Lembro-me da primeira vez que meus olhos cruzaram com a silhueta da criatura, e assim que o fiz sabia que não era como nada que já havia visto antes em vida. Naquela noite o lago abaixo do cume parecia mais agitado de que nas outras noites do ano, e posso me lembrar perfeitamente do momento em que o ar congelou, e mesmo o farfalhar das chamas da lareira queimando o carvão logo a frente de minha escrivania pareceram tremer com a sombra que emergia do lago, acompanhada com seu grito hediondo. Sua sombra projetou-se por alguns rápidos instantes sob a luz da lua e assim que a vi, estremeci largando o pincel e abandonando os manuscritos nos quais trabalhava. Meu vislumbre momentâneo de sua ascensão foi rápido e tão repentinamente quanto surgiu, como um vulto desapareceu, submergindo em ondas violentas e tremendo as estruturas do castelo, deixando para trás um desagradável cheiro pútrido. Descrente de meus próprios olhos, tentei abandonar a imagem e convencer-me de que minha visão era apenas fruto da imaginação de um homem cansado, que sob o excesso de contato com o miticismo exagerado de Carmilla e seu acervo pessoal havia começado a alucinar.

Mas por mais confortável que fosse mentir para mim mesmo, não poderia ignorar o fato de alguns corpos terem sido encontrados nos ermos pantanosos próximos de minha residência na manha seguinte. Tive a oportunidade de me aproximar dos corpos, dois homens adultos, caucasianos, ambos encontrados boiando em meio a baia do lago e sem nenhum dano aparente, exceto leves escoriações e manchas roxas que se espalhavam por seu corpo, assim como um insuportável cheiro de podre. Foram encontrados por um pescador e seu filho, que horrorizados com a achado imediatamente chamaram os shinobi de Amegakure. Parecia mais um caso de envenenamento de salamandra negra, mas de alguma forma estava certo em meu íntimo da relação relação entre o que vi naquela noite e os cadaveres, então dispus ainda que contra minha vontade a iniciar minha própria investigação acerca do ocorrido. Temo em meu intimo ter libertado algo e sido responsável pelo incidente no momento em que me atrevi a estudar os transcritos obscuros de Carmilla. Dediquei o inverno afim de juntar todo o material que pudesse reunir, o resultado se encontra abaixo, com minhas próprias experiências e registros do caso inclusos.

Iniciei minha busca de informações pelo vilarejo de Amegakure, e ouvi relatos interessantes acerca de acontecidos nos dias que se sucederam a noite de meu avistamento. Assim que espalharam-se os boatos de que oferecia uma generosa recompensa em troca de informações específicas sobre avistamentos no lago Ame recebi muitas respostas, e entre elas pude notar uma estranha similaridade obscura: um surto de pesadelos com criaturas marítimas nos dias anteriores a minha visão. O caso que julguei mais interessante, foi o de Wilcox, um jovem construtor de pontes que residia nas localidades e que também havia passado por uma experiência semelhante a minha, e que desde então tinha estes sonhos estranhos. Trocamos poucas cartas antes de nos encontrarmos pessoalmente, já que ssim que abri e vi o conteúdo de sua carta, me interessei em ouvir mais de seus relatos, então providenciei o encontro o mais rápido que pude, afim de inspecionar o caso de forma minuciosa assegurando-lhe que receberia uma boa recompensa pelas informações se de fato, fossem verdadeiras. Wilcox veio até a mim e sob a luz da lareira contou-me sobre seus sonhos com uma vividez de detalhes surpreendente. Recontou as histórias  exatamente como as contou na carta, e em suas palavras pude perceber a seriedade com que tratava do assunto. O garoto possuía cabelos longos e negros, grandes olhos verde esmeraldas que pareciam saltar do magro semblante de sua face sub nutrida.

O escopo de suas visões geralmente traziam uma grande criatura de proporções ciclópicas que submergia do lago e então trazia Amegakure consigo para baixo da água, vivenciando a cena de diferentes ângulos e formas segundo seus relatos, mas sempre com o mesmo fim durante seus pesadelos. A forma lírica e impressionista com qual o garoto falava do assunto e sua atenção aos detalhes não parecia como algo inventado. Com semblante visivelmente cansado, Wilcox parecia feliz em falar em voz alta e finalmente relatar o que viu em seus sonhos, talvez uma forma de encontrar alguma consolação para sí mesmo no auge de seu cansaço, fruto de longas noites sem dormir, uma tortura com qual já havia lidado no passado. Recompensei o jovem pelas informações e apenas o dispensei após alguns questionamentos, e uma recomendação de alguns sedativos. Temo que apesar de similar a criatura de meu avistamento no lago, o relato de Wilcox perde alguma credibilidade devido ao estado semi catatônico no qual o jovem havia se apresentado.

Embora inconclusiva, as descrições de Wilcox sobre a criatura me permitiram direcionar melhor minhas próximas pesquisas. Diferente do lúdico campo do sobrenatural, procurei referências para a possível criatura da silhueta em diferentes livros de biologia, mas foi apenas em títulos pertencentes ao controverso campo da Zoocriptologia é que pude encontrar algo que fizesse jus a minha visão. Me senti tentado a recorrer a este tipo de estudo obscuro assim que denotei a falta de animais nas proporções da silhueta nos livros de biologia tradicionais. Do contrário, fui capaz de encontrar e classificar pelo menos oito animais semi-mitológicos cujas medidas e demais características poderiam atribuir-se ao meu monstro, e em especial, um deles estremeceu-me, aquele no qual suponho ser a criatura do lago, a salamandra gigante.

Diferente das salamandras normais, que medem aproximadamente trinta centímetros -- uma salamandra pequena -- à dois metros -- uma salamandra media -- A salamandra negra que era um anfíbio típico de Amagakure que podia chegar a alcançar até mesmo cinco metros em tenra idade, o tornando a maior espécie catalogada pelos estudiosos da espécie. A Salamandra gigante porém, era diferente. O animal semi mitológico que supostamente era advindo diretamente das eras antes da humanidade ser como a conhecemos hoje, estimava-se ter pelo menos trinta e cinco metros de altura, com alguma margem de erro. Assim como a salamandra de tamanho médio e a de tamanho pequeno e a salamandra negra de Amegakure a salamandra gigante possuía um veneno letal armazenado em suas glândulas, o que possivelmente justificaria as manchas roxas encontradas nos corpos. Minhas pesquisas mais avançadas me fizeram desenvolver certo fascínio acerca da criatura, e também me levaram a me envolver estranhos cultos e tribos, que pareciam cultuar a criatura como sagrada, dizendo-se capaz de invoca-la, assim como eu aparentemente fui capaz de fazer sem ao menos perceber. Minhas pesquisas continuam inconclusivas, preciso me aprofundar no relatório acerca destas tribos.

HP: (725 • 725) CH: (2100 • 2100)
ST: (0 • 6) VEL: (1m/s • 26m/s) Tinta: 1200ml/1200ml

Qualidades:

Armas:

Quest:

Ibuse: