Um procedimento fora do comum e de repente o caos estava instalado no hospital, fazendo com que o membro do clã Senju acordasse repentinamente. As sirenes anunciavam a chegada de uma ambulância, médicos e enfermeiros corriam para lá e para cá. Naquele momento Amargo estava acomodado no sofá, descansando. – O que é isso? Será que algo de pior aconteceu com Izanami? – Preocupou-se de início, indo para confirmar a veracidade do pressentimento. – Está tudo quieto. – Confirmou na sala em que estava o seu corpo. A recepção daquele andar também estava calma, ao ponto de que suas funcionarias estavam lendo revistas ou conversando com os pacientes em melhor estado. Como um herói que era no coração, não pode esquecer-se do barulho que o tirou do conforto da poltrona e não se conteve em procurar a origem de toda aquela manifestação.

Dirigindo-se ao andar térreo, em frente ao hospital, interrompeu uma das enfermeiras que estava postada em frente a porta corrida de vidro. – Com licença, moça. – A abordou. – Ai meu Deus. – Ela desmaiou ao reparar no lado esquerdo do corpo do Jõnin. – Ei, rapaz, você está bem? Venha comigo, o que aconteceu com o seu braço? – Perguntou um homem muito bem apresentável. Amargo não estava entendendo nada da situação, estava tão familiarizado com aquela condição que nem se preocupava mais com a reação das pessoas. – Ah! Foi por isso que ela desmaiou? Isso não é nada, eu ganhei esse defeito em um acidente ainda criança. É sério, eu estou bem, não precisam se preocupar. – Argumentou.

O Iryō-nin, fiel a sua atribuição profissional, ainda assim checou se as informações eram verdadeiras ou se não passava de mais um engraçadinho que queria fugir. – Certo, o nome dela é Sol, e mesmo tendo que lidar com essas situações diariamente ela sempre reage dessa maneira, extravagante. – Explicou. – Mas e então, toda essa correria, o que está acontecendo? Posso ajudar de alguma maneira? – Perguntou Amargo. – Isso é só um teste prático, de tempos em tempos aplicamos esse tipo de teste para a constante evolução dos nossos funcionários. – Respondeu o homem. – Isso é incrível, apesar de eu ser um simples civil, será que eu não poderia acompanhar a atividade? – Demonstrava interesse. – Claro, venha comigo.

O Iryō-nin o guiou até uma sala, uma espécie de biblioteca onde os chamados residentes tinham aonde estudar no tempo de expediente e todos os recursos acessíveis para eles. O homem o levou até o corredor A-1, o primeiro à esquerda, e procurou entre as duas estantes que dividiam o corredor, o livro básico sobre anatomia humana, em seu volume 4. – Meu nome é Vorchu, irei te deixar aqui para que aprenda o básico e eu irei voltar assim que possível para você me mostrar o que aprendeu. – Orientou o médico, retirando-se e deixando Amargo sozinho para estudar.

O membro do clã Senju percorreu algumas dezenas de páginas antes de alcançar uma parte do seu interesse, os músculos. O livro lhe dizia que se tratava de estruturas individualizadas que cruzavam com uma ou mais articulações e, em essência, eram os responsáveis por transmitir-lhes movimento. – Isso é interessante, então, se eu atingir um dos músculos do meu adversário em batalha, eu posso incapacitá-lo? – Também explicava sobre outras importantes funções dos músculos, como a estabilização das posições corporais, a regulação do volume dos órgãos e produção de calor. – Dependendo também da região em que eu acerte consigo interromper a produção do calor? Isso me abriria um leque de possibilidades. – Como um shinobi ativo, não deixava de fazer paralelos e trazer ao mundo em que vivia. – Deixe-me ver... Cabeça, pescoço, tórax, abdome, membros superiores e inferiores, tronco posterior... Espera, até órgãos dos sentidos? – Animava-se com o que estava estudando.

O estudo deu continuidade com máxima atenção por parte de Amargo, migrando para outros campos como sistemas nervoso, cardiovascular, respiratório, digestório, entre outros.

E então, meu jovem, pronto para demonstrar o seu aprendizado na pratica? – O Iryou-nin retornou para buscá-lo, levando-o para outra sala onde estava acontecendo um atendimento. – Nosso herói aqui tentou escalar uma árvore para recuperar o gato da vizinha. Suas queixas são dor nas costas e pernas. O que você acha que pode ter acontecido com ele? – Perguntava. – Talvez ele tenha tido uma lesão da cartilagem pela queda de altura. E isso pode ter ocasionado uma deterioração do tecido da lombar e tíbia. –Respondeu, confiante em sua resposta. – Você foi muito bem quanto a questão da lombar e chegou próximo na sua segunda observação, na verdade, foi a fíbula. – Indicou o médico, mostrando ao seu convidado o procedimento adequado para a rápida recuperação do paciente.

Houve ainda a possibilidade de visitar outras três instalações, três novas histórias, onde com tentativas e erros, assimilou o máximo de ensinamentos que Vorchu tinha a oferecer. Após o fim da atividade, Amargo retornou ao quarto de sua aliada.

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