Kallel havia acabado de se tornar um shinobi e pra ele ainda não era clara as obrigações que lhe seriam impostas a partir dali. Seu mestre e companheiro, Zeitgeist, já havia o preparado pra isso a muito tempo, porém o jovem ainda relutava em entender por completo. Talvez já tivesse entendido, porém preferia fingir que tudo estava bem.

Ambos viviam bem até ali, em uma casa boa e em um bom bairro de Iwagakure. Haviam saído pela manhã pra se alimentar em uma padaria na rua da casa onde viviam e na volta, Kallel falava com seu mestre, que o ouvia, como de costume.

— Ainda bem que nos mudamos pra cá, a comida daqui é ótima. — Exclamava o rapaz, com um grande sorriso no rosto e uma barriga estufada. Suas mãos atrás da nuca demonstrava certa tranquilidade enquanto caminhavam.

Zeitgeist se manteve em silencio enquanto voltavam lentamente de volta pra casa. Quando lá chegaram, foi o único a perceber duas cartas caídas frente a porta; Kallel simplesmente havia passado por cima dos papeis.

— Kallel! — Chamou-lhe a atenção, com a voz grossa e rouca. O garoto já havia se sentado na cama, mas apesar de ter passado sobre as cartas havia percebido as mesmas.

— Ah, desculpe, mestre. Não achei que fosse importante. O que é? — Perguntou, se levantando e indo até as cartas, pegando-as.

— Me parecem missões. — Respondeu, Zeitgeist, baseado nos carimbos das mesmas. Kallel de súbito se animou, abrindo as cartas rapidamente, porém sua alegria não durou muito tempo.

— O que foi, Kallel? — Perguntou, Zeitgeist, diante a frustação do rapaz.

— São rank D. — Respondeu, Kallel, um tanto quanto desanimado.

— Já era de se esperar; você acabou de se graduar. — Disse, Zeitgeist, se virando e saindo novamente. — Vamos. —

— Que pessoas medíocres... — Murmurou, esperando que seu mestre não ouvisse, porém fora repreendido com um olhar um tanto quanto perturbador do mesmo. — Desculpe. — Sorriu, sem graça.

Seguiram rumo ao local onde receberiam mais informações e lá encontraram alguns médicos responsáveis pela fabricação do remédio. Eles explicaram algumas coisas para a dupla e lhe deram uma amostra do remédio. Kallel cheirou o remédio e colocou próximo a narina de Zeitgeist, para que ele fizesse o mesmo, mas o cão já havia sentido o cheiro de longe. Ambos seguiram rumo aos arredores de Iwagakure, em busca da tal flor para a produção do tal remédio, enquanto o rapaz reclamava da monotonia envolvida em tal tarefa, Zeitgeist já estava acostumado com aquilo, portanto manteve-se em silencio, como de costume. Após andarem alguns minutos, sobre as reclamações do jovem entediado, Zeitgeist sentiu um cheiro característico do remédio mostrado pelos médicos, porém Kallel mal percebeu, pois continuava a falar incessantemente, Zeitgeist então parou de andar, dando-lhe uma pista, foi quando Kallel respirou fundo.

— Ahn? — Ali ele sentiu o cheiro de longe, cerca de 100 metros dali. Ele correu até a flor e a cheirou mais de perto, para ter certeza. Afinal, o remédio tinha um cheiro diferente ao da flor em si, porém eram semelhantes. — Olha, mestre. — Gritou eufórico, levantando o buque de flores para mostrar a Zeitgeist que o observava de longe.

— Vamos voltar. — Respondeu, Zeitgeist, gritando. Kallel voltou correndo, com um sorriso no rosto. Sua expressão havia mudado em instantes e isso já era algo comum de se ver. O jovem era um tanto quanto instável.

Quando voltaram ao local, não havia se passado muito tempo, o que impressionou os médicos, que agradeceram o serviço prestado. A dupla então saiu do laboratório, partindo rumo as ruas de Iwa.

— Temos mais uma tarefa a concluir, Kallel. — Disse, Zeitgeist.

Kallel apenas confirmou com a cabeça, sem falar nada.

Considerações:

Bolsa de armas: