Já não lembrava mais como era ter um lar fixo, desde o incidente em konohagakure me tornei um Nukenin e tenho vagado sem rumo. Nesse tempo vivi como um nômade, viajando sob meus próprios pés enquanto transitava entre grandes cidades e os pequenos vilarejos que normalmente as rodeavam. Me aventurei sob o sol escaldante e a areia vermelha dos grandes desertos do país do Vento e viajei sob a luz da lua e uivar dos lobos no país do Ferro, sempre com a ANBU em meu encalce. Contei mais de que uma centena de vezes com minha astucia para fugir e pelo menos uma dezena de vezes precisei tirar a espada da bainha. Passei a desfrutar de estadias cada vez mais curtas afim de evitar estes encontros, pelo menos até o dia em que cheguei nessa cidade e decidi torna-la minha moradia. Foi na mesma época em que comecei a tornar um hábito escrever diariamente, motivado talvez pela solidão e necessidade de registrar as coisas que testemunhei com meus próprios olhos.
Em nenhuma de minhas viagens anteriores houve um lugar que me acolhe-se tão bem quanto Amegakure, a aldeia que era também conhecida como Vila oculta da Chuva, e que tomei para mim como refúgio. O vilarejo que outrora fora governada por um famoso ditador e palco de disputas com países vizinhos, hoje possuía como principais características seu grande conglomerado de prédios que se estendia de uma ponta a outra no horizonte. Após algum tempo na aldeia pude constatar que durante o dia a chuva caia sob a cidade com alguns intervalos de tempo, e durante a noite de forma interruptiva por pelo menos dez horas seguidas, fazendo com que fosse um pitoresco costume local realizar as atividades rotineiras antes do anoitecer. As insalubres ruas eram tomadas por um ar sempre úmido que se misturava com o cheiro da fumaça originada no extenso complexo industrial e seus becos e vielas eram infestados de ratos e outras pragas urbana, enquanto que o entorno do vilarejo e alguns lugares em seu interior eram submersos por um grande lago de águas acinzentadas, fazendo-se necessário o uso de barco para realizar a travessia até alguns pontos. Quando tomei conhecimento a respeito providenciei um barco de aluguel por algumas poucas moedas afim viajar por entre esses pontos.
Assim que cheguei no ponto de encontro o Caronte já parecia aguardar minha presença a algum tempo. Era um senhor esguio de longa barba grisalha trajado em um capa de chuva velha e cinzenta cujo capuz lhe escondia o rosto. Só pude ver um pouco de um par de olhos brilhantes que sob a incandescente luz da lamparina que carregava consigo me pareciam vermelhos. Tocava o chapéu em um gesto de cumprimento ao homem e sem mais delongas subia a bordo da embarcação para que enfim dessemos inicio a travessia, que deveria durar pelo menos algumas horas. Não tive muita opção na escolha de meu guia, aparentemente o Caronte era o único em toda Amegakure disposto a realizar aquele trajeto sob a luz da lua, enquanto todos os outros torciam o nariz e negavam-se a a guiar-me sem pensar duas vezes. Em todas as negativas pude sentir um forte temor de algo desconhecido, fazendo com que o trajeto parecesse arriscado demais para algumas poucas moedas, mas optei por ignorar todos os avisos e aventurar-me. Seus serviços me foram indicados por um dono de Estalagem que tomou conhecimento de minhas necessidades. Ele garantiu-me que aquele era o único homem disposto a realizar a travessia, e que apesar de sua idade era um bom profissional e acima de tudo um grande conhecedor da região.
Foi necessário alguns minutos de viagem para que pudesse avistar a silhueta do castelo sobrepondo a lua cheia, uma visão que jamais me esqueceria. Tamanha era sua imponência que mesmo o grande astro parecia ficar em segundo plano diante da construção que se erguia no alto de um penhasco. Por um momento apenas me deixei levar enquanto a observava hipnoticamente imaginando que tipo de pessoa fora seu antigo proprietário. O som das ondas se chocando contra a grande parede de rochas que se erguia no pé do cume era disruptivamente diferente da calmaria tradicional do lago da aldeia, como se as ondas se agitassem apenas nas mediações. Ali mesmo ar parecia ficar cada vez mais pesado na medida que nos aproximávamos, o homem que me guiava parecia percebe-lo também e indagava algumas palavras enquanto aumentava a força por trás de suas remadas, como quem aperta o passo -
Um lugar assustador eu diria nfufufu - Sua voz aspera e grave me despertavam imediatamente de meu transe -
Na verdade ele apenas me parece belo... - Respondia o caronte, e logo em seguida lhe explicava que estava pensando em adquirir a propriedade e questionava sobre os antigos donos. Como grande conhecedor do local esperava que possuísse alguma resposta.
Meus questionamentos foram recebidos com um sorriso de canto, expressivo o suficiente para ve-lo mesmo por entre a meia luz do capuz e da lamparina e maldoso suficiente para despertar minha atenção. Assim que percebi as amareladas fileiras de dentes pontiagudos e disformes, sentia por um instante a sensação de estar diante de um animal selvagem, e em resposta a essa sensação passei levemente a mão sob o cabo da espada em um gesto instintivo, lhe abandonando assim que sua voz grave voltava a cortar o ar enquanto respondia minha pergunta. -
Ele é conhecido como castelo dos Chinoike... Este é o castelo de Carmilla Chinoike. - Nessa época era apenas um forasteiro, mas foi nesse dia que conheci a história de Carmilla Chinoike.
Durante a época da grande guerra a condessa Carmilla e a família dos Chinoike gozavam de uma influência, fama e riqueza jamais vistas adquiridas ao lutar ao lado de Amegakure. Assim que os tratados de paz foram assinados, o povo da Chuva pode finalmente olhar para o semblante de seus herois de guerra o que viam não eram homens e mulheres normais, e sim aberrações pálidas de olhos escarlates. O povo rejeitou os Chinoike que com todo seu orgulho ferido passou a lutar uma guerra civil com Amegakure. Com o passar do tempo a força do clã Chinoike diminuiu e estes foram obrigados a dar-se como rendidos. Sabendo que o povo temia os Chinoike, e lembrando dos grandes feitos destes na guerra, o grande ditador da aldeia optou por lhes dar as terras mais distantes que podia, e assim os Chinoike construíram seu castelo no exilio.
As décadas se passaram e com elas veio o detrimento e a decadência dos Chinoike e de sua grande Matrona Carmilla, que no fim da vida contraiu uma doença e sucumbiu a loucura. Em algum momento Carmilla convenceu-se que o segredo para a vida eterna era arrancar os olhos de outros Chinoike, a levando a matar incontáveis da própria espécie, até o dia em que um empregado dos Chinoike a assassinou, dando um fim apropriado para um clã sanguinario como os Chinoike. Desde então o clã dos olhos escarlates virou uma espécie de mito e lenda local, dando vida a diversas histórias de horror e assassinato. Alguns afirmam que o clã realmente foi extinto, enquanto outros dizem que Carmilla continua repousando sob o grande castelo. Outros dizem que os sobreviventes se enfiltraram em meio aos moradores do vilarejo e durante a calada da noite atacavam aqueles que ousavam sair na chuva.
Tomei conhecimento da história pela voz frívola do Caronte, a tornando ainda mais memorável para mim. A medida que nos aproximávamos da construção as ondas se intensificavam e a temperatura esfriava, dando origem a uma pequena névoa nas mediações. Era quase como se não devêssemos estar ali, como se o próprio castelo dissesse para partirmos, mas não podia. Continuava hipnotizado observando sua silhueta e tacitando os olhos por cada detalhe de sua construção que podia perceber à distância que estava. As grandes paredes acizentadas eram adornadas por grandes gárgulas que apesar de desgastadas pelo tempo e pela chuva pareciam mais vívidas que nunca com suas grandes garras e asas, quase como se pudessem voar a qualquer momento. Adentrávamos na névoa que circundava todo o cume no qual o castelo se prostava, onde minha visão se estendia por pouco mais que alguns metros. Seguimos assim por alguns instantes, até nos aproximarmos o suficiente para vermos terra e um pequeno porto onde deveria ser o fim de minha travessia.
-
Parece que enfim chegamos... - Dizia o Caronte com o mesmo sorriso maldoso em rosto que ostentou em quanto me contava toda a história. Consenti com a cabeça com alguma pressa em desembarcar e por fim observar de perto a grande propriedade. Seus trabalhos não pareciam mais ser necessários, então lhe joguei algumas moedas como o combinado e logo em seguida acenei tocando o chapéu assim como o fiz quando nos encontramos pela primeira vez. O homem não murmurou uma palavra sequer, tão pouco fez alguma menção de pegar alguma das moedas, tudo o que ele fez foi continuar ali parado me observando. Subitamente o vento apagava a lamparina e em meio ao escuro tudo o que eu podia ver eram seus olhos escarlates me observando vidrados, de forma tão hipnótica como eu observava o castelo. Novamente minha mão deslizou sob o cabo da espada enquanto virava me preparando para desembarcar. E assim que virava uma ultima vez, afim de olhar novamente o Caronte, o velho homem havia desaparecido, e em seu lugar encontrei um demônio de olhos escarlates e dentes pontiagudos avançando em minha direção. Saquei a espada e em um corte horizontal fazia o sangue jorrar de sua garganta, antes que o de minha própria pudesse jorrar. Sua cabeça caia sob o barco com o mesmo sorriso maléfico que manteve por quase toda viagem, com seus olhos escarlates vidrados em mim.
HP: (725 • 725) CH:(2100 • 2100)
ST: (1 • 6) VEL: (26m/s • 26m/s) Tinta: 1200ml/1200ml
- Qualidades:
Comedor de Chakra
Descrição: São poucos, mas alguns personagens demonstram a capacidade inata de absorver chakra alheios, seja através do toque ou por técnicas específicas, o fato é que estes personagens possuem uma capacidade natural para desenvolver este poder.
Bonificações: Capaz de desenvolver a Habilidade Secundária de Chakra Kyuin, porém as absorções são limitadas a metade do padrão.
Habilidade em Ninjutsu
Descrição: Diversos personagens apresentam desde o começo de suas atividades shinobis uma enorme facilidade em um determinado estilo, estes por sua vez aprendem com mais facilidade e também desenvolvem seus poderes mais rapidamente.
Bonificações: Acréscimo de 1 Ponto em Ninjutsu & redução de dez pontos de chakra em qualquer ninjutsu que utilize chakra puro (exclui-se então elementais).
Bom Controle de Chakra
Descrição: Alguns personagens demonstram uma capacidade inata de gerar o chakra sem gastá-lo exageradamente, eles apresentam isto desde a academia e muitos associam isto a inteligência de uma pessoa, mas não tem, necessariamente, uma ligação.
Bonificações¹: Redução de todos os consumos de Chakra em 15%; arredonda-se em números quebrados para o maior valor. Técnicas medicinais usadas com essa qualidade curam metade dos pontos descritos em regra.
Nota¹: Sempre que existir o requerimento dessa qualidade, não poderá ser usufruída as bonificações mencionados acima.
Grande Experiência em Batalhas
Descrição: Muitos personagens tiveram uma vida de combates desde muito cedo. Sejam por treinamentos precoces ou por viverem em meio a conflitos, eles foram obrigados pelas circunstâncias a se adaptarem aos esquemas de combate. É como uma se eles possuíssem instintos anormais, porém é apenas uma enorme experiência. Caso o personagem tenha dez batalhas vencidas em ON (ou que tenha sobrevivido no mínimo) contra outros usuários, o personagem recebe esta qualidade sem custos.
Bonificação: Podem uma vez a cada três turnos antecipar alguma ação sem receber punições, porém deve-se ainda assim explicar de modo plausível como antecipou.
Conhecimento Anatômico
Descrição: Alguns personagens estudam muito e com isso aprendem toda a noção anatômica de humanos e animais com perfeição, podendo atingir qualquer ponto vital ou não facilmente.
Bonificações: Compreensão de anatomia humana.
Perito Elemental [DOTON][YŌTON]
Descrição: Normalmente os personagens focados na utilização de ninjutsus elementais acabam desenvolvendo perícia em uma determinada natureza de seu chakra, não sendo necessariamente sua afinidade elemental, como demonstrado por Sasuke Uchiha.
Bonificações: (2) Chamado de "Primeira Perícia Elemental", reduz os custos do elemento escolhido em 50%; (3) Chamado de "Segunda Perícia Elemental", pode ser obtida quando já possui a Primeira Perícia Elemental, o elemento selecionado terá redução de 25% de seus custos, o personagem deverá estar em nível Tokubetsu Jonin ou superior e fica incapacitado de desenvolver Mestre Elemental em quaisquer elementos.
- Armas:
Kusanagi no Tsurugi (Orochimaru) [Embainhada]
Rank: S
Descrição: A espada de Kusanagi é o Kusanagi da lenda japonesa. Orochimaru recupera seu Kusanagi abrindo a boca e estendendo uma cobra que então abre sua boca e produz a espada. Orochimaru foi visto produzindo o punho da espada primeiro para que ele pudesse usá-lo livremente, ou a lâmina primeiro para atacar o adversário instantaneamente. A espada pode rapidamente se estender e retrair sua lâmina para atacar de longas distâncias, ser controlada telequimicamente de acordo com o comando de Orochimaru e cortar quase qualquer coisa. Mesmo a Enma, que é capaz de se transformar em uma equipe de diamantes, observou que a lâmina Kusanagi o deixaria consideravelmente dolorido. Deve-se notar que o Kusanagi de Orochimaru não conseguiu perfurar a forma de quatro caudas de Naruto Uzumaki. A espada foi vista transformando-se em uma pequena cobra e retornando a Orochimaru.
Ninshiki KādoRank: B
Descrição: Ninja Info Cards é um tipo de ferramenta ninja onde a informação pode ser queimada usando o chakra. Os cartões parecem vazios a olho nu com o kanji para "shinobi" (忍) nas costas, mas quando o chakra é aplicado, várias categorias de dados que vão desde informações sobre os Cinco Grandes Países de Shinobi até o ninja que os habitam são exibidos em O cartão, mesmo em 3-D. No entanto, somente a pessoa que originalmente gravou os dados no cartão pode recuperá-lo.
- Chinoike:
KetsuryūganRequerimentos: Ser Chinoike.
Descrição: O Ketsuryūgan é um dojutsu kekkei genkai, que aparece em certos indivíduos do clã Chinoike. O Ketsuryūgan é reconhecido pela sua cor avermelhada, dando uma aparência especial para os usuários deste dōjutsu, caracterizados como titulares de "olhos tão vermelhos como o sangue". O Ketsuryūgan confere habilidades de seleção de genjutsu. Seu poder ganhou comparação com os Três Grandes Dojutsu. O Ketsuryūgan também deu aos usuários a capacidade de manipular o sangue do usuário, ou mais precisamente o ferro no sangue, permitindo que o usuário não apenas manipule seu sangue, mas qualquer líquido com alta concentração de ferro.