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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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O dia estava muito bonito, apesar do frio. Pensando bem, já se faz alguns meses que este frio persiste na cidade, como um convidado que não percebe que excedeu a sua estadia. Aparentemente, havia nevado durante a noite, já que, ao acordar, pude perceber o véu esbranquiçado que se estendia por todos os lados que a minha vista alcançava. Contudo, eu não me opunha ao frio; lembro-me que, quando mais jovem, era o meu clima predileto. Conforme fui aprendendo sobre a importância do equilíbrio em todas as coisas, no entanto, algumas de minhas preferências – como aquelas a respeito da temperatura – amadureceram. Aprendi a compreender a beleza do equilíbrio de todas as coisas, e a importância disto. Entretanto, eu gostaria que minha visão não estivesse tão turva, para que eu pudesse apreciar os meus arredores com mais clareza. – Se concentre mais. – Atingia-me a voz, como um alerta de que outro golpe com o peso de um pedregulho havia sido disparado em minha direção. Utilizei toda a força que me restava para realizar uma esquiva, retirando meu estômago do percurso de seu punho direito e, ainda, os últimos resquícios de força vital em mim para desferir um chute contra seu pescoço. Acertei? Difícil dizer, já que apaguei, aparentemente durante o meu ataque.

[...]

Um ousado raio de sol foi capaz de penetrar por entre as densas nuvens cinzentas que compunham os céus do país nos últimos meses. Indo diretamente contra meus olhos, provavelmente foi este o responsável pelo meu despertar. Estava deitado, com uma toalha de água morna sobre a minha testa, que rapidamente segurei com minhas mãos enquanto elevava o meu torso para que me mantivesse sentado sobre a neve enquanto desanuviava minha cabeça. – Você precisa de mais insistência. – Repreendeu-me a voz sempre austera de meu mestre. – O que eu preciso é de uma lâmina de luz, daquelas que eu vi no templo. – Ele detestava quando eu falava isso, e por isso o fiz com um sorriso escondido debaixo da toalha. – Você poderia ter uma maldita Totsuka. Com esses movimentos lerdos, não mataria um pombo. – Rapidamente censurou-me mais uma vez. Apesar de minhas falas irônicas, minha mente estava concentrada em entender a minha falha; ele estava certo, faltou-me velocidade. E resiliência, também, já que a luta me desgastou aos poucos. Eu me lembraria disto, e treinaria mais duro para a próxima vez. Virei a minha cabeça para o lado, permitindo-me que, deste monte em que treinávamos, eu pudesse ver Kumogakure à distância. Cercada pela neve, parecia uma guardiã senciente que se recusava a ceder ao frio. Com motivações suficientes agora, consegui me colocar de pé, rapidamente buscando minha capa escura de lã que parecia tão confortável e quente à distância, mesmo que eu soubesse que ela não me aquecia tanto assim. O horário do almoço se aproximava, e, pelo visto, este seria mais um daqueles dias em que Haseo se recusaria a ir para o centro da vila comprar comida, escolhendo a caça ao invés disto. – Eu vou pegar a lenha desta vez. – Fui rápido em declarar, para que eu não precisasse realizar tanto esforço com meu corpo numa caçada selvagem. Como se este inverno permanente não bastasse, resmunguei, colocando o capuz de minha capa por cima de minhas orelhas também.

– Sobre esta missão que você vai fazer... – Disse-me meu mestre num outrora agradável momento em que compartilhávamos alguns peixes fritos sob o confortável calor emanado pela fogueira que eu ardi e sob a proteção das folhas de uma árvore que seguravam parte dos flocos de névoa que choviam sobre nós. – Eu gostaria que você realizasse uma tarefa para mim, se isto for possível. – Entoou o guerreiro de olhos ametistas. Normalmente, ele me daria ordens, ordens estas que recebia do Conselho. Por sugerir que a motivação por trás deste pedido era pessoal, eu não poderia deixar de obedecê-lo também; era como um pai para mim, e, por isto, eu nunca permitiria que um problema se erguesse diante dele enquanto eu pudesse impedi-lo. – Será feito, mestre. Primeiro, a Força, e depois, o senhor. – Cordialmente respondi, aguardando a continuação. – Você certamente se lembra sobre os ensinamentos do Lado Negro da Força. – Engoliu o seu pedaço de peixe, permitindo que uma breve expiração saísse de sua boca logo após. Parecia introspectivo, preocupado. – Traidores da Força. – Fui incisivo em minha resposta, já que ele se manteve em silêncio. Recebi apenas uma confirmação com a cabeça. – Um velho inimigo conhecido do Conselho, de acordo com rumores, está escondido na Terra da Neve. – Entendi onde ele queria chegar. – Entendido, mestre. Devo matá-lo? – Inquiri.

Os seus olhos imediatamente se voltaram para mim, como se eu estivesse olhando para uma fera prestes a me devorar. – Tolo! O assassinato nunca é uma opção. – Ele estava certo, é claro. Mesmo antes de eu dizer, eu já havia percebido o quão errada minha sugestão era. – E, mesmo se assim desejasse, seria incapaz de fazê-lo. – Seu tom de voz mudou nesta sentença, parecia dar baixas gargalhadas enquanto a proferia, indubitavelmente tentando me caçoar. Já havia caído neste truque vezes demais para não morder a isca desta vez. – O que devo fazer, então, mestre Haseo? – Formalmente prossegui. – Imagino que fazer algumas perguntas em tavernas ou estabelecimentos locais não vá fazer mal. Você já tem conhecimento o suficiente para cumprir algo assim sem chamar atenção demasiada. – Confirmei com a cabeça, relembrando dos ensinamentos que tive sobre investigações. – Não estou pedindo nada demais, é claro. Talvez uma confirmação de que ele ainda está por aqueles lados seja o suficiente. – Completou, de forma que até mesmo um tolo como eu pudesse entender as orientações. – Em hipótese alguma você deve se aproximar dele, En. – Ordenou, com preocupação em sua voz que justificava o seu semblante de antes. Ele estava pensando no pior cenário possível, é claro. – Entendido, mestre. – Confirmei, engolindo o último pedaço do meu peixe. – Com licença, por favor. Irei me aprontar para a missão. – Apertei a capa sobre meus ombros e dei início à caminhada de volta.

[...]

Antes de um mestre do lado obscuro da Força, entretanto, minha mente estava realmente concentrada na primeira missão em mãos: A proteção de uma princesa do País da Neve. Ao menos tanto frio vai servir para alguma coisa, murmurei para mim mesmo, a caminho do portão oeste, onde ocorreria o encontro, imaginando como seria tal país nunca antes visitado. Apenas agora, também, ocorreu-me que eu seria acompanhado na missão por outro ninja do meu nível; diferente da última vez, onde estávamos em um grande grupo supervisionado por um superior, esta incumbência requisitaria discrição e poucos números militares. Sendo o aparente primeiro a chegar ao ponto de encontro, próximo de uma carroça vazia que seria ocupada pela pessoa de interesse, abaixei o meu gorro, permitindo que a água congelada que caía do céu corresse por minha pele por enquanto. Eu tinha muito sobre o que pensar.


HP [350/350] | CH [350/350] | ST [0/5] | Post [1/11]


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Vestimenta; Palavras: 598; O.B.J.: 2 missões rank C + H.U: Kekkei Genkai Kurama.

O fumo enrolado no papel de arroz queimava embalado por toda sua organicidade, de forma gradual, enquanto o vento que fluía leve e frio acima do galpão compunha aquele cenário típico de fim de tarde. Meus olhos eram fixos nos catadores e meus pensamentos fluíam como as correntezas remotas do Nilo. "Demos sorte." Minha memória remontava tempos onde eu e Kazuya tínhamos a dificuldade das ruas como nosso aparador, e sempre que tínhamos fome era inevitável não debruçar-se sobre ela. No entanto, o que nos separava hoje daqueles homens que reviravam os restos deixados ao detrito em busca do próxima necessidade vital do homem?! "Nos tornamos shinobis." Jurei nunca esquecer de onde viemos. O baseado queimava lento e meus pensamento fluíam; a barba do senhor era branca e na decadência de sua idade, esforçava-se para preencher um carrinho de feira com o material reciclável. "O que nos separa de nossos antepassados nômades?" Constantemente a afirmativa de que nada nos diferenciava surgia em minha mente, porém, havia uma coisa em especial: As classes sociais e suas divisões. Nós, oriundos do mundo e residentes da rua, éramos muitas vezes viajantes dela por puro e completo empurrão da vida, não pelo bel querer da graça. "Se eu pudesse escolher qualquer lugar do mundo, escolheria aqui." E apesar de ter sido escolhido pelo destino para sofrer as mazelas que me cabiam e até as que não me pertenciam, eu amava o resultado que havia alcançado. Não, de modo algum podia crer que aqueles senhores do outro lado da rua eram movidos pela falta de propósito e por isso naquela condição estavam; pelo contrário, acreditava eu ter dado sorte demais. É engraçado quando o sol se põem, as idéias fluem de uma melhor maneira. "É melhor entrar, esta noite promete ser fria."

Eram pesadelos terríveis aqueles que vinham me afligido; não envolvia o temor abstrato dos homens ou a guerra causada por suas armas. A simplicidade que habitava em meu inconsciente onírico era tão amedrontadora quanto qualquer outro lugar que aquela realidade já havia me transportado em tempos sombrios: Meu corpo pendia em meio ao breu absoluto e tão silencioso quanto imagino ser entre as estrelas e astros, lá somente minha própria voz me amedronta. "Está nevando." Tinha ciência da missão que havia de ser concluída em breve, no entanto, retornar ao sono havia se mostrado impossível após a segunda tentativa; resolvi reservar o tempo que restava entre a monotonia da madrugada e a largada para a viagem, para jogar shogi sozinho. Era um frescor mental impressionante o que aquela atividade me trazia, sou capaz de dizer que uma calmaria única que só aquela jogatina poderia atingir com sucesso. "Aquela voz..." Jogar contra si é questionável, no entanto, o quanto diz sobre você quando seu inferno astral trata-se de auto-tormenta? "É intangível demais para crer."

"Aquele é Enmei?" Os cabelos castanho e moderados do garoto próximo a carroça sob a neve incessante me trouxeram memórias de um passado não tão distante, sobre uma viagem até o País da Garoa. -Hey, amigo. Acenei ao longe. Era animador saber que o companheiro escolhido para aquela missão tinha sido En; havíamos tido uma grande empatia em nossa primeira jornada e ele mostrou-se um ninja habilidoso o suficiente para crer que cobriria meu flanco sem falhas -na prática, é isto que importa-. -Acho que somos os encarregados pela senhorita, não? Evitava determinadas terminologias e me expressava de forma branda e baixa. "Será que Amargo nos indicou após observar-nos naquela missão? É um bom homem, afinal." Estendi a mão para felicita-lo. -Como você está? Tudo pronto para partirmos?

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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Uma voz familiar seguida pelo vislumbre de um rosto ainda mais familiar invadiu os meus sentidos. – Amigo! – Saudei-o prontamente, correspondendo o seu aperto de mãos. O seu rosto estava estranho. Parecia com o de alguém que acabou de chorar, embora este nem sempre seja o caso. Os pensamentos a respeito de seu passado invadiram a minha mente mais uma vez; não seria difícil eu descobrir, formalmente, a respeito dele. Entretanto, esta não seria uma ação digna da Força. Eu deveria me concentrar na boa pessoa que eu sentia que ele era no agora, e nada além disso. – É o que parece. – Desviei meus olhos dos dele, voltando-os para a carruagem próxima de nós, luxuosa e vazia. Neste momento, relembrei das palavras de meu mestre a respeito do mestre do lado negro que estaria em minha mira durante a tarefa. O meu fardo será maior nesta missão, eu reconhecia. Eu deveria agir de acordo e me preparar de acordo. – Estou bem, amigo. E você? – Palavras talvez previsíveis demais, mas sinceras. – Acredito estar pronto. Mas a princesa ainda não chegou. – Concluí com um sorriso, delineando a piada subentendida. Devo confessar que, com Toyama me fazendo companhia na missão, mesmo com minha incumbência secundária sendo mantida como um segredo, eu me sentia mais confiante.

Talvez eu estivesse esperando um demasiado alarde por se tratar de uma figura real, mas, certamente, fui atingido por emoções mistas; duas silhuetas se formaram por detrás dos portões, e caminhavam com passos que misturavam a cautela e a pressa. – Aí estão. – Notifiquei ao meu companheiro de equipe, dando um último olhar dentro da carruagem para me certificar de que tudo estava em ordem. Assim que aquelas pessoas se aproximaram, por fim, pude notar a quão linda era a princesa. Possuía cabelos flavescentes, olhos azuis cujo brilho disputava com o de seu rosto, de tez alva, e dos seus lábios delicados e vermelhos. Movia-se, mesmo numa missão de transporte, como uma verdadeira rainha, e sua aura que a fazia parecer angelical e intocável a atribuía um aspecto místico. Apenas então notei o homenzarrão que caminhava atrás dela, e que parecia representar o seu completo oposto; era muito forte, desajeitado, trajava uma armadura visivelmente bem trabalhada, embora já gasta, e seu semblante alternava entre o sério e o consternado. Dei um último olhar para Toyama, antes da aproximação final de nossos “convidados”, para que eu soubesse, talvez, o que estivesse sentindo.

– Olá, Vossa Alteza. – Formalmente comuniquei, com um gentil sorriso. Com um sorriso que fazia o meu parecer uma tentativa patética de um rato do deserto de limpar os próprios dentes, ela retribuiu os cumprimentos. Apenas então notei que não sabia o que deveria falar agora. Tampouco qual seria o planejamento mais adequado para a missão em mãos. Resolvi, desta forma, utilizar o conhecimento que já tinha: – Esta será a comitiva de Vossa Alteza. – Indiquei, apontando para a carruagem mais bonita ali. – Estaremos apostando na discrição para o sucesso desta missão, então, eu e Toyama-kun, meu companheiro, seguiremos o seu transporte com uma de nossas carroças. – Brevemente indiquei o veículo simples e comum que utilizaríamos. Imediatamente presumi que aquele homem seria algo como seu mordomo ou guardião real, então não precisei informá-lo de nenhum dos pormenores.

Finalmente, parecíamos estar prontos para iniciar a designação: A princesa Yumi, cujo nome descobri durante uma breve conversa enquanto a auxiliava a subir em sua carruagem, estava finalmente alocada dentro de seu veículo. Nós também, logo atrás, numa carroça mais simples e que havia sido modificada para que pudesse conceder maior visibilidade aos passageiros, parecíamos estar a postos caso Toyama não tivesse mais nenhuma pendência. – Acho que estou pronto, amigo. – Não desejava tomar a iniciativa em tudo, e sentia que nem deveria. – Quando estiver pronto, avise ao carroceiro, sim? – Sentei-me, por fim, ciente do longo percurso que nos aguardava no horizonte.


HP [350/350] | CH [350/350] | ST [0/5] | Post [2/11]

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Vestimenta; Palavras: 469; O.B.J.: 2 missões rank C + H.U: Kekkei Genkai Kurama.

-Estou bem! O que me sobrecarregava me seguia, porém, aquela máscara arbitrária que trazia para a sociedade me caia bem em determinados momentos e este era um daqueles. A monarca ainda não havia nos dado o ar de sua aura e eu havia percebido aquilo antes mesmo de ceder ao riso, após a cômica implícita de Enmei. -Mulheres e seus hábitos. As mulheres que conhecia não eram bem princesas e seus hábitos também não condiziam tão bem assim, porém, aquela característica era marcante e de fato permeava a taxa majoritária do gênero. Sorri para o garoto. O Sarutobi parecia tranquilo, aliás, desde nosso primeiro encontro pude notar que esbanjava serenidade. "Ele me parece os sábios peregrinos." Tinha um ímpeto monástico e com certeza aquela sabedoria que corria por outras vertentes nos ajudaria a concluir aquela missão sem problemas maiores. "Assim espero."

O modo como ela se portava era belo e enaltecido pelo seu reino invernal que a acompanhou até nossas terras. Ao virar-me e abandonar a vista de En. e mirar a joia de pele pérola e cabelos valiosos como o ouro que se aproximavam, foi inevitável não encontrar-me estupefato. -É, são eles. Minha entonação demonstrava meu interior. Ao seu lado movia-se de forma pesada e truculenta sobre o chão um sujeito e seu gigantismo; não sabia se a armadura que cobria seu corpo era realmente gasta ou a cena era totalmente ofuscada pelo brilho pessoal provindo daquela princesa de longínquas terras. -Por favor, princesa, por aqui. Adiantei-me em sua direção direcionando-a até En. e ficando para auxiliar o homem com o que deveria ser posto sobre a carroça. -Prazer, meu nome é Kun. Sua voz não parecia soar tão desajeitada quanto seus movimentos; pareceu ser do tipo simpático e direto, de fato, resolvi não estender-me muito após a apresentação.

A viagem já havia tido seu início fazia algum tempo e levando em consideração a rota traçada para faze-la, acreditava que fossemos atingir nosso objetivo no dia seguinte pela manhã. -Hey, Enmei, olhe o mapa. As rédeas estavam em suas mãos e o pergaminho riscado e demarcado nas minhas. -Vamos até a cidade portuária na fronteira entre Kumo e o País do Ferro. Meu dedo seguia a linha vermelha que delimitava a rota de viagem até o ponto especificado. -Dormimos lá e pela manhã pegamos uma embarcação pequena, que precise do mínimo de tripulação, para leva-la até o País da Neve. O indicador finalizou sobre a ilha posta ao norte de Kumogakure. -O que acha, amigo? Dobrei em partes o pergaminho surrado e o empurrei ao bolso. -Estou ansioso para conhecer aquele lugar, deve ser bonito. Recostava-me sobre o assento, levando as mãos até a nuca. O ar preenchia os meus pulmões com cada inspiração intensa. "Um pouco de paz fora do vilarejo, era o que estava precisando."

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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Com o sinal de meu companheiro, aquele que entendia melhor de mapas e geografia do que eu, a viagem finalmente havia sido iniciada. Acomodado junto de meu amigo na carroça de trás, não pude deixar de sentir o revigoramento que a trepidação da carroça, os sons dos cascos dos cavalos, o vento contra o meu rosto e as árvores que transcorriam rapidamente por meus olhos providenciavam. “Olhe o mapa”, me foi dito por Toyama, redirecionando a atenção para o pequeno pergaminho que continha uma representação do continente. Dedilhando o antigo pedaço de papel, me mostrava a rota imaginária que havia traçado para que chegássemos com mais rapidez e, também presumo, segurança, em nosso local de destino. – Parece ótimo, Toyama. – Entoei, alheio à parte técnica de suas explicações geográficas. – Eu realmente não entendo nada de rotas e essas coisas. Fico feliz que esteja aqui. – Pelos céus, eu nem sabia como falar que eu era burro. Recostei-me sobre o encosto do assento, redirecionando meus olhos novamente para as árvores correntes. Eu tinha muito a pensar, como já disse, mas eu gostaria de evitar preocupações desnecessárias se possível. Por isto, pensei sobre a beleza da princesa da Neve, sobre alguns livros que eu gostava e sobre alguns aspectos de meu treinamento.

“Estamos chegando, rapazes!” foram as três palavras que me despertaram. Perder os pormenores de um percurso que eu não sabia muito bem não era algo bom, mas ao menos eu pude acordar revigorado. Assim que partimos, a luz solar parecia estar em seu ápice, embora fosse difícil dizer, já que estávamos no inverno. Agora, contudo, estava prestes a escurecer. Calculei, então, que se transcorreram umas três ou quatro horas. Eu pareceria um tolo se perguntasse para Toyama, então preferi confiar em meus cálculos mentais. Removi a capa da frente de meu corpo, já que estava utilizando-a como um cobertor improvisado, e posicionei-a corretamente em minhas costas enquanto apoiava um de meus pés sobre a plataforma do cocheiro. – Sabe me dizer qual cidade, exatamente, é esta, amigo? – Interpelei ao condutor, um homem baixinho, de tez enrugada e que utilizava uma boina tão velha quanto a invenção da roda. – Esta é a Aldeia dos Três Lobos. – Informou-me em uma voz estranhamente encovada. – Não é lá essas coisas, mas sei que só ela oferece a rota marítima que vocês precisam. – Isto talvez fosse causar um alarde local. Poderia ser perigoso, e, por causa disso, seria sábio que nós fôssemos cautelosos. Finalmente desci da carroça, indo em direção àquela ocupada pela pessoa de interesse de nossa missão.

Apesar de pequena, como eu pressupus que seria, era uma bonita cidade. A neve parecia ser, ao invés de um castigo, como ocorre em Kumogakure, um bonito véu que recaía sobre a cidadezinha portuária. Talvez por causa do grande oceano que ocupava a maior parte das fronteiras desta aldeia, o frio parecia mais intenso por aqui. Por isso, ao invés de explorar alguns dos cantos do bonito lugarzinho, busquei alguma tarefa que me trouxesse para os lados de dentro das casas e dos estabelecimentos. – Vou procurar um lugar para pernoitarmos, amigo. – Comuniquei ao Toyama, permitindo que ele decidisse se iria me acompanhar, auxiliando-me na tarefa, ou se iria cuidar de algum outro afazer. Caminhando sob a espessa camada de neve, foi quando cruzei determinada esquina que me deparei com um local que parecia convidativo e seguro o suficiente. “Sapo Amarelo”, dizia uma pequena placa que, também, continha uma pequena representação gráfica do nome do estabelecimento, logo ao lado das escritas. Espiando por uma das janelas, vi apenas alguns clientes, mas, mais importante, o local parecia limpo e, os seus funcionários, pessoas de bem. Fiz um gesto com minha mão para que a princesa e seu mordomo se aproximassem para que avaliassem o lugar. Fui o primeiro a entrar, ansioso por um abrigo contra os ventos lancinantes e a neve que molhava os meus pés.


HP [350/350] | CH [350/350] | ST [0/5] | Post [3/11]
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[Capítulo // Solo] ─ Ascensão C43c6f62d4e11b052729b6418151a638
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Enmei havia adormecido e resolvi não acorda-lo. "Esse talvez seja meu papel fundamental na missão, decidir o caminho seguro para irmos até lá. Melhor deixa-lo descansar." Um pouco de satisfação pessoal e fumo de embriaguez permearam o ar polar do trajeto. Era interessante a forma como o alpes, conforme se reduziam à planícies aos pés das cordilheiras, ganhavam uma riqueza vegetal de taiga vasta em pinhos encobertos pelo lençol fino e superficial de água solidificada. Rumávamos para aquele vilarejo em específico; o mapa fornecido não me entregava o nome do local, apenas indicava seu posicionamento e durante todo aquele caminho julguei realmente a necessidade de pararmos para pernoitar. "Talvez devêssemos seguir viagem direto." Lograva pensamentos alternativos já que o percurso era monótono e sozinho, ao lado do desacordado e distante daqueles que escoltava. O cheiro de mar era inconfundível e adentrou minhas vias aéreas com a brisa fria vinda do norte. "Chegamos."

O trotar da carruagem reduzia de forma gradual ao passo que as construções residenciais e comerciais se alongavam em um corredor receptivo na entrada da cidade. O final do caminho era tomado pela vastidão oceânica de Poseidon e toda sua imposição perante a fragilidade humana. "É realmente um local bonito." Cutuquei o colega ao lado com o cotovelo. -Acorde En., chegamos.- Desci da carroça pelo lado oposto e mirei as construções arcaicas e belas em suas simplicidade. Os passos lentos que me puseram ao lado da carruagem de Yumi para ajuda-la a descer, foram os mesmos que me moveram até o bagageiro para auxiliar Kun com as malas -não eram tantas para alguém da realeza, presumi que trazia o necessário para uma viagem e estadia curta.-

Entre as vielas da Aldeia dos Três Lobos o Sarutobi tomou a dianteira; Kun e Yumi o seguiram e tratei e cuidar de nossa retaguarda. -Princesa, por favor, cubra seu rosto com o capuz. A orientei de forma tranquila e ela compreendeu o teor da preocupação, acenando positivamente com a cabeça. O companheiro mostrou ser astuto o suficiente em ambiente urbano para que não rodássemos tanto apé com a presença valiosa da realeza até encontrarmos uma estalagem; entrou na frente e nós o seguimos. Decidi deixar que Enmei nos representasse no check in enquanto o cavalheiro da Neve fazia o mesmo pela Alteza.

-Amigo, vamos revesar a escolta do quarto esta noite?- Ambos os cômodos eram no andar superior e um ao lado do outro, de forma estratégica ao final do corredor com suas janelas voltadas para rua. -Eu preciso descansar um pouco e então eu venho cobrir sua guarda, tudo bem para você?- Não esperaria que ele respondesse, afinal, não tinha condições. Aquela cama era aconchegante demais e abraçava meu corpo para o seu interior; talvez tenha respondido, mas adormeci tão rápido que me pus alheio a contestações.

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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O jovem rapaz ajeitava seus óculos mais uma vez antes de voltar a escrever no pequeno formulário. – Então, um dos quartos é para... Hina e Gon? – Os nomes que logicamente inventei, para ocultar a identidade daqueles que nos acompanhavam na missão. – Isto. E, o outro, para Enmei e Toyama. – Agora que estava a alguns minutos do lado de dentro de um estabelecimento, para variar, podia sentir o calor, aos poucos, abrigando-se sob minha pele. Enquanto o balconista concluía a parte burocrática de seu trabalho, corri meus olhos, desta vez com mais atenção, para os outros pressupostos clientes do Sapo Amarelo. Eu não era exatamente o melhor juiz de caráter, mas possuía olhos observadores; de acordo com o que vi daqueles que estavam na recepção e no pequeno restaurante interior, nenhuma das pessoas pareciam ter segundas intenções. Aliás, nenhuma delas exibia qualquer característica de um shinobi, fosse em suas vestimentas ou em suas constituições físicas. – Tudo bem, senhor. Aqui estão as chaves. – Agradeci e começamos a subir por uma escada, aos fundos, que nos levaria para a área de hospedagem. Para ser sincero, eu me via aliviado, acreditando que nossa estadia neste pequeno povoado não apresentaria nenhuma surpresa que ameaçasse a princesa da neve. O meu trabalho era, contudo, esperar a pior das situações e me preparar de acordo.

– Não precisa, Toyama. – Informei-o assim que ouvi a sua proposta, embora a sua ausência de resposta talvez configurasse não ter ouvido o que eu disse. Não seria necessário que ele me ajudasse na guarda, afinal de contas eu descansei o suficiente na carroça, enquanto rumávamos para cá. Ademais, o meu treinamento me permitiria ficar acordado por algumas noites antes que eu sentisse algum sinal de fatiga. Os quartos que aluguei, além estarem posicionados em um dos cantos da taverna, ofereciam uma posição privilegiada, onde um possível invasor teria de se aproximar pela porta da frente. Desta forma, depois que eu, a princesa e o seu guarda combinamos alguns sinais de emergência e alguns pormenores, já com meu companheiro dormindo, nos despedimos para que eles fossem dormir também. Saí de nosso quarto, atravessando um pequeno corredor para que chegasse numa pequena praça interior, que continha uns bancos e uma bonita fonte, embora com a escuridão atual eu apenas pudesse escutar o som da água corrente. Sentei sobre um dos degraus da pracinha numa posição de meditação, de frente para a única porta de entrada do quarto da princesa. E eu faria justamente o que a minha posição, de pernas cruzadas e dedos entrelaçados, sugeria: meditar.

Mantive-me na mesma posição por várias horas, como fui devidamente ensinado. Em união com a Força neste estado contemplativo, os pensamentos que transcorriam a minha mente eram os mais ímpares; eu via um grande rio, não, muito maior do que isto. Um oceano. As suas ondas estavam furiosas, e, para onde quer que eu olhe, eu era incapaz de ver algo que não fossem ondas atemorizantes ou uma névoa que parecia descer desde os céus, enegrecendo parte da paisagem. Eu estava no centro, no olho da tormenta, mas, sob os meus pés, terra firme. Era um pequeno perímetro, mal cabendo meus pés, mas é claro que eu não ousaria pisar para fora dele, dilúvio adentro. Como fui ensinado pela Ordem, me obriguei a realizar algumas perguntas de reflexão: O que a Força me ensinava com isto? Qual era o significado de cada uma das coisas que estou vendo? É um presságio? Um aviso? Uma repreensão? Talvez, eu tivesse a resposta para algumas destas perguntas: Senti que a água seria o “mundo exterior”, basicamente, tudo com o que eu interajo que pode causar algum tipo de impacto em mim. O pequeno pedaço seguro debaixo de meus pés, talvez, pudesse ser a Força? Um baluarte de confiança que seria necessário para mim durante todo o tempo. Caso eu estivesse certo, então, este seria um aviso de que eu deveria me apoiar sob as minhas crenças nos tempos que estavam por vir?

Os minutos seguintes, contudo, delinearam um tipo de aviso completamente diferente proveniente da Força: Todo aquele oceano que me cercava parecia evaporar aos poucos. Rapidamente, na verdade, pois um imenso volume d’água sumiu em questão de segundos. Eu estava errado novamente. Não apenas “sumiu”. Tornou-se neve. Que caía, caía e caía. A minha visibilidade já baixa por causa da água agora se tornava extremamente escassa agora, com uma espessa camada de cristais de gelo obstruindo o alcance de meus olhos. Diante deste cenário, eu ao menos poderia caminhar, agora que a água que antes me restringia se encontrava num estado físico que suportaria o peso de meus pés. Caminhei pelo que pareceu ser vários minutos. Eu não sabia ao certo para onde, é claro, já que nada parecia fazer sentido agora, mas eu confiava que a Força iria me guiar para onde eu devesse ir. Imediatamente parei, assim que, do grande breu a minha frente, emergiu uma figura. Encapuzada. Possuía uma espada cintilante, de lâmina vermelha. A sombra jogada sob seu rosto era desnatural, e, por isso, eu não pude identificá-lo. Era estranho, mas agora eu não conseguia me mover também. Aquele prospecto de ceifador da morte começou uma corrida em minha direção; era muito mais rápida do que eu imaginaria, de forma que a distância entre nós se encurtou em pouquíssimos segundos.

Levantou a sua espada, e, prestes a ser cortado, fui cuspido de volta para a realidade. Caí sentado, notando que, em minha posição meditativa, eu havia sido envolvido pela Força numa profundidade em que eu estava flutuando sob o nada. Estava ofegante. Confuso. Incerto. A partir deste momento, eu entendia, mais ou menos, o que a Força queria me dizer. Ela me conhecia melhor do que meu mestre, pois sabia o que eu iria fazer. Caminhei para próximo do parapeito do terceiro andar do hotel, aquele que meus companheiros ocupavam. Apoiei as minhas mãos sobre as barras de metal, permitindo que a neve voltasse a resvalar por meu corpo. Pois, ainda mais uma vez, eu tinha muito sobre o que pensar.


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[Capítulo // Solo] ─ Ascensão C43c6f62d4e11b052729b6418151a638
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Creio que o inconsciente seja exatamente como este espaço vazio; este mesmo que me cerca. Afinal, é vazio já que por mais coisas que hajam ali, para nós são inacessíveis. É complexo de se explicar, é ambíguo, caminha na linha tênue entre o claro e o paradoxo. No entanto, era exatamente imerso em meus mares íntimos e abstratos da psique que eu me sentia todas as noites nos últimos tempos, quando ia dormir. O sonho -ou visagem- da noite anterior se repetia de maneira constante, no entanto, se intensifica de forma gradual, como se aquele breu e a voz que replicava a minha em ameaças ao meu corpo estático, me envolvessem de uma maneira perversa; era estranho o suficiente para tomar todo meu tempo extra junto ao tabuleiro de shogi e preso em pensamentos profundos sobre o que dentro de mim tanto oscilava ronda.

-Em breve estaremos juntos. A sensação em si era de pura neutralidade, algo que normalmente não se sente no cotidiano ou na paz dos montes. Eu tentava falar mas era inútil. -Não tardará, Toyama. Há profecias para ser cumprirem. O que mais me amedrontava era escutar minha própria voz sendo evocada de todos os pontos daquela imensidão escura e sem vida. Nunca antes havia chegado a tanto, ou a mencionar tal profecia; as minhas memórias são somente o vagar cansado e sozinho pelas ruas de Kumogakure. -Você vai sucumbir, Toyama. Eu sempre venço. A risada era o que mais se diferenciava de mim, tinha um tom maléfico que torturava meu espírito e retorcia meus tímpanos. "De novo!" Levantei-me. Caminhei até a pia para aliviar o cansaço e o medo com um copo d'água. "Alguma coisa não está certa comigo." Me vi de joelhos. Minha própria imagem surgiu como um flash, totalmente disforme e com um sorriso que de maneira irracional correspondia à risada diabólica que tanto me amedrontava.

Não foi difícil encontrar Enmei. Ainda era metade daquela madrugada, porém, as condições de voltar a dormir eram nulas e suspeitas foram as tão aconchegantes que me puseram no sono. -Bom dia amigo. O tom fluiu irônico de modo que acendi um cigarro atípico em papel de arroz, composto por tabaco e ervas. -Tudo tranquilo por aqui? Sentei-me no chão ao lado do genin, apoiando os cotovelos sobre os joelhos. Minha vista era o corredor e a fumaça alastrava o cheiro pelo parapeito acima de mim. -Tem algo estranho comigo parceiro. Desviei os olhos para ele. -Eu tenho tido pesadelos. São reais demais e é como se algo dentro de mim quisesse se manifestar. Provavelmente não compartilharia aquilo com ninguém em qualquer outro momento, no entanto, dois fatores colaboraram para minha sinceridade: Enmei demonstrou ser um shinobi centrado e com um conhecimento que não é comum entre meus iguais. E o que eu mais temia, seja o que fosse acontecer, aquilo parecia que aconteceria cedo ou tarde. "Espero não fazer merda." -Sou do tipo que acredita muito mais no palpável, talvez por isso eu tenha facilidade em lidar com genjutsu. Suspirei entre tragos. -No entanto, isso está ficando anormal demais para eu não começar a cogitar coisas que envolvam um passado que eu nem me recordo.

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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Fui encontrado por Toyama antes que o dia realmente começasse. Eram as primeiras horas da manhã, e, além de sonolento, ele também parecia incomodado. Este foi, na verdade, o primeiro indício da confirmação de algo que eu já havia sentido, embora eu vá abandonar este pensamento por enquanto, pois sinto que terei completa certeza nos próximos minutos. – Bom dia, Toyama-kun. – Devolvi as suas saudações, olhando para um lado e para o outro dos corredores de nossa pousada para que parecesse despreocupado. Enquanto acendia o seu cigarro, permiti que minha mente vagueasse pelas próximas etapas da missão. Contudo, eu seria puxado de volta para meus pensamentos anteriores. – Algo.. estranho? – Interpelei, confuso, para o meu amigo. – Como assim? – Rapidamente reformulei. “Pesadelos”, disse-me. “Reais demais”. Neste momento, contudo, eu não estava realmente fazendo nenhuma conexão. Cogitei que, por ser jovem, como eu, estaria preocupado com o decorrer de nosso encargo. As suas próximas palavras, contudo, atingiram-me em meu interior, trazendo à tona um sentimento muito familiar: “É como se algo dentro de mim quisesse se manifestar”. Um aperto em meu estômago demarcou a última palavra de sua sentença; por um momento ou dois, estava confuso. Mas rapidamente entendi que eu não era mais o mesmo garoto perdido, e que, agora, estava em condições de ser útil para alguém que já passou pelo que enfrentei. – Diga-me, Toyama, o que você sabe sobre a Força? – Demandei, agora confiante e com um ar curador em minha voz.

Talvez, ao menos de acordo com os meus próprios cálculos, teríamos alguns minutos submergidos neste tranquilizante silêncio da manhã. Indubitavelmente, aquele não era um lugar apropriado para o seu primeiro ensinamento, tampouco o momento certo. Mas, nesta altura, eu me encontrava surpreendentemente ansioso para transmitir a alguém o que eu sabia. – Fique sentado, mas entrelace as suas pernas. – Aconselhei. – Feche os seus olhos. – Comunicaria assim que a primeira etapa fosse cumprida. Dá-lo-ia alguns segundos de silêncio contemplativo antes de prosseguir. – A Força não é um poder que alguém tem. Não se trata de levantar rochas magicamente. É a energia entre todas as coisas, uma tensão, um equilíbrio que mantém todo o universo unido. – Entoei, caminhando ao seu redor, mesmo que, para isso, fosse necessário que eu subisse e descesse degraus. – Respire. – Mais alguns segundos em silêncio. – Agora, alcance. Alcance para fora. Com os seus sentimentos. – O que você vê? – Imperscrutavelmente perguntei, fitando-o em seus olhos, fechados e concentrados. Não eram instruções objetivas, é claro, e justamente por isso eram capazes de invocar muitos pensamentos em uma mente estarrecida. As minhas palavras foram ecos daquelas que foram me ditas há muito tempo atrás. Na primeira semana em que me tornei um aprendiz da Força, se minha memória não me engana. Eu, também, me sentia perdido e assombrado, mas tudo que a Força me mostrou quando estas mesmas palavras foram ditas para mim me fizeram entender a benção de ter sido escolhido como uma sentinela que contribuiria para o equilíbrio de todas as coisas. Espero que te ajude, também, Toyama.

[...]

Os preparativos foram feitos, e, finalmente, embarcamos no “Mos Eisley”, um nome peculiar para se dar para uma pequena embarcação. – Tudo pronto, capitão? – Perguntei ao homem que detinha o cargo, Han. Ainda não sabia se tratava-se de um nome verdadeiro ou não, mas, dada a sua reputação por estas partes, e a ausência de rotas marítimas... “legais”, e deixemos assim, não tínhamos muitas opções. – Com certeza, garoto. Sugiro que traga o seu pessoal a bordo. Partiremos daqui a pouco. – Me informou, prontamente. Como consegui convencê-lo a nos cobrar apenas quando chegássemos em nosso destino, me sentia aliviado a respeito desta segunda etapa de viagem. Caminhei até as docas, onde meu pequeno grupo de companheiros estava. – Eles já vão partir. Acho que está tudo certo. – Disse, prontamente. A negociação era uma importante vertente para todos aqueles que buscam o caminho da Força, já que podem evitar confrontos e promulgam a paz. Ao longo da viagem, apoiado sobre um dos apoios do pequeno navio, via, no reflexo da água, a mesma figura de meus sonhos. Era como se ele soubesse, de alguma forma, de minha aproximação. Não, estou sendo tolo. Isto não pode ser verdade. Coloquei o meu braço esquerdo para fora de meu manto, apertando com a mão direita um bracelete da Ordem que me foi confiado por meu mestre. Precisarei de sua Força, mestre.


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"Novamente esse termo. Força?" Era a segunda vez que Enmei mencionava sobre aquilo, a primeira havia sido em nossa cruzada até o País da Geada e naquela oportunidade minha curiosidade já tinha sido desperta. -Olha En., escutando-o falar acredito que o que eu imagino como Força, não corresponde em nada com o que queira dizer. O fumo chegava ao fim junto com aquele estado de consciência alterado que vinha atona; parecia um terreno previamente preparado. A prática da meditação era algo usual para mim, utilizava para explorar meu íntimo e muitas vezes como trabalho intelectivo de autoaperfeiçoamento; seus primeiros comandos foram claros e deixei que me guiasse, já estava perdido demais naquela situação para não aceitar uma ajuda sincera e animadora.

Levantou-se em mim uma vontade incoerente de chorar, após isso, permeei os campos vastos e verdejantes da minha consciência até que a voz de En. se perdeu completamente de meus ouvidos. Seu discurso sobre a força havia sido a última coisa assimilada e talvez fosse meu último suspiro no mundo vivente. O rosto que me botou de joelhos no quarto era o que se reproduzia ali, preso à um corpo em decomposição amarrado as correntes cintilantes e ferventes. Tudo a nossa volta era escuro como em meus sonhos, no entanto, aquele plano astral no qual havia pousado parecia ser, diferente do onírico, completamente de meu domínio. Aquele ser que me replicava apenas em aparência, divergia em gestos; se contorcia contra as correntes que pareciam apertar-se e arder mais em fervura conforme lutava. -Não escapará, garoto. Novamente aquela risada. Foi a voz de Enmei que me puxou para fora dali. Se havia sido a Força quem me dera controle sobre tal realidade ou somente a situação de estar acordado e em estado contemplativo, não me cabia tanto, mas aquele garoto havia me aberto horizontes que não imaginava explorar. -Eu vi esperança, En. Sorri para ele e então. Não me recordo do após, apenas do estado desacordado que disseram ver eu entrar. "Espero não comprometer a missão."

Fiquei pouco tempo inconsciente, no entanto, o suficiente para que meu companheiro insistisse em arrumar sozinho o nosso próximo meio de viagem enquanto eu descansava. Prometi ser de mais valia dali em diante e concordei em ficar de repouso até partirmos. Fato é, Mos Eisley não era das melhores embarcações dispostas pelas frotas marinhas de nossa Nação, e talvez nem dela fizesse parte; já em alto mar podíamos sentir no casco a verdade disso, já que era ele o responsável por erguer-se de maneira vertical e quase sucumbir quando confrontado por enormes volumes de água. Yumi era quieta e costumava observar, comunicando-se quando lhe convinha ou quando nos dirigíamos à ela. Kun, seu guarda havia abandonado, na terceira tentativa, a sugestão de um cochilo antes do destino final. Observava os mapas marítimos cedidos pelo capitão e levando em conta a constante reta que traçaríamos até a ilha onde situava-se o País da Neve, concluí que chegaríamos em mais algumas poucos horas de viagem.

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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A viagem pela água parecia estar fazendo bem para Toyama, constatei. Talvez eu estivesse enganado, ou ele soubesse fingir muito bem, mas, aparentemente, ele havia começado a entender a sua conexão com a Força. Mesmo agora não deixo de pensar na interessante conversa que tivemos de manhã cedo; quando ele me disse que viu esperança, realmente pude sentir o alívio por trás de suas palavras. E, não obstante, eu continuava sentindo uma vigorosa emanação de Força quando o via meditando ou em estado contemplativo. Confiei nele, acreditando que ele estaria apto para continuar na missão mesmo se as coisas ficassem mais difíceis – e, afinal de contas, não é como se ele pudesse desistir agora que deixamos o continente. Estávamos, agora, no final da tarde, e, de acordo com “Han”, seria por volta deste horário que chegaríamos à fronteira do País da Neve. – Boa tarde, ilustre capitão. – Surpreendi-o em sua cabine, dando-lhe um espavento em sua cadeira. O lado bom de negociar com um marinheiro é que, assim que você está a bordo, ele não pode te expulsar. – Estava me perguntando se já estamos próximos de nosso destino? – Inquiri entre os seus murmúrios de reclamações para mim e para as várias gerações de minha família tais quais eu sequer estaria vivo para ver. – Te disse que vou cumprir o que falei, moleque. Agora deixe um homem velho em paz, sim? – Resmungou mais uma vez, até que fechasse a porta comigo do lado de fora.

Assim que caminhei para fora dos aposentos de Han, vi Yumi, sozinha, sentada sobre um dos bancos próximos do estibordo da embarcação. Os seus olhos possuíam a mesma cor do oceano, e, por fitar as suas ondas infindáveis, parecia que controlava cada uma delas. – Está bem, Vossa Alteza? – Interagi formalmente, aproximando-me com a devida cautela também. Mesmo que conversar com uma pessoa desconhecida não me fosse algo tão difícil assim, não me recordo de estar na presença de uma figura política tão importante assim, mesmo que não fosse apenas desta forma que eu a visse. – Apenas Yumi, por favor. Estou bem, sim. Com saudades de casa, é só isso. – Sua voz era gentil, e não parecia estar incomodada. – Posso entender. Todos que ouvi dizem que o País da Neve é muito bonito. Mas, pelo que soube, já estamos chegando. – Entoei, escolhendo naturalmente as palavras que mais parecessem ser as corretas para o momento. Ao invés de uma resposta, contudo, ouvi apenas um ar, pesado, saindo de sua boca. Era uma lamentação pesarosa. Agora eu podia sentir a sua tristeza, antes escondida. Foi quando me lembrei, então, de algo. Pensei em fazer, e depois mais duas vezes em se seria apropriado ou não. Contudo, seu rosto triste já havia me convencido o suficiente agora. E ainda dizem que é fácil ser um tolo.

Aproximei-me de um dos bancos, e ocupei aquele que me colocava de frente para a princesa da Neve. – Me dê as suas mãos, Yumi. – Estendi as minhas, um pouco próximas, para a frente de meu corpo, como um convite. Ela parecia cética, assim como surpresa. Talvez estas duas emoções dêem uma boa combinação, já que, após alguns segundos de hesitação, ela atendeu às minhas palavras com um de seus belos sorrisos. – Agora, se concentre. – Como um instinto natural, ela fechou os seus olhos para fazer isto. – Ouça apenas a sua respiração. Isole as ondas do mar. – Apertei um pouco as suas mãos, fazendo com que prestasse atenção em mim também, embora inconscientemente. – Sempre que você inspirar, lembre-se de algo que ama sobre a sua casa. – Referia-me ao país como um todo, é claro, mas ela, como uma princesa, entenderia a mensagem. – Saboreie este momento o máximo que puder, e, quando expirar, solte-o e parta o próximo. Entendeu? – Vi seu queixo balançando para cima e para baixo algumas vezes em repetição, numa afirmativa. Era um truque de meditação utilizado em aprendizes, enquanto crianças, para que entendessem como a Força funcionava. Era fácil de realizar porque, normalmente, as pessoas têm fortes sentimentos a respeito de suas terras natais, tornando a conexão mais forte. Estávamos próximos, de forma que pude sentir seus pequenos sopros em meu rosto sempre que expirava. Ela sorriu, no meio do exercício. No fim, derramava lágrimas. Quando terminamos, ela apertou as minhas mãos por alguns momentos antes de soltá-las. – Muito obrigada. – Foi tudo que pôde dizer antes de olhar para baixo. Fiz o mesmo antes de me levantar e deixá-la, antes que seu guarda desengonçado retornasse.

Toc. Toc. Bati duas vezes na porta que dava aos aposentos de Toyama. Ele estava ali? Não havia o visto ao longo do barco, e ele não é exatamente tão grande para que alguém se perca nele. – Amigo! – Prontamente me identifiquei, buscando chamar a sua atenção. – O capitão disse que já estamos chegando. Avise o Kun, por favor, e se apronte também?! – Foi uma pergunta ou um pedido? Eu também não sabia, afinal de contas, apenas percebi que havia esquecido de pedir para que a Yumi se aprontasse para desembarcarmos quando estava no meio da frase. – Chegamos em vinte, a calcular pelo horizonte. Vou me aprontar também e vejo vocês depois. – Terminei, dobrando o corredor para o meu pequeno quarto, logo ao lado. Finalmente sozinho, me lembrei de que não poderia me permitir ser distraído; acima do fato de Toyama ser sensível à Força ou acima do fato de que a primeira etapa de nossa missão se aproximava do fim, eu teria de lidar com um mestre do lado Negro. Incisivo e objetivo, preparei a minha mente para o que estava por vir.


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[Capítulo // Solo] ─ Ascensão C43c6f62d4e11b052729b6418151a638
Vestimenta; Palavras: 386; O.B.J.: 2 missões rank C + H.U: Kekkei Genkai Kurama.

Eu possuía algum conhecimento sobre questões mentais e os labirintos da mente humana; obviamente nunca é amplo o suficiente, no entanto, a naturalidade que fluía para aquele tipo de aprendizado não transbordava apenas no modus operandi em capo de batalha. O quarto era um cubículo e minhas pernas cabiam apenas se encolhidas na cama espremida entre dois armários embutidos na cabine. O desconforto pouco me incomodava, meu pensamento navegava águas tão distantes quanto nós naquele momento. "É conflituoso." Encarar-se face a face do modo como vinha acontecendo era amedrontador, no entanto, buscava os ventos de tranquilidade pra alcançar novamente meu norte. "Será que escaparei?" Levaríamos a princesa até o porto e lá ficaríamos a disposição do Conselho do País da Neve, a reta era final mas meus problemas cada vez mais recentes. Os flashs daquela minha face eram predominantes, e quanto mais aquele rosto disforme surgia mais era exposto em resposta, a imagem dele amarrado às correntes incandescentes. Aquela altura questionava-me até que ponto iria minha sanidade; "A vida finalmente me pescou?"

A saudação vinda do corredor rompeu aquele processo. -Tudo bem! Esperava que soasse tão audível quanto a dele. Aprontei minhas coisas de forma rápida, já que como de costume mantinha em geral organizado para situações de extrema emergência. Apanhei minha mochila e minha mentalidade ao avançar a porta era cumprir o sugestionado por Enmei, avisar a Kun sobre nosso destino. -Olá, Toyama. Dali pude ver o quão alto era. Acenei de maneira positiva. -Dae, Kun. Avancei para o convés, certamente era o sexto sentido sobrepondo-se ao seu jeito atrapalhado que o fazia um bom guarda; não precisaria mais acorda-lo.

O porto estava realmente movimentado quando atracamos. Kun carregava consigo uma bandeira com o simbolo da Neve que havia acordado com seus aliados que hastearia o tecido como aviso de nossa chegada; assim foi. Eram discretos e aguardavam em grupos separados, no entanto, pude identificar de forma certeira quem estava ali para fazer o perímetro do local. Ao centro do deck de madeira uma mulher que esbanjava a aura angelical e boreal tão divina quanto a da princesa. Era um brutamontes e pesado como um touro com aquela armadura enquanto seguia a Yumi. Encarei En. -Vamos?! Meus passos foram atrasados e busquei seguir o desfilar da alteza de longe, observando o desenrolar de sua chegada.  

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4

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A pequena e veloz embarcação atravessou uma gélida névoa que se alardeava por todo o horizonte, e, assim que passamos por ela e por algumas cadeias de montanhas, um paraíso branco se revelou diante de meus olhos, na polpa do Eis Mosley: Uma linda cidade, muito grande, parecia nos dar as boas-vindas. Não tirei meus olhos da linda paisagem enquanto nos aproximávamos. Minha vista não era capaz de ver toda a extensão daquela metrópole, que se estendia desde o porto, que estava cada vez mais próximo de nós, até os fundos, estes escondidos por causa da densa camada de neve que só agora percebi que caía. Quando olhei para trás, tirando meus olhos daquela joia de quartzo, foi para avistar outra: o rosto de Yumi, pela primeira vez esboçando verdadeira felicidade e alívio. – É linda. – Falei, como que para os ventos, já que a princesa, embora trocasse olhares comigo, estava distante. Contudo, ela balançou positivamente a sua cabeça, com um sorriso de aceitação. Eu sei, foi o que vi os seus lábios delinearem. Podia ouvir vários toques de sinos, gritos de pescadores, a buzina de grandes embarcações, as risadas e os choros de crianças. Sorri, para dentro, como que para mim mesmo; existem tantos lugares do mundo que, mesmo tão lindos, são desconhecidos. Senti-me privilegiado de estar ali. Eu era novo como um shinobi, e pude rapidamente entender que esta profissão não era tão ruim assim. – Sim, vamos, Toyama. – Correspondi ao meu amigo, assim que serpenteamos pelas águas até terminarmos nas docas.

Como eu deveria esperar, uma grande multidão se aproximou de nós. Aqueles que entendiam o que estava acontecendo carregavam como símbolo identificador um sorriso em suas faces. Caso alguém ousasse duvidar da índole da princesa Yumi, esta seria a confirmação de que estavam errados. “Princesa Yumi! Vossa Alteza!” ouvi de todos os lados, vindo de todos os tipos de pessoas, cujos únicos tratos em comum era a simplicidade; pescadores e famílias de pescadores, presumi. Junto de Toyama e Kun, formamos um pequeno e despretensioso triângulo de proteção, para que ninguém se aproximasse demais de uma pessoa tão politicamente importante para o País. – Eles estão demorando. – Murmurou Kun, olhando para mim. No navio, ele me informou que, quando estávamos prestes a embarcar, enviou um pombo mensageiro para que alertasse o palácio sobre a chegada da princesa. Caso demorássemos mais do que o esperado, na pior das situações, os guardas reais poderiam vir ao nosso auxílio, presumi. Mas, também é justo pressupor que eles gostariam de escoltar a jovem mulher de volta para sua casa. Não sabia ao certo se seria ou não um exagero, pois sou majoritariamente alheio a assuntos deste tipo, mas, admito que, agora, esta ajuda viria a calhar.

– Ah! Almirante Kazuhiko! – Emitiu a princesa, em direção a um homem baixinho, gorducho e de sobrancelhas grossas que se aproximava à distância. “Almirante”, dito por Yumi, era compatível com o uniforme que adornava a engraçada figura. – Muito obrigado por trazerem-na de volta, camaradas! – Vociferou o marujo, com um punho cerrado contra uma palma aberta e lágrimas nos olhos. Enquanto todos estavam distraídos com tamanha comoção, pensei que deveria me lembrar daquele homem; feliz com o nosso trabalho, certamente não teria motivos para me contar o que pudesse saber sobre uma certa pessoa. Afinal de contas, eu não posso perder o foco desta missão. Não ainda. – Ah, finalmente. Que demora! – Resmungou Kun, olhando para uma das várias ruelas que transcorriam por onde pisávamos agora. Quando acompanhei os seus olhos, vi-os se aproximando de longe: Marchavam, cobertos de orgulho e de uma armadura azul cintilante, similar com a de Kun, embora em condições muito melhores. Mesmo que a neve que, em caída constante, abafasse os sons outrora ecoantes da marcha do pequeno grupo de elite, os ruídos metálicos de suas armaduras não podiam ser ignorados, atraindo os olhares de todos na multidão. Yumi estava prestes a ser rodeada por seus soldados leais quando se virou para mim ainda mais uma vez. Rebuscou com uma das mãos um compartimento de sua capa. Quando terminou, estendeu as suas mãos, segurando as minhas, permitindo que eu tateasse algum objeto. Era frio, e, apesar de seu aparente pequeno tamanho, pesado. – Não vou me esquecer do que fez por mim. Não fique longe por muito tempo. – Abaixei a minha cabeça, para ver o seu presente. Era um pingente no formato de um floco de neve cristalizado. Assim que levantei a minha cabeça para agradecê-la, no entanto, já estávamos separados por uma muralha azul impenetrável de soldados.

Finalmente, havíamos completado a nossa missão. Para mim, é claro, havia completado apenas a primeira parte da missão. Um forte aperto em meu estômago me lembrou de que, agora, eu não tinha mais nada para me distrair e nenhuma tarefa mais importante além daquilo. Olhei por entre a multidão por alguns segundos, perdido, procurando por alguém que só eu sabia. Meus olhos se estreitaram quando o vi. Antes que eu saísse, contudo, deveria me lembrar de que não estava sozinho. – Muito bem, Toyama! – Forcei o meu melhor sorriso, apenas com os lábios. – Bem, acho que terminamos por enquanto, não? Que tal você ir negociar a volta com o capitão? – Coloquei uma de minhas mãos em seu ombro, imaginando que, por fazer isto, meu ímpeto seria mais convincente. – Eu vou encontrar alguma taverna para que possamos descansar por um pouco e nos alimentar. – Concluí, vanescendo na multidão antes que ele pudesse me responder. Eu não poderia perdê-lo de vista de forma alguma.

– Com licença! – Este era o terceiro ou o quarto ombro que batia em minha cara enquanto eu andava contra a grande comoção que acompanhava o retorno da princesa. – Almi.. – Caramba, tudo bem que é frio por estes lados, mas estes marujos não tomam banho? – Almirante Kazuhiko! – Alardeei. – Kazuhiko-sama! – Chamei-o novamente, finalmente captando a sua atenção. Seu sorriso foi sincero quando repousou os olhos sobre minha pessoa. – Oh! Jovem da Nuvem! – Disse-me em terno tom. Cochichou algo com um de seus guardas, que utilizava um uniforme similar, despachando-o para alguma tarefa. Por sorte, então, estávamos a sós. – Você fez um ótimo trabalho em resgatar a nossa menina. Obrigado! – Eu não era muito bom em receber elogios, então apenas sorri, agradeci e mudei de assunto o mais rápido possível, como normalmente fazia. – Na verdade, Almirante Kazuhiko, eu gostaria de falar com o senhor sobre algo. – Murmurei, agora me aproximando do senhorzinho para que ninguém mais ouvisse. – É um assunto muito importante, sobre o qual talvez o senhor seja capaz de me ajudar. – Ele pareceu levemente consternado, mas parecia honestamente solícito em me ajudar. – É claro, é claro, meu jovem! Venha, tem uma taverna ali. – Interessante. Parece que eu não estava mentindo sobre o que eu ia fazer, afinal de contas.

Achegamos-nos num canto confortável de uma lanchonete noturna de esquina. Como de costume, sentei no banco mais próximo da janela. Parecia rude utilizar a minha capa coberta de neve no interior de um estabelecimento, então a pendurei próxima da entrada assim que adentramos. Limpava os resquícios de neve de meu colete enquanto o senhor interagia com a jovem menina que trabalhava no balcão. O clima era pacífico e caseiro, quase fazendo com que eu esquecesse de problemas tão urgentes que pairavam sob minha cabeça. – E então, como um humilde navegador dos mares pode ser de assistência? – Inquiriu, misturando, com uma colher, o açúcar em seu chá. Gostaria de passar mais tempo ali, mas deveria me lembrar de que esta reunião deveria permanecer secreta. – Estou procurando por uma pessoa. – Tetricamente enunciei, revisitando algumas memórias desagradáveis enquanto fitava seu chá, dançante, dentro da xícara. – É um assassino. – Seus olhos se arregalaram brevemente, interrompendo o seu beberico por alguns instantes. – Ele se isolou, pelo que sei. É um “Jashin”, como dizem em meu continente. Do lado Negro da Força. – Ele lentamente fechou os seus olhos, como se estivesse revendo um velho conhecido indesejado. Engoliu o seu chá e suspirou pesarosamente. – Nós o chamamos de Ren por aqui. O que quer com ele? – Questionou. Abriu novamente os seus olhos, desta vez com um ar inquisitivo neles. – Apenas pistas sobre o seu paradeiro. É para o meu mestre, um cavaleiro da Ordem. – Não sei nada sobre Ordem ou seu mestre, rapaz. Mas, para o seu próprio bem, não deveria investigar estas coisas. Vimos muito estrago em alguns pontos isolados das nossas fronteiras. As cenas eram... feias, garoto. – Me aconselhava. Seu tom, agora, lembrava-me o de Haseo. – Mas, isso não muda o fato de que eu te devo pela princesa. Apenas diga-me a palavra e eu te direi o que sei. Mas deve ter cuidado, rapaz. E então? – O ultimato que eu tanto esperava. Eu já havia debatido com meus próprios pensamentos por tempo o suficiente para não hesitar agora. – Sim, por favor, Almirante. Eu quero saber onde ele está. – Decretei, olhando-o em seu rosto com uma improvável mistura em meu semblante de certezas e dúvidas.


HP [350/350] | CH [350/350] | ST [0/5] | Post [7/11]
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[Capítulo // Solo] ─ Ascensão C43c6f62d4e11b052729b6418151a638
Vestimenta; Palavras: 479; O.B.J.: 2 missões rank C + H.U: Kekkei Genkai Kurama.

"E lá se vai ela." Rodeada por imponentes homens que armavam sua escolta e dispensavam o frágil cordão de proteção que eu, Enmei e Kun fazíamos em torno da princesa. Vinha sendo uma viagem tranquila e preferia projetar em meus campos imaginativos a hipótese que nosso plano havia sido bom o suficiente para evitar transtornos, e não que eles não estivessem nos espreitando realmente. A tarefa solicitada pelo companheiro era simples e me levou pelas docas até alcançar a embarcação de Han novamente. -Olá Han. Seus olhos me fitaram como um bom analista dos mares no ápice de seu rum. -Ah! Garoto silencioso. O que deseja? Sorri entre risos abafados; aquela incursão era uma das raras vezes que me mantive tão quieto e até mesmo ele percebera. -Gostaria de acertar nossa vinda até aqui e adiantar algum pelo nosso retorno. Seus braços abriram-se e seu corpo pendeu para fora do convés segurado pela corda e balançando a garrafa com o membro oposto. -Ótimo, Toyama. Esperarei por vocês aqui com meu amigo Zacapa. Novamente aquele vidro em suas mãos cintilou em minha direção.

En. havia se dispersado entre a multidão do porto e ao retornar, não havia mais ninguém ali além dos cuidadores e responsáveis pela manutenção do local. "É uma boa hora para fumar um e aliviar a cabeça." Toda aquela imensidão azul e agora aquelas terras gélidas me fizeram retornar à algo aproximado da sanidade que me era natural, no entanto, sentia o conflito constante e crescente habitar e se instalar dentro de mim. Era no mínimo duvidoso o quanto eu ainda aguentaria, e entre aqueles passos que me guiavam e as mãos que enrolavam a seda, minha mente distanciava-se para planos que fugiam de minha duplicata e sua perversidade exposta em tantos detalhes. O local era a saída do pequeno bairro litorâneo que abrigava os recém chegados. Alcancei o telhado da última residência e pude vislumbrar a minha frente o tapete branco que se esticava recheado por arvoredos que seguiam a ordem natural até perderam-se de vista na direção das montanhas no horizonte.

Os trago intensos já não alteravam mais minha consciência como no começo, apenas acalmavam o turbilhão que instalava-se em minha mente. "Quem é aquele?" Movia-se de forma rápida entre a neve, porém, ainda distante. Era como um ponto negro saltando em destaque e veloz na direção do pequeno conjunto de casas no qual estava; aquilo não me parecia ser boa coisa. "Trás algum recado?" Ou talvez ele fosse o próprio preságio dos céus, já que conforme se aproximava a neve intensificava sua descida até nossa presença e os ventos pareciam mais frios e permeavam até minhas cartilagens. Aquela aguda dor de cabeça apagou-me de forma súbita; a última coisa que me recordo com certa clareza é do cigarro caindo bons metros até o chão e em seguida um forte explosão. "O que está acontecendo?"

CH: 1625/1625; HP: 425/425; ST: 0/4 ID: 1/3

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Eu parecia estar fazendo algum progresso a respeito da missão que me foi dada por meu mestre. O que ele não imaginava, entretanto, é que o meu propósito era outro; ao invés de adquirir informações sobre o paradeiro do assassino, eu iria encontrá-lo com a intenção de impedi-lo, permanentemente, de que causasse mal a alguém. Ao longo dos últimos dias, mais essencialmente desde quando a viagem para o País da Neve se iniciou, eu tenho sentido algo estranho. Talvez seja o que meu mestre tenha várias vezes classificado como uma “perturbação na Força”, embora eu não tivesse certeza sobre isso. Basicamente, através de sonhos, ou pesadelos, assim como de sentimentos, eu tinha espécies de visões, ou presságios. São sempre simbólicos, de difícil interpretação, e por isso eu me sentia tão confuso. Agora que eu investigava sobre a localização exata do assassino, o “Ren”, eu esperava que, assim que minha missão fosse resolvida, eu "voltaria ao normal", se isto existisse. Apertei o pingente que Yumi me deu, disfarçadamente fitando-o por debaixo da mesa, em minha mão, enquanto pensava sobre todas estas coisas. Um longo suspiro de Kazuhiko me trouxe de volta para a realidade. – Tudo bem, garoto. – Virou-se parcialmente na cadeira, apontando para uma das grandes montanhas. – Basicamente, você tem que seg– Fumaça, pedregulhos e fogo. Uma grande explosão atingiu a taverna em que estávamos.

Por algum motivo, não estávamos na área de impacto direto. Mas isto não impediu que a grande onda de choque criada não nos desestabilizasse por completo. Meus ouvidos emitiam um zunido desagradável, indubitavelmente por serem surpreendidos pelo grande estrondo, que acabava por abafar os gritos espalhados em volta. Um calor intenso. Pedras me atingindo e caindo sobre mim, no chão. Estavam buscando atacar a princesa? Até mesmo raciocinar se provava uma tarefa difícil enquanto me via desnorteado. – Ah... – Algo havia perfurado toda a bolha de caos que me envolvia. Esta voz era sombria. Robótica, de certa forma. Senti um puxão em meu braço, este que me virou para cima ao chão. Ainda com a visão turva, pude notar uma figura vestida de preto, com o rosto oculto por algo que parecia ser uma máscara. Grargh! Recebi um pisão em meu ombro. – A Força te trouxe direto para mim, aprendiz! – Sua voz era trêmula, como se estivesse sadicamente ansioso. Quando removeu um de seus pés de meu ombro, segurou-me pelo pescoço, me trazendo para cima, suspenso, no ar. Aproveitei o deslocamento para puxar uma kunai da bolsa de minha coxa, ainda completamente alheio ao que realmente estava acontecendo.

A Força? Então aquele homem era o Ren? Quando fui trazido pelo pescoço para mais de dois metros de altura, percebi a monstruosidade daquele homem. O seu braço, me sufocando, não dava nenhum indício de que iria esbambear. Ainda, as várias cicatrizes e queimaduras na parte superior de seu corpo, desprotegida, evidenciavam o tipo de homem cujo qual eu estava lidando. Eu não poderia deixar aquilo continuar por muito tempo, e, por isso, julguei que seria a hora de colocar à prova algo que ouvi: Rodopiei minha kunai em meu dedo indicador, firmando-a com o que me restava de energia antes de cravá-la, horizontalmente, na jugular de sua cabeça. Soltou-me imediatamente, fazendo com que eu caísse sentado, ofegante. Deu alguns passos para trás, faltantes, soltando uma respiração desregulada e esganiçada enquanto se debatia com a minha lâmina. Uma grande coluna de fumaça nos envolvia, esta proveniente da explosão, e entendi que estaríamos a sós por algum tempo. Clank. O som de metal contra o chão trouxe meus olhos de volta para o malfeitor, que se levantava, finalmente, murmurando algo para si mesmo. – Isto vai ser divertido, aprendiz... – O buraco em seu pescoço jorrava sangue, mas ele parecia não se importar. Não sei se “divertido” é o termo mais apropriado para o que me espera.


HP [350/350] | CH [350/350] | ST [0/5] | Post [8/11]

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