[Cena] O descanso gera frutos.

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[Cena] O descanso gera frutos.
[Cena] O descanso gera frutos.

Convidado

7/10/2019, 17:52

Arles era um bairro cigano que encontrava-se no centro de Konoha. Mal vistos pela sociedade, encontravam-se sitiados às costas de grandes edifícios, como se apesar de serem o coração pulsante em festa fervescente que latejava em suas veias e tradições, o mundo que lhes cercava os negava. O bairro marginalizado no sentido social da palavra tinha sua segunda entrada principal poucos metros após a academia shinobi, o que para muitos pais causava uma certa vertigem embora soubessem que os ciganos não impuseram caos algum desde que se instalaram junta à fundação do vilarejo. Ouki, o jovem dono de dezesseis outonos entrou de forma livre naquele que era o seu reduto desde que se entendia por existente. Caminhava de forma livre em meio ao frio invernal de Arles; o local parecia ser um universo aparte de Konoha. Mulheres propondo seus serviços nas ruas -de leitura de mãos até transcendências sexuais- de forma livre, comerciantes gritavam uns com os outros, cartomantes se intrometiam entre os passantes lhe impondo os serviços sem perguntas algumas. Aquele era o universo do jovem Shin, dominado pela vontade de vencer e pela felicidade de pertencer àquilo que ele via beleza, não importava o que a visão comum e externa dizia fora dali. Ali, se encontrava o cerne do que é cada um por si até o limite do próximo.

[1/5]

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Convidado

10/10/2019, 16:58

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Não era como se não quisesse gastar mais do meu tempo naquele lugar mas - não me leve a mal Koga, Ouki Shin sempre tem outro algo para fazer nfufufufufu - E meu paradeiro era agora no Arles - Onde tinha minhas próprias coisas a resolver, algo que vinha bem antes de um ideal ou uma organização; um assunto pessoal - Hoje seria a noite de meu encontro com Madame Sayo, a anciã que com sua bola de cristal enunciou que havia de me prover algum desfecho ou sabedoria a cerca da rebelião que espreitava em Konoha naquele momento. Mas não se engane, por favor, Ouki Shin não tem nada de tolo, e ainda que os dizeres da bola de cristal fossem de mau agouro, na hora correta sabia que minhas cartas haveriam de me dar outras coisas nas quais podia apostar - E como vocês já sabem, eu nunca perco uma aposta -

Ainda assim, a preocupação não era desnecessária, velha feiticeira do Arles havia sido excomungada da Kaballah por sempre profetizar más noticias e agouros, o que afastava a clientela, quando os boatos de que ela queria conversar com o famoso Ouki Shin se espalharam pelo Arles não demorou até que chegassem por entre as paredes da Kabbalah. Assim que os ouvi, rumei para cá, e confesso já fazia algum tempo - desde a ultima vez - que havia pisado nesse local, ainda que nunca fosse esquece-lo; afinal antes mesmo de estar na Kaballah, um dia já havia morado naquelas ruas. Antes de ser reconhecido, era apenas mais um em um dentro vários mãos leve dali - Mas isso ficou no passado - ainda que fosse inevitável relembrar ao olhar aquelas ruas - Chega de nostalgia, é hora de encontrar essa velha. - Rumava até o paradeiro da velha bruxa.

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Convidado

11/10/2019, 14:02

Os passos de Ouki o guiaram para dentro do reduto de Madame Sayo. O ambiente cigano por si só já é rico de especiarias e misticismo, porém, Sayo consegue ser vanguardista neste quesito; sua locação tem quinquilharias e objetos inimagináveis. Relíquias e artefatos se espalhavam de forma decorativa muito embora cada um estivesse lá por algum motivo oculto -Shin sabia disso, ele fazia parte disso-. Moveu-se pela sala até atravessar um cortina de seda bordo presa entre vigas de madeira. -Falei para não ficar olhando para Copérnico. Sua voz áspera carregada pela idade entregava a vigília que estava fazendo através do aparato de cristal em escolta do shinobi até sua residência, notando a forma como ele sempre cismava com o gato da inquilina quando chegava.

[2/5]

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@Ouki

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12/10/2019, 21:03

No final não era minha culpa, nunca tive tal afeição com animais, ainda mais com gatos e seu senso de superioridade. - Como sempre de olho nas coisas nfufufufuf - Respondia prontamente sabendo que estava a ser observado - afinal estamos falando da pessoa quem me ensinou a usar a bola de cristal, estaria decepcionado se não estivesse a me observar - Quando eu era um jovem cigano sem abrigo, Madame Sayo foi a responsável por reconhecer meus talentos e me levar à Kabbalah, logo era necessário entender que muito do que sou hoje era responsabilidade da velha bruxa.

Minhas mãos tateavam pelas extensas prateleiras da anciã, um verdadeiro museu composto por uma grande diversidade de artefatos místicos, plantas e livros. - Me lembro bem desse. - Estendia minha mão direita e retirava o livro da estante. - Quando eu era mais novo, você usou este para me ensinar sobre controle de chakra. - Abria o livro nostalgicamente enquanto paginava algumas de suas folhas que inevitavelmente me traziam algumas memórias. - Mas ainda sim, você continua ultrapassada e apegada a suas velhas místicas e mitos, não é vovó? - Fechava o livro e o reiterava a seu lugar. Madame Sayo poderia ter sido uma grande Kunoichi, mas desperdiçou sua vida em busca de objetos místicos e lendas das quais nunca sequer pode se aproximar; Uma ambição tola, naquele momento ela era quem devia me ver por outros olhos, afinal cheguei mais longe do que qualquer outro integrante da história da Kabbalah o havia feito, e se antes eu era apenas um jovem promissor, hoje eu me apresentava como um Jounin de elite. - Não, por favor não se engane - Como já expliquei, respeito sua história e tradição - afinal estou aqui justamente por acreditar em suas capacidades - Mas não era mais uma criança, e mesmo uma de suas famosas previsões de mal agouro não seria o suficiente para me surpreender.

- Ninguém me conhece melhor do que você. Que tal irmos direto a tal profecia? nfufufufufufu - Enunciava enquanto continuava a caminhar pela sala bisbilhotando as coisas da velha bruxa enquanto mascava um chiclete. - Eu até te ofereceria, mas pelo que me lembro você não era muito de mastigar nfufufuufu -

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Convidado

13/10/2019, 13:18

-O misticismo é atemporal Ouki. Suas mãos deixaram de orquestras em torno do globo reflexivo a sua frente. -Já nós... Bem, olhe para mim. Seu sorriso se abriu demonstrando incontáveis runas de ouro que substituíam sua acarda dentária. Seus olhos acompanhavam de forma paciente a forma como o garoto se movia no ambiente; dominando-o a cada passo que dava, relembrando-o de forma viva a cada toque que vivenciava. -Muitos esquecem que o chakra é nosso espírito. Seu corpo visivelmente cansado, aparentemente por nada, recostou-se entre as almofadas coloridas e chamativas. -Usam apenas para guerra. Um suspiro. Dedos entrelaçaram-se. -Pelo menos nosso povo usa para ganhar algum trocado. Era espalhafatoso, mas seus dentes reluziram as velas novamente. -Eu ando lhe acompanhando garoto, vem se saindo bem. Como andam seus propósitos? Notou que aquele encontro era um alerta, mais um pressagio; "Siga seu caminho Ouki, mas não esqueça seu bando."

[3/5]

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@Ouki

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14/10/2019, 20:39

- Vovó, veja olhe o que eu consigo fazer.
- Incrível Ouki, e adivinhe? Você pode fazer ainda mais.
- Mais? Mas como?
- Seja paciente jovem Ouki, um dia sua hora de brilhar chegará
- E você estará lá vovó?
- Talvez sim, eu espero que sim querido.
- Porque não olha na bola de cristal?
- Ah querido... Existem coisas das quais é melhor permanecerem como estão; nas mãos do tempo

- Errado. Ainda que meu corpo morra, meu nome vai ser atemporal, o miticismo já está com os seus dias contados a algum tempo. De qualquer forma, agradeço por estar me observando, ficaria decepcionado se não estivesse. - Parecia antiquado mas era verdade. Os novos tempos, os tempos em que vivamos não necessitavam mais de pragmáticos rituais, e o ceticismo cada dia mais se tornava uma nova e poderosa religião. - Esse não - Ainda sim era meu fardo carregar essas antigas e inadequadas tradições comigo, afinal era quem era e estes ritos faziam parte de mim - Ainda que jamais os colocasse acima de meus próprios objetivos - Mas em uma coisa Madame Sayo estava indubitavelmente certa; um dia iria envelhecer, minha pele se enrugar e meus cabelos haveriam de se tornar grisalhos, assim como a figura que se prostava sentada no comodo. - Esse também não - E essa ideia era algo da qual eu repudiava. Ver meus talentos e habilidades únicas esvaziarem-se em detrimento do tempo sem fazer nada significante com elas? Acho que não Vovó, este foi seu destino, mas não o de Ouki Shin.

- Hoh, e não pense que não notei os dentes novos - - Mesmo se quisesse, não havia como ignora-los - Cansado de tatear pelas prateleiras por fim resolvi voltar minha completa atenção para a anciã - Parece que tem tirado bem mais do que algumas moedas aqui no Arles nfufufufufufu - - Sabe, eu me pergunto, que tipo de cliente tem recebido depois do que aconteceu na Kaballah nfufufufu - Meus olhos iam de encontro com os seus em um momento que provavelmente parecia familiar para ambos. - Bom, se tem me observado, você tem total conhecimento sobre meus planos, certo? Me diga então você, como meus propósitos andam, e como vão andar? Esperava que fosse sobre isso que iriamos falar. - Sorria de maneira falsa aguardando uma resposta.

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Convidado

15/10/2019, 11:26

-Preste atenção no que importa Ouki. Apesar de Sayo divertir-se ao vê-lo perambular pelo cômodo vasculhando suas coisas, sabia que seu tempo não era tão vasto como já fora um dia. Deus dedos alongados em unhas intermináveis como estacas empurraram um livreto que já se encontrava a sua frente, ao lado da bola de cristal. "Internalize." Ela gostava de Shin e a afetividade na cultura deles era calorosa, como tudo o que faziam. -Tempos ruins virão garoto. Sombras estão chegando para a Kaballah. Uma tosse. -Seus propósitos não andam bem o suficiente. Pegue isto. Indicava aquele que já havia sido indicado pelo título. Uma ferramenta de leitura auxiliar; se em tempos remotos ela mesma o ajudou a subjugar seu chakra, hoje acreditava que ele poderia dar esse passo de forma autônoma. -Você precisa estar centrado para o que virá. O passado está marcado e escorre com sangue nas paredes daquele lugar. Eles me expulsaram, largaram princípios, e hoje você carrega um fardo muito pesado.

[4/5]

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@Ouki

Convidado

15/10/2019, 14:03

- Vovó, veja olhe o que eu consigo fazer.
- Estou vendo vovó, estou vendo
- Vê? E como é?
- Eu vejo as pessoas, e vejo o que elas estão fazendo..
- É magnifico não é querido?
- Sim vovó

- Tempos difíceis? - A profecia de mau agouro era lançada ao ar, e quebrando todas minhas expectativas ela não se referia à Koga e sua trupe, ou qualquer plano de destruir Konoha; ela falava diretamente da Kabbalah. A ordem mística já havia lutado contra diversos males as suas próprias maneiras, quase sempre integrantes que desvirtuaram-se em algum momento de seus caminhos; afinal, conhecer o futuro é tão dádiva quanto maldição, e poucos podem conviver com isso e manter a sanidade.

- Nfufufufufu interessante. Eu diria que normalmente eu sou uma ameaça, o que ou quem eu deveria observar vovó? Acho que perdi algo. - Meus olhos continuavam fixados na idosa, e minha mente focada diretamente em seus dizeres. Profecias nunca eram claras o bastante, mas eu não era estúpido, depois de tantos anos já havia captado a mensagem e entendido o que ela queria dizer. Mas se era quem era a clarividente na minha frente, eu tinha por certeza que ela via bem mais do que isso. - Que tal um nome? nfufufufuf - pedia enquanto caminhava até o volume indicado pela mesma, tirando o livro da prateleira e o foleando enquanto aguardava uma ultima resposta.

HP: (725 • 725) CH: (1500 • 1525) ST: (0 • 6) VEL: (0 • 22m/s)
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Convidado

15/10/2019, 14:44

-Kain! Ele vem arquitetando nas sombras. Aquele nome remontava construções sólidas na memória de Ouki. Kain era um dos membros presentes desde os primórdios modernos da Kaballah; não diferia da sua tribo, um cigano como os demais, inteligente como era costumava ganhar seu sustento com o tarot e prestava seus conselhos à fraternidade como se aquilo fosse sua vida. No entanto, as memórias da infância de Shin cessam a respeito desta enigmática figura quando, junto com Sayo, ocorreu sua expulsão. -Existem detalhes sobre o futuro que eu não posso falar, você sabe. Ela levantou-se com certa dificuldade e vagou de forma lenta em direção aos fundos, local onde sabia-se ser seu quarto. -Apenas vá, seja confiante. Saiba que nunca perdi a esperança de nosso futuro em você.

Alguns dias passaram-se. "Cigana sofre atentado em residência na periferia do vilarejo" Abaixo da manchete, a foto de Madame Sayo com um origami representando simbolicamente o emblema da Kaballah de forma incompleta, como se alguém de forma proposital o houvesse deixado daquela maneira como um recado.

[5/5]

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@Ouki

Convidado

15/10/2019, 14:55

Meros instantes foleando o livro foram o necessário para entender suas formulas rudimentares - Ciganos... Sempre inapropriados - Retirava de minha boca a goma que mascava e colava na capa do livro o devolvendo na prateleira na sequencia. - Kain? - Exclamava enquanto pegava uma nova goma em meu bolso e a levava a boca. Fazia algum tempo que não ouvia esse nome, a ultima vez para ser mais exato fora quando eu era ainda muito jovem; Me lembro muito bem de ve-lo e até interagir com ele em meus primeiros dias na Kaballah, um cartomante que assim como eu utilizava cartas - Um tokubetsu se me lembro bem - - Certamente ele tem habilidades, mas considera-lo uma ameaça? nfufufu não para Ouki Shin -

Me despedi de Madame Sayo, para então descobrir que aquela seria a ultima vez que a veria. Quem o fez? Não sabia, mas por certo Kain seria o primeiro que eu iria buscar afim de obter respostas; e eu as teria ainda que tivesse que perambular dias e noites pelo Arles.

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Armas 忍:

Convidado

15/10/2019, 15:03

@Ok.

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