O novo ranqueamento no esquadrão não mudou muito minha rotina. Acordava as nove, realizava o desjejum, vestia os trajes de batalha, embainhava a lâmina branca e partia. Realizava rondas diárias monótomas, pois a pacificidade da vila da nuvem não permitia que acontecessem coisas emocionantes. Marchava pelo centro do Vilarejo, desviando o caminho por entre bares e goles, todos os dias. Não sou uma alcoólatra, mas em um mundo onde a ganja não é legalizada o álcool torna-se a única droga que facilita o passar do tempo em meio ao tédio. Minha vontade Hatake me obrigava a todos os dias passar pelo campo de treinamentos e exercitar minhas técnicas, procurando sempre aperfeiçoá-las e dominá-las cada vez mais. Meu dom com a arte da ilusão era exímio; os treinamentos intensos da infância culminaram no pleno domínio da arte. Devido a isto, decidi colocar a primeira arte como foco principal dos treinamentos, tornaria-me hábil em Ninjutsu assim como era em Genjutsu. Passei a varar as madrugadas mergulhada por entre livros sobbre a arte e a cada dia treinava aplicando os métodos mais produtivos possíveis. Por dias, semanas, meses. Totalizando um semestre.

[...]

Os longos dias de treinamento baseavam-se em inovar métodos de treino e, principalmente, superar a si própria a cada dia. Por três dias precisei do auxílio de cogumelos magicos para um melhor auto-conhecimento, sempre usando do fruto no período noturno, momento em que a viagem se torna para o mundo interior. Amadureci e aprendi muito sobre mim mesma, determinada a dominar a arte com maestria, afinal, o dever de um Hatake é ser multiplamente habil. Não nascemos com dons divinos, mas com a capacidade de adquiri-los com esforço e dedicação.  Assumo que por mais que fossem cansativos, os dias passavam de maneira rápida, pois era um prazer cada segundo de treinamento. O método mais utilizado foi o simples e mais óbvio: concentrava o chakra e tentava dominá-lo com destreza, expelindo em Ninjutsu. Derrubava árvores e os manequins do campo de treinamento somente com a força do chakra, mas o treino estava se tornando repetitivo e não muito produtivo, por isso, decidi alternar.

Passei a meditar. Dizem que a meditação é muito útil para os seres e principalmente para os Shinobis, mas confesso que nunca tive esse hábito. De início, cada segundo de meditação era, na verdade, uma tortura. Porém, com o tempo, comecei a entender o sentido daquilo. Os olhos fechados, respiração leve e quase uníssona, mais paralelas sobre as coxas, em posição de lótus; o meu interior começava a se externar, eu podia sentir minha força interna, até ser interrompida. Bum, bum, bum, estrondos ecoavam pelos montes da vila da nuvem, onde eu estava instalada. Os olhos foram abertos e a meditação terminada, sendo notado o produtor daquele som: Um homem enorme e gordo, com a arrogância maior do que si próprio. — Entregue os pertences — dizia o prepotente, imponente e com um ar sombrio. Eu, pelo contrário do que se esperava, sorri. Aos poucos fui levantando, por mais que ele mandasse eu ficar parada. O fato de não estar portando a bandana da nuvem não demonstrava que eu era uma Kunoichi e, por isso, ele não sabia onde estava se enfiando. Um bote rápido com a lâmina branca foi suficiente para degolá-lo. Hmpf, idiota... pensei, tornando a meditar ao lado do corpo falecido. A meditação durou um bom tempo e fora interrompida somente pelo cheiro pútrido que começou a tomar conta do ambiente e chamar a atenção de civis, tive até mesmo que explicar o motivo do assassinato para as autoridades da vila.

No dia seguinte o processo foi idêntico. Despertei, me trajei, sai de casa e meditei. No entanto, sem interrupções. Após meditar levantei e caminhei para o campo de treinamentos e comecei a tentar praticar o que havia aprendido meditando. Meu foco e concentração, redobrados, facilitavam no controle do chakra que se tornava mais intenso e poderoso. O elemento vento, também era mais fluido e leve. Efetuei a ronda obrigatória que o novo rank pedia e ao fim do dia me embriaguei com vodka e gin. Descansei. O treinamento no dia seguinte estava repetitivo e pouco produtivo, devidi tirar o dia para descansar e assim o fiz.

Após o bom descanso meu corpo e mente estavam preparados para mais uma carga de treino. Acordei, desjejuei, me trajei com as vestes mais adequadas e parti. Nos montes meditei e por fim fui ao campo de treinamentos; expeli chakra e vi que ele estava mais fluido e meu controle estava melhor. Minha evolução era evidente e bastava poucos ajustes para ter total maestria no Ninjutsu, a primeira arte, ou arte principal. Senti que não bastava se concentrar mas precisava saber o ponto certo e quantidade certa a ser utilizada em cada uso, independente do caso. Fui para a biblioteca da vila e perdi meia hora caçando os livros mais adequados sobre o tema. Levei quatro dias para ler todos e agora meu conhecimento era bem maior acerca do tema. Exteriorizei o que havia aprendido: fui ao campo e pratiquei todos os novos métodos e técnicas sobre o Ninjutsu e agora me sentia mais confiante, mais preparada.

Após muito esforço, tanto físico como mental, eu sentia que estava progredindo. Nada na minha vida foi dado de mão beijada, sempre foi necessário dedicação e esforço e desta vez não era diferente. Porém, como fruto disso, como uma boa Hatake deve ser, agora eu dominava não só o Genjutsu como o Ninjutsu e o mais importante: me sentia segura acerca das minhas habilidades. Creio no meu potencial e que, futuramente, com ajustes no taijutsu, serei imbatível. O dia seguinte foi o da mesma forma: treinamento intenso para ajustar os detalhes que faltavam; algumas horas foram o suficiente e pude, ao fim do dia, bebericar mais vodka e mais gin. Após seis longos meses podia finalmente dizer que possuía maestria em ninjutsu. Restava treinar e adquirir mais poderes, para subir novamente de escala no esquadrão ninja. Depois eu pensaria em novas metas e objetivos.

Hatake Emi: 500/500 | 740/900 | 1/5

Considerações:

armas e técnicas: