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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Convidado
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As Ondas reviram o interior das águas, quanto maior o volume da água em crista, maior o transtorno causado à tranquilidade de suas entranhas. A profecia de Haseo havia sido posta aprova, e ele saído com vida; quem sabe não deveria passar a leva-la mais a sério? Era dono de um psicológico mais resistente após ter passado aqueles eternos oito minutos parado em frente aos portões do inferno, lendo claramente o aviso, "Abandone toda a esperança ao entrar". No entanto, a esperança pelo anseio de mais um amanhecer fora o que lhe manterá vivo. No entanto, ainda estava no seu período de afastamento da força tarefa, e já que a tranquilidade não lhe seria berço para a melodia, resolveu retirar-se para um treinamento em Burēdobōdā.

Um vilarejo majoritariamente guerreiro, aliás, não só guerreiro, "Mura", como gostavam de ser chamados. Eram os samurais mais bem treinados que haviam nas redondezas do vilarejo da folha. Shuu não era o mestre do local, mas era o aspirante perfeito para tal cargo; sujeito de alto disciplina, sua esgrima tão afiada quanto sua língua, e seus reflexo se equiparavam com a sua estada em bares. De fato, era um sujeito controverso, genialmente controverso -como de costume-. E era esse o homem que a língua do povo fez despertar o interesse de Haseo, e era para tal treinamento que ele alçou esta viagem.

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@Haseo
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Haseo
Jōnin
[Cena] Há lâminas que cintilam no horizonte. FKaCpRU
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O cedo da manhã – ou tarde da madrugada – se pronunciava, mesmo que em silêncio, defronte de meus olhos. O alvorecer refulgente se destoava, com sua beleza, de qualquer outra vista que eu poderia ter naquela hospedaria aconchegante. Na verdade, esta foi apenas a quarta noite que consegui realmente dormir desde o episódio martirizante que tive com um criminoso enquanto repousava em uma pequena casa alugada há cerca de uma semana. Enquanto o vento jogava meu cabelo e meu haori para trás, arrostava o horizonte imerso em contemplações. Meu semblante, até então inerte, ocultava tudo que passava por minha cabeça naquele momento; diziam-me que eu sempre parecia sério, ou compenetrado. Uma menina uma vez me disse que sempre pareço estar irritado. Nem tudo era verdadeiro, tampouco, nem tudo era inexato. Naquele momento, eu realmente me encontrava compenetrado; concentrado em meus próximos movimentos, me certificando de que as esperanças em mim colocadas e minhas obstinações estivessem sido alimentadas. No final do dia, eu era diferente dos demais da minha idade. Eu tinha muitas pessoas para proteger. O dobro de inimigos para cortar. Eu precisava me tornar mais forte e capaz. Hmph. Talvez nossas faces não consigam esconder completamente aquilo que pensamos, afinal de contas.

Contudo, eu deveria manter os meus olhos na presa, e não no horizonte. Não faria sentido refletir em demasia sobre os objetivos no distante, mas deveria pensar com cautela sobre quais seriam meus próximos passos mais adequados em minha situação. Com meus alvos pés em direto contato com o chão, descalços, caminhei para dentro novamente, fechando as portas de vidro que separavam a sacada do restante dos cômodos. Talvez um observador extrínseco pensasse que eu me encontrava numa situação difícil; tinha muito potencial e tempo, além de centenas de formas de me aprimorar como um guerreiro antes de retornar para o país das Ondas. Contudo, embora assim o parecesse, na verdade a escolha já havia sido traçada ao longo dos meus primeiros anos de vida. Lembrava-me como se houvessem se passado apenas alguns meses de meu primo, um moleque arruaceiro qualquer seis ou setes anos mais velho que eu, me ajudando em fabricar algumas espadas de madeira para que “treinássemos” – ou balançássemos as espadas no ar de qualquer jeito e sem técnica alguma. Entretanto, recordo-me até hoje de vencer nossos embates repetidas vezes em duelos, para sua admiração, mesmo quando em desvantagem, isto é, sem utilizar um escudo e por ter uma constituição física muito mais fraca na época. “Mãe! Ele me venceu só com uma espada!”, me lembro dele reclamando quando terminávamos nossos duelos.

Até onde minha mente me permite recordar, tive proficiência com armas brancas. Minhas mãos eram chamadas, por vezes, de “mãos de menina”; eram suaves, de pele macia, dedos longos e esbeltos. Talvez fosse devido a elas que minha coordenação motora era tão aguçada, embora isto não justificasse meus reflexos extremamente rápidos e meu pensamento lógico em batalhas tão afiados quanto as lâminas que costumo brandir. – Com licença. – Comuniquei à recepcionista, no andar térreo da pequena hospedaria que ocupava. – Existe algum bar nesta pequena cidade? – Inquiri, mesmo que soubesse da resposta. Existia. Apenas um. E, de acordo com os viajantes que encontrei ao longo da estrada para vir para cá, era o ambiente predileto de um infame samurai, nomeado “Shuu” – embora eu não tivesse certeza de que este era seu verdadeiro nome.

[...]

Como de se esperar, minhas pesquisas retornaram para mim com resultados. Até agora, ao menos, todas as minhas suposições estavam corretas; esta cidadela era popular por seus samurais, e, dentre eles, um se destacava. Fazendo do bar sua morada e do álcool a sua concubina, é dito que possuía uma técnica invejável com uma lâmina em punhos. E era exatamente este sujeito que iria me ensinar. Assim que as portas de madeira rangeram quando as abri, meus olhos perscrutaram todo o ambiente que cheirava exatamente como eu pensei que cheiraria. Com suas características físicas em mente, não imaginei que ele seria de difícil encontro – era um sujeito que pintava seu rosto e se trajava como um cigano, de quaisquer formas. A passos lentos, notava que havia, aparentemente, passado despercebido pela maioria daqueles que desfrutavam desta sarjeta repulsiva. Discretamente puxava uma cadeira numa mesa afastada em que o palhaço espadachim se encontrava, sentando-se em seu lado oposto. – Com licença, mestre Shuu. Espero que este lugar não esteja ocupado. – Alardeei com minha voz naturalmente baixa e grave, mantendo uma postura sem desvios que combinava com meu aspecto confiante e distante imposto em meu rosto.

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Convidado
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Passou o dedo no bahar em molho e o esfregou no interior dos lábios. Diferente da reação que muitos teriam, deliciou-se, ao invés de sentir-se queimando, derreteu-se na cadeira. Arqueou uma das sobrancelhas ao ser interrompido de seu deleite. -O que você quer? O bar estava cheio mas sua caneca, após antes pela metade, esvaziou-se por completo após aquele gole ininterrupto que parecia continuação de sua frase. Shuu e Haseo encontravam-se em um canto do bar onde a podridão humana não alcançava, exceto a própria podridão do mestre. Arrotou. Assoprou na direção do garoto. -Não te devo dinheiro, devo? Seus olhos vagavam estudiosos entre as profundezas das orbes do shinobi e a superficialidade de sua face. Seu braço canhoto erguido enquanto sua mão balançava a caneca como se fosse uma bandeira suplicante. Passos inconfundíveis de salto no piso bruto de madeira maciça encaixada como um quebra cabeças. -Aqui está Shuu. Ela tinha uma aparência típica das fronteiras extintas pela guerra; olhos extremamente estreitos, escuros assim como seus cabelos que se prendiam em dois coques nos lados opostos da cabeça. Seus rosto era angelical e de fato chamava atenção. -Obrigado gatinha. Ele era realmente um velho típico de boteco. Mais um dedo no bahar; mais um deleite. Derretido em sua cadeira esperava pela manifestação do jovem.

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Não ortodoxo. Foi exatamente assim que o imaginei pela primeira vez que ouvi sua descrição, de um comerciante viajante numa das poucas rotas que interligam a vila oculta da Pedra com esta pequena cidade em que me encontrava. Assim que ouvi a maneira como falava e a forma que interagia com os outros, tive de disfarçar o sorriso que buscava aparecer com um maneirismo em minha boca, esticando uma das bochechas com a minha língua enquanto agia como se estivesse buscando palavras para respondê-lo. – Não, mestre Shuu. – Repliquei-o, afastando meus olhos do outro ocupante da mesa por alguns instantes. Foi apenas então que realmente pude prestar atenção no restante do estabelecimento. O primeiro indício que clamou por minha atenção foi a mão direita da garçonete; a parte interna de seus dedos estava inchada e esfolada, uma das evidências mais comuns que assinalam um espadachim dedicado. Foi então que meus olhos resvalaram para os demais ali dentro, e também foi então que percebi que a maior parte dos que estavam ali eram praticantes da arte das espadas. Então, o local que antes parecia estrangeiro e pouco receptivo se tornava mais confortável para mim – afinal de contas, interagia com um ambiente cujos frequentadores tinham a mesma inclinação que a minha.

Todo este processo lógico dentro de minha mente levou apenas um ou dois segundos, é claro, e o fiz enquanto confeccionava uma resposta apropriada para o mestre das lâminas em minha frente. – Eu venho do País das Ondas. Serei seu único protetor dentro de alguns anos, e preciso estar forte o suficiente até lá. – Mantive meu ritmo, semblante e voz imutáveis mediante minhas proclamações. Permiti que uma pausa se desse, brevemente, enquanto o ouvinte levava seu dedo na boca mais uma vez. – Eu sou um guerreiro da água. Um guerreiro sem uma espada não é um guerreiro. – Neste momento, dei outra pausa. Desta vez, entretanto, curvei-me enquanto sentado, com a minha face voltada para a mesa conforme minha mão direita abraçava a minha mão esquerda fechada, num gesto de súplica veemente. – Peço que o senhor me ensine a arte das espadas, mestre Shuu. Descobrirá que sou um bom aluno e que serei capaz de aprender qualquer coisa que me ensine. – Confirmei em conclusão, não permitindo que meu gesto reverente abalasse minha confiança em minhas próprias capacidades.

Talvez, fosse esta interação a alguns anos atrás, eu sequer cogitaria buscar alguém com este perfil para me ensinar. Desde tenra idade, fui ensinado que eu era um tipo melhor de pessoa por ter “sangue de água”, uma linhagem nobre em meu país; meus tutores em combate foram os melhores enquanto crescia, e sentia que nosso dinheiro nunca acabaria. Mas a verdade é que a situação estava completamente diferente. É como se, enquanto criança, minha vida fosse uma bela cachoeira, cuja água flui de maneira que denota controle e tranquilidade. Mas agora, minha vida estava lentamente se tornando um oceano, cujo fluxo é difícil de prever e está sujeito a abruptas alterações a qualquer momento. Eu não curvava a minha cabeça para Shuu e o chamava de mestre porque era o tipo de pessoa que eu era. Tampouco o fazia em falsidade, entenda bem. Eu o fazia genuinamente, mas não por mim, e sim por todos os milhares de habitantes de meu país de água que sofreriam caso eu não retornasse para eles forte o suficiente. Então, era exatamente de alguém como o Shuu que eu precisava.

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Convidado
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Segurou a face de Haseo com as duas mãos gordurentas. -Escute menino do país das ondas que precisa estar preparado. Nunca se está, de fato, realmente preparado. Você me entendeu? Nunca! Ele já estava bêbado e não só seu hálito de hidromel -difícil de se encontrar naquela região e de custo muito elevado- entregava. Shuu riu e sua gargalhada ecoou pelas discussões das lâminas e conversas do sangue, gargalhou de forma genuína ao ver a posição que julgava patética do garoto. Um som grave e repentino. Todos olharam. Uma espécie de surto bipolar. -Primeiramente fale como um guerreiro se quiser vir em um lugar que carrega a honra de guerreiros. A mesa entortou diante sua mão que permanecia imóvel. -Erga a cabeça e baba isso. Apanhou uma xícara tombada sobre a mesa que ainda continha dentro de si o conteúdo que alegrava a madrugada de tantos homens pernoitados. Voltou-se a sentar. As cabeças retornaram seus afazeres. -Me escute bem. Meu treinamento tem taxa de zero aprovação e zero inscritos. Seu indicador era enfático enquanto seu cotovelo apoiava-se sobre a estrutura de madeira quebrada que pendia de um lado para o outro. -Você quer ajuda? Eu te ajudo. Mas não pense que sou altruísta meu jovem. Isso irá lhe custar. Seu sorriso alargou-se. -Gosto de bahar e hidromel, são coisas caras, e tenho que manter o meu padrão. Então você escolhe. Escorou-se novamente na cadeira. -Mas é verdade o que falam, eu realmente sou o melhor espadachim dentro destas fronteiras. Vamos lá, pergunte... E volte quando terminar. O sarcasmo escorria de forma visível e repugnante de sua face, porém, Haseo sabia que não seria tão diferente disso.

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Utilizei as costas de minha mão direita para limpar meu rosto assim que suas mãos nojentas pararam de me tocar. Contudo, mais desprezível que sua higiene, ainda era o “código de conduta” que ele me tornava conhecido por aqui, se é que se pode chamar disto. Por tratar alguém com o devido respeito e reconhecer a superioridade em uma habilidade que eu admirava eu era visto como alguém “não digno de guerreiro” por aqui. Deprimente. Contudo, este momento foi importante para mim, que percebi que não precisaria utilizar os anos gastos aprendendo a devida etiqueta, honoríficos e tradições; o que eu faria ao invés disto? Deixaria o pirralho de dez ou onze anos de idade que eu era governar minhas palavras daqui para frente. Foi neste momento de realização, aproximadamente, que fui convidado pelo espadachim a ingerir uma de suas bebidas. Finalmente rompi minha posição de reverência junto com todo meu código de honra, que seria rompido pela duração da minha permanência desta aldeia; o fiz enquanto ouvia suas últimas palavras de diálogo. Despreocupado, cruzei minhas pernas e toquei com minhas costas o encosto da cadeira, diferente de como antes me posicionava. Sem perder minha imponência proveniente da maneira que me prostrava em meu assento, busquei, com uma de minhas mãos, a xícara que me foi oferecida. Como era um visitante ali, provavelmente seria melhor que eu participasse do costume local. Entretanto, não era isto que aquele homem que havia me desconsiderado como guerreiro merecia.

Cheirei o líquido uma ou duas vezes antes de colocá-lo de volta na mesa, intacto. – Tem certeza que é hidromel que está bebendo? Posso jurar que uma das vacas das nossas fazendas mijam exatamente isso aí. – Entoei, fazendo com que a xícara deslizasse pela mesa, atravessando-a simetricamente em rodopios conforme retornava para seu dono. Enquanto o fazia, já pensava na próxima resposta. Presumi que ele exigiria um pagamento, assim como qualquer mercenário sem escrúpulos o faria. Ao longo das últimas semanas, havia feito, pensando neste possível problema, algumas missões de baixo nível, que juntariam fundos apenas o suficiente para pagar um possível mestre de espadas que me auxiliasse. Minha mão direita, aquela que não empurrou a bebida na mesa, foi para o interior esquerdo de meu haori, rebuscando ali por um ou dois segundos antes de retirar um saco marrom, atado por pequenos fios, colocando-o na mesa. Assim que o fez, o tilintar que vinha de dentro da pequena bolsa tornava óbvio o seu conteúdo. – Isto é tudo o que posso pagar no momento. – Concluí, altercando meu tom de voz que retornava para a forma anterior que utilizava para falar. Mesmo subconscientemente, era difícil não demonstrar educação e formalidade em minhas palavras.

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O sorriso alargou-se em tinta branca seca que acumulava-se nos excessos de suas bochechas. -É disso que eu estou falando garoto, aqui nós valorizamos atitude. Ele se levantou e espreguiçou-se. Seu corpo esticado deixou a mostra em sua cintura inúmeras cicatrizes flanqueadas por suas longas katanas cruzadas entre si em seu coldre. Sua mão apanhou a bolsa de moedas. -Me encontre no monte Tuthy, fica ao norte de nossos muros. Amanhã antes do sol nascer esteja lá. Novamente se dirigiu a mesa, desta vez pegando a caneca de hidromel recusada por Haseo. -Traga uma de suas vacas para mim então, o mijo delas me alegra o dia. Virou as costas e jogou a caneca para trás. Retirou-se. Lá estava o jovem; com um mestre, mas sozinho. Novamente sozinho. Como sempre sozinho. Mas o fato de ter a si mesmo não o deixava desamparar. Já era noite, precisava de uma estalagem e uma refeição... E muita paciência.

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Humph. Aparentemente, o meu eu de dez anos de idade seria adorado por este povo. Enquanto meu suposto tutor redarguia minhas palavras e se movimentava ao limite que sua cadeira malfadada suportava, eu me guardava imóvel, adornando uma face conspícua e olhos atentos na performance teatral que aquela figura estranha desempenhava em minha frente. Acostumado a buscar soluções rápidas, imediatamente pensei sobre como eu poderia descobrir a posição deste tal “monte Tuthy”, já que a única orientação que recebi de meu estimado mestre era um ponto cardeal tão vago quanto o que existia entre seus ouvidos. Agora com meus braços cruzados na cadeira, testemunhava a conclusão de seu ato, sua espalhafatosa e estabanada saída do pequeno e convidativo estabelecimento. Assim que as portas se fecharam em suas costas – portando o seu ranger típico –, já tinha uma solução em mente para o pequeno problema. Voando pelas mesas do local, meus olhos pousaram sobre uma atendente desocupada pelo momento. – Com licença. – Interagi com a atendente, após meus apressados passos em sua direção para que pudesse aproveitar o pequeno tempo livre que estava tendo. Ao longo dos um ou dois minutos seguintes, mantivemos um curto diálogo onde eu perguntava-a a localização do tal monte e ela me dava direções desconexas por não ser local; após algumas tentativas, entretanto, achei que seria capaz de me localizar amanhã.

Retornei para a bonita pousada que habitava. Agora que parei para pensar, provavelmente este lugar deveria receber muito dinheiro com turismo. O suficiente para justificar o luxo, ao menos. Em meu quarto, refletia sobre a primeira impressão que tive do espadachim, lamentando o fato de que teria que lidar com ele pelos próximos dias e saudando o fato de que me tornaria um guerreiro mais forte dentro de um tempo. “Nunca se está preparado”, foi o que ele me disse. Eu entendi bem o que ele quis dizer; quando fui designado como um membro da guarda de honra, um dos mais jovens a ocupar o cargo, senti algo similar. Na época, levei muito tempo para entender plenamente o que aquilo significava. Talvez eu não tenha entendido até hoje, já que sempre estou pensando no que um guerreiro real representa. Atipicamente, então, estas palavras do mestre Shuu foram reconfortantes; não adiantaria gastar meu tempo pensando no peso que esta responsabilidade fazia sobre as minhas costas, tampouco no que eu deveria ser quando a recebesse plenamente. Ao invés disto, deveria me sentir feliz por tê-la e fazer o meu melhor para merecê-la. Enquanto a noite se aproximava, pensei em praticar algumas composições com a flauta, mas não encontrei vontade o suficiente para isto. Ao contrário, decidi que escrever seria o que mais me agradaria até que o sono viesse ao meu encontro. Retirei, então, um livro de anotações de minha mochila, e comecei a escrever coisas que, até o momento, não estavam boas o suficiente para serem lidas por outros olhos que não fossem os meus.

Tudo na manhã seguinte havia sido igual a da anterior. Cedo da manhã, pés descalços, olhos no horizonte, pensamentos distantes e solidão. Talvez esta fosse a minha verdadeira amiga, já que estava comigo por quase todo o tempo. Mesmo com algo me dizendo que aquele sujeito apenas apareceria no monte Tuthy horas depois, decidi que o mais sábio seria iniciar a caminhada cedo da manhã. Desci as escadas da pousada completamente indumentado, trajando meu uniforme de oficial por baixo de meu haori de dois padrões, todos estes acompanhados por minha mochila, de coloração marrom e de simples composição. Próxima da saída norte da vila pude encontrar uma confeitaria, simples e convidativa o suficiente para me lembrar do bar de ontem. Aproveitei esta conveniência para reabastecer meu estoque de comida e água para a viagem, o fazendo de acordo com o tempo estimado que o bondoso senhor que administrava o comércio me estipulou.

Assim que me pus na beirada duma montanha cuja altura rivalizava à do próprio monte, pude testemunhar sua beleza notável. As rochas que se elevavam para formar o monte Tuthy formavam plataformas rochosas, estas que absorviam a luz do sol que as conferia uma exótica tonalidade. O grande lago de águas calmas que corria em torno desta joia de pedra me fazia lembrar de casa, mas também laureava aos meus pensamentos uma calma tão profunda quanto aquelas águas. Os lindos pássaros que emitiam um som aconchegante quando passavam por cima de mim nunca antes haviam sido vistos por meus olhos, conferindo um tom indômito ao ambiente. Movimentando-me para o centro do monte, senti que fazia parte de sua beleza, mesmo que me sentisse extremamente pequeno e insignificante diante de algo tão belo. O vento que fazia meu haori tamborilar me lembrava do porquê eu estar ali. E quando cheguei à realização, busquei me preparar; entrelaçando minhas pernas, sentei-me no centro da colina, fechando meus olhos e combinando meus punhos e meus dedos num gesto meditativo. Visando imitar a água – como sempre o fazia – com minha respiração, fiz com que meu chakra circulasse por todo o meu corpo, fluindo suavemente como as ondas calmas e gentis do lago que me rodeava.

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Haseo
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Profecias se cumprem através de trabalho árduo não só de predestinação divina. Algum sanguejá havia irrigado o solo, assim como ainda viria a irrigar, agora estava na vez do suor de Haseo pingar sobre solo sagrado. Abriu os olhos e se deparou com a tintura esbranquiçada seca em rachaduras nas dobras do rosto de Shuu, que sorria num odor de hidromel -ou urina de vaca como o garoto preferiu chamar- que desmaiaria um rabanho logo pela manhã. -Que bom está meditando. Disse enquanto afastava o tronco que curvava-se na direção dele. -Pena que é uma grande baboseira. Gargalhou e caiu sobre o chão de braços abertos. Ao seu lado uma cadeira muito semelhante as utilizadas pelos turistas praianos no País das Ondas, algumas garrafas provavelmente de conteúdo inflamável, e uma série de revistas. -Vai funcionar da seguinte maneira. Apanhou uma das garrafas e bebeu de seu conteúdo; deitado, fitando as nuvens na vastidão azul. -Serão quatro dias aqui em cima. Foda-se o que aconteça. Quatro dias. Eu durmo, você não. Eu como, você não. Eu dou ordens, você faz. Entendeu? Vamos ver se você vai mudar a taxa de aprovação. Sorriu. Não esboçou muita dificuldade ao levantar-se para passar a andar em círculos ao redor do jovem. -Eu cresci aqui nessas planícies. Morei nessa infinidade linda e contemplativa de grande e absoluto nada por toda a minha vida, foi esse lugar que me forjou, e vai ser ele quem vai te forjar. Sua primeira tarefa é ir até o outro lado, na planície vizinha, e trazer o meu jantar. Seu sorriso alargou-se em meio ao branco de sua face e os dreads de seus cabelos tombados para frente. O indicador apontava um amontoados de sombras do outro lado de um grande desfiladeiro cortado pela gentileza de um cristalino córrego. Eram javalis selvagens.

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O “coração de água”, uma técnica de meditação proveniente de meu país, funcionou muito bem até eu fosse agraciado pela presença do mestre Shuu. Quando abri meus olhos, vi sua silhueta ímpar a poucos centímetros de meu rosto. Agora acostumado com sua falta de educação, ignorar suas palavras ofensivas e desrespeitosas se tornou mais fácil e apropriado. Observei-o, circunspecto, se debatendo em risadas diante de uma piada inexistente que ele mesmo contou. Não fosse pelos traços físicos que meus olhos detalhistas foram capazes de captar, podia entender o porquê dele não ter tantos alunos como alguém com esta fama teria; e eu poderia dizer isto por mim mesmo: a maioria deve esperar um homem sisudo, intimidador por natureza, calmo, quieto, filosófico e provavelmente sem um dos olhos. “Isto deveria ter afetado grande parte dos possíveis estudantes marciais que vieram até aqui”, pensei comigo mesmo. Antes que eu pudesse realizar mais inferências, contudo, fui tirado de meus pensamentos pelos termos que ele acabara de começar a ditar para meu treinamento. Já me encontrava de pé quando ele terminou de falar, e embora não tivesse tido tempo o suficiente para entender seus termos, julguei que seria melhor acatar suas ordens para depois compreender melhor a situação. Sinalizando com minha cabeça que acataria suas ordens, principiei a me movimentar para o local indicado para caçar.

Agora, diminuía meus passos enquanto me aproximava de minha presa. Neste momento, já estava completamente ciente dos termos envolvidos – quatro dias de privação de sono e comida, somados a esforços físicos provavelmente regulares sob a companhia de um desvairado. Diante disto, não tinha certeza de que iria conseguir, tampouco de que isto realmente me tornaria um espadachim capacitado. Contudo, sua paixão marcante quando me falou a respeito deste lugar seria o suficiente para me convencer por enquanto. Isto e o fato de que eu já havia pagado-o, de quaisquer formas. A respeito dos javalis, existiam algumas coisas que eu sabia sobre eles, já que era uma das caças mais comuns para jovens caçadores em meu país ou para jovens ninjas em missões na vila oculta da Pedra: parentes dos porcos, eram uma espécie com uma personalidade dócil e pacífica – a menos que ameaçada. Não obstante, são animais sociais, acostumados a viver em grupos, cujas viagens eram lideradas por uma ou várias fêmeas adultas. Por último, também sabia que, apesar de não terem uma ótima visão, estes animais tinham um sentido muito sensível de audição e de olfato, tendo a capacidade de reconhecer um odor a mais de cem metros de distância.

Apropinquava-me do grupo de javalis com cautela. Pensei que, por tornar meu odor conhecido em seus olfatos por tempo o suficiente, minha aproximação seria recebida com menos hostilidade. A respeito de suas audições, imaginei que o grande fluxo de água que corria próximo de nós seria o suficiente para abafar meus passos já comedidos e silenciosos. Meus pés, contudo, não me levariam em direção às bestas, mas a uma pequena formação rochosa que era comodamente próxima dos animais e apresentava um declive brusco o suficiente para ocultar a maior parte de meu corpo quando o utilizando como um escondedouro. Prostrando minha cabeça para fora do pedregulho que me ocultava apenas o suficiente para que tivesse uma visão clara dos animais, lentamente escorreguei ambas as minhas mãos para a parte inferior de minha cintura, um local de meu corpo oculto pelo haori. Quando retornaram para mim, minhas mãos traziam consigo um punhado de kunais e shurikens. Três kunais e três shurikens, em termos específicos, um projétil para cada animal do bando selvagem. Recolhi todo o meu corpo de volta para meu abrigo, agora com suas posições memorizadas mentalmente. Inspirei e expirei profundamente, me certificando de que minha respiração me permitiria realizar a manobra e, assim que tive esta certeza, imediatamente a iniciei: Utilizando-me da grande pedra como um trampolim, recebi impulso dela para me projetar no ar. Após uma acrobacia que corrigiria meu posicionamento enquanto voava, disparei todos os projéteis em três movimentos, onde uma kunai e uma shuriken eram lançadas visando o pescoço de todos os animais. Durante minha caída, aterrissaria no meio deles, o que rapidamente poderia se tornar uma desvantagem caso meus ataques falhassem; exatamente por isto, buscaria outra kunai em minha bolsa de equipamentos, esta que me serviria como arma para que pudesse me defender se necessário.

Para ser sincero, algumas coisas me perturbaram durante toda esta ação. A primeira delas era que eu não imaginaria se esta atividade realmente serviria para me aprimorar como um guerreiro ou para encher o estômago de meu tutor, uma vez que nenhuma parte disto parecia ser condizente com um treinamento de espadas. Contudo, nada poderia ser feito neste respeito, como antes mencionado, então teria de ser complacente com este teatro por enquanto. A segunda coisa era o tamanho dos javalis; estava ciente de que estes animais mudavam suas características físicas de um lugar para o outro em busca de adaptabilidade, mas estes eram particularmente grandes e pareciam ameaçadores. Talvez não tão sociais quanto eu havia aprendido? Não saberia. A única maneira de descobrir viria a mim muito em breve, quando meus pés tocassem o solo após meus ataques, é claro.

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Shuu observava tranquilo a movimentação de Haseo do lado oposto do horizonte. Ele era um sujeito de sanidade realmente questionável, princípios oblíquos, gostos peculiares; mas não era tolo. Seu intuito era notar como o garoto se movia perante o selvagem, o irracional. Surpreendeu-se. O guardião das ondas era ágil, forte e veloz: Seu cerco aos animais foi notado sem muita importância, visto o costume que eles já tinham aos camponeses e turistas que iam de forma corriqueira ao monte Tuthy -e esse pessoal geralmente se alimentava de coisas mais fáceis que javalis-. A movimentação com aqueles projéteis em punhos foi calculada com perfeição, e até quando falhou, na única ocasião em que isso aconteceu, a pontiaguda e mortífera lâmina da kunai penetrou com exatidão a glote da fera que grunhia em ódio.

-É garoto, você parece habilidoso para um pirralho burguês. A noite já havia caído. Enquanto um javali inteiro assava sobre a brasa ardente da imensa fogueira um dos animais, ainda com sua pelugem e intocável desde o momento do abate, encontrava-se pendurado por uma estaca de madeira logo a frente de ambos. -Agora enquanto eu como esse delicioso porquinho com bahar. Sua imitação do som do animal foi vergonhosa. -Você vai pegar aquela espada ali. Apontou para uma lâmina composta apenas de puro metal, cega, sem cabo ou superfície para proteger mãos e punho. -E irá retirar toda a camada de pele e gordura com golpes dignos de um samurai. Seu sorriso alargou-se e como de costume derreteu-se na cadeira, tendo suas papilas gustativas abraçadas pelo hidromel. -Depois use golpes diferentes para fatiar a carne naquela bacia. De fato havia uma bacia de metal consideravelmente grande abaixo do animal preso à haste de madeira. -Caso falhe, volte para a caça. Seus dentes despedaçaram a carne assada entre seus dedos. -Isso aqui ta bom pra caralho, pena que você pagou para não comer.

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Meus pés suavemente tocaram o chão, e o fizeram com a mansidão duma gota de orvalho que cai sobre um lago. Imponente, fitei os corpos de javalis caindo sobre o chão, mentalmente suplicando o perdão do criador pelas mortes em vão – já que eu tinha plena certeza de que iriam parar no estômago de um espadachim desvairado. Errei um, pensei comigo mesmo, repudiando aquele arremesso de mão direita e prometendo a mim mesmo que não cometeria aquele erro outra vez. Contudo, a pequena tarefa havia sido concluída, e, enquanto ainda de pé no centro dos cadáveres de javalis, brevemente vislumbrei o outro lado do riacho, assistindo um leve sorriso de mestre Shuu diante do ataque sucedido. É claro, ele também poderia estar sorrindo meramente por ter visto que eu exibi destreza em conquistá-lo uma janta saborosa. Sendo desnecessária a kunai que empunhava em minha mão esquerda – já que a mantinha comigo apenas para precaução de errar por completo um dos alvos –, utilizei-a para refazer o movimento de arremesso com a mão direita, não efetivamente a disparando, mas buscando encontrar onde eu errei quando o fiz. Não consegui fazê-lo, buscando me conformar com uma suposição de que, por ter sido o último projétil que disparei com a mão direita, talvez tenha rapidamente exaurido este membro ao longo dos últimos arremessos. Descontaria o que sobrasse de minha frustração em esforços para atar com uma corda todos os javalis, arrastando-os para o pequeno acampamento onde eles seriam preparados.

Era engraçado. Quando ainda era uma criança, me recordo de todos os meus colegas disputarem em argumentos fúteis quem era o mais abastado, ou o que tinha o sangue mais puro, ou o que havia nascido melhor. Anos depois, contudo, parecer alguém abonado era utilizado frequentemente como uma ofensa. Curiosamente o suficiente, eu ou minha família sequer tínhamos tantos ganhos assim. De quaisquer formas, eu enxergava este preconceito como um elogio, sendo julgado, pela maneira como ajo, falo ou me visto, como um cidadão de alta classe. Certamente eu necessitaria desta alta classe para me conter com o inebriante odor da carne assando, e também tive de me conter para não repudiar a imitação ridícula de mestre Shuu. Alguns minutos passados, meus ouvidos foram finalmente agraciados com instruções que ao menos remotamente se assemelhavam com lições de espadas. Em suma, minha tarefa seria utilizar um pedaço de metal mediocremente afiado para tratar a carne de javali, separando pele e gordura com a lâmina que deveria servir como uma katana. Já a segunda parte da atividade envolvia espedaçar o que sobrava da carne – a parte que seria digerida – numa bacia. Habituado com instropecções reflexivas, eu buscava me certificar de que eu saberia ver este teste do início ao fim. O primeiro desafio seria utilizar uma lâmina que não possuía cabo. Cada golpe que eu desferisse retornara para as minhas próprias mãos, o que seria sem sentido, doloroso e sangrento. Removi minha mochila de minhas costas, então, e me vi aliviado de ter trazido comigo um pequeno conjunto de ataduras que eu achava que havia trazido. Utilizei-o para envolver a ponta menos afiada da lâmina, dando algumas voltas em torno do metal até que sentisse que fosse o suficiente. Empunhando a lâmina pelo lado envolvido pelas ataduras, desferi um ou dois golpes no ar para ter certeza de que teria a confiança necessária para realizar ataques com força. Julguei que estava bom o suficiente.

O segundo problema, contudo, era o mais difícil; como exatamente utilizaria golpes de samurai para fatiar uma carne? Esta pergunta me custou mais tempo, e precisei analisar a carne do javali antes de qualquer coisa; sua pele era de fácil identificação, a parte mais exposta pelo fogo e que, portanto, exibia uma coloração de fácil discernimento. A gordura estava atrelada na carne, mas também tinha uma cor que facilitava sua diferenciação. Então compreendi que este era um exercício de tameshigiri. Um exercício de corte numa carne apodrecida para testar meus conhecimentos com uma lâmina. Desta forma, empunhei minha lâmina de frente para o javali. Chak. O primeiro corte foi desferido, horizontal, sendo um Yoko Giri. Este era utilizado para separar a pele. A gordura, contudo, exigia outro tipo de corte, por estar próxima da carne. Outro movimento de corte que aprendi com meus tutores do país das Ondas era o Kesi Giri, em explicação de grosso modo um corte acima da cabeça e diagonal.

Havia, ou ao menos supunha que o havia, descoberto a fórmula para a solução desta atividade; um yoko giri separaria a pele, impura, do restante da carcaça do animal. Já o kesi giri, um movimento mais cirúrgico e profundo, removeria suas gorduras excedentes e refinaria a carne ao ponto em que toda a sua parte pudesse ser ingerida por um mestre arrogante qualquer. A parte final, de fatiar a carne, antes desafiador em meus pensamentos, havia se tornado incrivelmente fácil agora que havia passado da primeira parte; efetuei movimentos rápidos, sequenciados e ininterruptos para tornar as dimensões dos cortes iguais e sem perder o momento de velocidade.

[...]

Não imaginei que aconteceria, mas estava ofegante. – Está pronto. – Murmurei, com uma das franjas de meus cabelos escuros em frente de meu rosto. Estava surpreso. Não com minha demonstração de coordenação motora, mas com o autocontrole que foi de mim requisitado para não “confundir” meu mestre com o restante do maldito porco que cortava.

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Três dias já haviam se passado. O estava sendo totalmente atípico mas não tardou a se tornar compreensível para Haseo; cortes na carte do javali, a movimentação furtiva para caça-los mais de uma vez. Uma hora ou outra era corrigido por Shuu. A relação que se estabeleceu não era simplesmente de descaso, era um desamor amigável, aquele desprezo que no fundo demonstra respeito; ambos passaram a admirar um ao outro dentro dos limites de suas personalidades. A convivência aplica medicamentos através da siringa do cotidiano, muito embora Shuu ainda o privasse do sono e do alimento.

Aquela era a quarta madrugada e o treino se encerraria as seis horas da tarde daquele dia; no máximo doze horas a mais caso o mestre quisesse aprontar alguma de suas ordens espalhafatosas. O espadachim dormia tranquilo. Seu corpo em repouso abraçados por trevas. Naquele momento Haseo tinha um único objetivo, totalmente as cegas pelo breu que se instalava no alto daquelas planícies com o céu que as cobria totalmente envolto em nuvens escuras e densas, acertar seu alvo. Um boneco feito dos restos das bestes caçadas que não interessavam  ao cardápio, embrulhados em várias camadas de grosso material térmico semelhante ao plástico e que escorria sangue, presos entre si. Seus golpes eram contínuos, já havia desenvolvido grande habilidade naquela arte que de certa forma parecia ser algo vindo do sangue azul que corria como cavalos de aposta em suas veias monárquicas. Seus suor não era visto, mas paradoxalmente escutado; cada batida com a nova lâmina cedida por Shuu um som seco e profundo, melancólico, quase que com vida própria e capaz de bailar com os tímpanos. Uma explosão!

A fumaça se espalhava por todo o local, vinda da poeira agitada do ambiente e do próprio atentado. Um homem alto, fisionomia claramente da região ocidental do mundo shinobi; seu bigode extremamente fino desenhava perfeitamente a boca até juntar-se ao cavanhaque. Suas vestes camuflavam-se com perfeição ao tom de tinta que sua ação jogou na tela do ambiente: uma cartela de cores que continha apenas branco, marrom e preto; embora variassem em suas tonalidades. Oculto e apresentando-se como sombra ao passo que a cena se tornava clara com as labaredas ferventes dos materiais de madeira recentemente postos em chamas. -Hoje é seu fim. Naquele espaço de tempo sua massa corporal cruzou o ambiente onde estava, passando pelo jovem aprendiz e tendo sua lâmina sendo introduzida diretamente no coração de Shuu. -Sem mais bahar ou hidromel para você velho amigo. O sujeito ajoelhado ao lado do corpo morto do lendário esgrimista. Mesmo sendo um jovem prodígio, Haseo fora pego de surpresa e encontrava-se olhando aquela situação de forma extasiada. Ele sabia que o garoto estava ali e parecia não se importar. Eram negócios. Assuntos pendentes. Vidas cruzadas e encruzilhadas sem ofertas. Mas ele sabia que o garoto estava ali!

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“Agitado” seria uma palavra branda para descrever os últimos dias de intenso treinamento. Talvez “caótico” ou “desgovernado” fossem as palavras que mais chegavam perto de descrever tudo aquilo que passei recentemente. Efetuamos – embora eu use este termo descompromissadamente, já que eu fiz a maior parte do trabalho – inúmeros exercícios com minha lâmina improvisada ao longo dos últimos três dias. Tive de caçar mais dos javardos, novamente sendo confrontado com um grande peso na consciência por ceifar vidas em prol de um arrotador. Contudo, senti que, aos poucos, nossas mentes estavam mais próximas de se alinharem; ele havia se tornado mais concentrado em minha melhora, compenetrado em meus movimentos e nos resultados que eu produzira. Eu, entretanto, me via submergindo aos poucos numa descontração parecida com aquela do mestre Shuu. Dado este esforço de dois lados, eu poderia dizer que nunca estávamos nos dando bem, talvez como amigos. Era capaz de sentir, por trás de seus insultos, que se importava com meu treinamento, e indubitavelmente ele era capaz de discernir que, por trás dos meus, eu realmente o via como um mestre de espadas. Mais importante ainda, eu senti que ao longo de meros três dias de intenso treinamento minha proficiência no brandir de uma lâmina havia se tornado tão afiada quanto a katana que eu empunhava. Shuu era um bom professor.

Via-me no ápice do esforço físico na quarta madrugada de treinamento. Ao longo do dia, enquanto realizava alguns exercícios de corte, notei a estranheza de meu mestre, arrastando alguns restos impróprios dos javalis que eu havia caçado para um lado e para o outro. Recordo-me, inclusive, de ter imaginado que ele estava arquitetando alguma maneira mirabolante de exaurir todas as minhas energias na noite que se aproximava. Como de costume, infelizmente, eu estava certo. O treino durante o dia havia sido mais pesado que o normal, e, esta madrugada foi, inquestionavelmente, o período em que mais me esgotei fisicamente. E não o fiz de um jeito comum, também: Na caligem da noite, deveria utilizar meus sentidos para efetivamente localizar e cortar, com os golpes que aprendi, um boneco infame de treino composto da carne inutilizada dos javalis. Talvez você pense que esta ser a minha quarta noite sem dormir seja o maior problema. Ou, quem sabe, o fato de eu não sentir minhas mãos há algumas horas devido ao manuseio contínuo de um instrumento impróprio – uma espada sem cabo. Talvez, ainda, se imagine em agonia ao buscar sentir como minhas pernas estavam após estar de pé, correndo e golpeando, por quatro dias seguidos. Ou ainda como meus olhos ardiam depois de ser privado do sono por tanto tempo. Mas você se esquece de algo: a cada golpe sucedido no boneco de carne, o cheiro de animal podre se alastrava por todos os cantos juntos com seu sangue. Não irei me exacerbar em descrições detalhas, mas saiba que fede o suficiente para me deixar tonto por alguns minutos sempre quando jorro mais algumas gotas de seu sangue desprezível.

Não sabia se era meu sono, meus olhos exaustos ou outro truque de meu mestre, mas, em determinado ponto do dilúculo, ouvi uma explosão; não teria como ser ignorada, dada sua proximidade. Me via exausto o suficiente para que me tornasse incapaz de lutar contra a onda de choque que se alastrou pelas proximidades, caindo ao chão, sentado, reunindo todas as energias que tinha para não soltar minha espada. Ofegante, levei alguns instantes para tentar compreender o que se dava em minha volta. Com meus olhos parcialmente cobertos pelas minhas mãos para proteger meu rosto dos destroços, finalmente pude começar a entender a situação em que estava quando a fumaça levantada do chão principiou a se dissipar. De início, achei que este fosse mais um movimento não ortodoxo de meu mestre. Assim que a voz desconhecida invadiu meus tímpanos, contudo, uma súbita descarga de adrenalina se sobrepôs sobre meu corpo quebrantado. Ainda incapaz de entender completamente a situação, parcialmente confuso sobre o que acontecia, tive forças apenas para me colocar de pé, em posição de guarda, empunhando uma espada sem cabo trêmula devido ao esgotamento. – Quem... é você?! – Bradei, cerrando meus dentes diante do que era o aparente assassino de meu mestre.

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A tensão cravou suas garras no ar e o pesou para baixo com seu sangue. -Kira. A frieza daquele guerreiro surpreendeu de uma maneira que geralmente não ocorria entre samurais e shinobis. -Você conheceu esse porco o suficiente para saber que nem tudo o que ele fala pode ser verdade garoto. Levantou-se. Um som tintilante aos pés do aluno novamente esquecido ao destino. Uma bolsa de moedas. -Acompanho vocês desde que Shuu usurpou seus ryous com aquele teatro do hidromel no bar aquele dia. Seus passos pesados o guiavam em meio ao véu da noite à uma distância próxima, porém segura do garoto. Era dominante no ambiente; autoritário. -Shuu já foi um de nós. Já respeitou princípios que somente a anarquia selvagem respeita. Embora suas lâminas estivessem sonolentas em seus quartos, seu corpo ainda pulsava uma razão mortal. -Até que deixou de lado isso para aceitar apenas a selvageria. Olhe esse seu treinamento, que tipo de treinamento foi esse? Cortar javalis? Você se destacou por mérito rapaz. O vento das planícies já havia limpado o pó de destruição que se erguera, restando apenas a aura do ceifeiro atrás de Kira e afrente de Haseo. -Você acha que as taxas eram de zero aprovações por qual motivo? Ele nunca treinou ninguém. Viu em você a oportunidade de se afundar em bahar e hidromel. Esse era Shuu, um animal aproveitador. A mão antes solta ao lado do corpo secou os lábios. -Pegue de novo suas dracmas. Você é um excelente espadachim pelo o que pude acompanhar durante meu tempo de vigília. Quem sabe possamos nos encontrar novamente e você se junte ao grupo. Como a noite se chegou, como a lua virou suas costas e pôs-se a partir.

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As palavras que deslizaram para dentro de meus ouvidos foram tão lancinantes quanto meu limite físico naquele momento. Meus joelhos tremiam, já que me manter em pé era uma luta suficiente. As minhas mãos estavam trêmulas, outrossim, fazendo com que a lâmina malfadada que eu empunhava também sacudisse. Mesmo que eu buscasse incorporar uma postura de oposição, meu estado pífio não me permitia o fazer de forma convincente. Movimentando-se como um felino, sua velocidade parecia ainda maior quando vista pelo escopo do meu quebrantamento. Ainda pior que isto, seus argumentos começavam a criar nós em meus pensamentos. Ele tinha nos seguido desde quando eu encontrei o Shuu pela primeira vez? Ainda não fazia sentido ele ter se espreitado nas sombras por tanto tempo quando poderia simplesmente tê-lo matado quando teve a oportunidade. Várias delas, inclusive. Por conseguinte, continuei ouvindo, altercando meus olhares entre o assassino e o assassinado. O assassino estava muito mais próximo de mim agora; contudo, tive uma estranha segurança que murmurava no meu ouvido que, se ele tivesse a intenção de me matar, ele já poderia o tê-lo feito dezenas de vezes. Então Shuu era um aproveitador? Talvez esta fosse uma meia verdade. Ele realmente não tinha feito tanto esforço, mas minhas habilidades com a espada melhoraram significativamente – embora o estranho tenha dito que o fiz apenas por talento e esforço. Apenas quando minhas moedas foram mencionadas pela segunda vez que eu notei que ali estavam, olhando para baixo para confirmar que a pequena bolsa rudimentar e ensanguentada estava ali. Ele pretendia ir embora, deixando-me com um convite tão vazio quanto seus olhos. O que eu deveria fazer? Eu deveria fazer alguma coisa?

Lamentei não ter trazido minha flauta comigo para o monte Tuthy. Lembrei-me exatamente de sua posição, em cima de uma cômoda que fica ao lado da minha cama, próxima de minha pequena mochila de viagem. Não que pensar nisto fosse me adiantar de alguma coisa agora. Assim que busquei tensionar meus músculos para delinear um movimento de ataque, vi como todo meu corpo, ao invés de responder aos meus esforços, cedeu por completo. Tive tempo apenas de fincar a lâmina no chão, utilizando-a como apoio para que eu não caísse. – Espere... – Segredei, colocando alguns dentes a mostra com a expressão que fiz, esboçando o esforço que apenas me manter debruçado sobre um ponto de apoio requisitava. Dados alguns segundos, consegui movimentar meu rosto para espectá-lo. – Não perca meu tempo, assassino. Não tenho um mestre agora. – Por eu ser, em geral, uma pessoa introspectiva, que não alardeia muitas palavras, muitos dizem que eu parecia ser alguém “sábio”; mas não se engane, eu tenho meus momentos.

Talvez algumas palavras de lamentação não fossem suficientes. E eu não estava exatamente pesaroso pelo mestre Shuu – se o seu assassino estivesse certo, ao menos. Com uma frase prepotente enunciada num tom de voz sombrio como esta que entoei, provavelmente captaria a atenção daquele homem. Foi apenas neste momento que percebi que não havia pensado, exatamente, no que eu iria falar agora. – “Nos encontrar novamente” nunca funciona, assassino. Estamos aqui agora, não? Ensine-me. – Concluí, fazendo um esforço adicional para endireitar minha postura. Falhei miseravelmente na tarefa e a interrompi quando senti um gosto de sangue na minha boca e me conformei em parecer um velhote latoeiro, tossindo algumas vezes enquanto retornava para minha posição sofrível. Independente de seu passado, Shuu não foi um homem ruim; não parecia ser, ao menos. Dentro de minha condição imperfeita de julgamento, presumi que ele merecia, no mínimo, um enterro apropriado. Acompanhado do assassino – caso este aceitasse se tornar meu mestre – ou não, prepararia ao menos uma cova nos sopés do lindo monte Tuthy, onde ele “nasceu”, como vez por outra diria. Uma pequena oração, silenciosa e de joelhos, feita próximo de onde o enterrei, encerraria seu funeral. Mas não o meu treinamento.

HP [375/375] | CH [500/500] | ST [3/5]

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[Cena] Há lâminas que cintilam no horizonte. N7bctl0[Cena] Há lâminas que cintilam no horizonte. 4qq0ZDL
Haseo
Ficha de Personagem : https://www.narutorpgakatsuki.net/t68757-water-pillar#513375
Convidado
Convidado
A primeira tarefa de Haseo? Enterrar seu antigo mestre. Realmente, o método naquela região não era muito ortodoxo. -Se faz tanta questão disso, faça você mesmo. Disse ele após a insistência. Kira já havia tido laços de amizade com Shuu, porém, sabia a carga emocional que o sangue inimigo carrega, e o distanciamento é a cura quando a morte que se causa é próxima. O espadachim viu determinação no prodígio, vislumbrou ali algo que a muito não via, enquanto Haseo notou em Kira em frieza totalmente diferente do que havia no bebedor de hidromel; uma frieza genuína, sem piadas, sem brincadeiras, sem ser espalhafatoso. Era conclusivo, objetivo, cirúrgico. Talvez o mestre que o garoto estivesse procurando.

[CONCLUSÃO]

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@Haseo
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