pingos que caíram em meu rosto anunciaram o súbito começo do que acabava de se transformar em uma chuva. Não ventava muito, agora, mas muita água estava caindo. Assassinatos sem solução, uma vida dependendo de mim, um lugar para investigar, um criminoso para encontrar e ninguém para me ajudar. Diante do mais desafiador cenário com o qual me deparei desde que retornei para a Nuvem, mentalmente clamei por ajuda da Força. ── Você sempre esteve comigo quando mais precisei, e sei que está comigo agora. Por favor, me ajude. ── Entoei, mesmo que apenas dentro de minha mente. Eu tenho certeza de que ela será capaz de ouvir as minhas palavras como que gritos vociferados.

Senti que cheguei mais rápido neste terceiro ponto de interesse do que nos outros; provavelmente por causa de minha pressa. Do sentimento de que cada segundo em vão era uma gota de sangue a menos para o grande companheiro que deixei para trás. Neste posto avançado, de início, não pude encontrar muitas coisas. Os outros possuíam os clássicos suprimentos e bandeiras de Kumogakure em um lado ou outro, mas este parecia completamente deserto. Com o mapa em mãos, conferi-o uma segunda vez apenas para me certificar de que realmente estava no lugar certo. Este local era um campo aberto, muito bem nivelado e isto havia sido feito de uma forma que fazia parecer uma composição natural. Na direção norte deste campo, uma forte parede de pedra se erguia, servindo como uma ótima configuração para defender os sentinelas em situações adversas. Indubitavelmente, o nome “costas de urso” era um apelido digno para este acampamento avançado. Nos pés da parede protetora, entretanto, pude notar algo que não parecia típico das outras bases que visitei: grandes formações rochosas de formato oval estavam encostadas nesta parede. Talvez um local para armazenar suprimentos e equipamentos? Ou algum tipo de técnica defensiva que pode ser ativada? Ao olhar para os meus arredores, nenhuma outra pista chamava a minha atenção, então aqueles três pedaços de rocha pareciam a única coisa interessante no momento.

Inspecionando estas rochas de perto, notei que, na verdade, os pedregulhos eram apenas uma camada interior protegendo algo. A chuva provavelmente amoleceu a união entre a rocha e seja o que for isto que repousa por debaixo dela, soltando o suficiente para que desabasse com o meu toque. Parecia ser um ovo. Um ovo grande. Imediatamente pensei naquela criatura estranha que eu havia encontrado. Seria ela a responsável por estes? Ela estaria sendo manipulada por alguém para fazer alguma coisa? Certificando-me de que estava correto em algumas de minhas suposições, fui examinar os outros ovos. No outro, encontrei a mesma situação: um ovo intacto. No último, entretanto, encontrei algo de diferente; não apenas ele estava quebrado, mas um aparente cadáver havia sido armazenado dentro dele. Que tipo de coisa estava acontecendo aqui?! Este cadáver, embora eu inicialmente tenha-o determinado como o de um dos ninjas de Kumogakure, apresentava várias anomalias extremamente bizarras, e, a mais distinta delas, uma cauda reptiliana. Não era difícil estabelecer uma conexão entre as características da criatura que encontrei antes e as deste cadáver humanóide. Era, então, algum tipo de experimento? Neste ponto, a missão estava começando a se tornar extremamente frustrante. A cada passo que eu dava em busca de respostas, esbarrava em ainda mais perguntas do que eu já tinha antes. E, quando dava outro passo em busca das respostas para estas novas perguntas, encontrava mais perguntas ainda. Sentia-me numa teia de aranha, já que, quanto mais eu me movia, mais agravada se tornava a minha situação.

Beirando a desolação em meus pensamentos, senti o chão tremer em baixo de mim. Imediatamente prostrei minha mão esquerda dentro de minha bolsa de armas e retirei uma kunai, algo que havia se tornado instintivo ao longo de meus treinamentos. Um animal gigante. Similar ao anterior? Remotamente. Este parecia muito mais agressivo e sanguinário. Não obstante, creio que o outro animal também sentiria que este era gigante, dado a grande diferença de tamanho. Eu não poderia enfrentar algo daquele tipo. Imediatamente mapeei duas ou três rotas de fuga. Ao invés de me atacar, entretanto, a fera ameaçadora expeliu, por sua boca, um corpo humano. Não estava particularmente surpreso, dadas as recentes ocorrências. Mas isto ao menos respondia algumas de minhas perguntas. Era frágil, magro, e de um semblante que não carregava emoções. Sua voz, talvez por não ter sentimentos, também, era amedrontadora. ── Quem é você?! ── Imediatamente questionei, ignorando sua anterior pergunta. Pensei em algo que poderia ser de interesse para aquela coisa. ── Eu estou tentando curar outro animal. Parecido com este. Você deve me ajudar! ── Entoei, mesmo que soubesse o quão fúteis estas tentativas poderiam acabar sendo. Mantive-me ali, sem recuar ou fugir, mesmo que devesse. Aguardando a resposta daquela besta ou da marionete que controlava.

HP: 500/500 ─ CH: 900/900 ─ ST: 00/05
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Zeitgeist

25/3/2020, 23:05

O homem coberto de saliva e de corpo nu, pendeu sua cabeça para olhar melhor o jovem a sua frente e, assim como ele, simplesmente ignorou suas falas. ── Você parece ter um corpo bem saudável. ── Ele sorriu e manteve o silencio por alguns instantes, olhando o Sarutobi de baixo à cima. Foi logo em seguida que o estranho olhou para o oeste e viu a grande criatura de outrora vindo em sua direção. Sua resposta àquilo foi um tanto quanto inesperada. ── Mesmo depois de renascidos, vocês continuam fiéis às suas virtudes! Interessante. ── A grande besta ao seu lado voou e ao mesmo tempo os ovos implodiram para dentro da terra, sem deixa rastro algum. Uma espécie de cordão umbilical saiu do corpo do homem, entrando na terra. Seu corpo começou a se alterar drasticamente. Seus músculos cresceram, escamas apareceram por todo seu corpo, seu nariz tornou-se idêntico ao de um animal e os fios de cabelo caíram. Uma cauda se estendeu de seu cóccix e asas se expandiram de suas costas. O ritual fora rápido, quase que como se o corpo dele estivesse se preparando a dias. ── Achei que não estava pronto, mas parece que isso foi melhor do que eu imaginava. ── Ele olhou suas garras, sorrindo com dentes animalescos e grandes. Seu porte humano ainda era o mesmo, entretanto, ele estava totalmente diferente.

Nos céus, as criaturas pareciam lutar uma com a outra. Apesar de estar ferida, a criatura de outrora era mais veloz e por isso, parecia conseguir lutar de igual com a gigantesca besta. Entretanto, Enmei tinha algo mais importante para cuidar. Aquele homem parecia se preparar para ataca-lo. Ele se posicionou como um animal quadrupede e avançou rapidamente. Na tentativa de atingir o ninja de Kumo com sua garra, um golpe foi executado na altura do pescoço de Enmei.

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28/3/2020, 16:16

Humpf. Eu não sentia que teríamos algum tipo de diálogo produtivo, eu e aquela criatura estranha. Enquanto eu me mantinha em posição de combate, com uma arma em mãos, notei o olhar despreocupado daquele homem virar para um de seus lados, sorrindo ao notar algo no horizonte. Imediatamente acompanhei e segui o seu olhar, apenas para notar a criatura dracônica de antes se aproximando rapidamente de onde nós estávamos. Era aquela que eu havia prometido ajudar e proteger assim que pudesse. Mas, aparentemente, ele não precisava de muitos cuidados agora, enquanto impetuosamente avançava em direção daqueles que o causaram mal. Assim que a outra besta, aquela próxima de nós, ergueu voo e partiu na direção da fera que se aproximava, eu soube que meu amigo reptiliano ainda estava em perigo. Apertei minha arma e cerrei meus dentes em frustração, ainda incapaz de fazer algo. Simultaneamente, um ritual de simbiose parecia ter começado, drasticamente transformando o corpo daquela efígie humana vazia em um híbrido com algum tipo de dragão. Enquanto a transformação ocorria, entretanto, eu não poderia ficar inerte. Utilizei a baixa visibilidade que a chuva assegurava para correr para trás de um grupo de rochas, utilizando os intervalos que aquela parede natural fornecia para disparar projéteis na direção daquele homem. Uma kunai, depois uma shuriken, depois outra kunai.

Antes de disparar o último dos projéteis, entretanto, eu havia utilizado-o para fazer um pequeno corte em meu dedo indicador. Então, rapidamente performei alguns selos que deram origem a uma coluna de fumaça. ── Que criatura horrenda. ── Declarou Enma, rapidamente compreendendo o ambiente em que ele havia sido colocado. ── Perdão, mestre. Mas preciso de sua ajuda! ── Confessei, ainda escondido por trás de uma rocha. Continuamos em movimento por trás das barreiras naturais e, assim que o fizemos, uma grande explosão foi originada atrás de nós, nos jogando no chão. Eu acreditei que fosse uma técnica de algum tipo, mas, quando a fumaça se dissipou, notei que era o próprio homem, agora completamente transformado: muito mais forte, com escamas, uma cauda e asas. A sua aparência era assustadora, e eu sentia que não seria capaz de lidar com ele sozinho. Imediatamente entendi que eu teria sido violentamente morto no ataque de antes, mas tive a vantagem de que eu não estava sendo visto. Isto seria, talvez, a chave para vencermos; deveríamos criar uma condição favorável para que ele não pudesse nos atacar com seus atributos físicos elevados. Bloquear a sua visão rapidamente se tornou o primeiro plano que veio em minha mente, e executaria este plano imediatamente. ── Katon: Haisekishō! ── Bradei, cuspindo uma espessa coluna de cinzas que partiam em direção de meu oponente. Mas este era apenas o primeiro passo de nossa estratégia.

── Agora, Enma! ── Avisei ao meu companheiro, gerando uma mínima atrição com meus dentes para incendiar completamente as cinzas. E, sem assegurar nenhum tempo para que nosso oponente pudesse respirar após este ataque, minha invocação avançaria para combatê-lo à curta distância, uma arte que ele havia dominado por tanto tempo. Eu provavelmente deveria começar a pensar em outra estratégia ou em um plano melhor, mas a vida de uma criatura inocente e ferida estava na balança, e isto me impelia a agir da maneira mais rápida possível para acabar com esta luta. Desta forma, acompanhando meu companheiro, eu também avançaria em direção do homem híbrido, desferindo apenas golpes de suporte para que Enma pudesse atingi-lo com maior facilidade. Isto tinha que dar certo. Eu não poderia permitir que uma vida fosse perdida por causa das ambições deste homem odioso.

Enmei ─ HP: 500/500 ─ CH: 600/900 ─ ST: 01/05
Enma ─ HP: 800/800 ─ CH: 700/700
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29/3/2020, 18:03

Por sorte ou instinto, o Sarutobi inviabilizou a investida inimiga, pelo menos, sua conclusão. Agora era a hora de tentar criar um contra-ataque, na tentativa de finalizar a luta ou, pelo menos, diminuir a grande divergência de forças. A fumaça engoliu o homem besta e a combustão lhe presenteou com algumas queimaduras por poucas partes do corpo, mais especificamente, aquelas que ainda estavam em estágio de desenvolvimento. O macaco rei tomou a dianteira, na tentativa de usar sua agilidade à favor de seu invocador. Algo poderia ser notado, o homem agora parecia estar debilitado, algo como se seu corpo não estivesse reagindo tão bem quanto esperava. Apesar disso, sua força ainda era devastadora e só perdia para a agilidade do macaco.

A grande criatura de outra hora deu meia volta nos céus, voltando para próximo de seu controlador. Entretanto, o animal que outrora conheceu o Sarutobi, tentava impedi-lo de chegar ao chão. O problema era que, uma hora ou outra, isso acabaria acontecendo. O homem besta parecia ter um plano elaborado. Apesar de ter sido ferido pelo golpe do rapaz, a unica coisa que parecia lhe atrapalhar era o próprio corpo.

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30/3/2020, 01:21

As coisas pareciam estar dando certo. Senti certo alívio ao entender que o meu próprio esforço havia ganhado uma pequena luz no fim do túnel para todos nós. Entretanto, eu não poderia me dar ao luxo de me contentar com meios resultados. Esta luta deveria acabar, e, aquele homem, enfrentar a justiça. Após um ou dois golpes sustentados por meus movimentos de suporte, senti que Enma estava dominando a luta enquanto nos mantínhamos à curta distância. Ótimo trabalho, amigo, pensava, entendendo que tinha alguém junto de mim que poderia ser confiado. Eu ainda não havia me acostumado com uma invocação tão forte. Não obstante, minha técnica de fogo parecia ter desestabilizado a química que acontecia em seu corpo, já que, agora, ele estava mais propenso a receber os golpes de meu amigo. Utilizei este pequeno momento em que dominávamos a luta para olhar para o céu, assistindo a um dispendioso embate que não parecia estar pronto para eleger um vencedor ainda. Olhei em meus arredores, buscando algum lugar alto o suficiente para que eu pudesse entrar na luta, talvez, mas eu não era capaz de encontrar nada que fosse me dar elevação suficiente. Apenas mais um pouco, amigo. Apertei a arma que carregava em minha mão, descarregando minha frustração sob o metal enfaixado. Apenas mais um pouco.

Assim que estava prestes para voltar ao combate junto de Enma, pude ouvir um violento rugido dos céus, atraindo novamente a atenção de meus olhos para cima. Ao invés de ver uma luta sem vencedores, contudo, desta vez eu via uma perseguição: A fera enorme, aquela hostil, que encontrei junto do híbrido que eu e Enma combatíamos, realizava uma implacável descida em direção a nós. Ao que tudo indicava, o seu mestre precisava de ajuda? E, se isto fosse um indício de alguma coisa, era de que eu e Enma estávamos aplicando danos irreversíveis em nosso oponente. Isto era bom, pois poderíamos finalmente estar próximos do fim. Mas a situação rapidamente poderia mudar caso aquele dragão gigantesco conseguisse concluir a sua missão de proteger o seu mestre. O outro dragão, aquele que lutava pelo bem e era sem dúvidas abençoado pela Força em suas ações, perseguia rapidamente o seu oponente, visando impedi-lo de chegar até nós. Talvez ele também tivesse compreendido que nossos adversários estavam tentando se reagrupar. Eu apenas deveria criar uma situação oportuna o suficiente para que o nosso dragão pudesse aplicar um golpe que finalizaria o outro. O segredo para esta luta estava nos céus, e não na terra.

Eu não era exatamente bom em números práticos ou em matemática aprofundada, mas eu era bom em estipular as coisas. Calcular quando uma pedra atingiria um lago, quando um alvo estaria passando por um ponto específico e, sim, quando um dragão estaria voando baixo o suficiente para que fosse atingido por uma nuvem de cinzas. Não estou dizendo que é algo fácil, entenda bem, mas é uma habilidade muito importante que tenho e que se mostrava útil em situações como estas. Como um instinto que eu tinha. Talvez um sussurro da Força. Observei aquelas duas criaturas gigantescas chegando perto de nossa posição em incríveis velocidades, e, em certo momento, eu tive a certeza de que estava na hora: Corri em direção a Enma, este ainda em combate com aquele homem. Pulei, utilizando as suas largas costas como apoio para um grande pulo. Realizei os selos necessários antes de saltar. Agora que estava no ar, a meros segundos de distância de ser trucidado por um dragão imenso, eu sentia que tudo se movia devagar. O vento contra meu rosto, o bater das asas das feras, os golpes que Enma desferia naquele humanoide monstruoso. Como se uma hora inteira de silêncio tivesse se transcorrido. E meu grito rompeu-a: ── Katon: Haisekishō! ── Rugi. Tão alto quanto o rugido dos dragões. E, assim como eles, eu cuspia cinzas que estavam prestes a se tornar fogo. Agora, eu não era mais um humano. Eu me sentia como um jovem dragão. E o meu hálito trazia tormentas.

Enmei ─ HP: 500/500 ─ CH: 600/900 ─ ST: 02/05
Enma ─ HP: 800/800 ─ CH: 650/700
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Zeitgeist

30/3/2020, 20:31

A estratégia de Enmei se fixava na tentativa de evitar a recomposição do inimigo. Nitidamente o corpo do mesmo apresentava falhas e algo aconteceria se a besta também fosse absorvida, como os ovos haviam sido. O grande dragão que lhes parecia aliado, percebeu a tentativa do jovem e num movimento perigoso, movimentou-se na direção de seu inimigo alado, lançado-o em direção à nuvem de cinzas, na tentativa de paralisa-lo pelo instante necessário para a combustão. A besta inimiga em si, tal como a aliada, pareciam mais inteligente do que um simples animal comum e irracional. A criatura opositora lançou suas presas ao pescoço da besta que lhe continha, rasgando-lhe a garganta num movimento preciso. Apesar disso, talvez, o tempo fosse suficiente para a combustão acontecer sobre seu corpo e, ainda ferido, a criatura aliada transformou isso em certeza. Suas garras fincaram na carcaça das patas da gigantesca fera, puxando-a nem que fosse um segundo à mais, para dentro da nuvem.

A explosão seria forte suficiente para ferir gravemente a gigantesca besta, entretanto, o sacrificio seria necessário e inevitavel. O homem no solo parecia cada vez mais fraco e os golpes do rei macaco começavam a surtir efeitos grandes em seu corpo. Agora, estaria em um beco sem saída. Frente aos inimigos tentou sua ultima opção. A fuga. Estava debilitado, entretanto, acreditava poder usar relevo drasticamente acidentado para tentar sair dali pelo leste, onde as rochas tornavam-se irregulares. Era hora do Sarutobi usar mais uma vez seu dom ou, talvez, confiar na Força que acreditava.

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Graduação Chunnin [08/10]

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30/3/2020, 23:39

A minha percepção sobre as coisas que estavam acontecendo continuava em câmera lenta; eu era capaz de enxergar todos os acontecimentos enquanto muito lentamente se desenrolavam. Entretanto, minha visão, há apenas alguns momentos atrás, me mostrava coisas muito melhores: esperança. Oportunidade. Vitória. Agora, contudo, enquanto eu presenciava a grande criatura que prometi proteger recebendo danos irreversíveis enquanto perdia muito sangue, eu sentia desespero, tristeza e dor. Era fácil sentir empatia por animais inocentes, e este realmente fazia com que eu me sentia pesaroso. Em seus últimos esforços, foi capaz de empurrar a grande fera com quem lutava para dentro das cinzas que eu havia acabado de expelir. Aquele seria um funeral digno. Fechei os meus olhos, pois não gostaria de ver meu novo amigo partindo. E, com lágrimas escorrendo, ainda com meus olhos fechados, criei uma faísca que rapidamente correu para dentro das cinzas, como um relâmpago que rasga a escuridão da noite. Quando abri meus olhos, aterrissando próximo de Enma, tudo que pude ver era uma bola de fogo gigantesca caindo do céu, chocando-se nos rochedos próximos com força suficiente para enviar várias ondas de vento em nossa direção. Busquei abrigo atrás de uma rocha, enquanto Enma lutava para ficar de pé por conta própria.

Enquanto a forte ventania se esvaía aos poucos, finalmente sentei-me no chão, apoiando as minhas costas no grande pedregulho que me protegia. Fechei meus olhos, esfregando as mãos em meu rosto para limpar as lágrimas ao mesmo passo em que soltava uma profunda corrente de ar de meus pulmões. “Está acabado”, dizia a minha postura naquele momento. Senti a tensão saindo de meus ombros, como se um peso enorme estivesse sendo tirado de minhas costas. Entretanto, eu havia sido descuidado. ── Enmei! Rápido! ── Alertava-me meu companheiro primata, correndo em determinada direção, longe de mim. Neste momento, compreendi que aquele homem que estava absorvendo partes dos dragões para o seu corpo não estava em nenhum lugar no alcance de minha visão. Levantei de sobressalto, tropeçando algumas vezes devido à irregularidade do terreno por causa do grande impacto de antes e por causa de meu cansaço. Fiz o meu melhor para recuperar meu ritmo e alcançar o fugitivo.

Eu havia acabado de falhar em cumprir uma importante promessa para uma criatura pura que havia sido morta. Apenas agora eu estava completamente assimilando esta ideia, e, entendia, também, que a culpa era, predominantemente, daquele homem diante de meus olhos, que me dava as costas e corria incessantemente. Entretanto, eu também li uma passagem interessante de um personagem de um livro, certa vez, que dizia algo como “tudo que há de errado no mundo provém da falta de habilidade de uma pessoa”. E, por mais extrema que esta declaração possa parecer, eu me sentia exatamente como a pessoa cuja habilidade foi insuficiente para impedir que algo de ruim no mundo acontecesse. E, aquele que fugia, havia causado todo este sofrimento sem sair com nada além de alguns machucados. Mas isto não ficaria assim. Isto era injusto. Olhei o caminho que o criminoso utilizava para fugir, e, notei que, em relação a nós, ele percorria um declive. Nós não iríamos alcançá-lo através de nenhuma maneira convencional. Parei diante de Enma. ── Me arremesse. ── Declarei, fitando-o nos olhos e com confiança. O seu olhar demonstrou hesitação de início, mas a sua experiência falou mais alto e o fez entender que aquela era a única maneira. Não perdi tempo, e dei-o os meus braços. Ele começou a girar, até que tudo em volta de nós começasse a rodar. E, finalmente, eu fui arremessado; com força suficiente para que até mesmo meus olhos tivessem de lutar para ficarem abertos diante do atrito com o vento.

A distância entre nós se encurtava a cada segundo. Pisquei os olhos uma vez, e ele era um pequeno ponto, quase inalcançável, à distância. Pisquei uma segunda vez, e agora eu era capaz de assimilar a sua silhueta e como ele mancava para correr. Pisquei uma última vez, e, agora, eu estava praticamente em cima dele. Desferi um impetuoso soco impulsionado pela própria força de meu leal animal ao me arremessar, certo de que aquilo causaria mais do que um mero machucado, embora menos do que ele merecesse pelos seus atos.

Enmei ─ HP: 500/500 ─ CH: 600/900 ─ ST: 03/05
Enma ─ HP: 800/800 ─ CH: 650/700
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Zeitgeist

31/3/2020, 22:41

Impulsionado por seu companheiro, Enmei conseguiu atingir o inimigo em cheio, levando-o ao chão. Apesar do soco ter sido forte o suficiente para joga-lo ao chão e faze-lo perder as forças, não havia sido forte o suficiente para tirar-lhe a consciencia. O homem besta tentou se levantar e, por fim, caiu novamente, de joelhos. Ele ergueu sua face, olhando seu inimigo. ── Eu sabia que deveria ter transformado você também. ── Mantinha um sorriso cinico, digno de um psicopata sem coração. Talvez, assim, Enmei não tivesse quaisquer misericórdia em puni-lo. A raiva subiria sua mente na busca por justiça ou deixaria que a justiça seguisse seu próprio rumo?

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Graduação Chunnin [09/10]

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1/4/2020, 01:02

I n t e r l ú d i o
Justiça

Ambos caímos no chão com o forte soco que desferi em seu rosto. Senti uma fortíssima onda de choque alastrando-se pelo pulso que havia lançado o ataque. A dor era lancinante. O suficiente para eu examinar meu pulso enquanto ainda no chão, perguntando-me se o havia quebrado. Assim que concluí que não, pus-me de pé com a mesma dificuldade de antes. Olhei para meu adversário, incapaz de se por de pé. Senti novamente o alívio recompensador da vitória instalando-se em meu corpo. Definitivamente, desta vez. Corri meus olhos para o leste e vi Enma, meu amigo e instrutor, aproximando-se também. Ele parecia estar bem, além de preocupado comigo. Carregava em suas manzorras os equipamentos que eu havia utilizado antes. Sorri para o chão, reconhecendo o quão abençoado eu era por ter alguém que se importasse comigo.

Aproximei-me daquele homem desprezível. O meu momento de raiva já havia passado, mas a justiça ainda deveria ser feita. Esta era a minha responsabilidade. Assim, me mantive indiferente às suas palavras zombadoras ou ao seu falso sorriso, tentando arrancar de mim alguma emoção agora que ele havia perdido a batalha. Olhei uma última vez para a grande cratera que havia sido formada pelos dragões descentes, ciente de que eu evitaria passar sequer por perto daquele lugar por muitos dias. E isto me lembrou do que havia sido causado. ── Você trouxe dor para muitas pessoas. Para muitas criaturas. E para a natureza. A Força não está com você. ── Decretei, fitando-o em seus olhos, olhando para baixo para o fazê-lo já que ele estava de joelhos.

Ele não estava mais em condições de lutar, e eu tinha Enma para me ajudar caso ainda precisasse. ── Vamos imobilizá-lo e levá-lo para Kumogakure. ── Comuniquei ao meu amigo em tom amigável. Aquele oponente estava acabado. E esta missão também. A água que ainda não parava de cair lavava toda a impureza que havia sido alardeada naquele lugar. Ou, ao menos, eu gostaria de pensar assim.

Enmei ─ HP: 500/500 ─ CH: 510/900 ─ ST: 03/05
Enma ─ HP: 800/800 ─ CH: 650/700
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Zeitgeist

2/4/2020, 00:20

Imobilizado, restava ao homem transformado se submeter à justiça de seu carcereiro. Disposto a carrega-lo até Kumogakure, o jovem não teria problema durante o caminho, dado o estado do inimigo. Restava-lhe submete-lo à custódia dos aliados de vila para que os crimes fossem devidamente confessados e registrados, por bem ou por mal.

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Graduação Chunnin [10/10]

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2/4/2020, 13:42

A chuva que enfrentamos durante parte do caminho de volta não foi muito agradável. Os pensamentos que revivi enquanto o fazíamos também não eram os melhores possíveis. É interessante como você pode começar uma missão pensando em como está fazendo uma tarefa para a sua vila e algo que pode te recompensar caso você seja bem-sucedido nela, mas, durante a metade da missão para o final, você se esquece completamente do aspecto prático do trabalho que está fazendo. Perguntei-me se isto acontecia com os ninjas mais experientes também. Antes, minha mente estava preocupada com ajudar a vila e realizar missões para melhorar minha graduação, mas, agora, eu apenas pensava em como eu havia sido incapaz de manter minha promessa para aquele primeiro dragão que encontrei. Sequer tive chance de pedir desculpas. ── Enmei. ── Chamou-me meu animal lendário, meu amigo e meu instrutor, Enma. ── Você fez tudo o que podia, garoto. Aqueles dragões eram experimentos científicos. Eles nunca conseguiriam viver em paz. ── Disse-me, provavelmente tentando me confortar, sentindo os pensamentos negativos que inundavam meu coração. ── Obrigado, Enma-sama. ── Agradeci, ainda cabisbaixo e em baixa voz.

Finalmente, os grandes portões internos de entrada de Kumogakure se revelavam aos poucos diante de nossos olhos. A forte chuva agora havia se tornado uma fraca garoa, embora o seu dano já houvesse sido causado; as nossas vestes estavam ensopadas. Ao nos ver, os ninjas que estavam no serviço de guarita daquele horário imediatamente aproximaram-se de nós, provavelmente notando que estávamos carregando alguém. ── É um criminoso. Joguem-no na cadeia e preparem seu julgamento, por favor. ── Comunicou Enma, retirando nosso oponente de seus ombros e devolvendo-o para os guardas. Senti que ele havia aguardado pela minha fala, mas eu gostaria de segurar as minhas palavras o máximo possível agora. ── Vá para casa, En. ── Disse-me, colocando sua mão em meu ombro. Fui capaz de sorrir agora, aproximando-me de fazer as pazes com esta difícil missão. ── Eu teria morrido sem você, amigo. ── Respondi, colocando minha mão sobre a sua, embora a minha parecesse a de uma criancinha em tamanho. ── Você deve descansar também. Por favor. ── Concluí, recebendo um gesto de confirmação do rosto de meu companheiro. Deixei de sentir sua mão em meu ombro no mesmo momento em que ele se transformou numa coluna de fumaça, retornando para a distante montanha que habitava.

O trajeto de volta para casa foi o mais difícil. Ensopado e exausto, precisei ir para um posto avançado de distribuição de missões para assinar a documentação necessária e comunicar como tudo transcorreu. Depois, mais vinte minutos de caminhada aguardavam-me para que eu pudesse finalmente retornar para casa. Blam. A porta de meu pequeno apartamento fechou-se atrás de mim, e estive de volta onde tudo havia começado. Uma pequena parte de minha cama encontrava-se amarrotada. Esta era a parte em que eu estava sentado, meditando. Caminhei para a janela, em seguida. A mesma que utilizei para vislumbrar a chuva pela primeira vez. O tempo, agora, estava aberto. Retirei minhas sandálias, colocando-as numa janela entreaberta para que secassem. Mesmo que meu instinto me dissesse para deitar e dormir por uns três dias ininterruptos, eu precisava tomar banho e me alimentar, também. Enquanto a água ─ quente, desta vez ─ caía em meu rosto, prometi que nunca me esqueceria daquele animal. Eu iria fazer algo para me lembrar dele sempre e honrar a sua memória. Ele viveria. Através de mim.

Enmei ─ HP: 500/500 ─ CH: 510/900 ─ ST: 00/05
Enma ─ HP: 800/800 ─ CH: 605/700
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2/4/2020, 17:37

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