[Capítulo - Solo] Voa voa passarinho.

Naruto RPG Akatsuki :: Mundo Ninja :: Outras Regiões :: Otogakure no Sato

[Capítulo - Solo] Voa voa passarinho.
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[Capítulo - Solo] Voa voa passarinho. Original

Minha recente aquisição com Anakin havia sido minha maior conquista dos ultimos seis meses, sendo esta a capacidade de me tornar um Ninja Médico e utilizar minhas pesquisas em prol do vilarejo. Contudo, ainda não me via satisfeito como pesquisador e minha sede por conhecimento só aumentava dentro de mim, necessitando que eu fosse atrás de mais materiais para desenvolver todas as minhas capacidades como um Shinobi e Pesquisador. Visitei meu mestre uma última vez antes de me aventurar pelos arredores de Otogakure, com certa permissão do Shodaime para que pudesse continuar minhas pesquisas. — Anakin-sama, sairei em pesquisa, não devo demorar para retornar, trarei um ótimo relatório para o senhor. — Me despedi de meu mestre e de toda a instalação dos laboratórios enquanto ia para minha casa juntar todos os equipamentos necessários para a empreitada, reunindo ao mínimo dois maços de cigarro, garantindo que eram os mais fortes que poderia ter comprado nas vendas de Otogakure. Os portões foram atingidos e ali vislumbrei o local onde a seis meses atrás conversava com o líder, resgatando assim uma boa memória do mesmo já que fazia certo tempo que não o encontrava pelo vilarejo. Me pus a caminhar na noite até a floresta, buscando elevar meu conhecimento.

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Qua 29 Jan - 11:22

Minha saída do vilarejo naquela noite foi tranquila ao ponto de não precisar me preocupar com represálias. A floresta de Otogakure já foi palco de muito aprendizado para mim, tanto na dominação das artes do gelo, quanto para meu conhecimento pessoal e para o surgimento desta sede de sabedoria que tomava todo o meu corpo e guiava cada passo dado desde que me tornei isso. Nada do que eu fazia não era pensado nos resultados que trariam para meu acumulo de saber, pensando até mesmo em transcrever tudo o que conhecia para os pergaminhos e passar tamanha informação para as gerações futuras do mundo ninja, desejando receber prêmios pela magnitude de meus trabalhos como Iryo. Ao andar pela mata, fiz questão de acender o primeiro cigarro da noite, sentindo o meu corpo gélido receber a fumaça aquecida com carinho, sentindo o contraste das temperaturas me saciar. Enquanto caminhava, muitos corvos pareciam acordados, enquanto o cheiro de podridão invadia minhas narinas, sentindo até mesmo o ferroso do sangue. Ao certo, algo havia morrido naquela mata e, infelizmente, eu esperava encontrar uma boa amostra biológica para estudos no laboratório, não hesitando em congela-la com meu próprio chakra para manter seus aspectos físicos e químicos. Sendo assim, me guiei pelo cheiro horrendo.

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Qua 29 Jan - 14:28

Não demorou para que eu chegasse no local que estava exalando aquele cheiro horroroso de podridão, encontrando o corpo de uma raposa vermelha com todas suas tripas dispostas no chão, largada para servir de alimento aos carniceiros que rondavam a região da floresta. Me abaixei perto do falecido animal, retirando uma kunai da bolsa de armas e a utilizando para cortar partes das áreas mais podres daquele animal, utilizando levemente minha manipulação de temperatura para refrigerar cada vez mais a amostra e não perdê-la no caminho do laboratório. Utilizei um pedaço pano para cobri-la e guardá-la dentro minha própria bolsa de armas, enquanto continuava seguindo os rastros de sangue que indicavam a brutalidade da morte daquela criatura. O rastro da morte me levou para uma área danificada pelo esvaecer da vida naquelas árvores e até mesmo no solo, entregando uma sensação de que toda a vida havia sumido em um piscar de olhos. — O que é isso? Você está doente? — Olhei brevemente para a floresta enquanto indagava o que meus olhos viam. Ao longe, uma figura encapuzada, carregava consigo uma foice e parecia personagem das histórias de terror, mas, como um cientista da vida, pouco me abalava com as histórias infantis. Confrontaria aquele homem em busca de informação.

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Qui 30 Jan - 10:03

O homem que mais parecia a própria morte sequer emitia algum sinal de vida com a minha aproximação gelada, que, a cada passo, diminuía ainda mais a temperatura daquele local, fazendo o verão parecer um mero brinquedo em minhas mãos. Apesar da conduta medica que eu havia adotado para mim, era obvio que não deixava de me munir com poderosos jutsus ofensivos e defensivos, entendendo as etapas do mundo ninja e me preparando para possíveis combates contra outros seres. Colocava meu estudo acima de todos os fatores e, ao observar a figura misteriosa, a curiosidade fazia minhas pernas coçarem se eu não me aproximasse. A poucos metros, o primeiro movimento do homem me fez parar, sendo este o movimento circular em sua foice que fazia alguns animais se aproximarem. Aquilo confirmava minha teoria sobre os animais carniceiros, observando a infinidade dos corvos que pousavam sobre aquele ser. Acendi um cigarro em minha tranquilidade, ousando me aproximar cada vez mais do homem cuja aparência era extremamente ameaçadora. Agora, podia totalizar uma distância de dois metros daquele ser e eu tinha certeza de que poderia ser ouvido sem precisar aumentar minha voz. — Verão estranho, não? Está fazendo frio hoje. — Dei uma nova tragada em meu cigarro, me certificando de que saciaria meu vício.

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Sex 31 Jan - 14:53

O homem emitia um riso dentro de sua capa e parecia ser realmente um humano ali dentro, ou algo semelhante. Apenas desejei não ser as criaturas encontradas no antigo laboratório de Kaiba, já que a tempos havia enfrentado aqueles monstros e não desejava vê-los novamente. Lentamente, os movimentos retardados do encapuzado retiraram seu capuz, revelando ser um homem ancião e claramente marcado por muitas batalhas, tendo seu rosto completamente manchado pelas cicatrizes de combate e um olho totalmente esbranquiçado. Se aquele homem estivesse em meus cuidados no tempo em que as marcas surgiram em seu rosto, com toda certeza estaria em plena saúde, mas não havia como trata-lo mais. Com um sorriso, revelou-se também a podridão de seus dentes, faltando ao menos quatro na primeira fileira. De fato, ele estava provavelmente na última estação de sua vida e eu iria permitir que aproveitasse o calor do verão, deixando-o relembrar o calor da própria vida. — Meu jovem... vejo em você os mesmos olhos que tive um dia... olhos curiosos, hehehe — Mal conseguia suportar o esforço de falar, tossindo fortemente e forçando a minha aproximação para segura-lo de uma possível queda. Seu cheiro não era dos melhores, mas, em minha vida medica, estava acostumado com o mal cheiro das amostras e produtos.

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Sex 31 Jan - 20:07

Aquele homem usou sua arma de apoio enquanto lentamente se sentava no chão da floresta, agraciando seus pés com a grama morta da região em que estávamos. Ele parecia uma espécie de adorador daquele estagio da vida e não pude julga-lo já que também tinha minhas curiosidades sobre o assunto. Como médico, era meu dever resgatar vidas que caminham para o destino final, mas nunca deixei de pensar em como controlar a morte de certa forma, fazendo jus também a toda minha admiração por aqueles animais carniceiros que se aproveitavam de algo que já estava vazio de vitalidade. O homem que aos poucos parecia entregar sua vida ao próprio solo, tornando-se combustível para que uma nova vida surgisse ali, deitava-se sobre a grama morta e me olhava com o brilho de seus olhos desaparecendo. Sua viagem havia se completado quando, em seu leito, encontrou alguém digno e que possuía as mesmas adorações que ele para continuar o estudo da vida e morte. Antes de fato deixar aquele mundo, retirou da manga de seu manto um pequeno pergaminho, este com as bordas negras e diversas penas adornando suas extremidades de ferro. Quando abri, sem dizer sequer uma palavra, o cigarro aceso em meus dedos me acalmaram para absorver as informações.

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Sáb 1 Fev - 11:44

Todas as palavras dentro daquele pergaminho eram de fato estranhas e faziam referência e uma técnica espaço temporal de invocação, algo que em todos meus estudos nunca havia chego até mim e era muito valiosa para deixar passar. O pequeno pergaminho possuía áreas reservadas para diversas pessoas, com seus nomes marcados a sangue e suas digitais da mesma maneira. Haviam, também, diversas explicações sobre o uso correto daquela técnica, tanto seus selos quanto o requerimento do liquido vital nas mãos para concluir o fechamento do contrato, garantindo, neste pergaminho, a invocação das aves da morte, os corvos. Em minha mente, saciada de seu vício pelo tabaco, muitas possibilidades se passaram para que meus estudos ficassem ainda mais precisos, utilizando aqueles animais em minhas pesquisas e até mesmo nas coletas de amostras, visto que eles são perfeitos carniceiros e a morte rodeava sua dieta como quase nenhum outro animal no mundo. Uma mordida simples em meu dedão foi o suficiente para um filete escarlate descer e servir de tinta para que meu nome fosse escrito naquele papel antigo, da mesma forma que meus outros dedos foram manchados pelo mesmo sangue e minhas digitais marcadas firmando finalmente o contrato com os corvos. Não sentia nada de diferente dentro de mim, mas bastaria testar na pratica se aquilo era realmente funcional.

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Sáb 1 Fev - 16:08

O contrato firmado foi a última visão que aquele homem teve em sua vida, podendo notar que seu corpo deitado naquela grama morta já não possuía mais vida. Contudo, de forma totalmente bizarra e inesperada, cada parte de seu corpo ganhava volumes, como tumores que surgiam sobre a pele e cresciam em uma velocidade nunca antes vista pela medicina. Me preocupei, afastando suavemente para prevenir que algo acontecesse a mim, porém, após os segundos que aquele homem se mantinha daquela forma, seu corpo se desfez em inúmeros corvos que subiam para os céus e rondavam a área morta. Aquela visão durava alguns minutos e eu vislumbrava o voo das criaturas, mas elas pareciam buscar um novo mestre e me achavam em sua procura. Com um rasante, três daqueles animais pousavam em meus ombros, me olhando e olhando o manto de seu antigo mestre, uma capa totalmente preta como o manto da morte. Recolhi aquele tecido, me apropriando do mesmo, vestindo-o e me sentindo ainda melhor, tomado pela escuridão da morte e a luz da vida em minhas técnicas medicinais. Meu novo rumo agora era a Aldeia Oculta do Som, visando retornar diretamente para a minha casa onde teria certo conforto e privacidade para testar e praticar as novas técnicas adquiridas com o contrato.

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Dom 2 Fev - 11:58

O retorno calmo para a Aldeia Oculta do Som me fez refletir muito sobre os caminhos que eu estava tomando e tudo o que iria vir pela frente. Eu não tinha o costume de planejar meu futuro com tanta precisão, apenas contava com meus desejos pessoais e corria atrás para faze-los, não me importando em planejar todo o processo para que ocorresse de fato. Agora, pela primeira vez, este contrato com os Corvos me fazia pensar naquilo que todos os seres vivos, independente de espécie, família ou gênero, todos compartilhavam um feito que era irrefutável: a morte. A morte era o fim de tudo, ou talvez o início para alguns, sempre havendo aqueles que sabiam se aproveitar dos corpos mortos para sua própria vida, como os corvos, como eu em meus estudos médicos. Contudo, seria a morte um fator controlável? Evitando que corpos que uma vez se esvaziaram de vitalidade pudessem retornar no auge de suas capacidades humanas ou animais? Era algo muito intrigante de se pensar e me fazia ir diretamente para o laboratório de Otogakure no Sato, deixar a amostra morta de raposa que havia coletado para que fosse refrigerada sem meu chakra elemental, garantindo que outrora eu pudesse voltar para analisar os estágios de putrefação do tecido orgânico.

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Dom 2 Fev - 19:15

O dia totalmente atípico de minha vida ainda precisava de uma enorme explicação para que tudo se encaixasse em meus relatórios e pesquisas, não podendo deixar brechas nas informações que seriam colocadas em meu livro pessoal, contando toda a minha história e distribuindo meu conhecimento por diversos lugares do mundo, mesmo após o dia da minha morte... se ela viesse a acontecer algum dia. Saindo de todo o laboratório, não pude deixar de passar no escritório pessoal de Anakin, sentando para conversar e relatar os fatos estranhos que haviam acontecido nos arredores de Otogakure. Nós dois tentávamos desvendar a partir da ciência o que estava acontecendo, mas não chegávamos a lugar algum com os fatos apresentados e referencias buscadas em livros. Me despedi formalmente do meu mentor e deixei suas instalações para ir até a minha casa onde comeria e descansaria. No caminho, não ousei deixar de acender um cigarro para me refrescar naquele verão e fazer um contraste com a minha temperatura gélida natural. Chegando em meu humilde apartamento, tomei um banho e fiz questão de preparar um café para degustar antes de me deitar, relembrando os acontecimentos que me levaram a crer na vida após a morte, imaginando o destino real daquele homem que se transformou em inúmeros corvos.

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Dom 2 Fev - 19:25

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