~
Prossegui com meus passos, deixando que as suaves gotículas de água deslizassem e respingassem pelas laterais dos calçados. Com a cabeça içada, empenhava-me para fitar o corcel de fios albinos, concentrando-me em seus marcantes olhos azul-esverdeados. A cada centímetro que percorria, sentia o vapor quente do demônio de caudas alastrar-se pelo meu corpo, inundando-me com uma tórrida brisa infernal. Apesar disso, avançava triunfantemente, protegendo o rosto com uma das mãos e respirando calmamente, em cadência. No átimo, as distâncias se encurtaram, e logo vi a besta aproximar seu semblante delgado das grades metálicas que lhe reprimiam. Gobi chegou próxima o suficiente para que a força de seu hálito esvoaçasse meus cabelos e me fizesse pressão.
—— Criança, conte sobre seu medo. —— A criatura repetiu, e a voz imperou pelo vazio entre os vazios. De supetão, cerrei os punhos e alinhei minha postura. De peito ereto, meu fôlego concentrou-se nos pulmões, e o ar se esvaiu-se através de palavras fragorosas, que me acalentaram e dançaricaram pelo salão como um dragão alado. Assim se deu meu discurso.
——
Houve outrora um homem pálido com cabelos loiros que resolveu renegar os mandamentos de seu pai e reduzir o mundo a cinzas. Sedento por poder, ele provocou chacinas e distribuiu dor aos seus entes mais próximos. Assim, sua família precisou selá-lo, anulando-o das lógicas do próprio tempo. —— Enquanto falava, evocava memórias das projeções de Shion, assistidas quando o mesmo resolveu visitar-me no gabinete. As projeções narravam os anais da trajetória de seu próprio filho.
—— Uma história tão trivial. Não minta para mim, sei reconhecer fábulas, infante. —— Rebateu a criatura, pousando seu dorso no chão molhado, se acomodando.
——
Não estou te enganando, nem te contando fábulas. O nome deste homem era Shaka, e o selo do tempo que lhe prendia foi desfeito à pouco tempo.Nesse instante, consegui sentir o chão tremer como num débil terremoto. O chakra que esvaía da bijū cessou repentinamente, e seus olhos resplandecentes foram nutridos com o vívido sentimento das lembranças; uma nítida injeção de memórias. Tentando manter a calma, continuei após alguns segundos, vislumbrando fixamente o estado atônito da fera de cinco caudas.
——
Shaka está livre, e ele traz a guerra e a morte. Seu séquito imortal caminha por essa terra sem medo, comandados por sua campeã, Hinka. —— Minha voz se tornou pesada, e a atmosfera tornou-se estéril tal como o céu noturno desprovido de lua e de estrelas.
—— Sim, eu sei. Eu me lembro de todos. —— Gobi falou, resfolegando. O vapor cálido voltou a circular pelo ambiente.
——
Se lembra de todos?—— Sim, de todos. —— Ela repetiu, continuando. —— Mikoto, Hinka, Shaka, Giltine... Todos os que se opuseram a mim e a meus jinchūriki.
——
Você teve outros jinchūriki? Quem eram? —— A dúvida apareceu.
—— Chisaki, Yugami e Albus. Eles foram meus três únicos hospedeiros após ter sido aprisionada por aquela garota Uchiha.
——
Albus? O Rokudaime de Konoha? E você diz que foi aprisionada por uma Uchiha? Como, Gobi? —— As perguntas continuavam à surgir em minha mente, germinando tais como gramíneas na primavera.
—— Muitas perguntas, criança. Deixe isso para depois.
——
Tudo bem, pode ser. —— Assenti, balançando a cabeça.
Mais uma vez, da mesma forma que outrora, o ambiente tornou-se profundamente taciturno; eu não falava, e nem ela. Senti o vapor unir-se ao meu corpo, e uma gota solitária de suor escorrer pela minha testa e definhar no soalho alagado. Ainda assim, minha respiração era calma, da mesma maneira que a da Gobi, embora eu conseguisse sentir o mormaço verter por suas volumosas narinas. De súbito, a fera suspirou com força, elevando a água e afastando o caos que se fazia naquele espetáculo nebuloso. Ela ergueu-se de seu estado relaxado, continuando a fitar-me do alto. Os cascos do corcel fizeram a terra tremer uma vez mais.
—— Criança? —— Ela disse.
——
Sim? —— Respondi.
—— Eu confio em você.
——
Confia? Como pode confiar em alguém que não conhece?—— Sei avaliar os meus hospedeiros. Assim foi com Chisaki, assim foi com Yugami, assim foi com Albus. E assim foi com você.
——
Fico lisonjeada com isso. De verdade.—— Não fique. Venha, aproxime-se e toque aqui.
A besta, então, abaixou sua enorme cabeça, apontando-me os longos chifres pontudos. Seus movimentos eram retesados, e não pareciam oferecer perigo. Acheguei-me, levando a mão até o crânio peludo, afagando-o com ternura. No mesmo instante, senti uma energia consumir o meu âmago, uma força que nunca antes havia testemunhado. A cabeça da Gobi balançou, e seus olhos cintilaram na escuridão, serenos como o orvalho da manhã.
—— Irei te ajudar em sua empreitada, criança. Qual o seu nome? —— O corcel indagou, recompondo a postura.
——
Me chamo Arthuria. E qual o seu? Acredito que “cinco-caudas” não seja seu verdadeiro nome...—— Muito bem notado, jovem. Na aurora dos tempos, velho dos Seis Caminhos me batizou de Kokuō.
——
Kokuō? Um belo nome. —— Falei, mostrando um sorrindo.
Então, sem demora, relaxei meus músculos e respirei fundo, tomando fôlego. A ponta dos dedos de minha mão destra repentinamente fulguraram em pequenas chamas azuladas, uma para cada um dos dedos. O selo em minha barriga apareceu, e levantei a blusa com a canhota para que pudesse notar as inscrições do fūinjutsu de oito trigramas. No átimo, vi meu antebraço pincelar-se com marcas negras, símbolos similares aos que haviam em minha barriga. Assim, aproximei os dedos aquecidos com as chamas místicas na direção do selamento, tocando-o e girando-o com uma única volta. Dor e formigamento me afligiram, seguido por uma forte sensação de alívio. A marca, então, se desfez, e o selo foi finalmente rompido. O portão que prendia a Gobi, ou melhor, Kokuō, abriu-se de súbito. E, mais uma vez, fez-se luz.
[...]
Segundos depois, retornei ao templo, ainda sentada em posição de lótus e segurando o cachecol negro que aquecia minhas mãos. Percebi, num relance, o esplendor do astro sol, glorificado por um nascimento divino. Os raios fulgentes, ultrapassando as lascas nas ventanas e na portinhola de madeira, viajaram até meus olhos e me cegaram, e mais uma vez precisei crispar a vista ante a sublime claridade. Não durou muito, e logo levantei-me e aprontei-me, colocando a echarpe em seu devido lugar.
—— Para onde vamos? —— A voz de Kokuō rebimbou, chacoalhando meu íntimo. Conseguia entendê-la perfeitamente em minha cabeça.
——
Para casa. —— Respondi mentalmente, precisando concentrar-me um pouco.
Assim, empurrei o ádito com força, e rapidamente segui em direção ao vilarejo. Naquela manhã, a neve ainda caía, mas a chuva que outrora me afugentara não mais era um tormento. No percurso, exercitava meus diálogos mentais com o corcel de cinco caudas, contando minha história e lhe inteirando sobre os acontecimentos que transcorreram nos últimos anos que seguiram após a queda de seu último hospedeiro, Senju Albus, o Rokudaime Hokage.
- Considerações:
Dados: Aparência de Arthuria Pendragon, vestindo este traje. Armas básicas encontram-se em bolsas na cintura. Excalibur – invisível – está presa em um coldre no lado direito do corpo, enquanto a Kiba está selada no fūinjutsu Gandálfr e presa na bainha do lado esquerdo. Um pano cobre o olho direito da mesma forma como nesta imagem, apesar dele não impossibilitar as habilidades do Byakugan. Marcações espaço–temporais no cabo das duas espadas. Shin Fūinjutsu: Kai ativado
neste tópico.
Resumo: Quest "Caminho do Hospedeiro". Mais informações na outra aba de
spoiler. Horário seguindo a abertura
deste tópico, uma vez que é uma continuação direta do
roleplay.
Buffs: Mestre Elemental (+200 Raiton); Kiba (+100 Raiton); Habilidade em Ninjutsu (+200 Ninjutsu); Ninshū (+200 Ninjutsu & +6m/s).
Reduções: Especialidade em Controle de Chakra (÷2 Custo Geral); Perícia Elemental (÷2 Custo Raiton); Recuperação (+1% CK p/turno).
Custos: -100CK (Hakke no Fūin Shiki).
- Outros:
BOLSA DE ARMAS (160)
Pergaminho de Shion: 1/1un. [0]
Kunai (Hiraishin): 10/10un. [10]
Kibaku Fuuda: 20/20un. [5]
Kemuridama: 5/5un. [5]
Shuriken: 10/10un. [10]
Hikaridama: 5/5un. [5]
Fios: 25/25m. [5]
- Usados:
Hakke no Fūin Shiki,
Desfeito.
Rank: A
Descrição: O Estilo de Selamento de Oito Trigramas é um fūinjutsu criado pelo clã Uzumaki e consiste no uso de dois Selos de Quatro Símbolos. Essa técnica foi usada por Minato Namikaze para ajudar Naruto Uzumaki a acessar o chakra de Kurama, selada dentro dele. Para executar a técnica, o usuário deve primeiro invocar um trono cerimonial e colocar o alvo nele. O selo não fica automaticamente visível na barriga de Naruto, mas tornou-se perceptível quando ele extraia o chakra de Kurama.
No anime, esta técnica de selamento é feita especificamente para forçar uma besta com cauda a ajudar seu jinchūriki, o selo irá enfraquecer gradualmente dando assim à besta uma chance para a sua liberdade. Este é um grande risco para um jinchūriki, já que eles só têm tempo para tornar-se forte o suficiente para subjugar a besta com cauda e obter um selo mais forte. Para o jinchūriki ganhar mais tempo, o selo pode ser completamente bloqueado, impedindo o selo de enfraquecer ainda mais, mas também impedindo o jinchūriki de acessar mais chakra da besta com cauda.
Kokuō (コク王, Kokuō), mais conhecida como Cinco-Caudas (五尾, Gobi), é uma das nove bestas com cauda. No passado ela foi selada dentro de Han de Iwagakure. Kokuō assemelha-se principalmente com um cavalo branco, mas com cabeça de golfinho. Como uma bijū, ela é extremamente grande e delgada, superando completamente florestas inteiras, sendo que rivaliza com Kurama - em sua forma completamente restabelecida - como a mais alta dentre seus irmãos. Ela tem dois chifres longos e três chifres pontudos - dois no anime - mais curtos na frente. As extremidades de seus chifres, cascos e caudas são marrom claro, com alguns pontos da mesma cor antes das áreas marrons de seus chifres e cascos. Ela também tem marcas vermelhas escuras sob seus olhos azuis-esverdeados. Durante os últimos dias restantes do Sábio dos Seis Caminhos, Kokuō era muito menor do que é agora, e seus chifres também eram mais curtos.
Oroborosu no OmeiDescrição: A Marca de Ouroboros é um estranho selo transferido por Opus, criando o símbolo de ouroboros no centro do peito de seu receptor. Os poderes dessa marca ainda são um mistério, porém, de acordo com Shion, há uma grande importância para finalizar Shaka. Uma vez que tenha recebido essa marca, o usuário se torna hábil a dominar, caso já não domine, a natureza do relâmpago sem treinamento, dando uma coloração dourada aos raios. Os corpos com esta marca parecem se tornarem mais resistentes e duráveis, tendo automaticamente um aumento de dois turnos no limite da durabilidade deste. O usuário terá o selo no centro do peito.
Byakugan,
Desativado.
Descrição: O Byakugan (白眼; Literalmente significa "Olho Branco") é um dōjutsu kekkei genkai do clã Hyūga e do clã Ōtsutsuki. Seu poder a princípio surgiu como uma Kekkei Mōra junto com o Rinne Sharingan na ancestral mais antiga conhecida dos clãs Hyūga e Ōtsutsuki: Kaguya Ōtsutsuki. Ficou conhecido como um dos Três Grandes Dōjutsu (三大瞳术, Sandai Dōjutsu; Literalmente significa "Três Grandes Técnicas Oculares"), juntamente com o Sharingan e o Rinnegan. Ao contrário de um Sharingan transplantado, um Byakugan transplantado pode ser ativado e desativado à vontade.
Kiba 牙,
Selado.
Rank: S
Descrição: Kiba (牙; lit. Presas) é uma das famosas espadas dos Sete Espadachins Ninja da Névoa. É uma espada dupla, a sua característica mais notável é uma saliência para cima, curvado perto da extremidade de um lado da lâmina e um outro perto da base do outro lado da lâmina. Em cada uma delas foram imbuídas de relâmpagos, mostrando poder de corte maior de forma semelhante às vibrações de alta frequência de relâmpagos baseado em fluxo de chakra. É essa capacidade que resultou no nome "espadas de raio" (雷刀, raitō) que está sendo reivindicado como as maiores espadas na existência. No anime, eles permitem ao usuário formar raios livremente.
Excalibur,
500/500Rank: S
Descrição: A Excalibur: Sword of Promised Victory (約束された勝利の剣, Yakusokusareta Shōri no Ken) é uma construção divina, aclamada por ser o apogeu das espadas e armas lendárias. Fabricada com um material desconhecido, cujas limitações físicas superam a maioria dos sabres convencionais, mostra-se como uma arma leve, resistente e possuidora de um fio imensamente afiado. A lenda diz que ela foi forjada nas entranhas do mundo como a cristalização dos desejos da humanidade, tornando-se um construto fadado a proteger o planeta de todo o mal. Seu cabo é azulado com adornos de ouro que sobem até o guarda-mão. Sua lâmina é tão branca quanto a neve, reluzindo através de um véu luminoso de cor dourada. Seu gume é fino como navalha, e epígrafes misteriosas mostram-se entalhadas na chapa resplandescente.
A primeira habilidade da espada lendária é a capacidade de ocultar totalmente sua substância, permanecendo invisível à olhos nus. Tal aptidão utiliza de inúmeras camadas de energia comprimidas em alta pressão, sendo o suficiente para dobrar a luz ao redor da arma e distorcer totalmente a reflexão e refração da luz, o que acaba por tornar o objeto invisível. Além disso, caso o usuário tenha a qualidade Habilidade em Ninjutsu, o mesmo pode apagar a presença da espada, fazendo com que ela oculte tanto a sua forma física quanto qualquer manifestação de chakra que transcorra em sua lâmina. Nomeada como Invisible Air (風王結界, Barrier of the Wind King), este recurso pode ser ativado com o custo de vinte e cinco pontos de chakra, podendo se fazer presente por toda a extensão da arma ou unicamente na lâmina.
A segunda habilidade mostra-se mais como um mecanismo de defesa. A espada, obedecendo às citações de sua lenda, possui uma incrível conexão com o planeta e, portanto, com a natureza. Graças a isto, há uma quantia incrível de chakra natural concentrado no objeto, e assim, apenas aqueles que detém o controle sobre a energia sábia podem clamar o verdadeiro poder da espada da vitória prometida. Conhecida pelo nome de Avalon (全て遠き理想郷, Everdistant Utopia), o mecanismo possui uma reserva de quinhentos pontos de chakra natural, sendo capaz de transferi-lo para seu empunhador através de contato físico, limitando-se à cinquenta pontos por postagem e uma vez por turno. A reserva será reiniciada com a mudança de tópico.
- Quest ~ Plot:
Caminho do Hospedeiro
Requerimentos: Ser Jinchūriki.
Recompensa: Dominação da Bijū.
~
Sugestão de História: Após ter chegado no templo, Arthuria percebeu que estava vazio, totalmente inabitado. Com o cair da noite, decidiu repousar no interior da construção, se abrigando do frio e da chuva que afligia Kumogakure. Em meio à espera infindável, lembrou-se das palavras da Gobi sobre acessar seu subconsciente, e tentou fazer isso com o propósito de conversar com a besta com cauda, como já havia decidido anteriormente. Após tentar algumas vezes (tendo sido, inclusive, ajudada pela besta), a Pendragon finalmente entraria em sua própria consciência e conversaria com a bijū, a qual busca liberdade. Arthuria se recusará a liberar o selo e apresentará seus ideais, estando destinada à derrotar Shaka e Hinka. Pela convivência com seus jinchūrikis anteriores, sobretudo com o Rokudaime Hokage, Gobi se convenceria de que a Pendragon é uma kunoichi merecedora, e lhe emprestará seu poder para que possa completar os seus objetivos. No fim, a Kyūdaime abrirá os portões do Hakke no Fūin e se apresentará, revelando seu nome. A Gobi fará o mesmo, revelando seu nome de batismo.
Link da solicitação
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Intervalo: 4hrs.
Palavras: 1108/200.
Posts: 5/5 ~ cena com
redutor.
Arthuria; HP: 2000, CK: 1425/3075, CKN: 0/400, ST: 1/16
Kokuō; CK: 3500/3500