Toda aquela situação do castelo estava sendo algo muito incomodo para mim, afinal todo aquele cenário de caos e destruição estava mexendo de forma muito forte com minha cabeça, principalmente por conta de que minha criação afastada do mundo havia feito com que eu nunca tivesse conhecido verdadeiramente a merda que o mundo ninja estava.  Claro, meus pais haviam me relatado sobre as grandes guerras acontecidas no mundo antes de meu nascimento, mas nada poderia ser comparado a presenciar o sofrimento de ver pessoas mortas aos seus pés, nenhuma pessoa do mundo deveria passar por isso.

Usando do medo que aquilo tudo estava me causando, decidi que eu não seria útil para aquela situação e que se continuasse lá estaria só atrasando os outros ninjas que lá estavam tentando resolver o problema da melhor forma, essa situação toda fazia com que eu repensasse muito sobre minha carreira ninja e que rumo tomaria daquele dia em diante, pois querendo ou não minha ficha ficaria marcada com aquela desistência.  Meus olhos começaram a lacrimejar enquanto eu me retirava daquele local com passos calmos e um pouco trêmulos por conta de meu choro, estava parecendo uma criança mimada naquele momento, mas quem diria que eu não sou? Nem mesmo eu conseguiria votar contra isso, pois um ninja que desiste de suas obrigações por medo não é nada mais, nada menos do que um lixo. Enquanto meus passos me guiavam até qualquer lugar que fosse o mais longe possível daquela destruição, meus pensamentos eram levados até uma época passada onde eu não conhecia nada além de minha casa e a grande fazenda cheia de belos animais que existia em sua volta.  

Finalmente havia me afastado totalmente de todo aquele caos, mas de alguma forma parecia que aquilo não saia de dentro de meus pensamentos  - Que merda – usei minha segunda mão esquerda e direita para dar uma sequencia de tapas em minha cabeça e tentar acordar daquelas memorias terríveis. Parei ali mesmo onde eu estava e desabei no chão apoiando ambos de meus joelhos ao solo, contra minha vontade comecei a despejar lagrimas em todos os cantos por conta da vergonha que eu e provavelmente meus pais estavam sentindo de mim – Me perdoem, papai e mamãe. Sei que estou sendo uma vergonha para vocês desde o dia em que pedi para vocês a permissão de sair de casa e adentrar no mundo ninja.. – em meio as minhas palavras encostei a cabeça no solo e continuei o discurso – Eu sei... Vocês me disseram que eu não estava preparado, mas como sempre fui contra a opinião de vocês e me joguei nisso sem nenhum tipo de preparo – De forma ou outra sentia de algum jeito que meus pais estavam lá em cima no céu observando todos meus passos, então eu não me sentia tão maluco em estar jogando aquelas palavras ao vento.

Permaneci chorando de forma constante por mais alguns minutos, até que decidi segurar minhas lagrimas e levantar-me do chão – Sim, eu sei para onde devo ir agora – comentei enquanto voltava a caminhar, mas dessa vez em uma velocidade mais apressada, afinal queria estar logo em meu destino desejado. Por mais eu segurasse minhas lagrimas enquanto passava por civis da vila, poderia ser notada minha tristeza só de olhar para meu rosto que estava totalmente molhado por conta das lagrimas que às vezes se recusavam a obedecer minhas vontades.

Não demorei muito a no topo de um penhasco que era de certa forma baixo considerando os outros existentes no vilarejo e sem muito pensar desamarrei a bandana que estava presa em minha testa e a observei por alguns instantes, mas logo comentando – Eu nunca mereci isso, mas obrigado por ter acredito em mim, sensei Hyuk – então sem pestanejar derrubei a bandana lá de cima para que eu nunca mais precisasse ve-lâ e sentir a vergonha de ter quebrado a regra ninja mais importante, aquela que fora ensinada nos primeiros dias de academia ninja “nunca desistir”, então sem nenhuma demora sai da ponta do penhasco e continuei meu caminho de forma mais apressada, pois estava finalmente chegando em meu destino.

Foram precisos mais ou menos dez minutos para que eu estive frente a frente com meu destino finalmente, estava lá na fazenda em que fui concebido e vivi pela maior parte de minha vida. Uma casa de dois andares com um tamanho que poderia comportar até dez ninjas e com sua cor por total marrom escura, então resolvi que finalmente seria a hora de adentrar lá e não poderia negar que de certa forma estava deveras ansioso por isso.

Girei a maçaneta com certa emoção, pois não visitava aquele local faziam anos, então quando abri a porta um sorriso enorme foi aberto em minha face, pois estava tudo da mesma forma com que meus pais haviam deixado antes de morrer, rumei para o quarto deles e após de pegar um porta retrato com uma foto da família completa, comentei – Papai e mamãe, estou de volta –

HP:200/200 CH: 375/375

Considerações: