Um dia comum, logo após o término da minha academia ninja, eu estava rondando a vila, através dos seus arredores em mini montanhas rochosas. Não era muito comum que eu andasse por esses locais, mas, eventualmente, eu ficava fazendo isso quando estava cansado de ficar em casa sem fazer absolutamente nada. Tinha me formado, e mesmo com os destaques, lembrava-me dos incidentes que me fizeram ser como hoje. Era algo realmente muito novo para mim, e eu também era muito novo. Contudo, eu deveria sempre buscar aprimorar minhas habilidades, se quisesse ser alguém mais forte, obviamente. Por conta disso, eu, que sempre andava com meus equipamentos ninjas, busquei uma Kunai da minha bolsa de equipamentos ninja e, avistando uma rocha maior, corri até ela. Ao chegar lá, eu iria rapidamente toca-la, para ver a sua densidade, e sem muitas delongas, veria que se tratava de um material mais mole, parecendo um monte de barro e não as rochas duras habituais. Por conta disso, começo arremessando a minha Kunai rumo aquele feixe rochoso. Correria bastante a ponto de ir, pegar a kunai e voltar até o ponto de lançamento. Esse treinamento, por mais que parecesse simples, estaria totalmente ligado a coisas extremamente importantes, como a minha clara e evidente deficiência em manusear armamentos. Era obvio, que eu, mesmo treinando na academia não tinha superado isso, e não poderia desistir.
Com o passar do tempo, naquela tarde, eu percebi que minha mira era definhada e que acertava apenas partes ruins e errôneas daquela rocha. Sem muito a perder, fiz um círculo na rocha, com a minha própria kunai, e prometi a mim mesmo que toda vez que mandasse fora daquele círculo, de raio aproximadamente 10cm, eu iria correr e buscar novamente aquela Kuanai e fazer um corte nos meus braços. Com esse excessivo treinamento, me exercitei durante parte da noite, até que me deparei com o tardar da hora, a ponto de voltar para casa correndo, já eram 03 da manhã. Eu tinha errado pelo menos 15 vezes aquele círculo, e estava com os braços cortados. Fui dormir, então, com o resto de dor daquele treinamento, lembrando que não queria mais isso na minha vida. Eu não tinha tempo para ser um ninja poderoso se não soubesse manusear umas simples armas, Kunais, Shurikens e afins.
Logo no outro dia, levanto-me cedo, as 6hrs da manhã, e tomo café, escovo os dentes, coloco minha tradicional roupa branca e retorno até o local. Ao chegar lá, vejo aquela mira novamente, e sento no chão. Já eram quase 7hrs da manhã, eu ficaria meditando, lembrando de uma frase importante: ”Entenda uma coisa des**** a mente comanda o corpo”. Com esse pensamento, medito por quase uma hora e inicio de novo meu treinamento. Não demoraria muito para acertar as kunais no alvo, mas algumas ainda falhavam, e toda vez, eu iria buscar e fazia mais um corte. Nessas condições, passei o resto da manhã, até que, num determinado momento, eu tinha 21 cortes nos braços, e já quase meio dia, sento-me no chão, novamente, e busco meditar, lembrando-me da mesma frase supramencionada. Por mais que eu tentasse, algo, como se fosse psicológico impedia e nesses momentos, eu reforçava a mensagem na minha cabeça. Eu, com esse informativo reafirmado, alimento-me e cerca de 13hrs volto para o treinamento. Daquele momento até o fim da tarde, eu não erraria mais nenhuma kunai no alvo, e incansavelmente eu iria arremessa-la, mais de 1000 vezes naquele período. Estaria, então, testando o método científico da dedução e a partir dele, descobri que tinha melhorado minha mira. Sigo, então, até cerca de 20:30hrs treinando mira com shurikens também e fios de aço, e sempre de ângulos diferentes. Nesse treinamento, apesar de alguns erros comuns, não me cortaria mais, pois veria que estava bem melhor no quesito armamento. Desse momento em diante, com uma taxa de aproveitamento de mais de 90% dos meus arremessos nos alvos, eu iria focar meu treinamento agora em manusear as armas, trocar de mãos, pegar rapidamente e afins. Faria isso, nesse foco, até cerca de 2hrs da manhã, quando teria novamente a mesma taxa de aproveitamento nos treinamentos.
Feliz e satisfeito, retorno até minha casa, sorrindo e cantando pelo percurso, com uma única coisa negativa em mente: “Porque aqueles cortes me doeram tanto? É como se eu fosse tão fraco fisicamente que poucos cortes me matassem” pensaria comigo. Então, com a corroboração desse pensamento, voltaria para casa, em busca de que me deitasse e recomeçasse tudo novamente. Chegaria, sem problemas, dormiria e iria acordar no outro dia, revigorado. Nesse dia, voltaria a tomar café, escovar os dentes, vestir minha roupa e correr até o campo de treinamento. Tiraria o dia inteiro apenas para treinar a minha resistência física enquanto corpo que aguenta pancadas. Desse modo, focaria especialmente em me machucar, para que eu ganhasse resistência. Também, levaria comigo, alguns kits básicos de primeiros socorros, os itens mais básicos para que eu não morresse efetivamente treinando. Ao chegar no local, já cheio de marcas do treinamento anterior, buscaria inicialmente me mutilar – no sentido de que iria fazer pequenos cortes pelo corpo - , e depois eu iria diretamente buscar correr e chocar-me contra pedras e pedregulhos. Eu faria esse treinamento a manhã toda, sempre correndo e me jogando contra pedregulhos e pedras gigantes, além de subir nas mesmas para saltar de lá de cima rumo ao chão. No mais, eu também buscaria acercar as partes mais sensíveis do meu corpo, já que eventualmente seria as que mais me prejudicariam caso eu fosse lutar em uma missão oficial. Ademais, eu iria sempre tentar não me machucar muito feio, e num intervalo de duas horas, sempre tentaria estancar sangramentos que iriam surgindo. Nesse ritmo eu treinei toda a manhã, até mais ou menos 13h da tarde, quando, obrigatoriamente, eu pararia para comer, já que a fome batia forte. Eu, comendo sozinho, começava a falar, comigo mesmo, sem a esperança que ninguém escutasse:
- OWAAA Mas que treinamento difícil e complicado, será possível que meu corpo é tão frágil assim? Eu sei que tenho apenas 10 anos, mas isso, isso é uma esculhambação já. Qualquer quedinha ou choque já doi pra cacete e eu consigo sentir que pode vir a ser bem prejudicial. Bakaaa, não posso continuar assim, a mente comanda o corpo – Diria, para mim mesmo, num tom até que bastante alto, por assim dizer.
Logo mais, rapidamente surgiria um homem na minha frente, claramente tinha no máximo 16 anos, cabelos pretos, compridos, roupa tradicional de um Chunin da vila, e olhos castanhos. Suas orelhas, pontudas e largas, chamavam bem a atenção. Ele se virou para mim, e disse:
- Olha, Olha, o tempo não está perdido! Ainda existem crianças que vem aqui para treinar, se esforçar se machucar. Olá, prazer, meu nome é Hyoro, e você me lembrou muito a mim mesmo quando mais novo. Vejo pela sua graduação que você é um genin da vila certo? – Falaria ele, com um sorriso envergonhado no rosto e sua pele branca começando a ficar corada.
-
Wumff, oii, sou sim, um genin, vim aqui treinar, não posso continuar com essas canelinhas de cuento frangote para sempre – Responderia ao homem, com um sorriso leve, não estava interessado nele, mas sim no que ele havia vindo fazer aqui.
-
QUE NOSTALGIA! – Diria, animado claramente. Depois prosseguiria: -
Você lembra muito eu quando comecei a treinar! Bem, estava um pouco mais longe, e te escutei via meu sensor auditivo, estava treinando ele. Acho que posso te ajudar no seu treinamento, eu poderia simplesmente te atacar e você tentar se defender com seu corpo reduzindo o impacto mas recebendo os golpes. Assim posso treinar atacar e tentar ouvir sua respiração ao mesmo tempo, e nós dois nos ajudamo. – Brandaria, claramente alegre com a possibilidade surgida. Eu, estava um pouco desconfiado, mas se tratando de um Chunin, não imaginava nada que pudesse acontecer de errado. Então, resolvo aceitar a sua proposta e logo respondo dizendo:
-
Você parece interessado em me bater, Hehe, bem, vamos treinar então! – Diria a ele, obviamente estava interessado também na aptidão física que eu poderia ganhar ao realizar esse tipo de treinamento com ele. O ponto forte aqui, era que eu veria o nível de um Chunin e poderia melhorar os meus reflexos, e assim, treinar o meu próprio corpo, o que já evoluiria também as minhas reservas de chackra, pois, baseado nos meus estudos, o chackra advém da sua energia física+mental, e ao evoluir meu porte físico, essa produto aumenta. Então, eu aceitaria e por volta das 1:30hrs da tarde iniciaríamos o treinamento.
Com o treinamento iniciado, logo de início, Hyoro viria correndo numa velocidade descomunal a minha percepção. Eu, que mantinha o salto alto, devido aos resultados na academia ninja, nunca esperaria que um ninja numa patente apenas acima de mim fosse tão habilidoso. Ele correria e me acertaria bem na casa, e eu cairia no chão. Ele rapidamente gritaria animado: -
Vamos, vamos, não é possível que você é só isso! – Com uma entonação debochada na sua voz. Ele não havia começado pegando leve, havia começado full e estava me atacando bem diretamente. Bem, eu não tinha muito o que fazer, então, nas primeiras duas horas, recebi diversos golpes em barriga, pescoço, braços e comecei a querer desmaiar. Para minha sorte, Hyoro era um ninja médico e demorava apenas 20 minutos para me curar, e eu esperava mais 10 para recuperar o fôlego. Demoramos quase 3 seções dessas, de 2:30hrs em 2:30hrs para que eu começasse a conseguir defender-me dele com cotovelos, antebraços, joelhos, pernas e fazer movimentos de proteção do crânio. Após isso, varamos a noite até 3 horas da manhã, quando finalmente eu conseguia de maneira mais tranquila, mesmo quando ele apertasse o nível, me defender, e a cada vez que era curado, eu voltava um pouco mais resistente. Poucos golpes dele conseguiam entrar completamente, até que, nos últimos 30 minutos ele resolve apelar. Com ataques poderosos, ele utilizava seu
Shunshin no jutsu para me atacar mas velozmente.
Shunshin no Jutsu
Rank: D
Descrição: O Shumshin no Jutsu é uma técnica de movimento de alta velocidade, permitindo que um ninja possa se mover de curta para longas distâncias a uma velocidade quase indetectável. Para um observador, ele aparece como se o usuário tiver teletransportado. Uma bomba de fumaça é ocasionalmente usada para disfarçar os movimentos do usuário. É realizado o uso do chakra temporariamente para revitalizar o corpo para se mover em velocidades extremas. A quantidade de chakra necessária depende da distância total e elevação entre o utilizador e o destino pretendido. Tem havido alguma confusão em algumas traduções entre este e o Jikuukan Ninjutsu, mas estes são de fato diferentes técnicas, esta técnica não é teletransporte e sim apenas um movimento extremamente rápido.
Meus olhos e corpo estavam já acostumados, e com apenas uma hora desse mesmo treinamento, conseguia já acompanhar os seus movimentos – óbvio que apenas defesas simples como movimentar braços e afins - , e lê-los com uma melhor precisão do que antes. Ao final, com mais 20 minutos, ele me curou e voltamos para casa. Hyoro, morava a apenas 500m da minha casa, e no caminho combinamos que treinaríamos no outro dia, agora o inverso, ele defenderia meus ataques, e assim poderia treinar seu sensor auditvo enquanto realiza movimentos de esquiva e defesas. Assim, chegaria em casa bem calmo, e me deitaria, pronto para seguir com o treinamento já no outro dia, pois, havíamos marcado de nos encontrar no mesmo local as 11hrs, já almoçados. E, dessa forma, acordaria já no outro dia já as 10hrs, comeria, escovaria os dentes, pegaria minhas roupas e sairia correndo em direção ao mesmo lugar. Logo, eu iria estar a postos em 20 minutos adiantado, o qual Hyoro incrivelmente já estaria lá treinando. Ele, antes de mais nada, enquanto me dava mais uma assistência médica, conversava comigo dizendo: -
Esse treinamento de hoje é muito importante, amanhã, embarcarei para uma das missões mais importantes da minha vida e preciso dessa técnica com meu sensor. Contudo, devo retornar em 3 dias a contar de amanhã, e podemos vir treinar novamente, estarei mais experiente e posso te passar algo! – Falaria o homem sorrindo para mim, ele estava bem animado com a possibilidade de executar uma missão com sucesso, e pelo visto de alto escalão. Eu, de maneira discreta, tentando esconder minha alegria em ouvir a palavra “ensinamento”, responderia curto, dizendo: -
Vamos sim, Hyoro-san! – Falaria já contente com essa situação.
Não demorou muito até que iniciamos nosso treinamento, eu abusaria do meu jutsu:
Shunshin no jutsu, para ir em sua direção em velocidade máxima. Faríamos turnos diretos de uma hora, com descanso de 10 minutos. Como o Chunin tinha mais reservas de chackra, eventualmente nesses descansos ele me ajudaria com minhas baixas reservas. Dessa maneira, seguimos o treinamento por toda a tarde, eu abusaria de chutes, socos, pontapés, golpes giratórios e lançamento de kunai pata tentar surpreende-lo, enquanto o adversário sempre tentava desviar ou bloquear como podia. Esse treinamento excessivo exigia muito de mim, mas eu podia sentir que através dele eu evoluía, sim, com certeza evoluía. Já no fim da tarde, início do anoitecer, eu busco melhorar o treinamento, agora abusando além do
Shunshin no jutsu do meu outro jutsu o
Bunshin no jutsu.
Bunshin no Jutsu
Rank: E
Selos: Carneiro, Cobra e Tigre.
Descrição: Um ninjutsu que cria uma cópia intangível de seu próprio corpo, sem qualquer substância. Uma vez que o clone em si não tem a capacidade de ataque, e, assim, só pode ser usado para confundir o inimigo, que é usado principalmente em combinação com outros ninjutsu. É uma técnica básica, mas dependendo de uma engenho, ela pode ser utilizada de forma eficaz. Os clones se dissiparm quando entram em contato com algo.
Seguimos assim por mais três seções de uma hora, até já estar bem de noite. Nenhum de nós dois, havíamos comido desde o almoço, o que já demonstrava um ganho importante na nossa performance em resistência. E, também de forma obvia, Hyoro como era habilidoso, havia melhorado consideravelmente seu sensor auditivo. Agora, nós dois havíamos recebidos ganhos e tínhamos melhorado como ninjas. Sentia que era uma evolução importante para mim e Hyoro, do seu lado, sentia a mesma coisa. Não obstante, com esse sentimento mútuo de melhora, buscamos rapidamente nos aprontar para retornar para casa. Hyoro estava com um pouco de pressa, e comentava comigo sobre a sua missão, no caminho, enquanto caminhávamos em direção as nossas casas: -
Amanhã será um grande dia, com certeza, me esforcei bastante para ele, e você Shunshin-kun, você também evoluiu muito, está de parabéns! Queria ter um aluno como você – Diria ele, sorrindo como sempre. Eu, com essa situação, quase me emocionaria, já que eu sempre quis ter um sensei e desde que tinha virado ninja não tinha conseguido. Mas, eu deveria manter minha postura, e assim o fiz, e respondi da forma mais cordial que me veio a mente: -
Seria ótimo, ficarei torcendo por você Hyoro-san! – Com o intuito de esconder minha alegria, pois, eu poderia ganhar muito com ele. Após chegar em frente a minha casa, eu iria entrar e capotar como sempre. Durante os outros 3 dias, eu buscaria fazer outras atividades além de treinar, que eram necessárias para minha subsistência, como arrumar a casa e outros nesse sentido. Buscaria guardar o momento do treinamento para quando Hyoro voltasse e assim o fiz. No dia de nos reencontramos, acordei cedo, por volta das 6hrs, tomei banho, comi, escovei os dentes e troquei de roupa. Depois disso, parti em direção do nosso localzinho de treinamento, e no meio do caminho, percebi um aglomerado de gente. Nesse instante, fui encostando apenas para tentar ver o que acontecia, e antes de chegar, vi que tinha várias pessoas de preto. Quando vi a foto de Hyoro, com duas datas sinalizando seu nascimento e morte, me assustei, mas não pude fazer muita coisa, apenas segui ao meu campo de treinamento, com meu único pensamento:
A verdade é que nem todos os ninjas vingam...