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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
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Convidado
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Desde os nossos primeiros dias juntos, quando eu tinha cinco ou seis anos de idade, o mestre Haseo insistia em longas caminhadas para fora do lugar em que estávamos e que, provavelmente, culminaria em alguma lição num cenário natural muito bonito; muitas vezes me perguntava se ele ficava procurando por eles enquanto não estava me ensinando. Quando eu era menor, lembro-me de ser carregado em suas costas que, na época, pareciam as de um gigante. Agora, ele era apenas alguns centímetros mais alto que eu, mas, curiosamente, o sentimento de inferioridade não tinha mudado tanto: ele ainda parecia um guerreiro inabalável diante dos meus olhos. Enquanto descíamos por uma escadaria rochosa natural nos sopés de um alcantilado desfiladeiro, perguntava-me sobre o que seria a lição desta noite. Normalmente, eu pensava que, quanto mais longe estivéssemos do vilarejo, mais profundo – ou poderoso – seria o ensinamento. Desta vez, no entanto, não estávamos tão distantes assim. Na verdade, assim que chegamos à beirada da entrada caverna, o nosso ponto de destino, pude ver, ao longe, os luzeiros de nossa terra natal. – Não se distraia, En. – Novamente fui puxado de meus devaneios, anelando a visão de meu mestre, a cada passo, se dissipando na escuridão. Não desejando me perder, entrei logo em seguida, tateando no caminhar.

– Durante vários anos no passado... – Ouvi de uma voz pujante, que rapidamente identifiquei como a de meu mestre. A sonoridade estabelecida pela caverna e a escuridão inescapável faziam parecer com que a sua voz estivesse vindo de minha própria psique. Ainda tentava discernir que tipo de lição receberia quando ele continuou: – Houve um período em que, entre os shinobi, a Força estava extinta. – Meu nível de atenção aumentou drasticamente quando ouvi o sábio Haseo entoar estas palavras. Como alguém que estuda a Vontade dos Céus há tantos anos, era difícil não ter meu interesse aguçado quando ouvia uma história cuja introdução falava sobre a sua possível extinção. Assim, ainda titubeando entre pedras e escuridão, busquei manter ao menos os meus ouvidos afiados. – Foi neste momento, como nos foi ensinado, que entendemos que a Força não se limitava a humanos. – Continuou dizendo, escolhendo as suas palavras e o tom de sua voz com a acribologia de um contador de histórias. – Outros seres sencientes, aqueles que exprimiam um desejo sincero de coração, também foram abençoados com a Vontade do Relâmpago num momento crucial da história. – Me maravilhei com a constatação, desacelerando meus passos, subconscientemente, para permitir que o novo fato tocasse o meu âmago. Assim que o som dos passos de meu mestre parecia distante, entretanto, me obriguei a continuar acompanhando-o. – Ao longo do tempo, visando restabelecer o equilíbrio, eles bondosamente ensinaram a Força para uma nova geração de shinobi. Aqueles que, de forma inata, possuíam uma forte conexão com ela. – Concluiu, e, neste momento, senti que seus passos pararam. Por instinto, eu também parei, embora, na escuridão, fosse impossível discernir se algo havia mudado. Pensando em suas palavras, contudo, um incômodo imediatamente me aturdiu. Uma linhagem que possuía uma “forte conexão” com a Força? Eu já havia ouvido isto antes. E, na verdade, eles diziam que era...

– O clã que passou a ser conhecido como Sarutobi, En. – Suas palavras foram extremamente fortes, e me abalaram em meu íntimo. No momento em que o nome de minha família foi mencionado, várias tochas acenderam-se com uma forte chama, irrequieta e incandescente. – A sua família. – Constatou novamente, concedendo ainda mais gravidade para a situação. A luz das tochas agora iluminava o perímetro, e revelava algo que, com certeza, não havia sido formado pela natureza. Este pequeno lugar, formado dentro da caverna, parecia ser um pequeno esconderijo; era de formato circular, seu chão era liso, diferente das rochas irregulares que adornavam o solo da caverna ao longo do percurso até aqui. Nada mais se encontrava ali além das tochas, de nós, e de um estranho altar que repousava sobre o centro. Meu mestre estava próximo dele, de frente para ele e para mim. Olhava-me com olhos severos, vultosos e introspectivos. Assim que tomei tempo o suficiente para assimilar a situação, ainda confuso, me aproximei do altar. Era bonito, parecia ser de prata, e estava firmemente estabelecido sobre um suporte de madeira, escura como carvalho. Olhei para meu mestre, e depois de volta para o altar. Seu silêncio inabalável enquanto minha mente corria, em disparo, por todas as possibilidades me diziam que ele esperava este tipo de reação. Continuei pensando por alguns instantes, mas havia um limite do que eu poderia realmente entender daquilo, e não era muito. Ele pareceu entender isto após alguns segundos. – Ainda existem coisas que tenho de te ensinar, En. Mas existem coisas que apenas eles podem te ensinar. – Estreitei meus olhos conforme sentia a aceleração das batidas de meu coração, tentando entender o significado daquele segredo que havia, há tanto tempo, sido guardado para mim.

HP [225/225] | CH [225/225] | ST [0/5] | Post [01/10]
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Convidado
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Parecia ter finalmente compreendido o real significado de suas palavras. Aparentemente, eu estava por me tornar o aluno de feras sencientes e milenárias que, há muitos anos atrás, foram a espécie que assegurou a permanência da Força no mundo conhecido. Era, sem dúvidas, um grande privilégio, mesmo com as várias dúvidas que ainda pairavam sobre a minha cabeça. Eles estariam desejosos de me ensinar os caminhos? Que tipo de espécie eles seriam? Como eu iria até lá? Por que estávamos nesta caverna oculta? – Você ainda não deve ter entendido muito. – Afirmou meu superior, mantendo seu semblante inalterado enquanto meus olhos retornavam para seu rosto. – Não se preocupe. Você não precisa entender muito agora. Eles não precisam que você saiba de muitas coisas, apenas que tenha um coração puro. E isso você tem. – Reassegurou meu mestre, num tom enternecedor o suficiente para que eu sentisse alguma segurança, ao menos por enquanto. Assim que ele também sentiu que eu externava este resquício de confiança, levou sua mão direita para a parte interna de seu haori, como se procurasse algo em suas costas. E, de fato, procurava; sua mão direita retornou para mim com uma adaga, cerimonial, a julgar pelas várias marcações e inscrições desde o cabo até a bainha.

Segurei-a, ainda incerto do rumo em que nossa conversação estava tomando. – Esta caverna, oculta de toda a civilização conhecida, é um dos três lugares no mundo que podem ser utilizados para contatar a dimensão deles. – Continuou lecionando, tendo toda a minha atenção, como de costume. Enquanto ouvia suas palavras, corria meu indicador pelas cuidadosas e meticulosas inscrições na bainha da lâmina, questionando-me sobre a sua origem e sua idade. – É o único do país. – Afirmou depois de um tempo, num tom suavemente elevado, sendo bem-sucedido em recuperar minha atenção. Esvaiu uma grande expiração, como se lamentasse por suas próximas palavras com um olhar consternado. – É lamentável que um lugar tão sagrado e honroso como este tenha de ser mantido longe de outros olhos. Como se fôssemos ocultistas ou necromantes. Mas é tudo para o bem desta espécie. – Aos poucos, eu era capaz de compreender melhor a relação quase interdependente que havia sido estabelecida entre homem e besta. Menos apreensivo agora, me sentia na verdade ansioso pelo que estava por vir, mesmo não sabendo exatamente o que era. – Mestre... você me disse que estes animais servem apenas a minha família, não? Então, como o senhor... – “Sabe tanto sobre eles”, era provavelmente o que eu gostaria de perguntar. Mas, diante de alguém que eu estimava tanto, até mesmo palavras como estas pareciam um insulto a alguém tão honroso.

– Ashla, meu aprendiz. O equilíbrio da Força. Cada indivíduo tem uma atribuição no universo. – Relembrava-me de alguns ensinos fundamentais que tive enquanto ainda um garoto. – Da mesma maneira que a sua família é a principal responsável pelo cultivo da Força, a minha é a principal responsável, dentre várias outras, pela proteção do conhecimento. – E, de repente, várias coisas começavam a fazer sentido para mim. O motivo de ele saber tanto sobre a Vontade dos Céus e ser tão próximo dela, assim como ser a pessoa responsável por mediar o quanto de informação eu posso assimilar de uma vez. Perguntei-me quanta coisa eu ainda não sabia por ser imaturo ainda. – Família Sarutobi – Apontou para mim. – Força. – Atribuiu. – Família Tengoku. – Apontou com seu polegar para si mesmo. – Proteção. – Atribuiu novamente. Eu tinha uma estranha reação de sorrir quando eu aprendia algo que realmente me aguçava o interesse, e agora tive de lutar contra minha vontade de esboçar um largo sorriso. Como um bom apreciador de histórias, a riqueza enraizada entre nosso passado era absolutamente linda. Depois que senti a vontade de sorrir, senti a vontade de escorrer lágrimas. Contive ambas.

HP [225/225] | CH [225/225] | ST [0/5] | Post [02/10]
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Algumas coisas pareciam finalmente estar ficando claras em minha cabeça, fossem elas sobre estas bestas que cultivavam a Força entre si, fossem elas sobre a família e a função de meu mestre. Só então que notei, contudo, que ainda estava em posse daquela adaga cuidadosamente cravejada. – Entendo, mestre. Ou acho que entendo. Mas e.. isto? – Questionei após o que pareceu ser um grande tempo sem ouvir a minha própria voz ressoando pela caverna. Indiquei, com um gesto, a adaga e aquele grande palanque ritualístico que nos separava. Mantive meus olhos fixos nele enquanto o silêncio introspectivo por parte de meu mestre perdurou. – Eu não estou fazendo nenhuma escolha por você. Você é um com a Força, e não comigo. – Exprimiu em tom severo, rapidamente correndo seus olhos pelo altar e retornando-os para mim. – Este é um contrato sanguíneo. Você provavelmente aprendeu algo disso, mesmo que apenas a superfície, na Academia Ninja. – Na verdade, eu não havia propriamente tido parte com esta tal academia ninja que a maioria dos jovens aspirantes a shinobi se submetem; tendo a minha condição explicada aos meus superiores, tive que fazer uma prova teórica após alguns dois ou três meses em aprofundado estudo de vários volumes que visavam resumir todo o conteúdo aprendido. Mas, de fato, sua ideia raiz estava correta. Eu sabia o que era um pacto de sangue.

– Envolve ter a capacidade de invocar um animal para lutar por você. – Mantive minha resposta curta para reduzir, junto delas, a possibilidade de cometer algum erro na afirmativa. Elas foram recepcionadas por uma breve afirmativa com a cabeça do meu único ouvinte, também meu tutor. – Em suma, sim. Mas existem duas coisas que você precisa saber, antes de qualquer outra. – Novamente, assim como há alguns minutos atrás, meu interesse havia sido rapidamente afiado, tornando-se como uma lâmina diamantina. Ou eu sou alguém facilmente influenciável ou ele realmente tem um jeito com as palavras. – A primeira coisa que tem de saber é o que estive te explicando nos últimos minutos: Você poderá invocar estas bestas, mas elas não são como nenhuma outra. Elas possuem uma forte conexão com a Força, tão forte quanto a sua, reconheço, e provavelmente serão muito mais fortes que você. Elas não lutarão por você. Elas lutarão com você. – Rapidamente entendi o que quis dizer; ele já tinha me explicado que se tratava de criaturas milenares, que viram incontáveis guerras antes mesmo de eu nascer. Eu teria de provar o meu valor a elas. – Entendi, mestre. E a segunda? – Retornei a interpolá-lo, com um estranho sentimento de que este carregaria um grande peso junto de si.

– A segunda coisa é que você fazer o contrato não assegura a obediência. – Parecido com o que eu havia cogitado há pouco. Eu provavelmente teria de demonstrar que minha conexão com a Força era forte o suficiente e, assim como fiz para o mestre Haseo, teria de mostrar que meu coração é corretamente inclinado. – Acho que você não entendeu. – Revogou-me a razão o meu mestre, como se pudesse ler meus pensamentos. – Eu não sei a que tipo de teste você será submetido. Nunca tive um aluno que julguei ser digno do que você vai encontrar. Mas já vi ninjas baixos voltarem mutilados. – Retornou os olhos para o cálice, como se lembrasse de algo amargo. – Assim como também vi ninjas baixos sequer voltarem. – Entoou, em baixo tom, num murmúrio que, ainda assim, carregava grande seriedade. Desta forma, se eu entendi corretamente todas as instruções, eu iria me encontrar com bestas centenas de vezes mais fortes e experientes que eu e que poderiam ou não me assassinar, de acordo com a sua vontade. Probabilidades interessantes.

HP [225/225] | CH [225/225] | ST [0/5] | Post [03/10]
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I n t e r l ú d i o
O Temor do Sábio

Aquilo não era exatamente o que eu tinha em mente. Nem em um milhão de anos eu seria capaz de adivinhar que uma situação como esta aguardaria por mim nesta noite fria. Agora, estava nervoso, sendo surrupiado pelo medo e pela dúvida. Mas, ao mesmo tempo, existia uma força dentro de mim que lutava contra as incertezas que levavam para o caminho sombrio; o desejo de melhorar, o desejo de proteger, o desejo de sorrir. Talvez, por me manter longe da vila por tanto tempo, eu não tinha muitos amigos. Mas, mesmo assim, eu gostaria de retornar para casa sabendo que era um dos pilares que sustentavam a paz que tínhamos, uma benção que muitas outras nações não tinham. Pensei nos poucos amigos que ainda pareciam se lembrar de mim, no sorriso de minha mãe e nos olhos orgulhosos que vez ou outra vi meu mestre esboçar ao me ver superar um desafio atemorizante. Então, era isto. Eu estava decidido.

Cerrei o punho que empunhava a adaga. Endireitei minha postura, tomei uma profunda inspiração pelas narinas e fitei meu mestre mais uma vez. – Entendido, mestre. Eu aceito. – Assim que ele viu minha nova postura, antes mesmo de ouvir o que eu tinha de dizer, cruzou os braços e eu poderia arriscar que vi o começo de um sorriso se esboçando por trás de sua barba. Ele parecia feliz com a minha decisão. Agradeci aos céus por ter alguém tão dedicado em me ajudar em minha vida. – O que eu devo fazer, então? – Concluí com a pergunta, sendo novamente tomado por aquele sentimento súbito que a Força me proporcionava de que eu conseguiria fazer qualquer coisa e superar qualquer obstáculo.

[...]


HP [225/225] | CH [225/225] | ST [0/5] | Post [04/10]
Anonymous
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– Como eu havia dito, é um contrato de sangue. – Disse-me num tom que pareceu ser enigmático, indicando-me o altar com o seu queixo. Anelando-o com mais atenção, pude ver que seu interior como que se dobrava em direção ao centro, através de pequenas veias de ferro que corriam por toda a extensão do construto. Parecia uma versão em miniatura dos grandes túneis que tínhamos de vazão d’água para os dias chuvosos, que visavam evitar enchentes das montanhas. Espere. Então era isto? Um pacto de sangue e uma adaga. Perdido em meus pensamentos, ergui meus olhos para meu mestre, que agora pareceu confirmar as minhas suspeitas apenas com seus olhos, pacientes e cheios de certeza. Clinck. A adaga saindo da bainha emitiu um som agudo e limpo, e pude ver a sua lâmina pela primeira vez. Um pequeno kanji, no que parecia ser uma tinta preta, delineava a palavra "Força", em ambos os lados da lâmina: 強さ. Por fim, em meus últimos momentos antes de submeter-me ao ritual de contrato sanguíneo, tomei inspirações e expirações profundas, duas ou três. – Assim que seu sangue chegar ao centro do cálice, você deverá utilizar a técnica de invocação. Javali, cachorro, pássaro, macaco e ovelha. – Entoou o meu mestre as suas últimas instruções. – Cuide-se, En. – Disse, desta vez em baixo tom.

Mesmo que a lâmina fosse grande o suficiente para arrancar um pedaço da minha mão em um único brandir, limitei o corte apenas à superfície da palma de minha mão direita. O fiz assim que posicionei ambas as minhas mãos sobre o centro do altar. Uma ardência incandescente imediatamente aturdiu o local que retalhei de minha mão direita, mas já que limitei a profundidade do corte, a dor era administrável. Completamente absorto na cerimônia, esqueci quase que completamente a presença de meu mestre mesmo que estivesse bem diante de mim. Observei, apreensivo, meu sangue correndo pelo pequeno labirinto flavascente esperando o momento certo. Corria para um lado, depois para o outro, em certos momentos se dividia e logo em seguida se juntava num único líquido escarlate novamente. A palma de minha mão que havia sido o palco para a dança da adaga ainda se mantinha sobre o centro. Tomava cuidado para que não falhasse neste processo. Diante da tensão, minha mão suspensa começou a tremer. Como ensinado por meu mestre, busquei estabilizar a minha respiração e recuperar o controle sobre minha mente. Até que ouvi o barulho.

Parecia ter sido um “clique”, mas num tom grave e mais alto do que eu acharia que um dispositivo daquele tamanho pudesse emitir. Junto do som, senti o chão suavemente estremecendo sob meus pés, invocando pequenos rastros de poeira que resvalavam do topo da grota. – Agora. – Ouvi em forte tom, embora eu já tivesse sentido esta certeza também. Atirei a adaga que antes empunhava para que caísse fincada no chão, e iniciei os selos: Javali, cachorro, pássaro, macaco e ovelha. Assim que senti a descarga de chakra, tentei prestar atenção em meus arredores, buscando alguma confirmação visual de que o processo havia sido realizado de forma correta. Ao contrário disso, no entanto, pude enxergar apenas fumaça, independente da direção em que eu corresse os meus olhos. Havia dado certo? O que estava acontecendo? Era este um sinal de que realizei algo de forma incorreta?


HP [225/225] | CH [225/225] | ST [0/5] | Post [05/10]
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Aos poucos, a fumaça se dissipava. Mas, nesta altura, eu já notei que as coisas haviam mudado; a brisa de vento que me tocava parecia vir de todas as direções, e o clima deste lugar, onde quer que eu esteja, é diferente daquele da caverna. Neste ponto, antes mesmo que eu pudesse ter alguma interação com o mundo exterior, ainda envelopado sob a densa cortina de fumaça, fui aturdido pela mesma onda de incertezas. É como quando você toma uma decisão muito importante e, apenas quando a decidiu e não tem mais volta, se arrepende de tê-la feito daquela forma. Mesmo que eu estivesse seguro de mim, o pensamento linear mais presente em minha mente era “eu não deveria ter feito isto”. Agora, contudo, a decisão já tinha sido feita, e, de acordo com meu mestre, não tinha mais volta. Antes que os horrores pudessem se revelar diante de mim no momento em que a fumaça fosse levada pelo vento, fiz uma breve meditação, como uma oração para a Vontade dos Céus, a força ativa que guiava guerreiros como eu para que não nos desviássemos do caminho em que devíamos trilhar. Meus pensamentos foram curtos, já que não tinha muito tempo, então me restou ter esperança de que seria o suficiente.

Aos poucos, pude ver tudo que me cercava. O lugar em que eu estava era simplesmente lindo; era uma montanha, mas, o que parecia ser o topo em que eu estava – já que eu poderia ver apenas outros picos mais baixos de montanha e várias nuvens ao redor, além de uma imensa floresta que perscrutava todo o chão, lá em baixo, muito distante – possuía um solo bonito, tratado. Tinha uma coloração vermelha, como se fosse a tapeçaria de um palácio. Logo diante de mim, decorado por parte de uma mata densa, repousava uma grande sequência de escadarias de pedra, tão lisas e bem tratadas quanto o chão escarlate sob os meus pés. E, mesmo que eu já estivesse no topo da montanha, as escadas continuavam subindo cada vez mais diante de meus olhos. Algumas pequenas construções eram erigidas aos lados dos degraus da escada, e serviam muito bem como uma bela decoração, assim como um testemunho imponente da história daquele lugar. O que mais chamava a atenção, no entanto, era o grande monastério que repousava sobre a parte mais alta da montanha, no final das escadarias. Assim como as casas, possuía um forte aspecto feudal, da época das dinastias do País do Relâmpago. Arcando-se sob o grande declive, sua arquitetura era digna das cidadelas de uma família real. Intimidadora, milenar e poderosa.

Contudo, anelar aquela alcaçaria tão distante não me ajudaria em nada. Ante disto, milhares de degraus nos separavam, estes submersos em neblina da altitude. E, para piorar, eu não havia trazido mantimentos. Após uma profunda inspiração, e então uma expiração, iniciei a corrida; enquanto exalava ar pelos meus pulmões, meus pés percorriam vários degraus de uma só vez para me levar no lugar que parecia ser o meu objetivo final. Era estranho, mas eu era capaz de, até certo grau, sentir uma massiva presença de Força no ar que corria pelas minhas narinas até os meus pulmões. Foi neste momento, ao longo dos meus primeiros passos dos milhares que teria de desferir para chegar naquela miragem no topo da montanha, que soube que estava no lugar certo; nunca antes havia sentido tanto desta energia, e me senti abalançado pela Vontade dos Céus a correr cada vez mais rápido. O ar, rarefeito e gelado, passava por meu rosto como adagas, desferindo um sentimento lancinante que era rapidamente dispersado por minha força de vontade. Meus olhos não fitavam a escada, nem a subida, mas se mantinham fixos no topo.


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Arf. Arf. Arf. Estava quase no topo agora, mas, em compensação, minha energia estava quase no fundo; utilizava não mais as forças de meu corpo, mas apenas as reservas de minha motivação. O quanto eu queria me tornar mais forte, o quão interessante seria encontrar criaturas cuja história estava entrelaçada com a minha e o quão melhor eu poderia ser refinado caso eu fosse aceito como um de seus discípulos. Mais um passo, este era por meu mestre. Outro passo, este era pela aldeia que eu gostaria de proteger. Mais um, este era por minha mãe. Outro por meus amigos. Mais cinco passos, todos eles pela Força. No outro passo, tropecei, provavelmente porque não pensei em nada antes de realizar este. Caí com minhas mãos nos degraus, e, apenas então, percebi que a neve havia começado a cair. Um floco em minha mão direita, como um gentil remanescente de alguma coisa. Depois, minha respiração arfante exalando uma pequena fumaça branca que rapidamente se dissipava no ar gelado. Abaixei ainda mais minha cabeça, ainda caído, lamentando a insuficiência de meus esforços até agora e imaginando o quão decepcionado meu mestre ficaria comigo se me visse nesta situação. Por sorte, então, acabei esbarrando num pensamento motivacional: Os olhos decepcionados de meu mestre. Ergui-me mais uma vez, podendo quase ver a silhueta da grande construção. Apenas mais um pouco.

[...]

Meus pés finalmente me colocaram sob o último degrau, e, finalmente, ultrapassei-o. Caí de joelhos ao chão, apoiando minhas mãos sobre minhas coxas, assumindo uma posição de descanso enquanto sentia meu pulmão rapidamente se contrair e expandir enquanto eu tentava respirar no ar rarefeito. Apenas após alguns segundos, quando eu me certifiquei de que não iria desmaiar de exaustão, angariei energias para levantar o meu queixo. A visão que tive foi tão bela e mística que agiu em meu âmago como um ato medicinal; senti minha energia aos poucos retornando para mim, e, ainda mais importante, a Força, ao meu redor, como um véu protetor. Uma das mais marcantes características do monastério era a ênfase no eixo horizontal, em particular na construção de uma plataforma pesada e um grande telhado que “flutue” sobre esta base, com as paredes verticais não tão enfatizadas. Isto contrasta com a arquitetura dos outros países, que tende a crescer em tamanho e profundidade. Os telhados planos, comumente vistos em outros lugares, não existiam aqui; ao invés disto, eram telhados de duas águas, decorados em uma fileira de telhas que tem tanto propósito decorativo quanto o de servir como peso sobre as camadas de telha, provavelmente para fornecer estabilidade. As partes sedimentares do monastério eram erigidas com uma madeira escura, como a de carvalho. Os telhados adornavam um vermelho-escuro, diferente daquele da montanha que era mais claro e numa tonalidade mais forte. Contudo, meus olhos não eram aqueles de um arquiteto, e alguém com mais conhecimento do que eu certamente se maravilharia ainda mais com cada um de seus detalhes.

[...]

O meu fascínio, contudo, residia em outro aspecto daquele lugar. Não o quão belos eram os seus telhados feudais, ou a quão alta era a montanha. Cada vez que eu inspirava, cada passo que eu dava ou cada vez que meus olhos fascinados piscavam, eu era preenchido com uma forte energia que, mesmo apesar de minha tenra idade, tinham um efeito rejuvenescedor sobre o meu íntimo. Meu cansaço, aquele que beirava a exaustão, sequer podia ser relembrado por enquanto. Eu simplesmente queria estar sentindo o melhor de mim enquanto caminhava naquele lugar sagrado, mesmo que eu ainda não tivesse visto uma viva alma; sequer os pássaros voavam naquela altitude. Em certo ponto de minha caminhada, como poderia ser previsto, eu me deparei com duas grandes portas, estas sim, tão vermelhas quanto o interior desta montanha mítica. “西遊記”, era o grande sinal cuja marcação ocupava as duas grandes portas. “Rei Macaco”, rapidamente assimilei. Isto me lembrou de uma história sobre um grande macaco nascido de uma pedra nutrida pelos cinco elementos, e, por isso, ele era uma figura lendária com extraordinários poderes. Utilizando umas das argolas douradas que saíam da boca de gorilas adornados na porta, enunciei minha presença ali, assim como Tang Sazang, o personagem da história que mencionei, em busca de escrituras budistas em um templo.


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Assim que bati pela segunda na vez na porta com a grande argola de metal, senti-as cedendo, quase que sendo abertas por conta própria. Hesitei por um instante, como se eu estivesse rompendo a paz e a harmonia que predominavam junto do silêncio sempre constante naquele lugar inóspito. Ainda sofrendo com o cansaço, respirava pela boca, embora o fato de que o ar em meus pulmões agora trabalhava de forma mais regular, contida e calma. Aos poucos, conforme as portas se abriam, anelei pela primeira vez algo que é difícil de ser descrito com palavras. Portanto, ao invés de pensar ou frasear, apenas caminhei. Vi-os, observando-me como sentinelas enquanto eu andejava pelo belo corredor. Algumas vidraçarias superiores permitiam que a luz entrasse, luz esta que me revelava o impossível: Várias dúzias de primatas simiescos mantinham-se de pé, quase imóveis sob duas plataformas que se elevavam aos lados do grande corredor. Acompanhavam-me com os seus olhos, e pareciam tão incertos sobre mim quanto eu estava sobre eles. Algo, embora eu não pudesse exatamente saber o quê, os mantinha incomodados. Questionei-me se seria apenas pela minha presença ali ou se existia alguma coisa sobre mim, oculta até mesmo da minha própria pessoa, que os deixava daquela forma.

Quando finalmente percebi que encará-los de volta era um mau sinal, resolvi olhar para frente. Estava em um corredor, afinal de contas, e estes normalmente devem te levar para algum lugar. Assim que anelei aquele que estava diante de mim, contudo, não consegui dar mais nenhum passo. Ele expelia uma aura de majestade, e senti-me imediatamente intimidado por sua presença. Como quando uma criança, naqueles livros de suspense, se vê frente a frente com um leão cuja pata é duas vezes o tamanho de sua cabeça. O seu corpo e a sua cauda eram cobertos por pele branca, que se projetavam a partir de suas luvas e calças. Possui longos e despenteados cabelos brancos e se veste com um macacão (sem piadas) preto com uma armadura de malha por baixo, sobre a qual ainda traja uma camisa sem mangas quimono com acabamentos de pele branca e marcas que lembram listras de tigre sobre ele. O que mais me chamou a atenção, no entanto, acima de suas vestes ou de seu protetor de testa de Kumogakure, foi o seu olhar extremamente humano lançado em minha direção. Estava sério, talvez consternado, e me perscrutava com grande profundidade. O que ele estava... pensando?

Encontrava-me a uns quatro ou cinco metros de distância dele. Em minhas costas, era capaz de sentir o olhar opressivo dos outros símios. Meus olhos resistiram pelo tempo que puderam, mas, no final das contas, eu perdi aquela batalha; pressionado por sua presença, imediatamente realizei uma reverência. Pensei em possíveis maneiras de me comunicar com “ele”, ou ao menos de me fazer ser entendido. Entretanto, não tive tempo nem de confabular uma solução nem de endireitar minhas costas para sair de minha reverência. – Você. – Fiquei aturdido em surpresa, sendo incapaz de contê-la em meu rosto. Era sequer possível ele ter esta habilidade? Algo de muito diferente ocorria por aqui. A sua voz alardeou-se com uma grande potência, mesmo que ele sequer tenha elevado sua voz tanto assim. O mestre tinha me dito que eles tinham uma conexão com a Força. Teria sido ela a responsável por concedê-los esta espécie de evolução? – Quem é... você? – Aturdiu-me, antes que eu pudesse continuar a minha linha de raciocínio. Encontrava-me perdido, sem respostas para as várias perguntas em minha mente – e, ainda mais importante, sem uma resposta para aquele que me interpelava.


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Meu coração, agora, corria como um jovem cavalo em disparada. Estava, de fato, sobrecarregado com tudo aquilo que acontecia agora; ao ponto em que cogitei, apenas por instantes, que tudo aquilo poderia estar sendo impulsionado por delírios que partiam de minha exaustão. Mas não, isto seria apenas tentar enganar a mim mesmo. A majestade símia, recobrando sua confiança após sua aparente perturbação ao notar a minha chegada, mantinham calmos os seus olhos diante do silêncio que se instalava após a sua pergunta. Ao invés de buscar uma resposta apropriada, eu também me deixei levar por aquele ambiente. Nem mesmo um som era emitido pelos outros primatas; tive de olhar para trás agora para me certificar de que eles ainda estavam ali. Mantinham-se como vigias, alguns me olhando com curiosidade, outros em um misto de interesse e desdém enquanto outros anulavam completamente qualquer expressão de suas caras, grudando seus olhos nos meus num gesto cuidadoso ou intimidador, dependendo de como eu os interpretasse. Agora, um pouco mais alheio ao que – ou quem – estava em minha volta, abaixei a minha cabeça, certo de que deveria escolher com cuidado as minhas palavras. A sabedoria nos olhos daquele macaco dava a entender que ele ousava algo mais com aquela pergunta.

Levantei minha cabeça, olhando-o na face quando achei que teria uma resposta. – Meu nome é Enmei Sarutobi. – Fiz questão de mencionar o nome de minha família com a veemência que isso faz um herdeiro rico e bêbado diante de um oficial. Estava inseguro, afinal de contas, e, de acordo com meu mestre, minha família fazia parte da história deles também. – E eu sou um guerreiro que estuda a Força. – Assim que a última palavra saiu de minha boca, algo no imo de todas aquelas criaturas as agitou profundamente. Se antes aquele que parecia ser o seu líder comunicava-se e agia como um humano, agora todos os seus súditos agiam como rebeldes animalescos.

O próprio macaco de cabelos brancos, no entanto, limitou a sua surpresa à sua face. Talvez em descrédito, ele semicerrou seus olhos por alguns instantes, como se estivesse analisando as chances daquilo que eu disse ser verdade. Decidi que eu precisaria de mais esforço caso realmente quisesse ser aceito no monastério. – Desta forma, eu não estou aqui para apenas conquistar uma invocação que me ajude quando eu precisar. – Finalmente consegui aumentar o meu tom de voz, algo que fez com que o barulho dos macacos cessasse. Aparentemente, prestavam atenção em mim. – Eu estou aqui para que vocês, guardiões da Força, me guiem em meu caminho. – Concluí, ainda incerto de como eu estava escolhendo aquelas palavras.

Outro silêncio. Desta vez, para variar, não era eu aquele que tinha de pensar em uma resposta. Nem os outros primatas sobre as plataformas, aparentemente, já que todos os seus olhos saíam de mim e pousavam naquele que parecia ser o seu porta-voz. Rapidamente entendi como funcionava a sua hierarquia, e, portanto, decidi obedecê-la, aguardando uma resposta daquele de cabelos alvos. Quando ele se levantou, pude realmente testemunhar sua superioridade física. Parecia possuir quase três metros de altura, e, a cada um dos passos que deu em minha direção, senti leves tremores debaixo de meus pés. Realizei o meu melhor esforço para não mudar o meu semblante e para me certificar de que a confiança não havia fugido de meus olhos. Nossa distância era a de três passos agora, e minha cabeça estava fortemente inclinada para cima para continuar olhando-o em seus olhos. – A Força... tem uma forte presença dentro de você. – Esta talvez não fosse a primeira vez que eu ouvia estas palavras direcionadas a mim, mas provavelmente era a situação mais atípica em que eu as tinha ouvido. Contudo, agora eu tinha a certeza. Ele realmente me entendia; mas, mais importante do que isso, ele entendia a Vontade do Relâmpago. Não existia mais nada do que temer aqui.


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E p í l o g o
O Nome do Fogo

Ao todo, a minha interação com o Rei dos Macacos durou o que pareceram ser duas semanas. Contudo, posso estar completamente errado ao medir o tempo, já que, de acordo com meu mestre símio, “o tempo é uma ilusão que nós humanos gostamos demais”, e, por isto, eu nunca era respondido propriamente quando o perguntava. Entretanto, seria no mínimo injusto dizer que eu não gostei de ficar ali. Minha única preocupação com o tempo revolvia em torno de deixar o meu mestre esperando por mim tanto tempo; isto me lembrava de vários anos atrás, quando, ainda uma criança, eu era escondido de um bando de salteadores e dito algo como “não saia daqui, eu já volto” antes de vê-lo partir. Não sabia se ia voltar ou não, nem quanto tempo ele iria levar caso voltasse. Mas, certamente, meu mestre ficaria feliz por todas as coisas que aprendi enquanto estive na Montanha Vermelha. Nem todas estas podem ser mencionadas – já que algumas das coisas que vi e ouvi são tão especiais e íntimas para mim que não desejo revelar a mais ninguém. Não por enquanto, ao menos. Mas, caso algum aventureiro tenha lido até aqui, merece aprender o novo nome que eu descobri para a Força: A Vontade do Fogo.

Mas, como antes mencionado, aprendi muitas outras coisas. É estranho, porque estou orgulhoso do conhecimento que agora carrego comigo, e que, ao mesmo tempo, não poderei revelá-lo. Descobri muitas habilidades que existem no mundo ninja. Alguns itens imemoriais também, sagrados e místicos. E, ainda mais importante do que tudo isso, eu descobri o nome do fogo. É dito que, qualquer um que souber o verdadeiro nome do fogo, pode convocá-lo com um ímpeto e com um poder nunca antes vistos. E, agora, como um testemunho vivo dos ensinamentos lendários que recebi, eu carregava tudo aquilo que aprendi dentro de mim. Dentro da minha Força. Também, recebi mais alguns amigos daquela espécie; conheci vários deles nas montanhas, e eles pareceram gostar de mim. Já com Enma, desenvolvemos uma relação muito importante também. A aura que ele exalava quando próximo de mim era como a de um pai. Era uma energia similar ao de meu mestre. Nele, eu também sinto que posso confiar. E, de acordo com as lendas, chegará um dia em que eu terei de confiar nele.

[...]

– Você demorou. – Foram as duas primeiras palavras que tocaram os meus ouvidos assim que, através de uma técnica de invocação, fui retornado para a minha dimensão. O local escuro, o altar no meio e aquela figura ametista tão familiar para mim acusavam onde eu estava. Nos encaramos, sérios, por uns bons três segundos. Foi o tempo que conseguimos ficar sem nos abraçar. Ele sentiu a minha falta, e, eu, a dele. – Eu voltei, mestre. – Foi tudo que consegui dizer, ainda envolvido pela proteção infindável de seu abraço. – Temos muito o que conversar. – Contei-o, vagueando por meus pensamentos todas as aventuras e as descobertas que tive nos últimos dias. Peço perdão, leitor, mas, por enquanto, apenas o meu mestre merecerá ouvir os segredos da Força. Mas, que ela esteja com todos nós pelos severos tempos que se aproximam.



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[Cena // Solo] ─ Xī Yóu Jì 789e0fc5dd4eb4bd8dab8250ccf4dcaf
[Cena // Solo] ─ Xī Yóu Jì 789e0fc5dd4eb4bd8dab8250ccf4dcaf
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