Contemplar as Flores・花見

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Contemplar as Flores・花見
Contemplar as Flores・花見

Nima

Genin

Ter 19 Nov - 19:16

Florescendo

Cap. 18: Contemplar as Flores・花見

A cerejeira continuava a deixar suas pétalas enfeitarem a faixada de casa, mas não com a mesma beleza da primavera. De certo não seria um dia incomum, provável ser só mais um, como os outros tantos em que venho fazendo o mesmo — estudando. Dificilmente consigo achar algo tão prazeroso quanto ler um bom livro enquanto alimento o meu vício saboreando um delicioso doce.

Apesar de que não sinto que eu ainda esteja no inicio da minha jornada como shinobi, portanto tenho participado de missões mais arriscadas como a última — o furto do pergaminho. Paralelo a essa vida ninja, para mim tem sido um período repleto de paixões, as quais encontram-se organizadas em séries de páginas, capítulos e dispostas em estantes generosas de prateleiras fartas.

— O que será que Luxure está fazendo agora? — Penso na minha ilustre irmã, que ultimamente tem agitado a minha vida. Talvez ela esteja treinando, dando umas porradas em alguma pedra, ao mesmo tempo em que vocifera palavras de baixo calão. Enquanto isso, fico aqui reclusa nos meus próprios devaneios, na mesma postura descrita anteriormente.

Contudo, escuto um barulho, algo que desperta a minha atenção. Como de costume, encontro-me sozinha em casa, e a essa hora, não era para os meus pais terem voltado. E não só o som repentino me intriga, mas também uma sensação estranha que acompanhou o ruído. Projetei-me para fora da cama, largando o livro para trás, com os olhos atentos e atenção pertinente, embora mantendo o pirulito na boca.

Considerações:

Sayuri HP: 975 | CH: 975 | ST: 0/5

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Nima

Genin

Qua 20 Nov - 21:44

Florescendo

Cap. 18: Contemplar as Flores・花見

A passos cautelosos caminho para fora do quarto. Ainda com o pirulito na boca, meu olhar atento permeia os cômodos à volta: nenhum sinal do que poderia ter causado do barulho. Minha respiração começa a acelerar ao mesmo tempo em que minhas pupilas dilatam — os primeiros sintomas da adrenalina vão aflorando. Sigo espreitando, piso com as pontas dos pés, e o corpo ligeiramente junto às paredes. O coração dispara, e a cada passo, uma sensação de estar sendo observada só aumenta, até chegar ao seu ápice onde encontro-me arrepiada apenas de pensar sobre esse sentimento.

— Olá, mocinha. — Uma voz de tom grave se ergue às minhas costas.

Viro-me, carregando uma feição atônita ao vê-lo: um sujeito mascarado, trajado com vestes pretas e equipado com armamentos ninjas. A princípio, eu poderia ter uma reação de ataque ou de fuga. Porém, sua máscara me é familiar: já vi alguns exemplares similares; shinobis de elite trajados da mesma forma frequentando o gabinete do Kai-sensei. Reconstituo minha postura e respiro fundo.

— Você não poderia ter batida na porta? Precisava mesmo de todo esse drama? — Falo, revirando os olhos.

— Haha... bem, vou direto ao assunto. Sou Matake, líder da divisão de interrogatório da ANBU, a organização militar secreta de Konoha. Estou aqui para te convocar para um treinamento. —

— ANBU? — Balbucio. — Então, esse povinho que usa máscara de animais fofinhos são parte de uma força militar secreta da vila? Uau! — Concluo, evidentemente em tom de deboche, finalizando com uma boa chupada no doce rosado. — Enfim, que treinamento é esse? —

— A senhorita é bem irônica, não é mesmo? Pois bem, venha comigo e você verá. — Mantendo o tom grave em sua voz, o homem terminou sua fala em seguida cintilando sua imagem até a janela mais próxima, e de lá indo para fora de casa com a mesma velocidade.

— Será que a ANBU possui alguma norma sobre não usar portas? — Questiono de maneira retórica. — Senhor Matake! Escuta, espera um pouquinho ai fora, porque não vou sair sem trocar de roupa, né? — Digo em alto tom, apressando-me para trocar minhas vestes e seguir o homem.

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Genin

Qui 21 Nov - 15:35

Florescendo

Cap. 18: Contemplar as Flores・花見

Segui-lo não foi uma tarefa tão fácil. Ainda que eu me reconheça como uma kunoichi rápida, os passos do Matake são mais velozes e quase imperceptíveis, vejo-o como um vulto permeando entre os galhos das árvores e os telhados das casas. Até parece que está utilizando uma sequência da técnica de cintilação. Os movimentos dele são dignos de um membro de elite — o que mostra que realmente não era brincadeira sobre a força militar secreta da Folha.

— É aqui? — Questiono, parando sobre o telhado de uma estrutura pouco afastada da zona central da vila. Matake está à minha frente, de costas, e com uma mera virada de rosto, respondeu-me:

— Sim. — A sonoridade séria da sua voz causa-me um receio. Quando percebo, já estou arrastando um passo à trás. — Não vou te levar ao QG da ANBU, pois é um local secreto. Enfim, nós temos acesso a várias informações a respeito dos shinobis da vila, e notei que você demonstra grande aptidão para o Genjutsu. Seria bom, para a força de Konoha, tê-la como uma especialista na área. — Concluiu, mantendo a mesma postura.

— Nossa, além de portas Konoha parece não conhecer privacidade. — Retruco, logo voltando a saborear o doce rosado. Não faz muito tempo que fui abordada por um garoto, não me lembro ao certo seu nome, mas foi meu tutor na arte do Iryou Ninjutsu. Ele veio com essa mesma conversa — porém, o garoto usou a porta. — De qualquer forma, tenho vontade de melhorar o meu Genjutsu. Como seria esse treinamento? — Digo de forma mais singela, cedendo ao convide.

— De que outra forma seria? — Falou com uma voz capciosa, erguendo a mão e tocando na máscara que cobre seu rosto. Meu olhar estremeceu ao vê-lo virando-se em minha direção. Agora, foi ao chão o que escondia sua feição. Um silêncio ensurdecedor se propagou, mesmo o impacto da máscara contra o chão não repercutiu som algum. E a sua face, é literalmente como um abismo: negra e sem forma.

Bastou piscar os olhos, e tudo escureceu.

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Genin

Sex 22 Nov - 15:00

Florescendo

Cap. 18: Contemplar as Flores・花見

Absolutamente tudo ficou escuro, como se eu fosse desenhada numa tela tingida de preto. Após o primeiro susto, olho para a palma das minhas mãos, constatando que ainda consigo me ver, embora todo o entorno tenha desaparecido, deixando apenas um vão enegrecido. Fora a ausência das imagens, também não há som algum. Como se eu fosse projetada para outra realidade.

— Genjutsu. — Não é necessário pensar muito para chegar a conclusão de que se trata de uma ilusão. A última frase proferida pelo homem deixa suas intensões bem explícitas. Então, é assim que ele quer realizar o treinamento. Consinto a situação, rapidamente unindo minhas mãos no selo Tigre, e fechando os olhos. — Genjutsu: Kai! — Meu chakra se agita.

Ao abrir os olhos novamente, vislumbro uma sensação de fraqueza: nada mudou, Kai não foi suficiente para dispersar o Genjutsu. Ainda estou no mesmo vazio, entregue ao abismo criado por Matake. Minha respiração aos poucos vai acelerando, seria o princípio de um desespero por estar perdida no Genjutsu de outra pessoa: isso nunca aconteceu antes. Nem mesmo o sabor doce do pirulito está me confortando.

— Sa... yu... ri... — Uma voz feminina, mas de sonoridade oscilante, ecoa no vazio. Imediatamente olho para todos os lados, porém nada vejo. — O que você sente estando tão indefesa? — A mesma voz persiste em tom provocante, e gradativamente vai consolidando o seu timbre. — Olha só pra você, com os olhos arregalados e respirando ofegantemente. Nem parece que detém aquela pose arrogante. — Essa mesma voz, não é algo inédito, essa tonalidade... é a minha voz! — Olhe para frente, Sayuri. Pare de procurar. —

Seguindo a voz, com olhar incrédulo, observo uma série de borboletas de cor púrpura e cintilante surgirem, elas voam ao meu redor seguindo rumo à frente, unindo-se em movimentos circulares até tornarem-se um vórtice reluzente. Dessa união uma figura humanoide vai ganhando forma, até estabilizar-se com a minha imagem: vejo-me refletida, com os cabelos roxos e olhar nefasto.

Apesar de estar boquiaberta com a situação, recobro o pensamento de que estou sob o efeito de um Genjutsu. Logo, nada disso é real. Mesmo estando ciente da condição em que me encontro, a tentativa de interceptar a ilusão de forma direta não foi efetiva. O que eu posso fazer é tentar reagir dentro da técnica.

— Vai ficar ai parada? Coitada, pensei que era melhor! — Disse o clone, sacando três senbons e rapidamente lançando-as em minha direção.

— Hum... Não pensava que eu poderia ser tão antipática. Mas não posso te culpar, deve ser difícil não poder ser eu. — Respondo, jogando o pirulito de lado e tecendo uma sequência de selos.

Momentos antes das agulhas me atingirem, meu corpo se desfez em centenas de pétalas rosadas. Seguidamente, as mesmas pétalas que se formaram a partir do dissolvimento da minha imagem, seguiram de encontro à cópia, contornando-a e consumindo seu corpo por inteiro. Em poucos segundos o clone estaria acobertado pelas pétalas, e consecutivamente, asfixiado.

— Tolinha... — A voz tramita em tom debochado.

Se antes eu via seu corpo sendo tomado pelo afronte rosado, agora o vejo se desfazendo assim como o meu, anteriormente.

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Seg 25 Nov - 14:55

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Cap. 18: Contemplar as Flores・花見

De dentro da flora rosada, uma numerosa panapaná púrpura ascendeu com grande ímpeto, livrando=se das minhas pétalas e ganhando distância. As borboletas uniram-se frente a mim, repetindo a mesma cena de antes, gradativamente dando forma ao reflexo violáceo. Em conformidade com a imagem-espelho, as pétalas provenientes do meu jutsu juntaram-se e, do mesmo modo, minha imagem voltou ao campo.

— É só isso? — Provocou com um sorriso malicioso.

— Hum... —

Tanto a técnica de dissipação, quanto um jutsu de contra-ataque, não surtiram efeito algum. E, dado os acontecidos, não vale a pena persistir em investidas diretas. Devo pensar que, em primeiro de tudo, estou sob o efeito de um Genjutsu. Essa arte ninja visa manipular o fluxo de chakra no cérebro da vítima, causando não só uma interrupção dos seus sentidos, mas também sendo capaz de controlá-los. À vista disso, eu, presumivelmente, estou parada no plano real; e essa cópia quiçá nem mesmo exista.

Em concordância com o raciocínio, Matake ainda deve estar perto do meu real corpo, manipulando o que estou vendo, sentindo e escutando. Se eu não consigo interromper, de forma direta, o fluxo de chakra dele no meu cérebro, devo causar essa interrupção de outra forma: impedindo que ele continue manipulando. Bom, a porta para o Genjutsu foi a sua face, logo, há uma chance de que ele ainda esteja olhando para mim.

— Vai ficar ai parada mesmo? — Pronunciou-se, ainda em tom irritante. A imagem curvou-se, e olhando fixamente para mim, de sua boca disparou uma saraivada de agulhas contra mim.

Permaneci inerte, recebendo as agulhas por quase todo o meu corpo. Um suspiro de dor foi inevitável, em seguida algumas gotas de sangue começaram a verter da minha pele, nos pontos perfurados.

— Desistiu? —

— P-pode... a-apostar... — Falo com certa dificuldade em detrimento da dor. — Que não! — Meus olhos perderam sua cor cerúlea, dando origem a uma tonalidade de vermelho tão forte quanto o sangue. O dōjutsu da minha linhagem sanguínea foi a porta de entrada para o abismo em que Matake agora se inseriu. Simultaneamente, o garoto aquele mundo falsou se desfez, permitindo-me ver o real novamente.

Encontro-me no mesmo local de antes, ainda com o pirulito na boca, e olhando para o homem. Não há uma senbon se quer, muito menos aquela cópia barata. E agora consigo ver a face do Matake, sem aquele vazio negro: um rosto que indica um homem entre os seus trinta anos, algumas cicatrizes, mas sem perder a beleza.

— Então, você superou o Genjutsu, colocando-em em outro? — Ele questionou, recobrando os seus sentidos. Matake rapidamente saiu da ilusão que o coloquei, mas dada as alterações de percepção temporal que técnicas ilusórias podem criar, eu também não devo ter passado tanto tempo presa no Genjutsu.

— Isso mesmo. — Sorri.

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Convidado

Seg 25 Nov - 21:10

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