[Solo] E lá vamos nós...

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[Solo] E lá vamos nós...
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Blackfeather'

Genin

Seg 22 Jul 2019 - 21:37

Asami acordou cansada da última sessão de treinamento, não mais lembrava de muitas das coisas que aconteceram. Passou quase quinze minutos sentada sobre sua cama pensando em levantar, porém, se limitou a observar a janela de seu quarto, que ficava no segundo andar, que dava direto para um rua estreita com algumas vendinhas de doces, brinquedos e afins.

Sentiu o rosto corar ao ver aquelas coisas tão fofas, caminhou decidida até uma daquelas vendinhas para comprar alguns doces. Viu um rosa, provavelmente de arroz colorido com essência de morango. Comprou das mãos de um jovem rapaz, aproximadamente a mesma idade da menina, bem aparentado e de cabelos brancos.

— Ei... Você deve ser a Chinoike-san... Prazer em conhecê-la!

O coração da Chinoike não poderia palpitar mais forte do que palpitava. Encontrou mais um imbecil que poderia destruir a vida.

— Sou sim Vendedor-kun. Você é bonitinho. — colocou as mãos na cabeça do jovem como se tivesse tratando de um cachorro. — Apesar de ser um pouco bizarro você saber meu nome...

— Hayate não perca tempo — gritou uma voz austera e masculina ao fundo — ah, cliente, me desculpe minha atitude! — completou o homem parecendo uma versão mais velha de Hayate, limpava as mãos num pano.

— Sem problemas Vendedor-san. Seus doces são deliciosos e eu adorei seu garoto. — se aproximou do menino e tocou com o indicador direito as bochechas do jovem, já suando e obviamente constrangido. — Tenho que ir...

— Não vá! — gritou o jovem de súbito.

— Quer que eu fique aqui?

A verdade era que Hayate gostava muito de Asami. Sempre via ela indo e vindo de sua casa de missões, ele queria que ela o reconhecesse como um ninja, mesmo que só conseguisse fazer poucos jutsus.

— Papai... Lembra daquela técnica que todos na nossa família aprendem? Até os não ninjas?

— Humn... Você quer que eu ensine, perdão senhora, a uma desconhecida?

— Sim, ela é uma ninja, talvez ela use de maneiras que a gente nunca imaginou!

O homem reparou a garota, na realidade, Shikigatsu foi um ninja quando jovem, teve um único filho que se mostrou péssimo na arte ninja (Hayate) e, ensinar a uma jovem shinobi talvez fosse o caminho certo a ser percorrido.

— Se ela estiver de acordo, tudo bem.

Asami passou boa parte da manhã sorrindo e vendendo doces, Hayate suspirando e Shikigatsu planejando o treinamento dos dois, e fazendo doces também. Asami queria dar um passo a frente na maneira como agia para manipular as pessoas, no fundo, sabia que aqueles dois pouca coisa tinha para ensinar e, se tivessem, não dava a mínima.

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Blackfeather'

Genin

Ter 23 Jul 2019 - 8:18

Nunca amanhã tinha durado tanto quanto aquela de dimensões quase infinitas. A jovem, ao contrário do que se poderia supor dessa informação, não se chateou nem nada do tipo, permaneceu ali, na maioria das vezes sorrindo para o jovem Hayate e, até mesmo Shikigatsu comprava a garota.

— O jutsu que vou ensinar pra vocês é chamado de clones das sombras.

Asami queria gargalhar, mas se manteve em silêncio, afinal, esse jutsu ela já conhecia. Transformar aquele dia em um jogo também serviria para testar ao máximo sua capacidade de manipulação psicológica. Conhecer o adversário é, acima de tudo, ter consciência de seus orgulhos, da sua boa vontade e de suas motivações, por fim, é dobrar e redobrar e até mesmo rasgar toda e qualquer vontade dessa pessoa.

— Jutsu clones da sombras? Parece complicado Vendedor-kun! — disse fingindo surpresa.

Hayate a olhou sorrindo. O garoto queria surpreender e faria o máximo possível pra isso. Foram os três para o fundo da loja, já fechada, onde um jardim de extenso gramado de tonalidade verde, quase homogêneo, escorria pelo campo a fora. Um ressalto de maneira delimitava o lugar e emoldurava uma varanda onde, possivelmente, pai e filho passavam suas noites tomando chá e conversando. Shikigatsu, a bem da ocasião, trajou um kimono quase aristocrático.

"Que futilidade... Eu só quero destruir todo esse paraíso!"

Sua feição demoníaca e olhos cor escarlate quase se manifestaram, conteve seu desejo de matar, afinal, naquele dia, o aprendizado ia além disso.

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Genin

Ter 23 Jul 2019 - 10:18

Observava com delicadeza as falas de seu professor, a maneira que sua boca se movia, os olhos se deslocando de um lado para o outro como se buscasse se afirmar como alguém importante. Hayate, não muito diferente, passava mais tempo olhando para ela do que para o pai, gotas de suor escorriam do rosto do menino. Da primeira vez que o viu Asami não tinha notado mas, aquele rapaz, tinha algo que o tornava misteriosamente feio, não atraente, como se toda aquela estética construída até então, não fosse mais que a casca cobrindo um verme, pronto para rastejar e comer entranhas por aí.

— Entenderam?

— Creio que consigo sensei! — sorriu de maneira doce.

A variação de seu humor durante todo o treinamento se tornava cada vez mais gritante, suas caras e bocas também iam levando o homem a desconfiança da saúde mental da garota. Asami percebeu isso, se irritou com aquela prepotência, mas ainda tinha algumas cartas na manga, só sairia dali após alcançar seu propósito, causar a destruição completa daquela família.

— Primeiro você, Hayate.

O jovem obviamente não conseguiu, abaixou a cabeça frustrado, apesar de o pai o consolar dizendo que poucas eram as pessoas que conseguiam fazer o jutsu pela primeira vez e que, ainda teriam algumas horas para desenvolver o jutsu.

— Sua vez Asami, quer que eu repito?

— Sim.

E mais uma vez o homem se pôs a fazer um clone.

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Ter 23 Jul 2019 - 12:18

O crepúsculo criou no ambiente uma tonalidade mais avermelhada que o normal, somada as luzes de vela da casa e ao clima relativamente ameno, pode-se dizer que o dia estava tão escarlate quanto o sangue.

Os olhos da Chinoike tentaram ao máximo fingir não entender o que o homem fazia, variando de surpresa a feição de entendimento, compreensão e de surpresa pela facilidade. Não sabia até que nível sua atuação deixava boquiaberto os homens daquela casa, apesar de Hayate acreditar, invariavelmente na menina, porém, devemos concordar que Hayate sequer poderia ser chamado de homem, pelo menos não para Asami.

— Vou tentar.

E assim fez o jutsu de primeira. Hayate se sentiu mais que constrangido, não poderia acreditar na facilidade que a ninja desenvolvera a técnica. Óbvio que Asami já tinha o conhecimento do jutsu, sua atuação, entretanto, complementava o quadro de surpresa dos dois companheiros.

"Fazer o jutsu de primeira e causar no pai um sentimento de frustração e no filho de inveja. No fim, a incapacidade dos dois em aceitar que não são ninjas, vai levar a bancarrota toda essa família e eu estarei aqui para ver pai e filho se matando! Que nostálgico!"

Virou-se para o rapaz com um sorriso meigo, que abaixou a cabeça, o homem, Shikigatsu, apenas fingiu, ou esboçou, algo que sequer poderia ser chamado de sorriso.

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Genin

Ter 23 Jul 2019 - 14:18

— Terei que sair por agora, vocês dois podem continuar o treinamento. Aliás, meus parabéns Asami, tem certeza que não conhecia esse jutsu?

O olhar do homem de desconfiança assumiu seu auge, Asami não pode evitar manifestar seu rosto de desprezo por aquilo, ou aquele, seja lá o que fosse. Queria destruir-lhe o corpo e a alma, fragmentá-lo e não deixar sobrar nem ao menos uma partícula de seu corpo. Mas uma vez falhava em manipular psicologicamente o velho, todavia, não iria desistir, sabia que o caminho ia ser difícil e, de toda forma, já tinha o filho na mão.

— Sim. Nunca antes tinha visto falar dele.

— Então você é surpreendentemente inteligente.

Saiu do jardim deixando apenas Hayate e Asami.

— Seu pai está um pouco irritado.

— É normal, afinal seu único filho não passa de um perdedor.

O jovem abaixou a cabeça, mais uma vez. A menina como ele se movimentava de maneira quase num estado de autocomiseração, o tornava nojento, um ser completamente desprezível.

— Não fique assim, posso te ajudar a fazer o jutsu, Vendedor-kun.

Envolveu o rapaz em seus braços e sorriu corando o rosto. O rapaz, sentindo o odor doce exalado da menina, sua voz meiga e paciente, e seu abraço quente consoante com seu corpo macio e delicado, não sentiu nada mais se não o rubor queimando a face e o coração palpitando.

— Ok.

Foi o que respondeu, orgulharia a menina.

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Genin

Ter 23 Jul 2019 - 16:18

Ficaram os dois aproximadamente uma hora sozinhos. A noite já cobria o ambiente e vagalumes, grilos, sapos e o vento frio e seco do inverno, compunham a trilha sonora daqueles dois até ali.

Hayate, apesar de sua visível dificuldade nas artes ninjas, visivelmente não passava de um perdedor nelas, melhorava aos poucos, se sentindo cada vez mais confiante. Asami, contudo, não estava satisfeita, se queria desenvolver sua capacidade de controle psicológico — apesar de já ter o jovem rapaz em sua mãos — queria estender ao verdadeiro chefão daquele jogo, Shikigatsu, que retornava com uma bandeja com três xícaras de madeira para um chá quente de erva cidreira e biscoitos.

— Então, como está indo filho?

— Pai, eu tô quase conseguindo! Asami me ajudou bastante até aqui.

A menina sorriu para o pai que, por um momento, não conseguiu evitar sentir simpatia por ela. Talvez, no fundo, estivesse enganado, na verdade ela só era uma menina problemática precisando de atenção, ainda assim, era uma criança e como tal, existia bondade naquele quadro branco chamado de existência e vida social.

— Foi mais sua atitude do que minha ajuda, Hayate.

Sorriu.

— Posso ver filho?

E assim o jovem fez, a técnica saiu perfeita, pela primeira vez, Hayate conseguiu fazer o clone e Asami, tinha os dois nas suas mãos para fazer o que bem entendesse.

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Genin

Ter 23 Jul 2019 - 18:18

Seus olhos se tornaram escarlate e sua feição uma tonalidade de ódio quando deslocou seu olhar para o velho Shikigatsu. Apenas fez com que ele caminhasse em sua direção, num genjutsu, e fez com que o homem lhe desse um soco. A ninja cambaleou até o chão, o nariz sangrando. Hayate observou o pai boquiaberto, Asami cancelou o genjutsu imediatamente o golpe que recebera. A dor percorreu todo o seu corpo como uma enchente que destrói tudo por onde passa.

— O que você fez!

— Eu...

E Hayate socou seu pai, não deixaria que ninguém tocasse em Asami, fosse quem fosse, lutaria com todo o afinco.

— Droga... Eu já disse que eu não sei!

E os dois começaram a brigar, eram péssimos nisso, Asami se levantou e sentou no parapeito, cruzou as pernas tomando seu chá e começou a gargalhar acompanhando a destruição daquela família. Seu coração batendo com intensidade e as mãos soando, tinha vencido, e, apesar da dificuldade, todos eles estavam sobre suas mãos.

"Agora é a minha vez de atuar."

Correu gritando por ajuda pelas ruas, sendo atendida por um homem de corpo firme e forte, rosto quadrado e repleto de tatuagens.

— Pai e filho?

Separou a brigar, porém, nesse momento, a vizinha inteira já tinha saído a rua para ver o que aconteceu.

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Genin

Qua 24 Jul 2019 - 8:00

Finalizada a ação da garota, ela caminhou a passos largos para sua casa. Se Deus permitisse, nunca desconfiaram dela, e ela sabia que assim seria, afinal, mesmo Shikigatsu conhecendo a arte do ninjutsu, parecia ser a única coisa dos ninjas que conhecia, no mais, era um mero cidadãos comum.

— Talvez agora eu consigo destruir minha mãe... Meu poder ele se tornou maior agora!

E de fato, sentia nas suas veias que toda a ilusão que podia produzir se tornou mais forte. Terminada a confusão, a jovem Chinoike foi até a geladeira onde pegou gelo e colocou onde estava ferido.

— Belo experimento Asami, gostei de saber que você não é muito diferente de sua mamãe.

A mulher sorriu, caminhou até a filha e lhe deu um beijo na testa. Depois saiu do como se indicasse que não toleraria qualquer outra atitude da menina que não tivesse sua permissão. Asami ficou parada um bom tempo na cozinha temendo a volta da mãe, um fantasma demoníaco e maligno capaz de nunca deixar a sua vida.

"Que imbecilidade a minha, esse poder não é o suficiente para acabar com ela... O domínio psicológico... A forma como ela anda, no fim, sou apenas um espectro do que ela é, um verme, assim como Hayate, comparado a suas habilidades."

Mas no fim, ela realmente havia se tornado como sua mãe, só não queria assumir isso.

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Convidado

Qua 24 Jul 2019 - 14:27

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