Cuidar de uma floricultura?, me questionei, parado próximo à entrada principal da loja. A tarefa parecia ser simples e rápida, mas mais uma vez uma missão exigiria conhecimentos que estavam fora de meu alcance. Aparentemente, ser versátil era uma qualidade bem esperada de um ninja. Adentrei ao recinto e, rapidamente, observei os diversas mesas e estantes com diversas flores e plantas exóticas, assim como agrotóxicos, sementes, terras especiais e objetos de jardinagem. Antes que eu pudesse chegar sequer ao local de atendimento, uma garota esguia e de cabelos longos se moveu rapidamente em minha direção, com uma maleta em mãos.

— Você é quem cuidará daqui, certo? — a menina perguntou. Não dando tempo para respostas, se colocou novamente em movimento, abandonando a floricultura. Antes que pudesse se distanciar demais, gritou: — A tabela de preços está no balcão!

Tudo aconteceu muito rápido, eu mal havia chegado e já me encontrava sozinho. Sem perder tempo, fui até o local de atendimento e achei, aonde a garota havia mencionado, um catálogo com os preços de cada mercadoria. Mais do que isso, o folheto tinha fotos e breves apresentações de cada item, explicando para quais objetivos podia ser usado, tipo de perfume, entre outros. Impulsionado pela curiosidade, fiz um rápido tour pela loja, conhecendo os tipos de flores que lá existiam. Fui interrompido pelo retinir do pequeno sino que se encontrava na parte superior da porta, indicando que alguém havia chegado.

Me esgueirei por algumas estantes e cheguei até a parte de trás do balcão, onde deveria ficar o atendente. Um homem alto e forte observava as mercadorias, claramente procurando algo. Aparentemente, tinha uns quarenta anos, de cabelos grisalhos e pele queimada pelo sol, suas feições eram rígidas e o macacão simples estava surrado e sujo de terra. Lembrei das plantas que existiam perto da minha casa e como meu avô cuidava delas, apesar de vestir camiseta e calça de linho comum, era daquela forma e cor que as vestimentas sempre voltavam após a tarefa. Nunca tinha visto um jardineiro em si, mas com certeza era aquele estereótipo que se projetava em minha imaginação.

— Posso ajudar? — perguntei, respeitosamente. O rapaz parecia não ter notado minha presença, seu corpo estremeceu e se virou em minha direção, surpreso. — Aqui está o catálogo, se quiser.

O homem sorriu envergonhado e contou que só buscava uma pá pequena, já que a sua tinha quebrado enquanto fazia um serviço em uma casa ali por perto. Guiado pelo catálogo, apresentei os três tipos que havia, indicando com o dedo o final do primeiro corredor, onde os itens se encontravam. Após o pagamento ser efetuado, contei as moedas rapidamente, checando o valor na etiqueta do objeto. O rapaz agradeceu e se retirou, me deixando sozinho novamente. Até que foi fácil, pensei.

A tarde passou rápida, a loja apresentou pouco movimento e as vendas foram simples, demandando pouco esforço. Marquei, em um papel deixado no balcão, os itens retirados e a quantidade, para que a dona pudesse conferir depois com o dinheiro presente. Ao chegar o pôr do sol, a garota de antes entrou na floricultura, suada e aparentemente cansada, carregando consigo uma maleta. Antes, por causa do encontro apressado, não tinha reparado, mas ela era muito bonita. A menina me agradeceu por ter sido cuidadoso ao anotar as mercadorias vendidas e deu a missão como finalizada.

— Você deve estar exausta, vou te deixar descansar — falei, me afastando do balcão e aproximando da porta. Não tinha notado que estava faminto até aquele momento, o que me fez girar o trinco com rapidez e ir embora da loja.

Lokesh: 450 [HP]; 550 [CK]; 00/04 [ST] // Aparência e vestimentas.

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