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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
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Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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Código:
[quote][b]Floricultura da Vila[/b]
[b]Descrição:[/b] A garota que cuida da floricultura agora é uma Kunoichi (ninja) médica muito atarefada, sua missão é cuidar da Floricultura enquanto ela está fora! Se tem alergias a flores, use uma máscara![/quote]

[quote][b]Reformas da Vila[/b]
[b]Descrição:[/b] Desde o último ataque, a vila está sendo reconstruída, e você como um jovem ninja deve colaborar! Sua missão é pintar muros e cercas por toda a vila! [/quote]

[quote][b]Minas Subterrâneas - Resgate[/b]
[b]Descrição:[/b] Você sente um tremor e de repente, uma das minas desabou! Você deverá procurar e resgatar os trabalhadores que não conseguiram sair! Haja rápido e com cautela! [/quote]

[quote][b]Biblioteca da Vila[/b]
[b]Descrição:[/b] A faxina se estende aqui também, só não vale ficar lendo os pergaminhos ao invés de limpar![/quote]

[quote][b]Proteja a entrega[/b]
[b]Descrição:[/b] Você deve levar uma encomenda de uma vila aliada saindo da nossa vila, tenha cuidado muitos ninjas querem o conteúdo da entrega, garanta que ela chegue a salvo e sem nenhum dano até a outra vila. [/quote]

[quote][b]Calçamento das ruas[/b]
[b]Descrição:[/b] Algumas ruas estão sem calçamento, estão somente no barro, ajude alguns trabalhadores na estrada ao norte da vila.  [/quote]

[quote][b]Pílulas do Soldado[/b]
[b]Descrição:[/b] Vá até o laboratório da vila, e encontre a ninja responsável pela produção de pílulas do soldado, você será solicitado a recolher produtos raros por toda a vila (florestas, montanhas, minas etc). [/quote]

[quote][b]Fazendas da Vila[/b]
[b]Descrição:[/b] Alguns animais estão atacando as plantações da Vila. Sua missão é aniquilar estes animais.  [/quote]

[quote][b]Flor Púrpura[/b]
[b]Descrição:[/b] O Esquadrão Médico de sua vila esta desenvolvendo um novo remédio e precisa de uma flor rara só encontrada em uma montanha muito distante, sua missão é ir buscar essa flor para que a produção do novo medicamento seja iniciada. [/quote]

[quote][b]Acampamento Médico[/b]
[b]Descrição:[/b] Existe um acampamento médico muito próximo de nossa vila, eles estão fazendo estudos de campo, para encontrar novos medicamentos, vá até lá e auxilie-os na defesa do acampamento, pois há suspeitas de Ninjas Renegados nos arredores. [/quote]

[quote][b]Patrulha Externa[/b]
[b]Descrição:[/b] Agora que você já possui uma certa experiência, sua missão é fazer uma patrulha aos arredores da Vila. Lembre-se que mesmo assim deve evitar combates e pedir reforços! Não banque o héroi (ainda!). [/quote]

[quote][b]Caçada aos Ursos[/b]
[b]Descrição:[/b] Nas florestas próximas a Vila, existem ursos que estão agindo estranhamente, existem suspeitas de que estes ursos estejam sendo manipulados por ninjas de alguma vila inimiga, através de chakra de algum Bijuu. Derrote alguns ursos e recolha amostras de seus pêlos para serem examinados em nosso Laboratório. [/quote]

[quote][b]A Procura[/b]
[b]Descrição:[/b] Recentemente um estudante da Acadêmia Ninja sumiu, sua missão é encontrá-lo e trazê-lo de volta a vila.  [/quote]

[quote][b]Evento na Acadêmia Ninja[/b]
[b]Descrição:[/b] Hoje a academia ninja terá uma aula especial mostrando as habilidades dos ninjas já graduados, sua missão é ir lá, fazer uma palestra e mostrar algumas habilidades para motivar os estudantes. [/quote]

[quote][b]Ladrões nos arredores[/b]
[b]Descrição:[/b] Soube-se que um grupo de bandidos anda roubando os moradores das pequenas vilas próximas, sua missão é encontrar e enfrentar o grupo. [/quote]

[quote][b]O Mestre em Transformações[/b]
[b]Descrição:[/b] O Ninja intitulado apenas de, "Mister Henge", está se transformando no Senhor Feudal do País, e arranjando muita confusão. Procure ele pelo continente, e acabe com essa brincadeira de mal gosto. [/quote]
Anonymous
Convidado
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PATRULHA EXTERNA!

Descrição: Agora que você já possui uma certa experiência, sua missão é fazer uma patrulha aos arredores da Vila. Lembre-se que mesmo assim deve evitar combates e pedir reforços! Não banque o héroi (ainda!).


Girei duas vezes com o braço e lâmina estendidos em busca dos cortes horizontais, o corpo retesado como uma mola a espera do impulso que a faria saltar. O movimento deveria ser naturalmente simples, mas a proposta do treino incluía adicionar fadiga ao que era considerado habitual. Observei e não resisti ao som oco das duas partes arrancadas do boneco de treino pousando suave; acompanhei-as como se o mutilado fosse eu e meu corpo logo sentiu o calor morno da grama quando deitei, incapaz de conter a animação do pulmão cansado e com saudade do ar. O sol em seu longo trajeto me dizia de forma bastante enfática que já estava bem próximo do meio-dia e, pra confirmar sua afirmação, juntava-se ao coro de indícios desagradáveis o estômago, suplicando pelo almoço.  

- Você preferiria perder completamente a capacidade de ouvir, sua audição, em troca de uma super visão ou gostaria de perder sua preciosa visão em troca de uma super audição?! Ambos com alcance de dois quilômetros e o bônus, pois hoje estou muito gentil, é que você pode escolher um som específico para ouvir dentro desse alcance. O mesmo acontece para a visão, a imagem de algo específico será focada em sua vista, esteja onde estiver. Dentro do alcance, é claro. Não precisei abrir os olhos para saber quem era, as composições específicas daquela voz eram tão frequentemente reconhecidas pelo meu cérebro ao ponto de ocorrer de forma natural. - Nesse exato momento é minha preciosa AUDIÇÃO que me permite saber por quem estou sendo importunado em um momento tão vulnerável. Ah, também é ela que me faz saber que está se sentindo à vontade o suficiente para sentar ao meu lado. Finalmente abri os olhos e acompanhei-a, sentando e me arrastando para mais perto, ignorando o fato de estarmos em meio ao campo de treino, aquele que só tem bonecos de madeira e palha, sem árvores.

- Eu diria que – enquanto eu tentava soltar as últimas palavras ela me acompanhava com as dela, até finalmente sobreporem as minhas. - Pense sobre depois. Agora estou aqui para honrar nosso acordo e te dizer que há uma missão nos arredores, do jeitinho que você queria, o contrário da última que negou. E também fiz a gentileza de trazer até você, o que custará a mais quando me pagar depois porque agora precisa ir logo, vai ter outro genin pra você cobrir em quinze minutos. O cálculo da distância a se percorrer e o tempo máximo foram naturais como o respirar, logo que a voz mandona e suave se encerrava eu já estava consciente de que meus modos se limitariam a pegar o pergaminho pequeno que ela retirava das vestes e me entregava, dizer algumas palavras de agradecimento e correr com quase tudo que tenho. Foi exatamente o que eu fiz.  

- Obrigado, Kaname. Já estava sentindo falta demais da floresta. O estômago roncou de uma forma que talvez dissesse passar do meio-dia. - É questão de necessidade, na verdade. Talvez eu esteja meio fora de forma e umas frutas cairiam bem. Com isso e um olhar irritado da mulher de cabelos púrpura escurecido, parti. Falei demais, apertei o passo.  

O garoto não parecia muito afobado, o que dizia que talvez eu tivesse chegado a tempo, ou um pouco antes. Menti quando disse que já estava habituado ao que fazer tanto pela utilidade em poupar os pulmões cansados, quanto pela agradável falta de companhia. Admito que também estava ansioso para me isolar na mata, mas essa característica estava a caminho da inexistência. As informações no pergaminho e um pouquinho de dedução seriam o suficiente para ter uma noção do que fazer.

Andar por aquele mar de folhas secas ao chão era como voltar pra casa, tentar andar sem fazer barulho era como entrar no seu velho quarto, mas nesse caso algumas coisas estavam fora do lugar. Paguei com dois quartos de hora a habituação ao crocante do solo até conseguir andar sem fazer muito barulho, nenhum em alguns pontos. Sabia onde os melhores frutos se encontravam e o trajeto do melhor riacho e corri de encontro aos velhos amigos. Se eu precisasse dizer um motivo pelo qual Konoha tem meu afeto, ou perto disso, certamente seria a floresta que a circunda.

Não foi difícil fazer com que o percurso da patrulha coincidisse com uma fração do que eu queria, uma parte deve-se ao fato de eu conhecer as florestas circundantes talvez melhor que a minha pessoa, mas eu não diria isso com tanta certeza, e outra porque ninguém vigiava os vigias. Ter certeza de que a vila estaria a salvo alguns metrinhos mais adentro da floresta do que é recomendado não feriria ao ego autoritário de nenhum supervisor. No fim do dia eu havia matado boa parte da saudade que me constituía, meu organismo provado nutrientes da melhor qualidade, meus deveres feitos da melhor forma possível, na minha perspectiva, e também pude me divertir por alguns momentos com as opções do dia, oferecidas pela Kaname. Uma super audição poderia ser anulada, anulando-se o som. Mas como anulamos a imagem de alguma coisa sem destruí-la?! Porém, o som pode trazer muito mais informações se bem utilizado. De qualquer forma, o sentimento agradável fazia o dinheiro mais pesado no bolso, logo após devolver o pergaminho e relatar a pacificidade dos arredores da Folha.
HP [525/525] | CH [525/525] | ST [0/3]


Considerações:
Anonymous
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FAZENDAS DA VILA!


Descrição: Alguns animais estão atacando as plantações da Vila. Sua missão é aniquilar estes animais.  



Três batidas secas e rápidas me despertaram de um sono razoável. Apesar de realmente ter despertado do sono, meus olhos abriram-se de imediato, como se esperassem apenas uma desculpa para tirar-me daquele estado desagradável de inconsciência. Levantei com a mesma prontidão e ignorei o fato de estar sem camisa, só havia uma pessoa a me importunar nesse horário, se a posição da luz natural na janela estivesse dizendo a verdade sobre as horas, e ela certamente não se importaria. Não houve surpresa ao confirmar quando abri a porta, Kaname esperava já com o pergaminho de prontidão em frente ao peito, poupando todo o tempo de perguntar por que desgraça ela estaria ali.  

- Já vim adiantada pra receber o que você me deve! Então vá se vestir, ou despir, e me pague! Apesar do tom insolente, sabia que tudo não passava de uma encenação. Mas, mesmo não sabendo, o sorriso da mulher deixava mais claro, irradiante. - Por mais que eu já esteja sentindo efeitos positivos da sua companhia, não tô muito bem hoje. Posso pagar em dobro, outra hora?! Recebi um olhar de bastante raridade, poucas vezes mirados à minha pessoa. Fui lido e relido por alguns segundos e apreciei o cabelo roxo-diferente caído sobre as costas se afastar. Não fazia ideia de como minha aparência estava para convencê-la, mas aparentemente correspondia a como estava me sentindo. - Talvez essa missão não te faça bem. Consegui ouvi-la antes que sumisse no corredor.

Compreendi Kaname quando li o objetivo da missão. Ignorei-a, sua visão apenas demonstrava certa ingenuidade sobre uma face do mundo shinobi que ela não conhecia. Vidas em massas não significam nada, qual relevância um simples animal ou animais que causam prejuízo teriam?! Ou pelo menos era como funcionava nas vilas. Arrumei minhas poucas coisas em alguns instantes, já organizadas dentro das pequenas bolsas que logo estariam em locais de fácil acesso no meu corpo. Tomei banho, comi o pouco que restava na geladeira e me cobri com a capa negra um tantinho surrada, essa última parte proporcionando um pouco de prazer. Tudo não custou vinte minutos e logo eu estava nas ruas vazias e pouco iluminadas da Folha, antes mesmo do sol iniciar seu trajeto. A parte sobre pouca iluminação na verdade era característica de onde eu morava.

A área rural de Konoha não se localizava muito longe dos arredores da vila, de forma que me permitia passar pelos velhos e conhecidos lugares durante o trajeto. Não comi as frutas suculentas que reluziam com o mínimo indício de luz, mas aproveitei para fazer uma pequena trouxinha com as melhores à vista; não eram as mais nutridas ou maduras, não se engane. Essas são boas pra comer na hora apenas. Deixei o percurso pela floresta assim que o sol surgiu completamente e segui a terra batida que levava às fazendas.  

Enquanto na parte urbana as pessoas ainda estariam esticando os músculos e preparando seus estabelecimentos para abrir, seus almoços para mais tarde, cafés, roupas, ferramentas, aqui as pessoas dispersas que não demoraram a aparecer no horizonte já tinham seus corpos como percurso de suor. Alguns carregavam as carroças com tambores de leite já ordenhado, outros mexiam nas plantações com enxada e outras ferramentas que procurarei saber o nome, depois. Até o lugar que chamavam de taverna já tinha seus dois clientes em pé e consumindo, número surpreendente para aquele horário.  

Entrei e deixei que a tensão por receber alguém de fora guiasse o rumo das coisas. Quando digo de fora, refiro-me a qualquer pessoa que more dez quilômetros distante da última fazenda do lugar. - Pois não?! Impôs-se o homem atrás do balcão, sério como era de se esperar. Não deixei de cumprir  meu papel e retribuí a seriedade na voz e em gestos corporais minuciosos. - Konoha me enviou pra acabar com o prejuízo. A imagem do dono da taverna não correspondia ao que o preconceito usual que pairava sobre aquela região esperava. As vestes eram bem conservadas e talvez fossem vestidas para que as partes de cima e de baixo combinassem. Pele limpa e brilhosa, barriga estufada provavelmente de cerveja e quinze por cento da despensa. Se parasse por um segundo e observasse minimamente, perceberia que na verdade aquela pequena população mantinha apenas os costumes e cultura de um vilarejo, ou centro social de um aglomerado de fazendas. Todos ali tinham grande qualidade de vida e viviam em fartura e conforto, mas não esbanjavam riqueza como os burgueses.

Apesar da postura carrancuda e pouco hospitalar ter se desmanchado no momento em que eu me apresentei como responsável por seu contrato de missão com Konoha, a conversa com o dono do lugar fora breve e objetiva. Tudo indicava apenas um animal atacando as fazendas da região, mas havia discordância quanto ao tamanho da fera; era certo que tinha um metro e meio em quatro patas. Os ataques não tinham padrão exato, mas sempre aconteciam em fazendas próximas do limite na floresta ao sul, nunca em dias seguidos e no mínimo uma semana mais ou menos até acontecer novamente. O último havia ocorrido essa noite.

Certifiquei-me de saber pelo contratante o local exato da fazenda atacada, com esperanças de evitar qualquer outro contato humano até acabar com o problema. A explicação se encaixava com cada referência usada e não foi difícil achar o lugar. Gastei pouco tempo revirando a região e interpretando tudo que as evidências diziam. O animal era realmente grande, de modo que as pegadas construíam uma trilha quase cintilante indicando onde havia passado. Segui-a até me arrepender.

Todos os músculos do meu corpo pararam de súbito quando a visão dos gatinhos brincando alguns metros à frente tornou-se compreensível. Os dois filhotes rolavam agressivamente, já com seus noventa centímetros de altura e os dentes começando a engrossar fora da boca. Eu não precisava de um perito em biologia para saber que eram filhotes de tigre-dente-de-sabre e muito menos de uma inteligência muito elevada para ligar todos os pontos: a mãe caça para alimentar os filhotes, mas onde está a caça recente? E a mãe? Rapidamente olhei em volta das crias e identifiquei restos frescos e um segundo depois tive noção do posicionamento da mãe, instintivamente ou não. Foi quando me arrependi.

O posicionamento da tigresa dizia duas coisas e ambas faziam meu corpo vibrar de curiosidade e satisfação por presenciar a cena provavelmente única. O animal estava pouco distante das crias, de forma que não as perdesse de vista por um segundo ou centímetro sequer, com altura superior a qualquer ângulo de aproximação e vantagem de camuflagem: ela estava usando os filhotes como isca ou confiava demais na sua capacidade de proteger o futuro dos genes. De todo modo, a brincadeira e o clima aparentemente descontraído e inofensivo era fachada, uma das perigosas.

Naquele ponto o animal sabia de mim e eu sabia dele, ambos sem desviarmos os sentidos um do outro, esperando. Da minha pele pra fora eu era uma completa estátua, parada com o corpo semi curvado ao desviar de uma folha espinhosa, um pé na frente outro atrás, mas da pele pra dentro eu era o animal e não havia nada que eu quisesse mais que saber do que se tratava tudo aquilo: armadilha ou confiança. Talvez três segundos tenham se passado até meu braço direito quebrar o silêncio imposto pelo cérebro em adrenalina e o som da natureza inundar-me novamente, prendi entre a ponta dos dedos o fio que saía da bolsinha na coxa direita, vinculei-o ao projétil de osso que já emergia do braço esquerdo e o arremessei com toda minha força na direção dos filhotes.

O projétil fora criado com o mecanismo de uma flecha, porém de forma exagerada e sem parte perfurante. A ponta maior e mais pesada era bem maior e bem mais pesada, precisando de mais força para arremessar e tendo menos estabilidade, mas mais impacto. O fio metálico na ponta inferior permitiria eu cancelar o impacto a qualquer momento ou até mesmo mudar sua direção se necessário. De forma simplificada, o ataque responderia minha curiosidade e resolveria o problema com o animal; criei um momento perfeito para ser atacado assim que comecei a me mover, depois de notarmos um ao outro. Ela não ter se movido e me deixado preparar e executar o ataque só poderia significar que ela era confiante e não sádica.

Senti a pulsação acelerada dilatar as veias do pulso quando o projétil se aproximou dos filhotes distraídos. Graciosa e imponente, a mãe saltou de onde estava e colocou-se entre o impacto, rebatendo o projétil com a pata como se brincasse com um rato rápido e atrevido. Quase soltei um “rá!” quando puxei com força o fio que me conectava ao pedaço de osso lançado, cancelando seu trajeto alterado ainda em andamento e trazendo-o com tudo contra a parte posterior da cabeça felina. O animal estava demonstrando plena capacidade de cálculo e comparação de capacidades, de estratégia, julgamento, o que eu não esperaria de forma alguma. Tanto quanto o êxtase em ser pego pelo acaso que o tira da monotonia, a gélida decepção foi intensa e rigorosa quando o ataque acertou e desmontou o alvo, de forma simples e apercebida.  

Amarrei a mãe felina com a relutância de um dos filhotes e gastei mais alguns longos minutos para ganhar a confiança dos dois. Eram infantis, afinal, e um pouco de agrado ao estomago em tempos difíceis ganha a confiança de qualquer um. Construí um trenó mediano e imperfeito para acomodar o corpo desmaiado da mãe e a arrastei levando comigo os filhotes pendurados dentro da mochila, ora mordendo minha orelha ora brincando com os cabelos. Primeiro imaginei que alguns quilômetros seriam o suficiente pra fazê-los desistir de voltar, depois decidi levá-los horas distante. Por fim julguei que seria prudente levá-los um dia longe do local. A natureza não me desagradava, o tempo fora da vila me curava e a pancada havia deixado o animal inconsciente quase o tempo todo. Livrei-a assim que comecei a notá-la querendo acordar, seguindo de volta meus passos floresta adentro.
HP [525/525] | CH [475/525] | ST [0/3]


Considerações:
Descrições:
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Luishturella999
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[Rank D] Ecanis 100x100
Aprovo
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Ficha de Personagem : https://www.narutorpgakatsuki.net/t70499-f-p-squall-sarutobi#532365
Gestão de Fichas : https://www.narutorpgakatsuki.net/t69839p30-gestao-de-ficha-squall-saruhatake
Convidado
Convidado


[Rank D] Ecanis Ff5d26c76a4e7617c045ca4168237318
biblioteca da vila


Treinar excessivamente o domínio sobre uma maldição esgotou mais o lado psicológico do meu ser que o físico, tornando nada mais que justo a queda no ritmo de missões naquelas semanas e a tranquilidade das poucas aceitas. Limpar a biblioteca no silêncio da multidão de papéis, sob os sussurros incessantes de algumas alas parecia ser razoável nesse dia. Havia um punhado de coisas que desejava estudar sobre e esta seria a oportunidade perfeita de unir utilidade e agrado ao período de cura.

Sequer levei bolsas de equipamentos ao lugar, apesar do detalhe não implicar em muita coisa. Não precisei me apresentar quando cheguei ao prédio, o belo jovem recepcionista já possuía todas as informações possíveis a meu respeito, o que não significava que tinha muitas. Deixei que me dissesse o que já era evidente a respeito das funções ali, precisaria de um favor afinal. Quando finalmente terminou as exigências minuciosas e ingênuas a respeito da limpeza de um lugar como aquele, senti a liberdade de pedir-lhe algumas dicas a respeito da localização de livros que tratavam de maldições. Apesar do espanto retido na minha audiência de uma pessoa, fui apresentado rapidamente ao par de lugares afastados das áreas mais movimentadas da biblioteca.  

Não era de se admirar o espanto do rapaz a respeito de tal assunto, tinha a tez reveladoramente clara, deixando de cobrir a privacidade de algumas veias e impecável na ponta dos dedos e onde deveria haver calos, sem qualquer indício de vestimenta prática, pelo contrário, alguns adornos luxuosos e limitadores destacavam-se aqui ou ali e mais um ou dois pares de características que indicavam uma vida muito distante da dificuldade shinobi. O que não era da minha conta no fim da soma.

Fiz meu trabalho com a eficiência e velocidade de um gavião, tirei sujeiras daquele lugar as quais habitavam o prédio há mais tempo que boa parte dos livros. Apesar de deixar cada superfície tocada pelo meu trabalho como se pertencesse a outra construção que não a que eu entrei mais cedo, ainda havia uma vida inteira de energia a ser gasta. Notifiquei o fim das obrigações com a vila e voltei ao encontro dos livros. Horas e horas nos fizeram companhia noite adentro.

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proteja a entrega


Caí sobre o contratante pouco mais que alguns segundos após o horário combinado para nos encontrarmos. Sabia que não deveria usá-lo como escape para qualquer que fosse a situação do meu humor, mas eu estava possesso demais para me importar com o bem estar de um burguês. Dei a ele o tratamento gélido de uma estátua semi reanimada, caminhei atrás, distante o suficiente para afastar qualquer tentativa de conversa, mas seguro o bastante para alcançá-lo rapidamente. Por mais que fosse abastado de privilégios sua vida inteira, não faltava senso ao homem baixo, barrigudo e de tez estranhamente branca. Não foi necessário um minuto de estrada para ele ter a certeza de que seria um trajeto longo e solitário.

Soube em determinada parte do caminho que meu dever na verdade dar-se-ia por completo na metade da distância original. O requerimento para essa alteração fora feito pelo próprio contratante minutos antes de sairmos, antes de eu chegar, por isso caberia a ele o dever de me atualizar, exigências pesadas demais para uma criatura tão frágil e incapaz. Aquilo definitivamente havia azedado ainda mais meu humor e encadeado uma das cenas mais tenebrosas na vida de Onari, o maldito burguês.  

Mergulhei os dedos na pele rasgada e puxei um pedaço de osso antes mesmo de sair por conta própria. Em nossa direção corriam três garotos, talvez da minha idade, talvez mais novos, todos com kunais e outras armas metálicas improvisadas. Era evidente a condição social dos bandidos e todo o cenário em que nos encontrávamos, mas minha racionalidade estava blindada e agarrada ao dever de manter a carga segura até a metade inesperada do caminho. Não decorreu um minuto nem mais que três golpes até o silêncio destroçar o lugar. Ao chão, sangue aumentava a beleza do cenário na perspectiva monstruosa que me assolava, cabeças espalhavam-se longe dos corpos e o cheiro começava a caminhar com o vento. Se dependesse da vontade do contratante, nossos caminhos terminariam ali.

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floricultura da vila


Nada melhor para encerrar o período de descanso psicológico que uma bela tarde cuidando de algumas plantas e observando mais de perto os hábitos dos moradores da Folha. Conhecer um ou outro seria de bastante utilidade também. Eva sempre me pareceu promissora, das vezes em que me interessei em dar uma passada na floricultura sempre a observava demonstrar um conhecimento profundo e íntimo com cada espécie na loja. Não me surpreendeu saber que tão nova e já fora chamada para missões de importância elevada em sua área de atuação; Iryō se eu não estiver enganado.

Presumi a possibilidade de ser apressadamente apresentado por Eva ao lugar em que passaria a tarde trabalhando, mas sequer tive um vislumbre da silhueta. De sua pessoa havia restado apenas um bilhete e um desafio: “Precisei sair com urgência indescritível e inconveniente, o que me leva a deixá-lo com a obrigação de encontrar o esconderijo um tantinho óbvio que arrumei para a chave, sinto muito. Aliás, lembra do meu nome, não?! E-v-a!”. Senti o enrubescer existir e ser abortado antes mesmo de corar qualquer centímetro de pele, eu teria que retirar tudo o que disse sobre a “prodigidade” da garota se ela não tivesse percebido que não sou alguém que esquece nomes! Mas, dois segundos depois da leitura cruzei o olhar com um papagaio entalhado em madeira, berrantemente posicionado. Estava pendurado por um fio vermelho chamativo que não demorei seguir até uma viga do telhado. Soquei a parede, a madeira tremeu e a chave caiu. A-V-E afinal de contas.  

Um ator no comércio era o mesmo que um pássaro banhando na fonte, fazia com desenvoltura, elegância e da forma mais prática possível. E sentindo um imenso prazer ainda por cima. Irradiei simpatia e disponibilidade durante o expediente inteiro, o que me rendeu contato de dois artesãos mais do sul de Konoha, de uma prostitua com a maior perícia em clonar documentos que já tive o prazer de presenciar pessoalmente e de um entregador internacional. Tranquei o cadeado da loja e decidi: meu ânimo estava alinhado, o corpo devidamente cuidado e a mente limpa e cristalina, presságios de um teste complicado logo à frente.

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