O livro, antes na prateleira, agora se encontrava em meio as suas mãos. Havia um bom tempo desde que leu o ultimo, já que quase não tinha tempo devido ao seu trabalho de shinobi. Agora, estando completamente livre de tais amarras, fazendo serviços por conta própria apenas para sobreviver, tocava as páginas ásperas do objeto. Seus olhos percorriam cada linha, cada letra que aparecia, resumindo tudo em informações. Não era nada importante, apenas histórias de uma alma perdida igual a ele. Isso tinha lhe chamado a atenção, e agora queria saber o final daquele conto.

Página após página conseguia entender melhor pelo que o personagem principal tinha passado. Traições, abandono, solidão, tudo o que resultou ao profundo desespero daquele ser imaginário. Coisas que o levaram ao abismo, a destruição de sua alma por completo. Não havia mais nada a perder, desejava a morte com todas as suas forças. Tentara algumas vezes, mas nunca conseguiu de fato. Ao longo dos meses, escondido em sua residencia, esse que se chamava Lidio, procurava nunca mais avistar o mundo.

Por mais que sua vontade fosse essa, a fome as vezes o obrigava a sair de casa. Foi em uma dessas que conheceu aquela que seria a sua luz no fim do túnel.  


Antes mesmo de descobrir o desfecho do encontro entre Lidio e sua mais nova amada, o garoto escutou alguém bater na porta. Não tinha noção de quem podia ser, até porque não conhecia ninguém ainda naquela vila. Desconfiado, levantou-se do sofá um tanto sujo, indo de encontro a entrada, onde se deparou com uma silhueta vestida toda de preto e rosto coberto. Uma carta era entregue, e nada mais. Tal presença por fim desaparecia em meio a uma fumaça, como se o mesmo fosse um clone das sombras.

Não demorou muito a ler, percebendo que era um chamado. Um serviço que lhe daria um certo dinheiro. Estava precisando, precisava reformar um pouco mais a casa em que morava e cairia bem o trabalho. Com isso suspirou, assinando o documento e saindo logo em seguida rumo ao tal bar. Levou cerca de alguns minutos, até enfim chegar ao local marcado, adentrado de forma calma e indo direto até o bancão. Se manteve calado, se limitando a entregar o papel nas mãos do balconista.

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@Yagami