A muito tempo já não visitava os próprios pais, nem ao menos para saber o estado de saúde dos mesmos, que já se encontravam em uma idade considerada avançada. Talvez fosse uma filha desnaturada que sequer se importava com coisas deste tipo, mas na verdade sabia que receberia os comentários protetores de seu pai que por muito tempo a empurrou cargos acima realizando as partes difíceis das missões. Mas justamente naquela tarde o sentimento de falta apertou o coração da Kunoichi que, mesmo sendo considerada por si mesmo uma pessoa focada no individual, aquilo lhe trazia certa angústia e a obrigação moral fazia a mesma se vestir para ver seus queridos pais. Reuniu seus equipamentos por diversos motivos, mas sabia que, como uma kunoichi do alto escalão, tudo poderia mudar de uma hora para a outra. Desta vez não trajava o tipo manto negro que a cobria por inteira, sequer utilizava as faixas de pano que seguravam as curvas do próprio corpo, exibindo sem vergonhas ou medos sua feminilidade. A gótica atravessa as plataformas e fumava no caminho, chegando a uma parte considerada nobre no Vilarejo da Nuvem. O pai da ninja era um típico shinobi aposentado que cantava suas glórias como nunca antes, aumentando drasticamente os fatos e nem sequer compreendia de quantas maneiras diferentes a mesma história já havia sido contada por ele. A mãe da gótica não possuía grandes feitos em sua vida mas em seu auge era reconhecida como a responsável por produzir os armamentos de Kumogakure e por introduzir a gótica nesta paixão.

Já consegui notar um rosto familiar me aguardando pela janela, seus longos cabelos grisalhos entregavam totalmente sua posição. – Mamãe não podia nem esperar eu chegar pra ficar vigiando? – Minha destra foi de encontro com minha própria testa em sinal de negação ao acontecimento. Antes mesmo de precisar anunciar minha chegada através da campainha a porta já se abria revelando o enorme sorriso que meu pai tinha, abrindo seus braços para me receber com um abraço. – Shiro minha pequena! Que saudade, você sumiu. Olhaa, vejo que aquela sua roupa era só uma fase, eu expliquei para a sua mãe e ela não acreditou em mim, heheh – Ele parecia feliz ao me ver sem minhas roupas longas que me transformavam em algo que por muitos nem sequer parecia humano. Minha mãe surgiu em seguida me agarrando e com a força bruta de ferreira me levantava. – Minha linda! Que bom que veio hoje, estou preparando lamen de osso de porco! – Meu estômago roncou em resposta, aquele era meu prato favorito e não havia a menor possibilidade de recusar o jantar. Entre as conversas no jantar, meu pai contava novamente as mesmas histórias, desta vez aumentando o número de oponentes que derrotou com apenas uma das mãos. Rimos, afinal era de fato a melhor maneira de se apreciar um bom jantar em família. Contudo, minhas responsabilidades eram superiores e o anunciar do falcão já revelava a verdadeira intenção daquela noite. Por sorte, estava saciada do jantar e pude me despedir dignamente deles, que preocupados beijavam a minha testa em forma de proteção. Uma missão perigosa, ao menos não estaria sozinha, ou esperava que não. Parti para os portões como ordenado, aguardando a chegada da minha dupla.

Considerações:

Bonificações:

Armas:

Viver em meio a sociedade já não era mais um problema para Kazuya, ou só K. como gostava de ser chamado. Após anos convivendo em Kumogakure no Sato conseguiu entender melhor como se portar perante a outras pessoas, diferente do início, quando agia feito um animal enjaulado, esperando por qualquer brecha para fugir. Tanto a convivência na academia quanto as graduações que aconteceram de forma natural e rápida, dado os no máximo cinco anos de vivência dentro do vilarejo ajudaram o homem alto e musculoso, sem duvidas alguma.

Vivendo em um pequeno apartamento localizado na parte periférica, de aproximadamente vinte metros cúbicos com uma sala fazendo divida com a cozinha sem qualquer parede para dividi-las e um quarto, possuindo um banheiro minúsculo, suficiente para realizar suas necessidades, Kazuya se preparava para descansar após um dia estressante de treinamentos. Apesar de já controlar sua maldição com perfeição, a habilidade se mostrava mais latente do que imaginado, e desta forma, treinar para entender melhor a funcionalidade da absorção de energia virou rotina do ninja em seu tempo livre.

Conforme esquentava um ramen a dias guardado dentro da geladeira, pude escutar um barulho estridente vindo da principal janela do apartamento, localizada na sala. Um pássaro de porte pequeno carregando consigo uma espécie de papiro entre seu bico, que constantemente era utilizado para fazer barulhos chocando-se contra o vidro. Missão a essa hora?Indagava em voz baixa, abrindo a janela e deixando que o pássaro pousasse no centro da sala, depositando o papiro e saindo, de imediato. Não tardei em ler o conteúdo e tendo ciência do que se tratava. De fato, uma missão de alto risco e eu estava sendo convocado. Sem hesitar, juntei minhas armas básicas na hip-pouch padrão, buscando comer o Ramen entre pequenas pausas.

Devidamente equipado e pronto para partir, Kazuya rumava já na direção do portão do vilarejo, ponto de encontro com os outros ou o outro convocado para a missão de altíssimo risco. No meio tempo, reiterava de seu quimono, em uma espécie de bolso um maço de dunhill, pegando um tabaco com a canhota e acendendo-o em seguida. Levando seu vício até os lábios, duas tragadas eram suficientes para o homem sentir-se vivo. Não tardou até chegar no ponto de encontro, visualizando a sua dupla, aparentemente. Com diversos piercings na face e curvaturas dignas de mulheres da Nuvem, K. se aproximou o suficiente para se apresentar. — Pelo visto seremos nós dois. Me chamo Kazuya, prazer. — Estendendo a destra na direção da mulher, esperava certa reciprocidade.

CONSIDERAÇÕES:

ITEM:

 Kumogakue estava sendo o palco de mais um terrível acontecimento e a gótica seria colocada à prova diante da sua primeira missão de nível extremo. Nunca havia imaginado que um dia seria chamada para tal, acreditando e aceitando que seu destino eram as simples tarefas e treinamentos básicos para trazer poucos resultados. Mesmo que esforçada, nunca se viu como alguém extremamente poderosa a ponto de ocupar cargos exemplares dentro da hierarquia do vilarejo, mas parecia que as opiniões dentro do Quartel General estavam mudando a seu respeito e o reconhecimento de sua arte no combate estava cada vez mais próximo da perfeição. O cigarro que outrora aquecia os pulmões dela fazia falta naquele momento e sequer hesitou em alcançar outro enquanto podia começar a ver sua dupla se aproximando. Foi breve em acende-lo, tragando com calma. Recebeu o garoto de aparência rustica com um sorriso, jamais julgando alguém pela capa que apresentava, não tendo o menor direito de fazê-lo.

- Sim sim, acredito que só nós dois mesmo. – Segurei o cigarro em meus lábios enquanto estendi minha mão para cumprimenta-lo, deixando um sorriso transparecer. – Meu nome é Shiro. O prazer é meu Kazuya. – Pouco segundo após nossa apresentação a guarda dos portões entregava outro pergaminho, este com novas e mais precisas informações. Havia informações concretas sobre todos os acontecimentos e parecia um caso digno de filmes de terror. – Mas que merda, cara. Precisamos de discrição, esses maníacos podem estar em qualquer lugar, isso já nosso informante já não estiver morto. – Deixei um riso tolo escapar entre minhas palavras e me virei para a saída do vilarejo. Antes de partir, fiz questão de acender um segundo cigarro, oferecendo o maço e o isqueiro para caso Kazuya desejasse fumar comigo. Dei os primeiros passos visando atravessar os portões de Kumogakure no Sato e adentrar as trilhas que ultrapassavam as montanhas até o início da floresta gelada, que estava ainda mais difícil de suportar naquele inverno rigoroso. Eu ainda não sabia ao certo o caminho correto para encontrar nosso informante e esperava que Kazuya fosse um pouco mais entendido dos caminhos do que eu.

Considerações:

Bonificações:

Armas: