Era uma bela tarde de inverno em Iwa, o sol ainda aquecia o corpo de seus habitantes, mas o vento já indicava que assim que o astro se pusesse, o frio avançaria ardilosamente tomando o lugar de seus raios confortantes. Em uma praça da vila Moriyama jogava xadrez com seu mestre Chinosuke, que conseguia prever suas jogadas com muita antecedência, este percebia o caráter ofensivo do jogo daquele, cujos movimentos ameaçavam as peças de seu oponente, porém deixavam seu exército exposto, e com um simples movimento da torre deu um xeque-mate, derrotando seu rei que tinha o movimento impedido pelos 3 piões que estavam formando uma barreira em sua frente, ainda faltava muito para que o jovem monge conseguisse derrotar seu mestre, que ria, e em seguida lhe disse: "É importante que um ninja saiba atacar, porém para equilibrar uma boa ofensiva, o ninja precisa ser cauteloso. Amanhã de manhã receberá uma missão que lhe ajudará nisso." Chinosuke sempre conseguia as missões mais intrigantes para desenvolver Moriyama, o mestre então levantou-se e recolheu as peças, um bom xadrez era ótimo para digerir um almoço porém agora já tinha mais o que fazer, e partiu.
Moriyama da mesma forma levantou-se e foi para casa, onde passou o resto do dia em meditações, leituras e exercícios físicos. Pela manhã do dia seguinte foi imediatamente para a porta de sua casa onde sabia que iria encontrar um envelope com uma única letra: "C". Abriu-a e logo leu seu conteúdo, tratando-se de uma missão de emboscada para desarmar uma ofensiva surpresa à vila, poucas informações lhe foram dadas a respeito dos pormenores da situação, como esperava de Chinosuke, por sorte Moriyama tinha suas próprias maneiras de adquirir tais informações. Vestiu-se então com suas tradicionais vestes negras de monge, chinelo simples porém resistente de palha e bandana de Iwa na testa, como o comum de muitos shinobis, em um pequeno saco de couro pegou algumas sementes que tinha em um pote em sua casa e saiu. Fora de casa caminhou logo em direção de um alto pico de pedra na vila, escalou-o sem muitas dificuldades, pois suas reentrâncias o ajudavam e, sentando-se no topo deste pegou algumas sementes em sua mão e começou a assoviar, chamando um belo e adulto sabiá-pedreira, uma espécie nativa local e uma das favoritas de Moriyama, sua cor marrom mesclava-se com a terra de Iwa, sem mais delongas o monge alimentou o pássaro e pediu-lhe, carinhosamente, que fizesse uma revista pelos arredores do sul da vila em busca da presença de ninjas e retornasse com a informação necessária.
Os tais ninjas poderiam ocultar seu chakra, mas dificilmente conseguiriam esconder-se da natureza, e era com isso que Moriyama contava, enquanto aguardava o retorno de sua ave amiga foi andando em direção do portão sem muita pressa, os arredores sul de Iwa possuem a clássica composição semi-labiríntica de monólitos de rocha que nada ocultam para quem tem a visão dos céus, quando o rapaz atravessou os portões cumprimentou os guardas e lhes avisou que um sabiá viria e lhes avisaria de alguma forma que deveriam seguí-lo, sua ave então retornou e lhe indicou a posição de alguns indivíduos que havia localizado. Moriyama então prosseguiu em sua caminhada na direção indicada pela ave, que seguia em seu ombro, voando ocasionalmente para atualizar a posição dos ninjas. Quando estava há 50 metros do acampamento destes, em uma posição relativamente distante e isolada dos portões de Iwa o Chunin sentou-se para aguardar, o sabiá em breve retornara de mais um rotineiro vôo, dizendo que um dos três ninjas estava se distanciando. Pela aparente indiferença dos ninjas Moriyama supôs que não havia um sensor entre eles, o ninja então começou a andar em direção daquele que se distanciara, aquilo poderia muito bem ser uma armadilha, mas quando estava próximo o suficiente, ocultando-se atrás de uma pedra, o chunin viu que não se tratava de uma, pois o oponente havia distanciado-se para cagar, Moriyama logo pediu para que o sabiá voasse para os guardas do portão e pedisse reforços rápido, como já havia avisado a eles.
Moriyama aguardou o ninja terminar seu serviço, sorrateiramente saiu por trás dele e, de seu braço direito avermelhado com a energia natural emitiu duas gavinhas que se estenderam e silenciosamente envolveram o corpo do ninja, enrolando-o e o imobilizando, ao mesmo tempo que isso ocorreu Moriyama aproximou-se e tapou a boca do rapaz com sua mão esquerda "Se gritar eu acabo com sua vida, diga-me o que estão fazendo aqui em voz baixa" o shinobi tirou lentamente a mão da boca do rapaz e moveu-a para o pescoço do mesmo, segurando-o com firmeza, mas permitindo que sua voz trêmula lhe dissesse: "N-Não me mate! Eu só vim para ajudá-los! Não é nada demais, só queremos derrubar um muro do portão!" Só derrubar um muro? Pensou Moriyama, devem todos ser ninjas do elemento Doton, aquilo provavelmente era só o início de um plano bem maior, porém seria desfeito naquele exato momento que tudo isso iria parar. Mantinha-se sob domínio do shinobi que havia capturado, após alguns minutos um grande e robusto homem barbudo se aproximou "O que houve? Está com diarréia Karasu? Hahahah!" ria até o momento que encontrou Karasu capturado com sua cara de besta, nesse momento Moriyama ouviu o sabiá cantar, aproximava-se com os reforços, o ninja oponente começava alguns selos, mas era visível que aquilo era um blefe, o chunin logo lhe disse: "Não adianta, eu estou sob posse de um de seus amigos e não irá demorar muito até que os guardas venham para lhes capturar", assim que terminou de dizê-lo era possível ouvir gritos, os guardas do portão já capturaram o terceiro ninja, e vinham capturar o barbudo, que tentou resistir inutilmente, suas técnicas de terra desesperadas eram anuladas pelos habilidosos guardas.
Estes agradeceram o auxílio de Moriyama em capturar os malfeitores, o chunin satisfeito alimentou novamente o sabiá e seguiu em direção de sua vila, ansioso para contar à Chinosuke sobre seu sucesso.

Observações:

Detalhes do personagem:

Técnicas usadas: