Jiro e Enma começavam mais um dia de treinamento, dessa vez em frente a casa da moça, acompanhada por melancólicos olhares de seu irmão Takeo pela janela, que se apoiava tediosamente utilizando o cotovelo e bebendo chá.

— Não fique ai Takeo, venha treinar com a gente, vou ensinar o estilo de Kumo para sua irmã.

— Não, obrigado, e perca de tempo de qualquer forma, afinal somos os Saeki os amaldiçoados — essa ultima parte disse em voz alta para toda vizinhança escutar — vão, continuem.

Jiro olhava tristonho para seu ex-aluno, mas se virou sorridente para Enma que parecia calada, mais não do tipo calado por constrangimento, mas daqueles que atinge um grau de confiança que a fala desesperada de alguém não é capaz de, nem ao menos, arranhar a superfície.

— Então, como é esse estilo de Kumo que o senhor vai me ensinar?

— É um estilo que usa espada, como você é perita nessa área, creio que não terá muita dificuldade de aprender. Quando você conseguir realizar essa técnica, creio que terá alcançando um novo universo de técnicas que você poderá aprender.

Enma assentiu.

— Para começar, me ataque com sua espada.

E assim a menina fez, mais foi rechaçada rapidamente pelo ninja e por fim sofreu um ataque igualmente veloz com a espada de madeira do sensei, caindo no chão desnorteada.

— Viu? Combinando técnica e velocidade você pode realizar essa técnica, é um estilo único nosso, portanto, é importante que você, como um espadachim de nossa vila, tenha conhecimento dessa técnica.

— Tudo bem.

Jiro a ajudou levantar e a menina trocou sua lamina por uma espada de madeira, para treinamento, passando a tarde aplicando técnica e velocidade até que, bastante cansada, conseguiu reproduzir o estilo com maestria.

— Agora vamos reproduzir a técnica.

E os dois se juntaram em combate utilizando o estilo de luta, porém, tanto para a surpresa de Jiro quanto para a de um emburrado Takeo, a menina havia conseguido derrotar o sensei, que caiu no chão chocado.

— Consegui? — abriu um sorriso, corando as bochechas.

— Hahaha — gargalhou o homem — venha, vamos tomar um chá...

E passaram a tarde conversando sobre as diversas possibilidades de técnica que abriam a partir desse treinamento.

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