Rank D — Floricultura da Vila
Descrição: A garota que cuida da floricultura agora é uma Kunoichi médica muito atarefada. Sua missão é cuidar da floricultura enquanto ela está fora. Se tem alergias a flores, utilize uma máscara.

Assim que acordei, me senti tranquilizado pela forte certeza de que eu vivia em uma das poucas ocasiões em que o futuro parecia certo e palatável. Ainda não apenas isto, mas também otimista. Em passos ainda atordoados para fora da minha cama, me vesti apropriadamente e me equipei com todos os meus utensílios; pois eu sabia, naquele dia, exatamente o que fazer. De acordo com meu mestre, Haseo, já habitava, dentro de mim, a sabedoria e o poder necessários para que eu continuasse a escalada no suposto sistema organizacional militar que visava reger sobre os grandes países do continente. De fato, como apontado pelo meu próprio mestre, era um sistema falho, e com algumas brechas, mas, visto que a sua intenção era justa, seria sábio de minha parte me submeter a este.

O primeiro passo para que isto fosse feito, desta forma, era a realização de missões de baixo nível. Eu já tinha certa noção acerca de seu funcionamento, já que tinha visto, em algumas ocasiões passadas, algumas crianças realizando-as. Por certo, seria estranho alguém mais velho, como eu, ter de fazê-las, mas, novamente, como meu mestre havia me dito, este era um sistema falho, mas que visava o melhor para o país. Desta forma, me desloquei para a central de distribuição de missões mais próximas de minha casa, assim que meus preparativos tivessem sido concluídos. Estas centrais, de nome auto-explicativo, seriam as responsáveis locais para incumbir missões de nível apropriado de acordo com a classificação dos ninjas solicitantes. Troquei algumas palavras com a balconista e, ao fim de nossa interação, recebi um pergaminho que dizia que eu deveria realizar a limpeza e a manutenção de uma floricultura local.

Iniciei a tarefa imediatamente. Não eram missões difíceis, afinal, e eu desejaria me livrar de tarefas deste nível o quanto antes. Eram um bom exercício de diligência e de paciência, mas, ao meu ver, não eram muito mais do que isso; e estas eram qualidades que eu já havia adquirido, afinal de contas. Desta maneira, desloquei-me para a floricultura em questão, cuja localização era revelada no mapa dentro do pergaminho que recebi. Como de se esperar, por ser um estabelecimento mantido por uma mulher, já estava perfeitamente limpo quando cheguei. Limitei as minhas atividades, então, a regar as plantas e limpar os poucos resquícios de sujeira que eu era capaz de encontrar ao longo do dia. No fim, tranquei o local, posicionando as chaves no pequeno compartimento apropriado e retornando para a coleta de minha recompensa.

Rank D — Reformas da Vila
Descrição: Desde o último ataque a vila está sendo reconstruída, e você como um jovem ninja deve colaborar. Sua missão é pintar muros e cercas por toda a vila.

Como anteriormente dito, o meu ímpeto era o de completar todos os requisitos para que eu pudesse avançar de nível o quanto antes. E, as missões de nível D, as mais baixas, eram as menos interessantes de serem realizadas; por isto, já que eu teria de enfrentá-las mais cedo ou mais tarde, decidi, ainda dentro da central de distribuição de missões, que eu as realizaria o quanto antes. – Tem mais alguma para mim? – Redargui em direção à jovem mulher que cuidava do balcão naquele período. Não pude discernir ao certo que pensamento o seu semblante me revelou diante de minhas palavras, mas me contentei com sua rápida ida às estantes de pergaminhos para confirmar mais alguma missão.

Desta vez, de acordo com o pergaminho, eu deveria auxiliar nas reformas de um distrito específico da vila. Durante o meu percurso, me deslocando para o local para concluir esta missão, lembrei que, há um ou dois dias atrás, numa das lojas de conveniências que eu frequentava, havia ouvido entre os cochichos usuais dos vizinhos que uma pessoa havia cometido um atentado nas redondezas deste local. Imediatamente presumi que, para que estivessem designando jovens ninjas para ajudar na reconstrução, o estrago deveria ter sido ainda maior do que o mencionado pelos rumores. Apenas meus olhos poderiam me dar a certeza, entretanto.

Assim que meus pés concluíram a tarefa de me movimentar para o local em que eu realizaria a missão, as minhas suspeitas foram confirmadas: Um grande estrago havia sido causado. Máquinas para todos os lados, cordas, roldanas e diversos materiais de construção espalhavam-se por todo um grande perímetro, que ocuparia, talvez, duas quadras. Diante da pesarosa visão, me senti impelido a agir o quanto antes; localizei um dos responsáveis da obra e auxiliei-o com trabalho braçal. Enquanto realizava a tarefa, pensei em inúmeros jutsus que eu poderia aprender para fazer isto ser menos cansativo e dispendioso. Contudo, eu não os conhecia, então me limitei a concluir a tarefa e, finalmente, retornar para preencher a papelada e notificar os oficiais que o trabalho havia sido encaminhado com a minha ajuda. Entretanto, algo rapidamente me puxou da bela sensação de dever cumprido, durante a minha volta.

Rank D — Minas Subterrâneas - Resgate
Descrição: Você sente um tremor e de repente, uma das minas desabou. Você deverá procurar e resgatar os trabalhadores que não conseguiram sair. Atue rápido e com cautela.

No retorno desta segunda missão, entretanto, enquanto o sol ameaçava declarar a sua ausência, algo inesperado aconteceu. É fácil você se deixar levar pela mesmice do dia-a-dia, mesmo quando se é um guerreiro ou um ninja, e, então, ser pego de surpresa, desprevenido. Isto já aconteceu com várias figuras importantes e temidas ao longo da história, o que confirmava que realmente poderia acontecer com qualquer tipo de pessoa. Através de meus pés, senti um leve mas persistente tremor. Através de meus ouvidos, algo que parecia ter sido a detonação de dinamites ou de algo de natureza similar. Com meus olhos, à distância, já que estava numa ponte que me oferecia uma posição privilegiada diante de parte do bairro, pude ver uma grande comoção confusa sendo originada.

Não tinha certeza de qual deveria ser a minha decisão diante da situação; como um discípulo da Força, ou, ainda, como um shinobi, eu deveria agir. Mas, de acordo com as circunstâncias, também seria justo afirmar que vários outros ninjas – inclusive aqueles melhor qualificados do que eu – teriam ouvido a perturbação e, portanto, também estariam a caminho. Portanto, imerso em um dilema enquanto uma densa coluna de fumaça se refletia em minhas íris, utilizei um dos ensinamentos básicos da Força: Caso fosse eu aquele a sofrer, o que eu gostaria que fosse feito por mim nesta situação? Sorri, sendo mais uma vez abençoado pelos ricos ensinamentos que foram passados a mim. Agora, eu sabia exatamente o que fazer.

Apoiando meu pé direito sobre o parapeito da ponte, me impulsionei com o auxílio de meu chakra para realizar um pulo de longa distância. Antes mesmo de aterrissar próximo de onde o incidente havia ocorrido, pude melhor assimilar a situação; uma saída cavernosa era o ponto de origem da grande fumaça e, portanto, provavelmente, da explosão. Quando meus pés me devolveram ao chão, vasculhei as redondezas com meus olhos. Nenhum ninja de alta patente ainda havia chego aqui? Eu era o primeiro? Imediatamente e sem pestanejar mergulhei para dentro da fumaça. A Força me daria a coragem e o poder necessários.

Assim que cruzei a entrada, senti que fui transportado para uma dimensão malévola, regida por um demônio: Gritaria, incêndios, pânico. – Se acalmem! – Dirigi para alguns dos homens que pareciam estar bem. – Devem ter vários machucados por aqui. Se nós não agirmos logo, seus amigos irão morrer! – Não era favorável de apelar para os sentimentos pessoais de outros, mas as palavras simplesmente saíam automaticamente de minha boca. Rapidamente, busquei liderar pelo exemplo; corria em direção dos feridos e os punha em meus ombros, levando-os para fora. Repetia o processo. De novo, e de novo, e de novo. Gradativamente senti, através dos olhos arregalados de alguns dos trabalhadores das minas, que eles gostavam da minha presença ali. Mesmo que tivessem menos capacidades físicas, estavam fazendo a mesma coisa que eu. Independente do ambiente que parecia mau, as faíscas de generosidade e bondade estavam dando início a um grande incêndio que sobrepujaria aquele acidente. Aos poucos, até mesmo aqueles levemente feridos se levantavam e começavam a ajudar os outros.

Finalmente, terminamos. Sentado ao chão, cansado, vi o que sobrava do local de mineração desabar, fechando para sempre aquele lugar. Apesar de nosso sucesso, houve fatalidades, e, portanto, aquilo não era, de forma alguma, um momento feliz. – Estavam testando um novo explosivo lá para baixo. – Contou um dos funcionários a um dos ninjas superiores, que finalmente começavam a chegar no local.  Eu sentia muitas coisas; decepção, por ninjas melhor preparados do que eu terem demorado tanto. Tristeza, pelas vidas perdidas. Solidariedade, por ouvir palavras gentis daqueles que salvei. Exerci a contenção, impedindo que meus sentimentos me controlassem, fazendo, na verdade, o oposto. Um dos mineradores estendeu a sua mão, me ajudando a me levantar. – Obrigado. – Eu tinha muito a dizer, e, justamente por isso, senti que não deveria falar nada. Eu deveria ir para casa.

Considerações: