And I'm not made of stone

Mesmo sendo um gennin, Vaelin queria sair e explorar o mundo além dos muros que o deixaram a salvo da maldade do mundo por toda sua vida, a euforia e auto-satisfação que o jovem de madeixas grisalhas e curtas sentia referente a si mesmo eram demasiadamente elevada. Entrar em combate com bandidos, ganhar a recompensa da princesa resgatada, ser reconhecido em seu vilarejo. O gennin divagou por um bom tempo. Esses eram fatores que o fazia querer se arriscar no mundo shinobi, apesar do risco, as missões mais elevadas o levaria para fora dos muros de kumo.

A encomenda não era grande o suficiente para atrapalhar os passos do uzumaki, que saltava de um galho para o outro sob as enormes copas das árvores, escolheu um caminho com pouca luz para enganar seus perseguidores, quando recebeu a missão, sabia que poderia encontrar inimigos, porém, algo os mantinha afastado, além da velocidade elevada para alguém do seu rank. O ponto de entrega estava perto da montanha que teria que ir para pegar a flor púrpura, por isso escolheu essas duas missões, o mancebo havia esquivado de várias armas ninjas que tinham sido lançadas contra ele, com sua roupa um pouco queimada devido a explosão de uma tarja explosiva que evitou por pouco. — Preciso aguentar só um pouco mais e chego no pé da montanha, depois que encontrar o destino da encomenda, posso me preocupar só com esses vermes. — Mas algo parecia estranho, o que causava uma sensação de inquietação no garoto.

Como que para confirmar as suspeitas do gennin, assim que saiu da floresta e ganhou o campo aberto, os passos de seus perseguidores cessaram. Vaelin arqueou a sobrancelha direita em desconfiança, e uma expressão surpresa ganhou sua face. Seus passos alcançaram os portões da vila aliada onde entregou a encomenda a salvo, concluindo sua primeira missão. — Agora subir a montanha e começar a coleta. — Vaelin tinha um desenho com o esboço da planta que deveria colher, e mesmo não sendo um especialista no assunto, sabia que a flor púrpura seria um desafio.  — Pela descrição do pergaminho é essa flor, mas a viagem foi longa até chegar aqui, se eu levar só uma e acontecer algo, a missão falhará ou terei que voltar. — Concluindo esse pensamento, o gennin subiu ainda mais a montanha enquanto procurava por mais flores púrpuras, ação que demorou horas para que conseguisse 5 flores. — É o bastante, só uma grande azar faria eu perder todas as cinco. — Vaelin se recusou a acreditar no seu fracasso, porém, mantinha uma atitude cautelosa sobre praticamente tudo, sempre reduzindo os riscos para que não cometesse falhas.  

Os muros de kumo já eram vistos no horizonte, o uzumaki acelerava cada vez mais seus passos, na metade final do caminho tinha certeza que estava sendo seguido, mas não conseguiu nenhuma informação adicional, optando por correr ao invés de lutar contra o desconhecido. — Tenho as cincos flores, e eles não vão parar de me perseguir, posso deixar uma para trás e tentar enganar eles, só que isso os ajudaria. Não, não! Vou usar como isca, se eu correr por mais alguns minutos os shinobis que cobrem o perímetro da vila serão alertados. — Mordeu o lábios inferior ao ponto de causar sangramento e aumentou ainda mais sua velocidade. [...] Nos últimos metros notou que a vigilância que sentia diminuiu até a extinção, revelando que a perseguição acabara assim que chegou a 500 metros do portão da vila.

O garoto rumou sentido ao centro de missões para se reportar sobre suas tarefas, porém, passou antes no esquadrão médico para deixar as flores, apenas 3 delas sobreviveram sem danos os percalços viagem.

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Os pés quase se atropelavam, uma situação cômica e urgente, Vaelin corria pelas ruas de kumo, quase desesperado, ele levantou cedo demais, o céu ainda estava escuro quando deixou o conforto de sua casa, mas agora o astro rei iluminava todos os locais e mesmo assim o gennin só tinha coletado uma informação sobre o sumiço da aluna da academia. Não fazia muito tempo que ele próprio deixara aqueles assentos em busca de conhecimento, agora ele tinha que encontrá-la.  

Os amigos dela disseram que ela gosta de flores, ainda bem que minha mãe gosta muito de plantas e me obrigou a conhecer quase todas elas, argh. — A lembrança da infância o fez estremecer um pouco. Seus dias eram divididos entre academia e afazeres domésticos, sendo um deles a organização e manutenção do jardim de sua mãe. E com a pista dada pelos amigos da menina, o uzumaki sabia exatamente onde ir. [...] Próximo ao portão principal do vilarejo existe um descampado com várias flores de uma única espécie, o mancebo de olhos esverdeados o nominou de Calmaria Rósea por causa da tonalidade rosa das flores e do silêncio do local, muitas pessoas passavam próximo a área, mas quase ninguém dava atenção.— Esse lugar é lindo não? Me lembro que vinha aqui as vezes para pensar... — Pronunciou calmamente enquanto se aproximou da figura pequena e feminina agachada entre as flores. Os dois ficaram lá em silêncio, se comunicando apenas com o olhar. O gennin costumava ir naquela mar de flores quando se sentia sobrecarregado e pode sentir isso na menina, não aumentando a pressão e esperando que ela se encontrasse para irem. [...] Não saberia dizer quanto tempo ficaram lá, até que a garota decidiu se levantar e o garoto a acompanhou até a academia.

'Mal dia, mal dia. Perdi muito tempo procurando a garota, vou chegar atrasado.' Vaelin irrompeu pela porta da floricultura e antes que pudesse falar algo a kunoichi jogou um avental em seu rosto e foi saindo da loja. — Não quero nem ouvir sua voz, eu volto em uma hora, não destrua minha loja. — O garoto arfou buscando recuperar o ar gasto na corrida. Não se sentiu despreparado, afinal cresceu em imerso nas flores. [...] Os minutos pareciam anos, o uzumaki resolveu mudar algumas plantas de lugar, mas como estava com a mente em outro mundo, acabou mudando muitas flores, colocando cores desconexas lado a lado, acabando com a beleza da loja, dando um tom mais peculiar e alternativo. Enquanto fazia suas presepadas, acabou esbarrando com duas meninas que estavam na sessão de vasos, com o baque a peça na mão de uma delas caiu no chão e se despedaçou. — São 50 ryous. — Sem nenhuma vergonha o gennin cobrou as meninas que não aceitaram bem. [...]

Eu irei te delatar para o centro de missões! Meus vasos não estavam desse jeito, minha loja está uma baderna e o que aconteceu com aquele vaso?! — A negociação com as garotas foi mal sucedida e elas fugiram correndo quando foram cobradas e assim só restou a tentativa de arrumar o vaso colando os cacos. Mas a forma original não era vista nem mesmo sua sombra nessa peças frankstein. — Muito obrigado senhora, fico feliz que tenha gostado do meu trabalho! Espero recomendações! Até mais... E esse vaso abstrato é muito lindo, a senhora tem bom gosto. — O gennin saiu da floricultura acenando freneticamente a as mãos espalmadas para a mulher, agindo de forma indiferente a ira da dona. A loja dela ainda estava de pé e funcionando, e o uzumaki tinha cumprido com esmero sua função. Colocou as mãos nos bolsos da calça e saiu cantarolando.

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O garoto caminhava pelas ruas do vilarejo despreocupadamente com os braços cruzados atrás da cabeça, ocasionalmente ele cumprimentaria algum transeunte, o sol imperando no céu quase sem nuvens ditava o clima bom do dia, o uzumaki acordou com o pé direito e caminhava até o quadro de missões próximo ao QG militar de kumo para sua primeira missão de nível elevado. Quando se formou na academia, o seu antigo professor os aconselhou a começar escolhendo missões rank d, apesar de serem a com menor remuneração, eram fáceis e facilitaria sua adaptação ao sistema da vila, além de lhe aprimorar e adquirir experiências. — Mesmo sendo mais seguro, será que se eu pegar uma c ou b não seria melhor? Posso causar alguma boa impressão, hehe. — O mancebo fios grisalhos ria para si mesmo quando esse pensamento lhe surgiu. Missões superiores serão mais interessantes, mas provavelmente ele não seria capaz de executá-las, porém, não custa tentar. Com um céu tão bonito, talvez ele lhe sorrisse.

Essa é interessante e perfeita para mim. — Aqueles olhos grandes e esverdeados de Vaelin brilharam quando notou uma missão de rank c no alcance de suas capacidades para concluí-la. Puxou rapidamente o pergaminho e o leu atentamente para compreender todos os detalhes da tarefa. Um ninja brincalhão conjurou vários kage bunshins de si próprio e faz bagunça por ai jogando mini-bombas, destruindo barracas, vendo jovem senhoritas enquanto tomam banho de sauna e muitas coisas mais. Conseguimos destruir alguns, só sobrou um bunshin. Sua missão é achar e vencer esse bunshin, seu nome é "Hikari", e esta enfraquecido pela constante quantidades de bunshin que invocou, vá e faça esse bardeneiro receber o seu merecido castigo. Um. Enfraquecido. Bardeneiro. Essas três palavras foi o que chamaram a atenção do gennin. Precisava encontrar o criminoso e acabar com aquele reinado de terror.

'Primeiro tenho que achá-lo, mas como ele destruiu várias barracas com seus clones, ele devia estar bem próximo do local, pois eu duvido que ele não gostaria de participar diretamente da bagunça, e deve ter sido atingido por alguma explosão ou por alguma outra coisa, isso e mais o alto consumo de chakra para criar os clones foi o que o enfraqueceu.' Não preciso de muita investigação para descobrir a área que ocorreram as explosões, diversas barracas estavam parcialmente destruídas, com seus donos tentando arrumá-las para conseguir trabalhar, uma ou duas estavam totalmente acabadas. Aproveitando de sua aparência inocente e de criança, o pequeno passou desapercebido enquanto observava as pessoas e o cenário como um todo. 'Ele não está por aqui.' Depois de rondar por algum tempo entre as barracas, Vaelin chegou a conclusão que Hikari já tinha fugido. 'Não seria muito esperto ficar por aqui, sem forças e com tanta gente para se vingar dele, deve ter fugido para algum lugar longe, mas onde?' O gennin pensou por algum tempo até descobrir seu destino.  — As fontes termais, sem força, ele deve ter ido para a sauna e se esconder no vapor para espiar as garotas.

O uzumaki entrou na sauna apenas com uma toalha cobrindo a parte inferior de seu corpo e uma kunai em sua mão esquerda, fazendo o melhor possível para escondê-la. O cabelo grisalho e o rosto meigo poderia fazê-lo se passar por uma garota, dando acesso a ala feminina da sauna. O garotinho fez o minimo para não chamar atenção para si, andando sempre perto da parede e tateando-as, procurando por alguma coisa fora do lugar. A conversa das mulheres era muito pesada e diferente para um jovem garoto, por isso o gennin não perdia tempo tentando entender o que elas diziam. Depois de tanto tempo dentro da sauna, o menino começou a passar mal e passou a andar mais rápido para sair do lugar. Sua pressão estava baixando e se ficasse mais tempo, era capaz desmaiar. Nessa pressa de sair, o mancebo de olhos verdes caiu e se esparramando no chão.

Mesmo com tanto vapor, o menino procurou com o olhar e tateou afim de encontrar o motivo de seu tropeção, foi quando viu um par de pés peludos, erguendo os olhos devagar, os pés se transformaram em pernas peludas demais para uma mulher, depois coxas e por fim, por debaixo da toalha s visão aterradora.  — QUE MERDA É ESSA?! — Bradou indignado ao mesmo tempo que cravou a kunai no pé esquerdo do homem, sem perder tempo, arrancou a kunai e golpeou o pé direito. Sem saber o que o atingiu, o homem caiu e agarrou os pés sangrando.  — HIKARI!EU. TE. PEGUEI! — A voz do gennin ecoou pela fonte e o criminoso nem conseguiu repreender o gennin, pois assim que as mulheres viu os dois homens, o linchamento começou. [...] Do lado de fora da sauna, uma dupla de chunnin prender e transferir Hikari para a prisão, onde pagaria por seus crimes. Além dos dois pés perfurados, o homem mostrava várias marcas roxas e de arranhões pelo rosto e corpo, seus olhos mal abriam. A missão foi concluída com sucesso, porém, seu cabelo tava todo bagunçado e seu olho esquerdo roxo. Mesmo estando em serviço, não conseguiu fugir da fúria das mulheres.

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Suor escorria por todo o pequenino corpo do garoto. Estava sem camisa no sol de fim de tarde, as calças dobradas até as canelas e o calçados todo cheio de poeiras e sujeiras. A bandana ajudava a proteger os olhos do sol, mas estava ensopada de suor ao ponto de deixar cair alguns pingos no chão. Vaelin manobrava um carrinho de mão cheio de pedras paralelepípedos, o peso dos materiais fazia as veias dos braços do gennin saltarem, uma carranca de cansaço tomou conta de seu rosto. Ele passou o dia todo ajudando os construtores e pedreiros na reforma das ruas de toda área norte de kumo, mas a cada segundo que passava naquele lugar reclamava mentalmente sobre não estar no seu devido lugar e como um ninja poderia melhorar. Mas semelhante na época da academia ninja, recordou da voz do sensei e de suas palavras. Um ninja de verdade sempre deve usar as situações para proveito próprio. Não existe um lugar ruim, e sim, uma oportunidade. Cabe a vocês saberem aproveitá-la ou perdê-la. E isso o fazia continuar. Mesmo não sendo um treino, estava estimulando sua resistência e força, além da paciência.

Muitos homens trabalhavam para deixar todas as ruas da área norte pavimentadas, mas ainda faltava uma boa parte. Calos se formaram na mão do ninja, que simplesmente virou o carrinho e deixou as pedras caírem sobre um local de terra batida. Devia ter colocado mais a frente, porém, a paciência e cansaço não permitiram. O vento deslocando e a força surpresa atingindo sua nuca fez sua cabeça e pescoço se moverem como um chicote. Para frente e para trás. Apesar da dor e ato inesperado, o uzumaki sabia exatamente o que aconteceu. — Caolho de rabo vermelho. — Reclamou do capataz que se afastou gritando ordens para outras pessoas. O homem nem mesmo dirigiu um olhar para o gennin. Sua função era manter as coisas em ordem e punir os negligentes, e não foi a primeira vez que Vaelin tomou aquele tipo de tapa. — Daqui a duas semanas, quero ver se terá coragem. — Resmungou, voltando com a carriola. [...] O dia de trabalho finalmente chegou ao fim. O garoto jogou o carrinho de mão encima da pilha restante de pedras e começou a andar em direção ao centro da vila com a camiseta colocada sobre o ombro esquerdo. — LONG! — Se virou e gritou para o capataz no meio dos outros trabalhadores. Quando viu a atenção de todos em si, segurou o membro com a mão esquerda e terminou sua sentença. — AQUI PRA VOCÊ, OTÁRIO! HEHEHE! — O capataz pôs-se a correr atrás do moleque, mas esse havia desaparecido por entre o labirinto de becos e ganhando kumo.

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Um pássaro se aproximou e pousou no braço direito do chunnin com um pequeno pergaminho em sua pata, não demorando para o uzumaki deduzir que se tratava de mais uma missão. Foi uma coincidência muito grande, pois já estava indo diretamente até o quartel central para pegar algum trabalho após o término das últimas missões.

Vaelin pegou o pergaminho e o abriu, deixando a ave ir embora, começando a ler o seu conteúdo. O trabalho seria fácil, mas dessa vez seria em uma vila vizinha. Havia alguém a espera no portão para levá-lo, devendo partir rapidamente para não atrasar. Guardou então o pergaminho na bolsa ninja e partiu até o portão. Havia um senhor em espera, com uma pequena carroça para auxiliar no carregamento do chá. O garoto aproximou e rapidamente se apresentou para o velho educadamente. — Uzumaki Vaelin está aqui! Irei acompanhá-lo até a vila, não precisa se preocupar. — O homem se manteve calado acenando com sua cabeça para subir, com a dupla partindo de imediato deixando a vila de Kumo para trás.

Demorou algumas horas de viagem até chegar na vila vizinha, e tão logo chegaram, pararam na loja de chá da cidade. Já tinham pessoas na porta, a espera da chegada da dupla. O senhor se manteve na carroça, deixando o carregamento todo para o ninja. Este não demorou e pulou então dela e se aproximou ainda mais dos sacos cheios de chá. Colocando um a um em cima da carroça, levando alguns minutos para terminar. Assim que terminaram tiveram a permissão de ir, tendo que tomar bastante cuidado com o carregamento, que se tratava de algo bem caro. Da mesma forma que deixaram kumo voltaram, levando mais tempo de viagem devido ao peso que carregavam.

A carroça apontou no horizonte e rapidamente adentraram na vila. Seguiram até a casa de chá que se localizava no centro para descarregar a entrega. Novamente, Vaelin descarregou que descarregar os sacos cheios de chá sozinho, enquanto o homem se manteve sentado na carroça a todo momento. Mesmo a pouco idade do jovem, a forma física bem constituída, o fez levar alguns minutos para terminar, sentindo-se aliviado quando finalizou. O dono da loja de chá pagou o chunnin, deixando-o ir embora logo depois, enquanto o velho também se retirava do local.  

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