Estava prestes a completar duas semanas do primeiro pensamento infeliz de Joji. Após analisar um pouco da rotina dos colegas ninja de vila, percebeu um contraste sútil de força. Eles pareciam superiores em alguns aspectos. Depois de um café da manhã bem farto, foi direto ao escritório do pai, que trabalhava em documentos importantes para o líder do clã Akimichi. Ao entrar, Joji fitou o pai e, sem a intenção de atrapalhar, sentiu a necessidade de perguntar:

— Para o senhor, qual é o maior ponto fraco de um Akimichi? Eu percebo alguns de meus colegas tão confiantes de suas habilidades e quero ser como eles. Não que eu não seja confiante, mas eu sinto um vazio. Se eu soubesse o que temos de ruim e melhorar esse aspecto, talvez esses pensamentos negativos nunca mais aparecessem para mim.

— Bom, filho, eu gostaria de ter uma rotina menos corriqueira para te treinar. — disse o pai de Joji — Entretanto, eu posso lhe ajudar. De todas as minhas batalhas travadas, minhas únicas dificuldades, que hoje foram vencidas, foi a pouca velocidade, baixa flexibilidade e grande necessidade de força. Se eu queria ser rápido, não poderia me expandir muito, se eu me expandisse pouco, precisaria de força para aguentar o meu próprio peso. E flexibilidade para alguém com nosso peso é realmente um desafio. Construa um treino baseado nessas virtudes e em pouco tempo deve ver uma grande diferença.

— Obrigado, pai. — responde Joji, obtendo estalos e ideias em sua cabeça.

— E filho, eu acredito que você já chegou aqui com um pensamento errôneo. Deixe a força dos outros de lado. Você só deve prestar atenção nos outros quando você estiver os enfrentando. Sem contar que força é algo relativo. Quando temos alguém para proteger ou um ideal a alcançar, uma força extremamente poderosa surge. Força esta que nem sempre sabíamos que existia. Eu sei que em breve você saíra do casulo e nunca mais duvidará de si mesmo.

Joji olhava para o pai concentrado em cada palavra, nem mesmo piscava. Para ele, impossível descrever a dimensão da admiração que tinha pelo pai. Tinha certeza que seria ajudado. E foi. Correu para o quintal. O quintal de sua família tinha algumas utilidades específicas: era um parquinho para o irmão mais novo de Joji; Jardim para a mãe de Joji e campo de treinamento para quem tivesse essa intenção. Separou uma grande rocha e outras duas rochas com a metade do tamanho da maior. Pretendia arrastar a maior com o corpo e carregar as pequenas, uma em cada braço. Amarrou na rocha e em sua barriga um cabo bastante resistente e fixou as pedras nas mãos com ajuda do chakra. Já possuía uma boa quantidade de força, por isso não obteve tanta dificuldade em carregar as pedras pequenas mas ao puxar a grande, precisou de um esforço maior.

Não demorou muito para começar a transpirar. O sol não estava perdoando naquele dia e o esforço físico de Joji era intenso. Depois de alguns minutos a pedra maior estava sendo carregada de forma mais fluída e os braços de Joji já estavam com as veias pulsando. Decidiu executar o treinamento até o pôr do sol. Assim que anoitecesse, teria uma refeição satisfatória e partiria para uma corrida. Yaru, sua mãe, preparou as refeições preferidas de Joji, disse que precisaria viajar com o restante da família no dia seguinte por questões diplomáticas com clãs relacionados com membros Akimichi. Joji não precisaria ir e decidiu ficar. Yaru cozinhou para a semana inteira. Período que Joji determinou para o treino dele acontecer e obter velocidade. Precisaria de bastante disciplina para não comer mais do que deveria, dessa forma, guardando comida para os dias seguintes. No treino da corrida, utilizou os mesmos cabos de antes para prender as rochas menores nas pernas e iniciou as passadas. Em pouco tempo, ainda na primeira noite, conseguiu trotar. Seus músculos pareciam chorar de dor, mas Joji sabia que se estivesse doendo é porque estava dando certo.

Joji ouviu o barulho de pneu derrapando e parou com os trotes. Era seu irmão mais novo com o jutsu de rolagem ativo. Diferente do seu, Taiki possuída um jutsus de rolagem extremamente veloz e Joji sempre se perguntou como isso era possível. Taiki também é acima do peso como qualquer membro do clã, mas a velocidade era sem igual. Parando com o jutsu, iniciou uma conversa com o irmão:

— Joji, sei que não vai viajar conosco porque precisa treinar. — lembrou — O papai me contou sobre você treinar velocidade e eu tenho uma coisa a dizer.

— Realmente, se tiver alguma dica para me dar eu ficarei bastante agradecido. Eu observo seu desempenho na academia e a velocidade que controla o jutsu de rolagem é encantador.

— O que eu tenho a dizer é: Para de roubar meu lugar. O único membro veloz da família Akimichi sou eu. Sempre treinei isso para me destacar em nosso meio mais tarde e agora você tá tentando roubar minha futura alcunha. Não vá contra a natureza. Seja um Akimichi que não corre. Numa luta, espera o inimigo se aproximar e dá porrada nele. É simples! Deixe o difícil para mim, seu feio. — Taiki mostra a língua.

Joji agarra o irmão com o jutsu de expansão parcial no braço direito e com uma veia saltada na testa diz:

— Tenha mais respeito comigo, idiota! — exclamou, dando alguns socos no irmão, fazendo-o gritar pelo socorro da mãe.

Sem mais incômodos, os treinos persistiram e a semana foi bastante pesada. Muitas vezes precisou sair para comer em restaurantes pois achou a quantidade da comida em casa muito pouca. Neste período, não concluiu nenhuma missão. Estava focado demais no treinamento. No dia do retorno dos pais, já estava diferente e sorridente. Sentiu, de fato, uma evolução em sua corrida. Estava se movendo de forma mais veloz. Sua agilidade não foi muito afetada. Tinha a percepção que são duas diferentes características possíveis de se treinar, mas a velocidade foi a protagonista da vez. Ao ouvir a voz de Taiki, logo o chamou para conversar:

— Preciso que me siga até um lugar. — diz Joji que levou o irmão até o campo de treinamento e lá ativou o jutsu de expansão — Nós vamos apostar uma corrida! Você é o Akimichi mais rápido que eu conheço e quero ver se meu treinamento foi eficaz.

— Você preferiu vir até aqui para chorar? Poderia ter perdido em casa. — retruca Taiki, que também ativou o jutsu de expansão.

Joji joga um papel bomba próximo do local e avisa:

— Assim que explodir, a disputa começa. O ponto final é o portão da vila!

Demorou aproximadamente três segundos a bomba explodir e corarem um grito: — Jutsu de Rolagem! — Iniciaram uma corrida bastante acirrada. Bem perto do final, Taiki passa na frente e vence. O caçula pulava de felicidade enquanto caçoava do irmão e Joji ficou feliz de perceber que a velocidade tinha mesmo aumentado. Voltaram pra casa contentes e famintos. Joton Akimichi, pai dos irmãos ficou curioso referente aos resultados do treinamento que contribuiu para o planejamento. Ficou empolgado em confirmar a determinação do filho.

— E então, fez o que sugeri? Como se sente? — questiona Joton.

— É, eu realmente treinar minha força física para aguentar o peso das minhas expansões parciais e principalmente a velocidade. Eu não tenho mais nenhuma insegurança quanto à isso. — disse Joji sorrindo.

— Não esqueça que independente de quem seja seu adversário, você já estará na desvantagem só por ser gordo! — exclamou Taiki, mostrando a língua.

Joji agara o irmão pelo pescoço e o estrangula como punição para o desrespeito.

— Ora, lembre-se de que você não passa de uma bola como todos nós! — gritou Joji.

Joton ri da situação mas os separa para dar fim na agressão. A porta principal recebe batidas e Yaru recebe as encomendas de um restaurante do centro. Joton pediu diversas tigelas de churrasco com diferentes carnes. Acabaram de ser finalizadas, estavam quente e fizeram os olhos da família brilhar. Esta refeição foi a grande comemoração, e para Joji, o ponto alto da noite.