HISTÓRIA (?)
A história de Akira Enoshima é confusa, cheia de furos e inconsistências. Em parte pela falta de uma documentação apropriada e em parte pelas mentiras que Akira conta o tempo todo.

O texto abaixo é uma mistura de dados oficiais e de relatos do próprio Akira sobre si mesmo, então, é recomendável certo ceticismo sobre os acontecimentos descritos.

Infância e Primeiros Passos

Bem, esta história começa sem a presença de pais ou mesmo uma família tradicional. Akira nunca teve contato com nenhum membro de sua família e mesmo sua lembrança mais distante já é em um orfanato, local onde passou toda sua infância.

O orfanato era controlado por uma tradicional igreja que ficava nos arredores de Kumogakure, mais especificamente, por um monge chamado Ikutsuki Shuji. Este homem era sinônimo de esperança para a população local, promovendo eventos de caridade e discursos que inspiravam a população local a fazer o bem e buscar sempre o desenvolvimento da comunidade. Até mesmo o orfanato era considerado uma prova da imensa bondade que aquele homem carregava. Nas palavras do próprio Akira:

“Os moradores daquele lugar realmente amavam o Ikutsuki. Ele era como um deus para aquelas pessoas ou talvez mais do que isso. É claro que toda aquela gente era idiota pra cacete, no fundo, ele era o maior crápula que já pisou no planeta.”

O motivo da revolta de Akira era um segredo muito bem guardado, bem, ou talvez apenas ignorado pelos habitantes do vilarejo. Um mero detalhe como esse não poderia ofuscar todo o bem que o monge fazia. De qualquer forma, a verdade é uma só: Ikutsuki abusava física e sexualmente das crianças do orfanato.

Claro que não eram todas as crianças, apenas aquelas que o eremita escolhia como suas favoritas. Akira não estava entre elas, mas vários de seus colegas estavam. Pedir ajuda externa estava fora de questão, a população jamais iria atrás de Ikutsuki, não importando o quaisquer evidências que pudessem ser apresentadas. Então, dia após dia, Akira se tornava cada vez mais apático ao que estava acontecendo, e, consequentemente, cada vez mais apático ao mundo.

Até que um dia, aconteceu.

Em um domingo qualquer, data comum para os discursos em praça pública de Ikutsuki, o frade simplesmente não apareceu. Após algum tempo, a população confusa resolveu adentrar o monastério e procurar pelo símbolo de esperança local.

Porém, ao abrirem o depósito, onde ficava armazenada toda a comida e acessórios da igreja, eles encontraram o inacreditável.
Ikutsuki estava morto, sentado em uma cadeira próxima à uma mesinha, com um copo vazio na mão. Completamente pálido, o corpo devia estar ali há algum tempo já.

A população e a polícia local investigaram o caso vigorosamente, contudo, não conseguiram chegar em conclusão alguma. Havia apenas um acontecimento que aparentava ter relação com o caso: Um dos órfãos da instituição controlada pela igreja se matou enforcado e outros 10 haviam sumido. Todavia, não haviam pistas do paradeiro destes órfãos e nem sobre o motivo do suicídio que havia acontecido.

Porém, Akira tem uma explicação:

“Fui eu. Ok, fui eu em partes. Tinha esse menino no orfanato que já havia sido abusado várias e várias vezes e ele estava ficando completamente pirado. Sério, você devia ver! Ele ficava falando sozinho e escrevendo várias coisas na parede do lugar. Enfim, quando eu percebi o que estava acontecendo, eu tive uma idéia. Uma idéia que ia acabar com o inferno que era aquele lugar, e eu só ia precisar dar um empurrãozinho no inevitável. Eu só disse pra ele que sabia de onde as vozes estavam vindo, e que também sabia como fazer elas pararem! Tudo que ele tinha que fazer era envenenar o Ikutsuki, depois que ele morresse, tudo ia parar. Bem, pra resumir a história, ele realmente o fez e, depois que percebeu que as vozes não tinham ido embora, se matou. Mas não foi em vão, afinal, agora aquele que elas tanto julgavam ser o símbolo esperança havia se tornado símbolo de desespero, o que ele sempre foi em nossas vidas. E, no final, não foi mentira. As vozes realmente pararam, certo? He,he.”

Vida Pós Orfanato

Há controvérsias se o assassinato foi realmente obra de Akira, porém, fato é que o garoto fugiu com outras 9 crianças e formou uma organização criminosa para poder sobreviver. Os atos da organização não passavam de crimes não-violentos, como furtos e vandalismo, mas mesmo assim, o grupo logo começou a chamar atenção.

Um dia, durante um furto em uma casa durante a noite, o grupo foi emboscado. Um dos membros da organização havia vazado o plano e alguns shinobis de Kumo estavam esperando sua chegada. Alguns membros ainda tentaram reagir, mas foram facilmente massacrados pela força policial da vila. Akira fugiu, deixando seu grupo para trás como distração, eles já não eram mais úteis.

“Foi realmente uma bagunça tremenda, algum idiota achou que iria conseguir mudar de vida nos entregando e estragou tudo que nós havíamos construído. Eu não podia mais confiar em nenhum deles, afinal, podia ser qualquer um. A polícia não sabia nossos nomes, foi fácil deixar aqueles vermes pra trás e me salvar. Chega a ser engraçado, porque todos foram presos ou mortos, até aquele que nos entregou.”

Com a captura de 9 culpados, a investigação policial estava satisfeita com o caso e encerrou as buscas, porém, não havia restado nada para Akira, apenas desespero.

Atualidade

A queda de sua organização foi realmente algo que não havia sido planejado por Akira, porém, lhe deu uma excelente ideia. A força dos shinobis de Kumo era gigantesca e não havia deixado  chance alguma para seu grupo.

Era isso, Akira já sabia como devolver ao mundo aquilo que ele havia jogado em suas costas. Akira sabia como fazer o mundo sentir seu desespero.

Akira entrou para a Academia Ninja de Kumo e logo formou-se, começando a sua nova jornada.