@Sly
Plott: Reken é abordado em sonho por Jashin que o assegura não ter relação alguma com a doença e também afirma estar trabalhando no plano espiritual para entender quem lançou tal tempestuosidade contra seu filho. No entanto, para que Reken tenha uma segurança além das que já possui, o Deus lhe mostra em visão o local de uma arma ancestral em Amegakure para que seu discípulo vá e a conquiste para si, junto do poder que tal artefato trará para si.

O lençol amarrava meu corpo junto ao suor. A febre fazia com que meu corpo se assemelhasse à um fogão, ardendo em temperaturas inimagináveis. Eu era um bom fiel, um bom filho, um bom seguidor; não questionava as diretrizes ou planamentos tomados por Jashin. Quando se revelou como meu progenitor de outro plano para que neste, com pés em marchas terrenas, eu executasse seu apocalíptico triunfo assegurou-me a imortalidade em troca de devoção. Minha respiração era intensa naquele transe soturno. A maldade embarcou em minha mente ainda muito novo e sem escrúpulos quaisquer para ser executada com a maestria que o Pai queria; suficiente para lhe arrancar sorrisos sinceros em sua presença observadora do outro lado daquela intangibilidade. O corredor era escuro. Algum tempo havia se passado desde nosso último encontro nas minas inabitadas de Toyama; sua imposição cruel inspirou no ser mais perverso vivo o senso genuíno de inferioridade. Não eram os chifres curvados, os cabelos loiros contrastantes ou sequer o peito aberto marcado pelo paganismo invertido em seu centro que levantavam o medo, agora, olhando-o novamente de perto tinha certeza que a frieza e estática que trazia ao ar vinha de dentro de si não de seu exterior.  -Não se ajoelhe Reken, meu filho e enviado. Levante-se. Sua voz eram como as lamentações dos mortos agonizantes na queda da perdição, soava como um estrondo sem fim. -Eu falhei com você. Meus olhos o fitavam. Não esperava ser levado até sua presença tão repentinamente. O local era apenas breu embora eu tivesse a estranha certeza de que estávamos em uma espécie de alongado corredor; diferente da vez anterior, agora, ele se mantinha em uma estatura equivalente à minha -mas não perdia sua grandiosidade-. -Vim até você para que saiba que não tenho relacionamento algum com a sua doença. O que lhe mantém vivo é a sua imortalidade. Já havia me posto de pé alguns minutos atrás e era bom saber que naquele paralelo, mesmo tendo a certeza clara de que aquilo era real embora eu estivesse em um sono profundo, era capaz de fumar. Acendi um dunhill e me mantive em um respeitoso silêncio. -Você é meu filho Reken, um dos únicos que carrega consigo o coração segundo o ódio que se espelha ao meu. A mente segundo a maldade que se reflete à minha. Suas orbes queimavam como labaredas. -Confio em você para que cada passo que dê em terra seja uma marcha de conquista do nosso reino. Ele estava visivelmente alterado. -Entidades potencialmente superiores passaram por cima das minhas regras e lançaram sobre você essa peste, e isso meu filho, pode ter certeza, não irei tolerar. Ao chocar sua mão contra o braço de seu trono confeccionado em ossos banhados em sangue pude ver uma onda maciça expandir-se. Aquilo era o ódio em sua pureza! -Eles tramam contra nós para alcançarem o topo, sabem que com você a frente de nossos exércitos a guerra tem o peso alterado na balança. Vermes, Reken, lidamos com vermes. Pela primeira vez me sentia no direito de interrompe-lo. O motivo? Não sei, talvez o prazo final se aproximando acentuasse a loucura que residia em mim. -Não liguemos para isso meu Pai. Vamos focar na cura, afinal, aqui em sua casa não me sinto debilitado como no mundo dos humanos. E era um fato, naquele lar de trevas o sentimento que me tomava era de completude. Ele suspirou. -As coisas são mais complexas que isso, Reken, muito mais complexas. A imortalidade não deixará com que você morra, porém, não sei quanto tempo seu psicológico pode aguentar uma vida fragilizada como essa. A aura divina que emanava dele era infernal, mas a que emanava de mim era intensamente demoníaca. -E você, Jashin, quanto tempo aguentará ter um filho fragilizado?

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Itens e afins:

Amegakure era grandiosa com suas garras de ferro que rasgavam as nuvens; escuras, densas e que traziam consigo chuva constante. Era o choro de criança no quarto ao lado. -Não te lembra aquele dia no portão? Não estávamos mais naquele universo escuro e esquecido, nesse momento estava no quarto em um projeção livre daquele mal que habitava e drenava meu espirito. -Lembra. Um trago no dunhill. Era paralelo, mas a sensação era a mesma. Me vi acamado, suando, sendo corroído pela traição do tempo. Ali, com Jashin ao meu lado era como se Cronos tivesse escorregado de meu pulsão parar minhas mãos. -Foi divertido. Pensar que to embarcando nessa desse jeito. Sua vestes eram as de um imperador de tempos remotos; aquele elmo já havia estado à frente de muitos exércitos. Suspirou confiante e tomou a frente. -As coisas darão certo, filho. Você levará destruição para aquelas terras. O segui.

As coisas aconteciam no reino do Sonhar eram diferentes. Ao tomarmos as ruas e sermos tocados pela chuva -tive a sensação livre das gotas tocarem minha pele nula de enfermidade-, fomos movidos num expresso temporal nítido, como uma trilha acelerada até um ponto no extremo da vila. Onde paramos parecia ser o leste. -Ha muito tempo os humanos tiraram de mim um dos melhores capitães que já tive, um excelente Shinigami que era tido como "Deus" entre os seus. Aqui foi onde colocaram seu artefato; um biblioteca subterrânea de povos antepassados desse vilarejo. Observava em volta, buscava me situar no local: Prédios altos de metal e concreto erguiam-se apenas a minha esquerda, enquanto no posto punha-se um lago gigantesco -provavelmente o mesmo que observei em nossa chegada-. -E do que se trata? Analisava aquilo que era um amontoado de rochas, presumindo que fora dali talvez me faltasse capacidades para executar tal tarefa. -Um presente para sua proteção enquanto busco resolver as coisas aqui do outro lado. Busque ficar vivo!

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Itens e afins:

Parecia que cada articulação do meu corpo havia se calcificado após tanto tempo em repouso. "Merda! Ao lado de Jashin as coisas estavam melhor" Meus olhos miravam o teto repleto de infiltração daquele hotel nas longínquas terras habitadas pela chuva, minha mente buscava ordenar tudo que o Pai havia trazido até mim. "Ele não se daria ao trabalho de me mostrar tudo isso em vão, devo considerar suas palavras. Jashin é justo com aqueles que são bons com ele." A dificuldade para me levantar do acolchoado era nítida, porém, não o suficiente para me manter detido às amarras da doença. As frases do Deus sobre o modo como deveria lidar com aquilo ecoavam em minha mente de forma livre e surtiam efeito no oceano vasto de caoticidade em meus pensamentos. King não se encontrava no abafado quarto, o que era presumível, afinal, ele também tinha suas particularidades para cumprir e sua meta para comigo era único: colocar-me em repouso. No entanto, não podia tardar um segundo mais ali, algo estranhamente motivador me movia com um impulso instintivo naquela caçada atrás do artefato secreto do capitão da Destruição.

A kusanagi embainhada se mostrava um excelente suporte para minha locomoção não tão precária, mas por vezes traiçoeira. O que me fez conivente com aquele local foi a chuva; sair para a rua e ter a sensação da água refrescar minha pele ardente em febre por mais prejudicial que aquilo fosse era o que eu precisava para me sentir momentaneamente melhor entre calafrios e dores irradiadas do abdômen.

Recordava com clareza a trilha de aceleração temporal pera qual Jashin havia me guiado em sonho até o artefato, soava como um mapa esculpido com ferramentas cuneiformes em minha rede neural. As ruas eram vazias como tudo lá, os movimento se mantinham nos interiores das lojas de fachadas iluminadas; sempre era um tom escuro que habitava naquela região, o céu constantemente encoberto fazia com que luzes artificiais eclodissem de todos os cantos indicando os viveiros acordados e prontos para receberem sua clientela. Reconstruí os passos que já havia alçado antes, porém, desta vez debilitado e me arrastando pelas ruas de Amegakure com o apoio daquela lâmina aterradora que ironicamente hoje, me mantinha não só vivo como também vagante.

"De fato este é o local." Encarava de forma intensa e compenetrada as rochas que se erguiam de forma piramidal em um centro circular ao pé do lago. Tinha o som das tubulações metálicas às minhas costas assim como todo o restante da cidade. "Tenho que encontrar uma forma de entrar, a biblioteca deve estar abaixo das rochas."

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Itens e afins:

Aquelas pedras pareciam ter sido colocadas por mãos humanas mas moldadas pelo tempo. Era nítido como o vento que vinha da área aberta de água havia moldado as rochas em uma ponta que se inclinava de forma leve em direção da cidade. As frestas que detinham minha atenção, por sua vez, ficavam do lado oposto daquele onde a natureza mais havia trabalhado; não demonstravam espaço vazio naquele interior ou sequer uma passagem abaixo de si, no entanto, emboçavam uma espécie de caminhos minúsculos formando galerias entre as próprias brechas. "É uma boa forma de averiguar como está meu shikigami." Meu corpo avançou folha por folha naqueles vãos após acomodar a espada em minha cintura. Permeei a rocha de forma livre explorando o que podia haver ali; aproveitando-me da versatilidade dos papéis até que por fim atingi algo no solo. Parecia um alçapão arcaico que só pude distinguir após atravessa-lo por completo pela sobra vaga que havia em uma de suas extremidades.

Meu corpo plainou até o solo de pedras artesanalmente polidas. Havia alcançado aquele local colossal através do teto e ali dentro pude me vislumbrar: Erguiam-se enormes prateleiras esculpidas na caverna; nelas habitavam livros livros organizados de forma metódica através de cores escuras. Tochas brilhavam de maneira inexplicável nos corredores que se estendiam até fugirem por completo da minha vista. "Povo antigos ele mencionou." Caminhei por uma escadaria em espiral até alcançar o centro oval da biblioteca, onde todas as prateleiras terminavam. Eram túneis e mais túneis subterrâneos que abrigavam livros de caráter oculto e aquilo me deixava curioso, no entanto, o foco daquela infiltração ali não bem aquele.

As instruções de Jashin se limitaram até aquele momento, o que queria dizer que dali em diante seria apenas eu agindo através da minha própria intuição. Deveria achar o artefato mesmo não sabendo ao certo do que se tratava. "Se está aqui e eles sabiam do poder disso, deve ter alguma menção à ele." Os papéis me moveram metros adiante enquanto meus olhos atentos captavam o meu entorno. "Hm! Um das cavernas que deveria ser um corredor de prateleiras esculpidas era, na verdade, uma espécie de cômodo. Ali havia um altar iluminado por tochas que cintilavam em chamas azuladas, um livro afrente de uma caixa com um cadeado grande o suficiente para que eu notasse antes mesmo de adentrar pela passagem livre de portas. "Uma foice?" Lia o livro. Aquilo parecia ser um pequeno local de devoção ao instrumento indicado por Jashin. "A caixa é pequena demais para abrigar um objeto deste tamanho." De fato aquele baú não era grande, apesar de ornamentado em ouro e um metal semelhante à prata. "Bom, pelo o que parece essa arma causava impacto na energia vital das pessoas. Mas como abrir esse baú?" Deixei a leitura para segundas conclusões e me aproximei do objeto resguardado. Algo parecia ter manchado o cadeado dourado; era como se uma mancha escura de cobre tivesse enferrujado uma trilha naquela proteção.

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Itens e afins:

Ativo:

O cheiro que exalava daquele rastro no metal era de ferro oxidado. "Parece sangue." Por um instante vi meu corpo voltar ao normal naquela sala fria no subterrâneo de Amegakure. " Talvez o mecanismo para que o cadeado se abra seja através disso." Uma kunai anteriormente sacada da bag que corria em transversal no meu dorso, agora rasgava a pele na palma da minha mão; era fina o suficiente para não apresentar resistência à lâmina. Sangrei algumas gotas sobre a fechadura e então a típica cicatrização começou a ocorrer de forma acelerada. Sorri de maneira convencida. A tranca desprendeu-se do que a segurava e pendeu livre no ar. Do metal grosso daquele cadeado podia ver meu sangue ferver e ser lançado ao ar como uma onda de fumaça de pequena densidade. "Parece que se tratava realmente da vitalidade. Apropriado!

O sangue em ebulição rompeu o cadeado sem a necessidade que eu o retirasse do gancho que mantinha o baú fechado; ao ranger da caixa, com o tampo de abrindo, uma luz emanou de seu interior. Uma luva branca com seus detalhes em dourado e azul se dispondo de forma extremamente artística no objeto, emanava um ar místico que ia de encontro à minha vontade de apanha-la. Excitei. Olhei no entorno buscando alguma modificação típica no ambiente. "Nos livros é esse o momento que alguma coisa muito ruim acontece." Mas nada ali havia se alterado. As tochas ainda irradiavam sua luz azulada daquelas chamas sobrenaturais, o pequeno santuário estava da mesma maneira que antes e o livro atrás de mim na página que havia sido deixada aberta. Apanhei a manopla. Ao tela encaixada em minha mão pude sentir ela se aconchegar, tomou a forma de meu membro se ajustando de maneira eloquente aos meus dedos e pulso. O braço esticado permitia que pudesse vê-la melhor, no entanto, não contava que aquele objeto se transformasse com tamanha facilidade. Ela correu de toda a extensão que era para concentrar-se de forma densa e em outro objeto no centro de minha palma. "Magnífica." A foice era linda! Negra do seu cabo até sua lâmina que pareciam ser uma unidade única, sem juntas ou divisórias; o detalhe dourado na lâmina tinha insignias de tempos claramente ancestrais cravadas em si. "Esse é o poder das suas tropas Jashin? É grandioso." Era muito mais alto que eu, porém, o peso extremamente agradável inclusive para a situação deplorável na qual eu me encontrava. "Muito obrigado." O baú se fechou. Apanhei o livro e detendo o artefato novamente em sua aparência de manopla me desfiz em papéis.

Caminhar sob aquelas gotículas novamente rumando o destino confortável do quarto era prazeroso. Ter em mente a certeza de que a divindade à qual havia escolhido seguir não abandonava os seus quando no chão da batalha, era satisfatório. Obter para mim algo de tamanho poder tinha vindo como um bônus em meio a toda aquela situação. Necessitava encontrar King, embora meus passos apoiados na eltz improvisada não possibilitassem a urgência que carregava em meu âmago. "Tenho muito pra conversar com ele."

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